David Soares's Blog, page 86

October 24, 2010

Caveat


'Os meninos estão perto da vida', disse a
mulher. 'Os adultos estão perto da mor-
te. As coisas que vivem ao pé da morte
sentem-nos e vêm ter connosco. Quando
somos capazes de ver as coisas que vivem
ao pé da morte é porque estamos ao pé
dela. É sinal que vamos morrer.'


O lançamento de A Luz Miserável (Saída de Emergência) será no próximo dia 13 de Novembro, às 16H30, no âmbito do Fórum Fantástico: o mais importante evento português, dedicado à divulgação do Fantástico nas artes.
Marquem, pois, nas vossas agendas.

Ah! Esta edição, garanto-vos, será de coleccionador, já que consiste em algo... diferente!...
Mas quando tiverem o livro nas mãos irão perceber.
(E em breve darei início a um passatempo, com oferta de um exemplar. Fiquem atentos.)
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Published on October 24, 2010 10:10

October 21, 2010

A minha presença no "Mensageiros das Estrelas"

De 2 a 5 de Novembro, o Centro de Estudos Anglísticos da Universidade de Letras de Lisboa organiza o colóquio Mensageiros das Estrelas: evento académico, dedicado à reflexão sobre a literatura fantástica. Entre os organizadores encontram-se Safaa Dib (assistente editorial das edições Saída de Emergência) e Luís Filipe Silva (escritor português de ficção científica). Entre os convidados estrangeiros contam-se as presenças do escritor Geoff Ryman e a académica Farah Mendlesohn.

No dia 2, das 16H45 às 17H15 (Anfiteatro III), estarei presente na sessão À conversa com David Soares.
Moderada por João Barrelas, consistirá numa conversa sobre o meu trabalho de escritor de literatura fantástica. Será, também, uma oportunidade para os leitores colocarem perguntas sobre os meus livros.

No dia 3, das 11H30 às 12H30 (Anfiteatro III), estarei presente na mesa-redonda Vinte Coisas Que Aprendemos da Literatura Fantástica.
Moderada por Margarida Vale de Gato, será uma conversa a várias vozes, com as presenças de António de Macedo, Octávio dos Santos e Inês Botelho.

Consultem com atenção o programa do colóquio, porque não faltam iniciativas e intervenções de grande interesse e pertinência que qualquer leitor de literatura fantástica deveria assistir.
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Published on October 21, 2010 16:05

October 20, 2010

Autógrafos no Amadora BD


O 21º Amadora BD tem início na próxima sexta-feira e prolonga-se até ao dia 7 de Novembro. O tema que este ano dá o mote ao festival é o centenário da primeira república portuguesa. Sob a égide desta comemoração encontra-se uma das exposições principais do Amadora BD: o making of do álbum É de Noite Que Faço as Perguntas, escrito por mim e desenhado por Jorge Coelho, João Maio Pinto, André Coelho, Daniel Silvestre Silva e Richard Câmara. Consistirá numa oportunidade única para os leitores descobrirem como, de facto, se escreve e ilustra uma banda desenhada: desde os meus apontamentos, argumento e layouts, até aos esboços e pranchas finalizadas dos desenhadores.
No dia 30 (Sábado), às 16H00, conduzirei o público numa visita guiada por essa exposição.

Nos dias 23 de Outubro e 6 de Novembro, das 17H00 às 18H00, estarei disponível para dar autógrafos no Amadora BD, na zona prevista para o efeito.
Recordo que o álbum Mucha, escrito por mim e ilustrado por Osvaldo Medina e Mário Freitas (Kingpin Books), encontra-se nomeado para dois Prémios Nacionais de Banda Desenhada: Melhor Álbum Português e Melhor Argumento Para Álbum Português.

«Há uma tradição do terror que é aqui perseguida, mas também a do absurdo (de Kafka, sim, mas também de Ionesco; de Nezval e Mzorek; de Jodorowsky e Svankmajer): isto é, não há razão, explicação, solução. As coisas são como são, e é isso que mete medo e assegura uma angústia indelével.»
Pedro Vieira de Moura (crítico de banda desenhada. Prefácio de Mucha.)

«Se a metáfora do totalitarismo e dos seus modos insidiosos de se espalhar como se de uma benesse se tratasse é clara desde o início, tanto pelo comportamento das personagens como pela referência a Rhinocerós, o encontro de Rusalka com o exército nazi não deixa margem para dúvidas. Nessa sequência final e perigosamente catártica, a utilização do alemão nas falas não é um simples artifício, mas antes a confirmação de que para percepcionarmos o horror, e sobretudo para o sentirmos, não é imprescindível compreender as palavras que o integram. O artifício encontra-se no forçar de um ponto de vista para o leitor, agora mero espectador, e nem por isso menos responsável – mesmo sem o dom das línguas, permanece a dúvida quanto à ameaça que a epígrafe de Sófocles, na Antígona, lança na página que antecede a narrativa: "Estas coisas são de um futuro próximo". Mais do que o zumbido contínuo e incomodativo das moscas, são estas palavras que ecoam em cada prancha de Mucha
Sara Figueiredo Costa (crítica de literatura e banda desenhada. Revista LER, nº86.)

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Published on October 20, 2010 15:14

October 16, 2010

October 13, 2010

O Fantástico em crescimento: um esclarecimento


Esta semana, numa reportagem televisiva, voltei a ouvir um jornalista a afirmar que o Fantástico está em crescimento.
Escrevi «voltei», porque, com efeito, já não é a primeira vez, nem a segunda, muito menos a terceira, que tropeço com esta afirmação (ou outras semelhantes) na imprensa. Se ela fosse verdadeira, então o Fantástico estaria num contínuo estádio meta-estável de crescimento, sempre à margem de uma transição entre uma maior envergadura ou um abrupto abatimento (mais ou menos como um pão que está dentro do forno e que depende do grau certo de temperatura para se desenvolver), pois há anos, e às vezes em várias ocasiões num ano, que ouço e vejo as notícias atestar que «o Fantástico está em crescimento». Até parece um gag de continuidade: "O Fantástico já cresceu? Não, ainda está em crescimento. E agora, já cresceu? Não, ainda está em crescimento. Ora bolas, então quando é que cresce? Depois digo-te, ainda está em crescimento."
Em primeiro lugar, o Fantástico não é um campo isotrópico: é apenas uma designação (entre muitas) que é usada para englobar diversos géneros e modos heterogéneos de criação artística, por conseguinte qual é, afinal de contas, o Fantástico que está em crescimento? É o conjunto ou apenas algumas partes? O problema de afirmações como esta é que servem, somente, como anzóis para pescar o público ao qual as notícias se destinam, porque o seu valor informativo é zero.
Vamos assumir que, mesmo assim, a declaração que dá por certo que o Fantástico está em crescimento é verdadeira: onde é que estão os números para que possamos comprová-la? Qual é a estatística basilar? Provavelmente, não é nenhuma, assim como não existem números. É apenas uma afirmação enfiada na notícia, que nem uma cunha debaixo da porta, para mantê-la aberta aos consumidores. Em suma: o Fantástico não está em crescimento (seja lá isso o que for): o que existe, e pode ser comprovado, são fenómenos dilatados de mediatização relacionados com ele; e às vezes apenas marginalmente.
Esses picos de popularidade despertam a atenção de quem, normalmente, não está atento ao Fantástico e lhes cria a ilusão de que este «está em crescimento»: o público (jornalistas incluídos) acham sempre que conhecem tudo e quando algo que ignoravam lhes surge diante dos olhos nunca assumem que a falta de informação de que padeciam é fruto do desconhecimento, mas pensam que só naquele momento é que a matéria em questão avolumou o suficiente para alcançar a esfera em que se movimentam. Logo, só podem estar diante de uma coisa «em crescimento».
No que diz respeito à literatura fantástica, ela é lida, quase em exclusivo, por 1) entusiastas (que conhecem bem as obras canónicas do género e a sua história), depois por 2) leitores médios que compram livros fantásticos esporadicamente (até são capazes de ter dois ou três autores preferidos – principalmente quando estes se aproximam da chamada "literatura erudita", como Calvino ou Borges) e, finalmente, por 3) leitores de ocasião (que aparecem, de maneira pontual, sempre que algum fenómeno de popularidade traz para o mainstream a literatura fantástica, lá está!).
Os primeiros são leitores especializados, que já leram um número de obras lato o bastante para terem adquirido noções sólidas sobre originalidade, qualidade e pertinência de um trabalho literário. De facto, é preciso ter-se lido muitas obras boas para perceber os mínimos padrões de qualidade que um texto literário deve possuir: entre os quais, se a gramática e a linguagem estão correctas, se as figuras de estilo utilizadas no texto fazem sentido, etc., somente para enumerar alguns dos pontos mais elementares. Infelizmente, a maioria dos leitores médios lê pouquíssimo, fala e escreve com um português imperfeito, não considera que a literatura pode e deve ser mais que um mero entretenimento e cada vez mais apresenta uma menor capacidade de concentração no acto da leitura, consequência da concorrência dos meios audiovisuais que nos rodeiam e incutem os seus modelos nos livros. A prova disto é o número crescente de títulos cada vez mais parecidos com guiões de cinema, cheios de acção, diálogos e pouquíssimo discurso indirecto.
O terceiro tipo de leitores de que falei acima é, pela medida grande, composto por jovens (e muito jovens) que ainda não tiveram tempo de amadurecer e aprender a diferenciar o que é a qualidade e o que é o gosto pessoal. É natural que quem não possua grandes conhecimentos sobre literatura fantástica – e até de literatura, em geral –, e se tenha aproximado do género graças a uma obra em especial, deseje ler mais coisas dentro dessa matriz.
É, pois, neste contexto que surge o fenómeno já enunciado das modas (sejam elas quais forem – fantasias medievais épicas, histórias de vampiros ou outras – que drenam o interesse gerado pelos produtos responsáveis pela mediatização dos temas que se tornam as matérias-primas das próprias modas: os filmes da trilogia Senhor dos Anéis, por exemplo, ou a trilogia literária escrita por Stephenie Meyer) e das ficções escritas por fãs (fan fiction), que apenas almejam a rápida e satisfatória (de um ponto de vista emocional, nunca intelectual) reprodução mimética dos universos encontrados nos seus livros de estimação.
Por isso, pensem bem antes de dizer ou escrever que o Fantástico está em crescimento, porque isso não só não é verdade (o que há são modas, tal como em todas as áreas), como ainda transmite a ideia errónea de que também está a amadurecer.


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Published on October 13, 2010 10:17

October 10, 2010

Capa e sinopse de "A Luz Miserável"


Eis a capa do meu novo livro de contos, A Luz Miserável (Saída de Emergência), que será apresentado em exclusivo no próximo Fórum Fantástico. Fiquem atentos, porque em breve darei início a um passatempo, no qual podem ganhar um exemplar deste livro. Até lá, fiquem com a sinopse.

O horror está de volta.
Nestas três histórias, David Soares (O Evangelho do Enforcado, Lisboa Triunfante, A Conspiração dos Antepassados) apresenta imagens de luz e trevas que não deixarão nenhum leitor indiferente. Desde o ambiente exótico de A Sombra Sem Ninguém, passando pelos interiores claustrofóbicos de A Luz Miserável, até à extravagância macabra de Rei Assobio, os leitores vão conhecer personagens inesquecíveis, como um homem "quase" invisível, três soldados amaldiçoados e um velhote mutilado e vingativo.
Do suspense ao splatterpunk, A Luz Miserável é um livro de contos de horror provocadores, diabólicos e literários. Uma viagem vertiginosa ao lado negríssimo da imaginação.

«O mais importante escritor português de Fantástico da actualidade.»
Os Meus Livros
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Published on October 10, 2010 17:20

October 9, 2010

Colóquio "Mensageiros das Estrelas"

No próximo mês, de 2 a 5, irá ter lugar um colóquio académico sobre literatura fantástica na Universidade de Letras de Lisboa, organizado pelo Centro de Estudos Anglísticos dessa instituição, chamado Mensageiros das Estrelas. Entre os organizadores, estão Safaa Dib (responsável editorial das edições Saída de Emergência) e Luís Filipe Silva (escritor de ficção científica). Contará com inúmeros convidados de peso, tanto internacionais como nacionais. Entre os primeiros incluem-se o escritor Geoff Ryman e a académica Farah Mendlesohn.

Eu irei estar presente numa das mesas-redondas que irá falar sobre literatura fantástica e numa conversa a solo onde falarei sobre os meus romances. Em breve, divulgarei as datas das duas participações.
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Published on October 09, 2010 13:01

October 6, 2010

October 5, 2010

«Uma obra-prima de investigação e erudição»

Nas vésperas da publicação do meu novo livro de contos, A Luz Miserável, continuam a aparecer excelentes críticas aos meus romances: desta vez ao A Conspiração dos Antepassados (Saída de Emergência).
«Uma obra-prima de investigação e erudição, plasmada duma forma ficcional para melhor aceitação das moles, não tenho problemas em recomendar altamente este romance extraordinário, que penso será recordado no futuro das nossas letras como um dos marcos do início deste milénio. Assim o queiram as vontades.»
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Published on October 05, 2010 06:46