Livro Quotes

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Livro Livro by José Luís Peixoto
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Livro Quotes Showing 1-7 of 7
“Sempre gostei de procurar livros, não quero saber onde estão, basta-me saber que existem.”
José Luís Peixoto, Livro
“Ao fixar o reflexo dos meus olhos no espelho, já me pareceu muitas vezes que está outra pessoa dentro deles. Observa-me, julga-me, mas não tem voz para se exprimir. Será talvez eu com outra idade, criança ou velho: inocente, magoado por me ver a destruir todos os seus sonhos; ou amargo, a culpar-me pela construção lenta dos seus ressentimentos. Seria melhor se tivesse palavras para dizer-me, mas não. Só aquele olhar lhe pertence. É lá que está prisioneiro.”
José Luís Peixoto, Livro
“há certos movimentos que apenas são possíveis depois do início da primavera. Durante a invernia, o corpo esquece-os, mingua, endurece como as árvores. Em maio, o corpo recorda esses movimentos, julga reaprendê-los e, ao fazê-lo, redescobre a sua verdadeira natureza.”
José Luís Peixoto, Livro
“Dar um passo pode ser fruto de uma decisão complexa. Há a possibilidade de seguir para a direita ou para a esquerda, posso continuar em frente ou voltar para trás, desfazer. Cada escolha lançará uma cadeia de resultados. Mal comparado, é como acordar na estação Sèvres-Lecourbe e não ter mapa do metro, nunca ter estado ali, não saber sequer onde se está, não saber sequer o que é o metro. Ter de aprender tudo. Ao fim de um tempo, com sorte, conversando com pedintes cegos, tocadores de concertina, talvez se consiga chegar à conclusão que se quer ir para a estação Ourcq, esse é o lugar onde se poderá ser feliz, mas como encontrar o caminho sem mapa, sem conhecer linhas e ligações? É possível arrastar a vida inteira no metro de Paris e nunca passar por Ourcq. É também possível passar por lá e não reconhecer que é ali que se quer sair.”
José Luís Peixoto, Livro
“Desde que deixara de trabalhar na biblioteca que os dias se tinham começado a misturar, nada distinguia as terças das quartas, quintas, sextas-feiras. Até as estações se tinham começado a misturar: invernera, primavão, verono, outerno. Esse soufflé de tempo era interrompido pelas visitas do Cosme, um palito para ver se o tempo estava cozido por dentro. (p. 188)”
José Luís Peixoto, Livro
tags: tempo
“Se namorares comigo, dou-te um pombo, cem escudos e um livro.”
José Luís Peixoto, Livro
“Eram livros de capas gastas, que antologiavam a incoerência emocional e intelectual do Constantino em volumes, tomos de veneno e azia. Como uma enciclopédia: Aberração a Desespero; Despotismo a Incapaz; Incómodo a Preconceito; Prepotente a Zangado.
Index Librorum Prohibitorum. (p. 215)”
José Luís Peixoto, Livro