Francisco Dionísio's Blog, page 33

December 22, 2011

Natal em Monsaraz I

Pelas ruas antigas, impregnadas de memórias, espalham-se figuras misteriosas, bonecos sem vida, mas plenos de expressividade, que trazem o Natal à vila de Monsaraz. Uns de significado mais evidente, outros expressando atitudes mais nebulosas, sobressaindo da noite graças à luz pardacenta dos velhos candeeiros.



 •  0 comments  •  flag
Share on Twitter
Published on December 22, 2011 22:53

December 21, 2011

December 20, 2011

As Máscaras do Solstício I


 


 


 


Com origem em tempos impossíveis de determinar, sobreviveram até hoje diversas figuras que celebram os ritos solsticiais nas aldeias de Trás-os-Montes. O aspecto de cada uma dessas entidades é, por vezes, bastante diferente das restantes, mas grande parte delas tem em comum a máscara e os chocalhos com que anunciam a sua presença. Desde os Caretos até ao Chocalheiro, passando por diversas outras figuras, todas têm por função celebrar o tempo de renovação que o solstício de Inverno anuncia.




 •  0 comments  •  flag
Share on Twitter
Published on December 20, 2011 22:20

December 19, 2011

December 18, 2011

Que violência

Traseiras da igreja da Praça de Londres, poucos dias antes do Natal.


Não chove, mas está frio. Uma temperatura que torna mais agradável segurar a mão da pessoa de quem se gosta.


Um casal jovem segue pelo passeio, de mão dada, a conversar sobre as despesas da época: as prendas, a prestação do carro, a viagem da passagem de ano. Os rendimentos de ambos não são muito elevados, exigindo alguma habilidade para conseguirem fazer tudo o que pretendem.


Um homem cruza-se com eles. Já quase os tinha deixado passar, quando dá meio passo atrás e diz:


- Desculpem…


O casal pára, convencido de que lhes vai pedir uma informação: "Onde fica a rua x?"


- Eu peço desculpa por interromper… – continua.


Afinal talvez fosse um vendedor, pensa Fernando, e espera que avance no seu discurso para responder: "Não estou interessado".


O homem mostra alguma dificuldade em falar. Leva a mão à boca como se estivesse engasgado. Um vendedor seria bem mais fluente, por isso, Fernando volta a tentar adivinhar: talvez pertença a uma seita religiosa.


O homem tenta mais umas palavras até que se ouve:


- … na verdade eu estou a pedir uma esmola – volta a interromper-se, num silêncio forçado pela garganta que retém as palavras.


O homem veste um pulóver verde, umas calças de bombazina castanhas, traz no braço um casaco bege. As roupas são novas e ele mostra ter cuidado com a apresentação.


- … eu volto a pedir desculpa, mas cheguei a um ponto em que não me resta outra solução… – prossegue.


Fernando usa a vantagem de estar escondido pelos óculos escuros, que o protegem do sol frio daquela tarde de Dezembro, para observar simultaneamente o rosto de Carla e do homem. Este mostra-se envergonhado, enquanto ela o ouve com atenção e respeito.


- Trabalhei durante 23 anos numa empresa. De um momento para o outro a empresa fechou e eu vi-me na rua com 52 anos, sem perspectivas de emprego, sem nada…


O primeiro impulso de Fernando é responder o que respondia a todos os mendigos: "Não tenho dinheiro trocado". Mas aquele é diferente: aquele podia ser ele próprio.


- … é por isso que vos peço, seja o que for que puderem dar…


Carla diz que não tem e olha para Fernando com uma expressão que diz: "Não tenho mesmo, dá tu".


Fernando tira do bolso uma moeda de um euro – o que se paga a um arrumador para ele não nos riscar o carro – e dá-lha.


O homem estende a mão sem olhar para a moeda, continuando a falar com se quisesse ignorar o que estava a acontecer.


Carla diz:


- Um bom Natal para si – e, apercebendo-se de como eram absurdas as suas palavras, acrescenta rapidamente – dentro do possível.


Com uma expressão que demonstra compreensão pelo lapso, o homem responde:


- Dentro do possível.


Depois, com um tom de voz que deixa inequívoca a gratidão, acrescenta:


- Felicidades!


Parecia estar grato mais pela atenção que lhe tinham dedicado do que pela moeda.


Afastam-se, o homem para um lado, o casal para o outro.


Ficam os dois em silêncio durante algum tempo. Fernando sente remorsos por ter dado tão pouco dinheiro. Apesar das suas próprias dificuldades podia ter dado um pouco mais.


Passado algum tempo Carla rompe o silêncio:


- Que violência.



 •  0 comments  •  flag
Share on Twitter
Published on December 18, 2011 22:06

December 16, 2011

Superstições – O sapo

Em Baião existe a crença que, quando alguém se cruza com um sapo, à noite o batráquio vai ter com a pessoa à cama e dá-lhe três pancadas no coração, causando-lhe a morte. A única forma de impedir que isso aconteça é, sempre que se encontra um sapo, matá-lo, trespassando-o com um pau.



 •  0 comments  •  flag
Share on Twitter
Published on December 16, 2011 22:09

December 14, 2011

Personagens de Os Mouros das Terras Encantadas – Almajonas

"Passados poucos segundos viram surgir três estranhos vultos no caminho que circundava o monte. Eram três mulheres muito altas e magras, vestindo mantos cinzentos, de um tom muito claro, exibindo uma pele assustadoramente pálida e um cabelo branco oleoso."


Na mitologia portuguesa as Almajonas são uma das várias representações de almas penadas.



 •  0 comments  •  flag
Share on Twitter
Published on December 14, 2011 22:00

December 12, 2011

Superstições – O mau ar

Quando uma criança apanha mau ar emagrece e fica com a pele amarela e arrepiada.


A criança pode apanhar o mau ar se a mãe, durante a gravidez, vir um defunto; se uma galinha choca esvoaçar; se, ao varrer a casa com uma vassoura verde, se levantar pó; se encontrar um excomungado.


Existem diversos métodos para cortar o ar. Um deles consiste em ferver uma mão-cheia de terra da campa do defunto e dá-la a beber à criança nove dias seguidos. Outra forma de cortar o mau ar consiste em deitar a criança sobre relva verde, com os braços abertos de modo a formar uma cruz e, com um graveto, marcar no chão o seu perfil; depois tira-se a criança e corta-se a relva com sacho em redor da área sobre a qual esteve deitada, derramando-se água de um poço sobre esse local. Isto deve ser feito nove vezes ou apenas uma vez, se for feito na primeira sexta-feira do mês, entre o nascer e o pôr-do-sol.



 •  0 comments  •  flag
Share on Twitter
Published on December 12, 2011 22:30

December 10, 2011

Personagens de Os Mouros das Terras Encantadas – Muzayn Ibn Marwan


 


Váli de Exitânia. Estabeleceu a neutralidade da sua cidade evitado, assim, que a mesma seja atacada. Esta é uma das razões por que muitos o acusam de se ter vendido aos Encobertos, a troco da prosperidade da sua cidade e do aumento constante do fabuloso tesouro que possui.



 •  0 comments  •  flag
Share on Twitter
Published on December 10, 2011 22:54

December 8, 2011

Os Nharros

"O bicho, com a aparência aproximada de um morcego e tão grande como uma galinha, também ele assustado com a inesperada colisão, correu com os seus movimentos desajeitados para longe do grupo."


Os gambozinos – conhecidos por nharros em algumas regiões da Beira Alta – são uma das contribuições do imaginário popular português para a zoologia das Terras Encantadas. Em Os Mouros das Terras Encantadas os nharros são animais com o tamanho de uma galinha e aspecto semelhante ao dos morcegos. São desajeitados e não voam, conseguindo pouco mais que grandes saltos quando abrem as asas. Têm o corpo coberto por uma fina camada de pêlo feio, cinzento ou preto. O seu nome deriva do som que emitem quando estão assustados.



 •  0 comments  •  flag
Share on Twitter
Published on December 08, 2011 22:41

Francisco Dionísio's Blog

Francisco Dionísio
Francisco Dionísio isn't a Goodreads Author (yet), but they do have a blog, so here are some recent posts imported from their feed.
Follow Francisco Dionísio's blog with rss.