The Function of the Orgasm Quotes

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The Function of the Orgasm (Discovery of the Orgone #1) The Function of the Orgasm by Wilhelm Reich
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The Function of the Orgasm Quotes Showing 1-30 of 40
“Gradually it became clear that it is a fundamental error to try to give the sexual act a psychological interpretation, to attribute to it a psychic meaning as if it were a neurotic symptom. But this is what the psychoanalysts did. On the contrary: any idea occurring in the course of the sexual act only has the effect of hindering one's absorption in the excitation. Furthermore, such psychological interpretations of genitality constitute a denial of genitality as a biological function. By composing it of non-genital excitations, one denies the existence of genitality. The function of the orgasm, however, had revealed the qualitative difference between genitality and pregenitality. Only the genital apparatus can provide orgasm and can discharge sexual energy completely. Pregenitality, on the other hand, can only increase vegetative tensions. One readily sees the deep rift which formed here in psychoanalytic concepts.”
Wilhelm Reich, The Function of the Orgasm; Sex-economic Problems of Biological Energy
“The "stiff, dead, retracted pelvis" is one of man's most frequent vegetative disturbances. It is responsible for lumbago as well as for hemorrhoidal disturbances. Elsewhere, we shall demonstrate an important connection between these disturbances and genital cancer in women, which is so common.
Thus, the "deadning of the pelvis" has the same function as the deadening of the abdomen, i.e., to avoid feelings, particularly those of pleasure and anxiety.”
Wilhelm Reich, The Function of the Orgasm
“I came to consider the instinct as nothing more than the "motor aspect of pleasure."

Wilhelm Reich, The Function of the Orgasm
“The question of how and why the encrustations and rigidifications of human emotional life are brought about led directly into the realm of vegetative life.”
Wilhelm Reich, The Function of the Orgasm
“Fui acusado de ser um utópico, de querer eliminar o desprazer do mundo e defender apenas o prazer. Contudo, tenho declarado claramente que a educação tradicional torna as pessoas incapazes para o prazer encouraçando-as contra o desprazer. Prazer e alegria de viver são inconcebíveis sem luta, experiências dolorosas e embates desagradáveis consigo mesmo. A saúde psíquica não se caracteriza pela teoria do nirvana dos iogues e dos budistas, nem pela hedonismo dos epicuristas, nem pela renúncia monástica; caracteriza-se, isso sim, pela alternância entre a luta desprazerosa e a felicidade, o erro e a verdade, o desvio e a correção da rota, a raiva racional e o amor racional; em suma, estar plenamente vivo em todas as situações da vida. A capacidade de suportar o desprazer e a dor sem se tornar amargurado e sem se refugiar na rigidez, anda de mãos dadas com a capacidade de aceitar a felicidade e dar amor.”
Wilhelm Reich, The Function of the Orgasm
“A capacidade de suportar o desprazer e a dor sem se tornar amargurado e sem procurar o refúgio no encouraçamento caminha lado a lado com a capacidade de receber a felicidade e de dar o amor. Como salientou Nietzsche, aquele que poderia "exaltar-se até atingir as culminâncias do céu" deve estar preparado para "ser mergulhado na morte". Entretanto, a nessa educação e filosofia social europeias tornaram os adolescentes, conforme a sua situação social, ou em frágeis bonecos, ou em máquinas de indústria ou de "negócios" — secas, insensíveis, portadoras de melancolia crônica e incapazes para o prazer.”
Wilhelm Reich, The Function of the Orgasm
“O prazer e a alegria da vida são inconcebíveis sem luta, sem experiências dolorosas e desagradáveis auto-avaliações. A saúde psíquica se caracteriza não pela teoria do Nirvana dos iogues e budistas, nem pelo hedonismo dos epicuristas ou pela renúncia do monasticismo; caracteriza-se pela alternância entre a luta desagradável e a felicidade, entre o erro e a verdade, entre a derivação e a volta ao rumo, entre o ódio racional e o amor racional; em suma, pelo fato de se estar plenamente vivo em todas as situações da vida.”
Wilhelm Reich, The Function of the Orgasm
“É mais fácil exigir disciplina e impô-la autoritariamente do que ensinar as crianças a sentirem prazer no trabalho independente, e a assumir uma atitude natural diante da sexualidade. É mais fácil declarar-se a si mesmo um führer onisciente enviado por Deus, e decretar o que milhões de pessoas devem pensar e fazer, do que se expor à luta do choque de opiniões entre a racionalidade e a irracionalidade. É mais fácil insistir na satisfação
legal do respeito e do amor, do que conquistar a amizade por meio de um comportamento bondoso. É mais fácil vender a própria independência com vistas à segurança material, do que levar uma existência responsável e livre, e ser o senhor de si mesmo. É mais conveniente ditar o comportamento aos subordinados, do que guiar esse comportamento protegendo aquilo que apresenta de singular. É por isso também que a ditadura é sempre mais fácil que a verdadeira democracia. É por isso que o satisfeito líder democrático inveja o ditador e procura, incompetentemente imitá-lo. É fácil pretender aquilo que é um lugar-comum. É difícil pretender a verdade.”
Wilhelm Reich, The Function of the Orgasm
“As catástrofes dos tempos mostraram-nos que o povo ensinado a ser cegamente fiel em qualquer sistema se privará da sua própria liberdade; matará o que lhe dá a liberdade, e fugirá com o ditador.”
Wilhelm Reich, The Function of the Orgasm
“Sinir hastalığı, doğal cinsel hazza vurulan ketlerin toplamından başka bir şey değildir, bu ketlemeler zamanla, makinemsi bir hale gelir. Sinir hastalığının bütün öbür belirtileri, bu kökensel bozukluğun sonuçlarıdır.”
Wilhelm Reich, The Function of the Orgasm
“Çağımızdaki genel eziyetçi
yıkıcılık doğal sevisel yaşama vurulan amansız ketlerin sonucudur.”
Wilhelm Reich, The Function of the Orgasm
“self-absorbed infant and the adult schizophrenic lay in the manner in which they experienced their environment”
Wilhelm Reich, The Function of the Orgasm: Discovery of the Orgone
“every one of them had experienced the inner collapse”
Wilhelm Reich, The Function of the Orgasm: Discovery of the Orgone
“What is the difference between a child and a dwarf?” He diagnoses the patient as being disoriented, schizophrenic, and megalomanic, period! There were some twenty thousand such persons”
Wilhelm Reich, The Function of the Orgasm: Discovery of the Orgone
“He is not understood. People laugh at him when he is harmless; they try to destroy him when he is strong. If he fails to comprehend the infinity into which his thoughts and actions reach, he is doomed to wreak his own ruin. Everything was seething and whirling in me when I read and understood Peer Gynt and when I met and comprehended Freud. I was ostensibly like Peer Gynt. I felt his fate to be the most likely outcome if one ventured to tear oneself loose from the closed ranks of acknowledged science and traditional thinking. If Freud’s theory of the unconscious was correct—and I had no doubt that it was—then the inner psychic infinity had been grasped. One became an infinitesimal speck in the flux of one’s own experiences. I felt all this in a nebulous way—not at all “scientifically.” Viewed from the standpoint of unarmored life, scientific theory is a contrived foothold in the chaos of living phenomena. Hence, it serves the purpose of a psychic protection. There is little danger”
Wilhelm Reich, The Function of the Orgasm: Discovery of the Orgone
“Ibsen’s drama.”
Wilhelm Reich, The Function of the Orgasm: Discovery of the Orgone
“El proceso sexual, o sea, el proceso biológico expansivo del placer, es el proceso vital productivo per se.”
Wilhelm Reich, The Function of the Orgasm
“El proceso sexual, o sea, el proceso biológico expansivo del placer, es el proceso vital productivo
per se.”
Wilhelm Reich, The Function of the Orgasm
“..мы имеем дело с шабашем ведьм, который будет повторяться вновь и вновь до тех пор, пока носителям знания и труда не удастся уничтожить в себе и в окружающем мире массовый невроз, называющийся "высокой политикой" и живущий за счёт беспомощности, коренящейся в характере людей”
Wilhelm Reich, The Function of the Orgasm
“Certas expressões, habituais na educação pela boca de pais e mestres, retratam com exatidão o que aqui descrevi como técnica muscular de encouraçamento. Uma das peças centrais da educação atual é o aprendizado do autocontrole. "Quem quer ser homem deve dominar-se." "Não se deve deixar-se levar." "Não se deve demonstrar medo." "Cólera é falta de educação." "Uma criança decente senta-se quieta." "Não se deve demonstrar o que se sente." "Deve-se cerrar os dentes." Essas frases, características da educação, inicialmente são repelidas pelas crianças, depois aceitas com relutância, laboradas e, por fim, exercitadas. Entortam-lhes — via de regra — a espinha da alma, quebram-lhes a vontade, destroem-lhes a vida interior, fazem delas bonecos bem educados.”
Wilhelm Reich, The Function of the Orgasm
“Quero mencionar em pouquíssimas palavras outro fenômeno que desempenha um papel destruidor na vida social dos nossos dias: quero referir-me à "atitude militar", especialmente como é prescrita e levada adiante pelos fascistas. A "rígida atitude militar" é o exato oposto da atitude natural, solta, ágil. O pescoço tem de estar rígido, a cabeça esticada para a frente; os olhos devem olhar rigidamente para a frente; o queixo e a boca devem ter uma expressão "varonil"; o tórax deve estar puxado para fora; os braços devem ser rigidamente mantidos rente ao corpo; as mãos devem estar esticadas ao longo da dobra das calças. Sem dúvida, a mais importante indicação da intenção sexualmente supressiva dessa técnica militar é a ordem proverbial: estômago para dentro, tórax para fora. As pernas são duras e rígidas.

Imaginem se quiserem a posição dos pacientes que estão lutando com os seus impulsos afetivos e fazendo todos os esforços para controlá-los. Os ombros estão duros; o pescoço tenso; o abdômen chupado, a pélvis retraída; os braços são mantidos rigidamente contra o corpo e as pernas rigidamente esticadas. Na verdade, a semelhança vai mais longe: a tensão dos tornozelos é uma indicação clínica típica do controle artificial dos afetos. É também uma necessidade estrita do passo de ganso prussiano. As pessoas educadas dessa forma, e forçadas a manter essa atitude física, são capazes de impulsos vegetativos naturais. Tornam-se máquinas executando cegamente exercícios manuais mecanizados; respondendo pronta e obedientemente: "Sim senhor, Capitão"; atirando mecanicamente nos seus próprios irmãos, nos pais, nas mães e irmãs. Ensinar o povo a assumir uma atitude rígida e não-natural é um dos meios mais essenciais usados por um sistema social ditatorial para produzir, com a perda da vontade, organismos que funcionem automaticamente. Esse tipo de educação não se restringe aos indivíduos; é um problema que concerne ao âmago da estrutura e da formação do caráter do homem moderno. Afeta grandes círculos culturais, e destrói a alegria de viver e a capacidade para a felicidade em milhões sobre milhões de homens e mulheres. Assim, vemos uma única linha que se estende da prática infantil de prender a respiração para não precisar masturbar-se, até o bloqueio muscular dos nossos pacientes, até a rígida posição dos militaristas, e até as técnicas artificiais destrutivas de autocontrole, de círculos culturais inteiros.”
Wilhelm Reich, The Function of the Orgasm
“A angústia é o equivalente negativo da excitação sexual; ao mesmo tempo, é equivalente a ela em termos de energia.”
Wilhelm Reich, The Function of the Orgasm
“A bexiga urinária não se contrai "a fim de cumprir a função da micção" em virtude de uma vontade divina ou de poderes biológicos sobrenaturais. Contrai-se em resposta a um simples princípio causal que é tudo, menos divino. Contrai-se porque o seu enchimento mecânico induz uma contração. Esse principio pode ser aplicado a qualquer outra função, à vontade. Nós não temos relações sexuais "a fim de gerar filhos", mas porque uma congestão de fluido carrega bioeletricamente os órgãos genitais e pressiona em direção à descarga. Isso, por sua vez, é acompanhado pela descarga de substâncias sexuais. Assim, a sexualidade não está a serviço da procriação; mais propriamente, a procriação é um resultado incidental do processo tensão carga nos genitais. Isso pode ser deprimente para os campeões da filosofia moral eugênica, mas é a pura
verdade.”
Wilhelm Reich, The Function of the Orgasm
“A nossa bexiga imaginária pode expandir-se e contrair-se. Pode expandir-se até um grau
extraordinário e então, com poucas contrações, relaxar-se. Pode estar flácida, tensa, relaxada ou excitada. Pode concentrar as cargas elétricas, junto com os fluidos que as transmitem de um lugar para outro, com intensidade variável. Pode conservar certas partes em um estado de tensão contínua e outras partes em um estado de contínuo movimento. Se a apertássemos de um lado, uma tensão e uma carga aumentadas apareceriam imediatamente em outra parte. Se nos esforçássemos realmente por manter uma pressão constante sobre a superfície toda, i.e., impedindo-a de expandir-se apesar da
contínua produção interior de energia, ficaria eia um perpétuo estado de angústia; quer dizer que se sentiria constrangida e limitada. Se pudesse falar, pediria que a livrássemos dessa situação torturante. A bexiga não se importaria com o que lhe acontecesse, contanto que o movimento e a mudança fossem reintroduzidos no seu estado comprimido e rígido. Como não poderia efetuar essa mudança por sua própria iniciativa, alguém teria de fazê-lo, por exemplo girando-a no espaço (ginástica); amassando-a (massagem); furando-a, se necessário (fantasia de estar sendo aberta com furos); machucando-a (fantasia masoquista de apanhar, Haraquiri); e, se nada mais ajudasse, dissolvendo-a, destruindo-a, desintegrando-a (Nirvana, morte sacrificial) . Uma sociedade formada de semelhantes bexigas criaria as filosofias mais idealísticas a respeito do "estado de ausência de sofrimento". Como qualquer extensão em direção ao prazer ou motivada pelo prazer poderia ser sentida somente como dolorosa, a bexiga desenvolveria um medo à excitação agradável (angústia de prazer) e criaria teorias sobre a "maldade", a "propensão para o pecado" e a "ação destrutiva" do prazer. Em suma, seria um asceta do século vinte. Conseqüentemente, teria medo de qualquer ideia de possibilidade da tão ardentemente desejada relaxação; e então odiaria semelhante ideia e finalmente perseguiria e mataria qualquer um que falasse a respeito. Juntar-se-ia a outros seres igualmente constituídos, peculiarmente rígidos, e traçariam rígidas normas de vida. Essas normas teriam a função única de garantir a menor produção possível de energia interior, i.e., de garantir a tranqüilidade, a resignação, e a continuidade das reações habituais. Faria quaisquer tentativas inadequadas para dominar os excedentes de energia interior que não pudessem ser utilizados através do prazer natural ou do movimento. Por exemplo, criaria insensatas ações sádicas ou cerimônias de natureza essencialmente automática e de pequena
finalidade (comportamento religioso compulsivo). As metas realistas se desenvolvem por si mesmas e, portanto, obrigam ao movimento e ao desassossego aqueles que se movem em direção a elas.”
Wilhelm Reich, The Function of the Orgasm
“Hitler prometeu a supremacia do homem. As mulheres seriam relegadas para o plano da casa e da cozinha; ser-lhes-ia negada a possibilidade de independência econômica e seriam excluídas do processo de formação da vida social. As mulheres, cuja liberdade pessoal havia sido esmagada durante séculos, que haviam desenvolvido um medo especialmente forte de levar uma existência independente, foram as primeiras a aclamá-lo.

Hitler prometeu a destruição das organizações democráticas socialistas e burguesas. Milhões de pessoas, democratas, socialistas e burguesas, congregaram-se em torno dele porque, embora as suas organizações falassem muito a respeito de liberdade, nunca haviam sequer mencionado o difícil problema da ânsia humana de autoridade e do desamparo das massas na prática política. As massas populares haviam sido desapontadas pela atitude irresoluta das velhas instituições democráticas. O desapontamento por parte de milhões de pessoas quanto às organizações liberais mais a crise econômica mais um irresistível desejo de liberdade produzem a mentalidade fascista, i.e., o desejo de entregar-se a uma figura autoritária de pai.”
Wilhelm Reich, The Function of the Orgasm
“Dezessete milhões, em trinta e um milhões de eleitores, levaram exultantes Hitler ao poder em março de 1933. Aqueles que observavam os acontecimentos com os olhos abertos sabiam que as multidões se sentiam desamparadas e incapazes de assumir a responsabilidade da solução dos problemas sociais caóticos, dentro da antiga estrutura política e do antigo sistema de pensamento. O führer podia fazê-lo, e o faria, por elas.

Hitler prometeu eliminar a discussão democrática de opiniões. Milhões de pessoas congregaram-se em torno dele. Estavam cansadas dessas discussões porque essas discussões haviam sempre ignorado as suas necessidades pessoais diárias, isto é, aquilo que era subjetivamente importante. Não queriam discussões a respeito do "orçamento" ou dos "altos interesses partidários". O que queriam era um conhecimento verdadeiro e concreto a respeito da vida. Não podendo consegui-lo atiraram-se às mãos de um guia autoritário, e à ilusória proteção que se lhes prometia.

Hitler prometeu liquidar a liberdade individual e estabelecer a "liberdade nacional". Milhões de pessoas trocaram entusiasticamente a possibilidade da liberdade individual por uma liberdade ilusória, isto é, uma liberdade através da identificação com uma ideia. Essa liberdade ilusória livrava-as de toda responsabilidade individual. Suspiravam por uma "liberdade" que o führer ia conquistar e garantir para elas: a liberdade de gritar; a liberdade de fugir da verdade para as mentiras de um princípio político; a liberdade de serem sádicos; a liberdade de jactar-se — a despeito da própria nulidade — de serem membros de uma raça superior; a liberdade de atrair as mulheres com os seus uniformes, em vez de fazê-lo por um sentimento forte de humanidade; a liberdade de sacrificar-se por alvos imperialistas, em vez de sacrificar-se pela luta concreta por uma vida melhor, etc.

O fato de que milhões de pessoas foram sempre ensinadas a reconhecer uma autoridade política tradicional, em vez de uma autoridade baseada no conhecimento dos fatos, constituiu a base sobre a qual a exigência fascista de obediência pôde agir. Por isso, o fascismo não era uma nova filosofia de vida, como os seus amigos e muitos dos seus inimigos queriam fazer o POVO acreditar; ainda menos tinha qualquer coisa que ver com uma revolução racional contra condições sociais intoleráveis. O fascismo é meramente a extrema conseqüência reacionária de todas as anteriores formas não democráticas de liderança dentro da estrutura do mecanismo social. Mesmo a teoria racial não era nada nova; era apenas a continuação lógica e brutal das velhas teorias da hereditariedade, e da degeneração. Por isso, foram precisamente os psiquiatras orientados para a hereditariedade e os eugenicistas da velha escola que se mostraram tão acessíveis à ditadura.

O que era novo no movimento fascista das massas era o fato de que a extrema reação política conseguiu usar os profundos desejos de liberdade das multidões. Um anseio intenso de liberdade por parte das massas mais o medo à responsabilidade que a liberdade acarreta produzem a mentalidade fascista, quer esse desejo e esse medo se encontrem em um fascista, ou em um democrata. Novo no fascismo era que as massas populares asseguraram e completaram a sua própria submissão. A necessidade de uma autoridade provou que era mais forte que a vontade de ser livre.”
Wilhelm Reich, The Function of the Orgasm
“Primeiro, "do próprio corpo do sujeito, que está destinado à decadência e à desintegração... " Por que é, então, que a ciência está sempre sonhando com o prolongamento da vida?

Segundo... "do mundo exterior, que pode enfurecer-se contra nós corri força esmagadora, inexorável e destruidora..." Por que, então, grandes humanistas passaram a metade da vida pensando nas maneiras de melhorar este mundo? Por que milhões de heróis da liberdade deram a vida na luta contra esse mundo exterior ameaçador, tanto no contexto social como no tecnológico? A peste não havia sido vencida, afinal? A escravidão física e social não havia sido reduzida? Não seria possível, jamais, dominar o câncer e a guerra, como a peste havia sido dominada? Nunca seria possível vencer a hipocrisia moralista , que mutila as nossas crianças e os nossos adolescentes?

O terceiro argumento contra o anseio humano de felicidade era sério, e permaneceu inexplicado. O sofrimento causado pelas relações do sujeito com outras pessoas, disse Freud, é mais doloroso que qualquer outro. As pessoas têm a tendência de encará-lo como um aborrecimento superficial, mas não é menos fatal ou mais evitável do que o sofrimento que tem outras origens. Aqui, Freud dá voz às suas próprias experiências amargas com a espécie humana. Aqui, atinge o problema econômico-sexual de estrutura, i.e., a irracionalidade que determina o comportamento de um homem. Eu mesmo tive dolorosa amostra disso na organização psicanalítica, organização cuja tarefa profissional deveria consistir no controle médico do comportamento irracional. Agora Freud estava dizendo que esse sofrimento era fatal e inevitável. Mas por quê? Que sentido havia, então, em focalizar o comportamento através da perspectiva de métodos científicos e racionais? Que sentido havia em defender a educação do homem para um comportamento racional e orientado para a realidade? Por alguma razão inexplicável, Freud não conseguia ver a crescente contradição da sua atitude. Por um lado, estava certo ao reduzir a conduta e o pensamento humanos aos motivos irracionais inconscientes. Entretanto levara isso longe demais: o impulso de derrubar uma árvore para construir uma cabana não é de origem irracional. Por outro lado, havia uma visão científica do mundo na qual a lei por ele descoberta não era válida. Era uma ciência que transcendia os seus próprios princípios! A resignação de Freud era apenas uma fuga à enorme dificuldade apresentada pela patologia que se contém no comportamento humano — a malícia do homem. Freud estava desiludido. A princípio, pensava haver descoberto a terapia radical das neuroses. Na realidade, isso fora apenas um começo. Era muito mais complicado do que sugeria a fórmula de tornar o inconsciente consciente. Sustentava que a psicanálise podia abraçar não apenas problemas médicos, mas problemas universais da existência humana.”
Wilhelm Reich, The Function of the Orgasm
“Deixava os meus manuscritos permanecerem na gaveta do meu escritório durante anos, antes de me sentir suficientemente seguro para publicá-los. Ser esperto era algo que eu podia deixar para os outros.”
Wilhelm Reich, The Function of the Orgasm
“Como eu disse, semelhantes exemplos não adiantariam nada. Onde o trabalho científico é mantido sob a jurisdição da moralidade, não é guiado pelos fatos — mas pelos códigos morais. (...) Esse tipo de "ciência objetiva" é uma das mós presas ao pescoço de uma humanidade que se está afogando.”
Wilhelm Reich, The Function of the Orgasm
“Os psicanalistas aceitavam, sem questioná-la, a antítese absoluta entre natureza (instinto, sexualidade) e cultura (moralidade, trabalho e dever) e chegaram à conclusão de que "a sobrevivência dos impulsos" está em desacordo com a cura. Levei muito tempo para superar o meu medo a esses impulsos. Era claro que os impulsos anti-sociais que enchem o inconsciente são viciosos e perigosos apenas enquanto está bloqueada a descarga de energia biológica por meio da sexualidade. Se este é o caso, há apenas, basicamente, três saídas patológicas: impulsividade autodestrutiva desenfreada (vício, alcoolismo, crime causado por sentimentos de culpa, impulsividade psicopata, assassínio sexual, violação de crianças, etc.); neuroses de caráter por inibição dos instintos (neurose compulsiva, histeria de angústia, histeria de conversão); e psicoses funcionais (esquizofrenia, paranoia, melancolia ou insanidade maníaco-depressiva). Estou omitindo os mecanismos neuróticos operantes na política, na guerra, no casamento, na educação das crianças, etc., todos eles conseqüências da falta de satisfação genital de milhões de pessoas.”
Wilhelm Reich, The Function of the Orgasm

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