Felicidade Clandestina Quotes

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Felicidade Clandestina Felicidade Clandestina by Clarice Lispector
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Felicidade Clandestina Quotes Showing 1-14 of 14
“[...] E é porque sempre fui de brigar muito, meu modo é brigando. É porque sempre tento chegar do meu modo. É porque ainda não sei ceder. [...] É porque ainda não sou eu mesma, e então o castigo é amar um mundo que não é ele. É também porque eu me ofendo à toa. É porque talvez eu precise que me digam com brutalidade, pois sou muito teimosa. [...] Talvez eu tenha que chamar de "mundo" esse meu modo de ser um pouco de tudo.”
Clarice Lispector, Felicidade Clandestina
“Amor é quando é concedido participar um pouco mais. Poucos querem o amor, porque amor é a grande desilusão de tudo o mais. E poucos suportam perder todas as outras ilusões. Há os que se voluntariam para o amor, pensando que o amor enriquecerá a vida pessoal. É o contrário: amor é finalmente a pobreza. Amor é não ter. Inclusive amor é a desilusão do que se pensava que era amor.”
Clarice Lispector, Felicidade Clandestina
“Às vezes sentava-me na rede, balançando-me com o livro aberto no colo, sem tocá-lo, em êxtase puríssimo.

Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com o seu amante.”
Clarice Lispector, Felicidade Clandestina
“Como posso amar a grandeza do mundo se não posso amar o tamanho da minha natureza?”
Clarice Lispector, Felicidade Clandestina
“Porque hacía del amor un cálculo matemático equivocado: pensaba que, sumando las comprensiones, amaba. No sabía que sumando las incomprensiones es como se ama verdaderamente. Porque sólo por haber sentido cariño pensé que amar era fácil. Y porque rechacé el amor solemne, sin comprender que la solemnidad ritualiza la incomprensión y la transforma en ofrenda. Y también porque siempre he sido muy de pleito, mi modo es pelearme. Y porque siempre intento llegar a mi modo. Y porque todavía no sé ceder. Y porque en el fondo quiero amar lo que yo amaría, no lo que es. Y porque todavía no soy yo misma, y por lo tanto, el castigo es amar un mundo que no es él mismo.”
Clarice Lispector, Felicidade Clandestina
“Para que te servem essas unhas longas? Para te arranhar de morte e para arrancar os teus espinhos mortais, responde o lobo do homem. Para que te serve essa cruel boca de fome? Para te morder e para soprar a fim de que eu não te doa demais, meu amor, já que tenho que te doer, eu sou o lobo inevitável pois a vida me foi dada. Para que te servem essas mãos que ardem e prendem? Para ficarmos de mãos dadas, pois preciso tanto, tanto, tanto — uivaram os lobos, e olharam intimidados as próprias garras antes de se aconchegarem um no outro para amar e dormir.

(Os Desastres de Sofia)”
Clarice Lispector, Felicidade Clandestina
“Enquanto eu inventar Deus, Ele não existe.”
Clarice Lispector, Felicidade Clandestina
“Enquanto eu imaginar que "Deus" é bom só porque eu sou ruim, não estarei amando a nada: será apenas o meu modo de me acusar. Eu, que sem nem ao menos ter me percorrido toda, já escolhi amar o meu contrário, e ao meu contrário quero chamar de Deus.”
Clarice Lispector, Felicidade Clandestina
“É porque só poderei ser mãe das coisas quando puder pegar um rato na mão.”
Clarice Lispector, Felicidade Clandestina
“Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com o seu amante.”
Clarice Lispector, Felicidade Clandestina
“Que é, afinal, que eles queriam? Eles não sabiam, e usavam-se como quem se agarra em rochas menores até poder sozinho galgar a maior, a difícil e a impossível; usavam-se para se exercitarem na iniciação; usavam-se impacientes, ensaiando um com o outro o modo de bater asas para que enfim - cada um sozinho e liberto - pudesse dar o grande voo solitário que também significaria o adeus um do outro.”
Clarice Lispector, Felicidade Clandestina
“... E foi assim que no grande parque do colégio lentamente comecei a aprender a ser amada, suportando o sacrifício de não merecer, apenas para suavizar a dor de quem não ama.”
Clarice Lispector, Felicidade Clandestina
“Mesmo que o esqueça daqui a uns minutos, nunca poderá perder tudo isso.”
Clarice Lispector, Felicidade Clandestina
“Outro nome que a instabilidade dos adultos lhe dava era o de "bem comportado", de "dócil". Dando assim um nome não ao que ele era, mas à necessidade variável dos momentos.”
Clarice Lispector, Felicidade Clandestina