David Soares's Blog, page 87

October 4, 2010

"Mucha" nomeado para dois prémios Amadora BD

O álbum de banda desenhada Mucha (Kingpin Books), escrito por mim e ilustrado por Osvaldo Medina e Mário Freitas foi nomeado para dois prémios Amadora BD: Melhor Argumento Para Álbum Português e Melhor Álbum Português.
Estou felicíssimo com estas nomeações e congratulo Osvaldo Medina (desenho) e Mário Freitas (arte-final, design e edição) por terem sido uns excelentes colaboradores num álbum que eu considero muito especial.
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Published on October 04, 2010 16:06

September 29, 2010

Alfacinha

(Retrato de um Lisboeta?)

Uma alcunha muito mal explicada, cuja origem nunca foi apurada...
Que eu saiba, surge pela primeira vez no livro Viagens na Minha Terra, de Almeida Garrett, publicado em 1846. Diz ele na já famosa passagem que «Pois ficareis alfacinhas para sempre, cuidando que todas as praças deste mundo são como a do Terreiro do Paço (...)» (Guimarães Editores, 2001. Capítulo VII, páginas 39-40). Será que a alcunha já existia em uso corrente ou foi uma completa invenção do escritor? E a sê-lo, qual o sentido que ele lhe quis dar? Antes desta passagem, ele tem outra: «Coroai-vos de alface, e ide jogar o bilhar (...)» (pág. 39). O certo é que se tornou a alcunha dos lisboetas, para o bem ou para o mal, mas tenho dúvidas quanto às histórias de embalar que contam que éramos uns inveterados comedores de alfaces ou que as alfaces eram muito populares na cultura dos saloios dos nossos arrabaldes. Já agora: alface deriva da palavra árabe al-khass.
Já saloio tem outra origem, mas também árabe: vem da palavra çahrauii que significa apenas homem que habita no deserto e acho que surge pela primeira vez como çaloio no final do século XVIII. Em vista disso, é legítimo achar que os proverbiais saloios de Lisboa começaram por ser alguns mouros (vindos do Norte de África, talvez?) que habitaram nas mourarias medievais e se dedicaram, entre outras actividades, à agricultura; mas foi, de certeza, uma agricultura muito simplória, mais para consumo próprio que para venda. Hoje toda a gente usa a palavra saloio para designar, de maneira geral, um agricultor, seja ele de Lisboa ou não; ou até, de modo pejorativo, quando se quer chamar parolo a alguém.
Vale bem a pena recordar algo que eu não me canso de dizer: a maioria das coisas que nós achamos que são tradicionais, castiças, antigas, etc., foram inventadas há pouco mais de cento e cinquenta ou duzentos anos. Tripeiro, por exemplo, embora exista desde o século XV, só passou a ser usado como sinónimo de "portuense" no século XIX.
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Published on September 29, 2010 18:06

September 27, 2010

Os cangalheiros da literatura

Aparentemente, este artigo sobre eReaders e a suposta "morte do livro", publicado a 21 de Setembro no site Technology Review do Massachusetts Institute of Technology (MIT), contém argumentos muitíssimo semelhantes àqueles que já tinha expressado no meu artigo Sobre eReaders, a 18 de Agosto. É sempre uma felicidade ver as nossas opiniões corroboradas por fontes independentes e credíveis. É sinal que pensou bem nos assuntos e que não se anda com areia nos olhos.

Como já tive oportunidade de...
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Published on September 27, 2010 03:28

September 26, 2010

Liber ABA - trabalho(s) em progresso


Trabalho em progresso: a minha mesa durante a escrita do novo romance.
É o 4º - e conto terminá-lo no início do próximo ano. Até à sua publicação, e saídos ainda este ano, poderão ler um novo livro de contos (A Luz Miserável) e um álbum de banda desenhada (É de Noite Que Faço as Perguntas).
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Published on September 26, 2010 16:57

September 22, 2010

A Ode ao Negro

Em Março, Charles Sangnoir (compositor, músico e vocalista de La Chanson Noire) organizou, dirigiu e musicou um espectáculo de spoken word chamado Cabaret Seixal, que reuniu cinco convidados (Aires Ferreira, David Soares, Gilberto de Lascariz, Hyaena Reich e Melusine de Mattos). A minha contribuição intitulou-se A Ode ao Negro e consistiu num ensaio sobre a cor preta. Aqui fica o vídeo dessa minha performance.

A Ode ao Negro from David Soares on Vimeo.


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Published on September 22, 2010 05:59

September 16, 2010

A propósito de "O Homem do Castelo Alto"

A propósito da notícia da publicação de O Homem do Castelo Alto de Philip K. Dick, pela Saída de Emergência, vale a pena reflectir sobre os caminhos alternativos que a história ocidental poderia ter tomado se, em momentos de charneira, as circunstâncias tivessem sido diferentes das factuais. Neste romance de Philip K. Dick, as forças do Eixo ganham às dos Aliados, imprimindo um inédito planisfério no qual, após a Segunda Grande Guerra, os Estados Unidos foram esquartejados e partilhados...
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Published on September 16, 2010 11:14

O Homem do Castelo Alto


No próximo mês, a editora Saída de Emergência vai publicar um clássico da ficção científica: The Man in the High Castle de Philip K. Dick, autor de, entre outros títulos essenciais, Ubik, Do Androids Dream of Electric Sheep e The Three Stigmata of Palmer Eldritch. Em O Homem do Castelo Alto, a tónica não é colocada sobre a tecnologia e o impacto que tem na sociedade, mas numa hipótese que remete para a história alternativa: as forças do Eixo venceram a Segunda Grande Guerra e repartiram...
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Published on September 16, 2010 02:38

September 12, 2010

Um romance que não é de quinta-categoria


A editora portuguesa Ahab vai publicar em Outubro um dos melhores livros que li nos últimos tempos: Fifth Business de Robertson Davies, a primeira parte da chamada Trilogia de Deptford, prosseguida com The Manticore e World of Wonders.
Fifth Business é um trabalho superior, muito bem escrito, que eu recomendo de viva voz: leiam-no, porque é genial. O título em português é O Quinto em Discórdia, adaptação do título espanhol.
Nesta ligação podem ler a crítica que escrevi, vai fazer um ano na...
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Published on September 12, 2010 16:23

Um romance de quinta-categoria


A editora portuguesa Ahab vai publicar em Outubro um dos melhores livros que li nos últimos tempos: Fifth Business de Robertson Davies, a primeira parte da chamada Trilogia de Deptford, prosseguida com The Manticore e World of Wonders.
Fifth Business é um trabalho superior, muito bem escrito, que eu recomendo de viva voz: leiam-no, porque é genial. O título em português é O Quinto em Discórdia, adaptação do título espanhol.
Nesta ligação podem ler a crítica que escrevi, vai fazer um ano na...
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Published on September 12, 2010 08:45

September 11, 2010