Gaza Faces History Quotes

Rate this book
Clear rating
Gaza Faces History Gaza Faces History by Enzo Traverso
1,048 ratings, 4.30 average rating, 176 reviews
Open Preview
Gaza Faces History Quotes Showing 1-7 of 7
“Sob a Lei do Retorno, Israel acolhe todos os judeus na diáspora, mas nega aos palestinianos expulsos em 1948 e aos seus descendentes o direito de regressar. Israel é um Estado democrático para os seus cidadãos, mas uma ditadura militar para os palestinianos nos territórios ocupados, que foram privados dos seus direitos. Na verdade, como foi realçados por Amnon Raz-Krakotzkin, Israel não é um «Estado-nação», mas um «processo contínuo de redenção» baseado numa particular combinação de teologia e colonialismo. É um Estado que encarna «um objectivo perpétuo de imigração, povoamento e judaísmo», do qual os Árabes estão excluídos por definição.”
Enzo Traverso, Gaza Faces History
“A violência palestiniana tem a força do desespero. Brota de «uma comunidade de dor e ressentimento», como escreveu Jean-Pierre Filiu, formada por décadas de uma ocupação impiedosa que transformou a Faixa de Gaza numa «prisão a céu aberto». Esta descrição, acrescenta, «estava, de facto, errada, uma vez que em qualquer cadeia não se supõe que os reclusos sejam atingidos a tiro ou bombardeados, excepto no caso de um verdadeiro motim. Em Gaza, os ataques israelitas, fossem “direccionados” ou não, continuaram a ser um acontecimento regular. Não se trata de idealizar a violência, mas de compreender as suas raízes. O Hamas é popular entre um grande número de palestinianos, é um facto. É sobretudo popular entre os jovens da Cisjordânia, onde não consegue fazer valer a sua influência através da coerção. É popular porque luta contra a ocupação. Criado em 1987 na sequência da Primeira Intifada como o braço político e militar da Irmandade Muçulmana, o maior dos movimentos islâmicos conversadores do Médio Oriente, o Hamas ganhou força depois do fracasso dos Acordos de Oslo. Em 2000, a Segunda Intifada deu-lhe um novo influxo de energia. Em 2006, o Hamas foi eleito para governar Gaza, substituindo a Autoridade Palestiniana amplamente desacreditada. Condenou o Holocausto e o anti-semitismo, declarando que a sua luta não é contra os Judeus, mas contra o Estado sionista. Em 2017, os seus novos estatutos abandonaram o plano de destruir Israel e adoptaram a ideia de um Estado palestiniano dentro das fronteiras de 1967, ou seja, a Cisjordânia, a Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental. A resposta de Israel foi o massacre de Março de 2018 mencionado anteriormente. Enquanto o Hamas desenvolvia uma estratégia política para substituir a opção militar ineficiente, Israel fechou a porta a qualquer diálogo, Netanyahu declarou a sua oposição a um Estado palestiniano e o seu governo expandiu os colonatos na Cisjordânia, mudou a capital para Jerusalém e «congelou» Gaza. O 7 de Outubro foi a retaliação inevitável.”
Enzo Traverso, Gaza Faces History
“O conceito de guerra – termo usado nestas páginas segundo o uso que lhe foi dado nos últimos meses – não é apropriado para definir o que está a acontecer em Gaza, onde não há dois exércitos em confronto. Há antes uma máquina de guerra extremamente poderosa e sofisticada que está a eliminar de forma metódica um conjunto de centros urbanos habitados por quase dois milhões e meio de pessoas. É uma destruição unilateral, contínua e inexorável. Não estamos em presença de dois exércitos, dada a disparidade entre as FDI e o Hamas, mas entre executores e vítimas, um exército e uma população civil – precisamente as condições associadas ao genocídio.”
Enzo Traverso, Gaza Faces History
“mito”
Enzo Traverso, Gaza ante la historia
“Una mentira similar se propaga hoy entre muchas personas que están convencidas de que Israel, un país nacido de las cenizas de la Shoah, no puede perpetrar un genocidio. Los judíos fueron víctimas de un genocidio; Israel nació como respuesta al antisemitismo y como refugio para sus víctimas; por lo tanto, Israel no puede cometer genocidio. [...] Israel sería una verdadera democracia y la ocupación de los territorios palestinos una medida necesaria contra una amenaza vital, o la consecuencia de un despiste, de un exceso –el mencionado síndrome de Nolteen un país amenazado. La inocencia de Israel estaría inscrita en su código genético. La fe implica a veces la negación de la realidad".”
Enzo Traverso, Gaza ante la historia
“[...] la derecha conservadora e incluso la extrema derecha se han convertido en ardientes defensores del sionismo, al considerar que los inmigrantes árabes y los musulmanes funcionan mucho mejor que los judíos como chivos expiatorios. Los antisemitas de ayer son hoy los que más denuncian el antisionismo como una forma de antisemitismo. El caso italiano es paradigmático: atacando al antisionismo, los «posfascistas», herederos de las leyes raciales de 1938 ahora en el Gobierno, pueden afirmar su apoyo a Israel y su pertenencia al bando occidental, estigmatizar a la izquierda y llevar a cabo políticas xenófobas contra los inmigrantes".”
Enzo Traverso, Gaza ante la historia
“Ha surgido una nueva narrativa que convierte a Israel en víctima: el antisionismo es una forma de antisemitismo; el anticolonialismo ha revelado finalmente su matriz antioccidental, fundamentalista y antisemita. Los conspiradores «judeo-bolcheviques» de antaño han pasado a ser la «izquierda proislámica» de hoy. En los últimos meses, esta mitología se ha extendido al igual que lo hicieron las fake news sobre la guerra de 1914.Una inversión de la realidad de este calado no puede quedar sin consecuencias. Combatir el antisemitismo será cada vez más difícil después de haber desfigurado y distorsionado su naturaleza de un modo tan descarado. El riesgo de banalización es muy real: si se puede librar una guerra genocida en nombre de la lucha contra el antisemitismo, muchas personas honradas empezarán a pensar que sería mejor abandonar una causa tan dudosa. Nadie podrá evocar el Holocausto sin despertar sospechas e incredulidad; muchos llegarán a creer que se trata de un mito inventado para defender los intereses de Israel y sus aliados. La memoria de la Shoah como «religión civil» –la sacralización ritual de los derechos humanos a través del recuerdo de las víctimas– perderá todas sus virtudes pedagógicas".”
Enzo Traverso, Gaza ante la historia