Without Stopping Quotes

Rate this book
Clear rating
Without Stopping Without Stopping by Paul Bowles
306 ratings, 3.83 average rating, 38 reviews
Without Stopping Quotes Showing 1-3 of 3
“Although I knew enough Freud to believe that the sex urge was an important mainspring of life, it still seemed to me that any conscious manifestation of sex was necessarily ludicrous. Defecation and copulation were two activities which made a human being totally ridiculous. At least the former could be conducted in private, but the latter by definition demanded a partner. I discovered, though, that whenever I ventured this opinion, people took it as a joke.”
Paul Bowles, Without Stopping
tags: bodies, sex
“I did not choose to live in Tangier permanently; it happened. My visit was meant to be of short duration; after that I would move on, and keep moving onward indefinitely. I grew lazy and put off departure. Then a day came when I realized with a shock that not only did the world have many more people in it than it had had only a short time before, but also that the hotels were less good, travel less comfortable, and places in general much less beautiful. After that when I went somewhere else I immediately longed to be back in Tangier. Thus if I am here now, it is only because I was still here when I realized to what an extent the world had worsened, and that I no longer wanted to travel.”
Paul Bowles, Without Stopping
“John Huston chegou, vindo da Costa Oeste, para encenar a tradução [de Bowles] de Huis Clos [de Sartre]. O Oliver que estava a produzir a peça em colaboração com Herman Levine, tinha visto recentemente The Maltese Falcon [A Relíquia Macabra], e ficara convencido de que o Huston era o homem em cujas mãos queria pôr o trabalho. Como havia apenas três figuras no elenco, achara que poderíamos usar actores franceses para os papéis...
(...)
...Entaladas entre os dois avassaladores sotaques franceses, as inconfundíveis entoações da beldade do sul Ruth Ford surgiam ainda mais chocantes na sua intensidade viperina. Isso preocupou-me, mas a noite de estreia provou que estava enganado: a assistência gostou da Ford. Só mais tarde percebi que ela havia representado parcialmente hipnotizada. Era um dos truques de Huston. Durante a Segunda Grande Guerra, ele tinha usado a hipnose como um tratamento psiquiátrico para casos de fadiga de combate. O documentário que fizera sobre cinco casos destes, Let There Be Light, era extraordinariamente comovente, mas o exército proibiu a sua distribuição, e acabou por ficar enterrado. Esta faceta da personalidade do John intrigava-me particularmente, e estava sempre a discuti-la com ele, até que por fim começou a incluir sessões hipnóticas nos ensaios. O que me fascinou nessas experiências era a forma como revelavam a extrema maleabilidade da psique humana. Certo dia, Tyrone Power veio ver-nos. O John tinha preparado um bom espectáculo para ele. Já tinha levado a Annabella e a Ruth Ford ao ponto de poder levá-las ao transe apenas estalando os dedos perto das suas caras. A Annabella tinha vestida uma camisa de mangas arregaçadas. O John estalou os dedos e segurou-a para que se mantivesse direita de pé. Depois, mostrou um lápis de metal e acendeu um cigarro. Em seguida, disse-lhe: «Isto vai fazer-te cócegas. Vou tocar-te com a ponta do meu lápis.» E pressionou o cigarro na pele do antebraço dela, com força suficiente para o apagar. A Annabella soltou um risinho e esfregou um pouco o braço. Então, o John disse: «Agora vou tocar-te com o meu cigarro.» Tocou levemente o outro braço com o lápis, e ela soltou um grito de dor. Depois de a fazer voltar a si, fez-nos examinar os braços dela: aquele onde tinha apagado o cigarro não tinha marca nenhuma, mas o que tinha sido tocado pelo lápis apresentava uma mancha vermelha bem visível.
Isso deixou-me intrigado. Não parecia haver nada de extraordinário na falsa queimadura, mas o facto de que a pele do outro braço tinha resistido ao contacto do fogo sem qualquer marca era muito mais difícil de entender e conduzia inevitavelmente a um problema de gradação. Até que ponto pode a carne manter-se insensível?”
Paul Bowles, Without Stopping