75,524 books
—
280,610 voters
“I've got death inside me. It's just a question of whether or not I can outlive it.”
― White Noise
― White Noise
“No sense of the irony of human experience, that we are the highest form of life on earth, and yet ineffably sad because we know what no other animal knows, that we must die.”
― White Noise
― White Noise
“– Como está indo o seu seminário sobre desastres de carros?
– Já examinamos centenas de colisões. Carros com carros. Carros com caminhões. Caminhões com ônibus. Motos com carros. Carros com helicópteros. Caminhões com caminhões. Meus alunos acham que esses filmes são proféticos. Que ilustram a tendência suicida da tecnologia. O impulso de suicidar-se, a sede incontrolável de suicídio.
– O que você diz a eles?
– De modo geral, são filmes classe B, feitos para a televisão, para passar em autocines do interior. Digo aos meus alunos que não devem procurar o apocalipse nesses filmes. Vejo esses desastres como parte de uma velha tradição de otimismo norte-americano. São eventos positivos, afirmativos. Cada desastre tenta ser melhor que o anterior. Há um aperfeiçoamento constante de instrumentos e perícia, desafios enfrentados. O diretor diz: “Quero uma jamanta virando duas cambalhotas e produzindo uma bola de fogo alaranjada com diâmetro de doze metros que dê para iluminar a cena”. Digo aos meus alunos que, se eles querem pensar em termos de tecnologia, têm que levar isso em conta, essa tendência a realizar atos grandiosos, a correr atrás de um sonho.
– Um sonho? E como seus alunos reagem?
– Igualzinho a você. “Um sonho?” Tanto sangue, vidro quebrado, borracha cantando? Tanto desperdício, tantos indícios de uma civilização em decadência?
– E aí?
– Aí eu lhes digo que o que eles estão vendo não é decadência, e sim inocência. O filme deixa de lado a complexidade das paixões humanas para nos mostrar uma coisa fundamental, cheia de fogo, barulho e ímpeto. É uma realização conservadora de desejos, uma ânsia de ingenuidade. Queremos voltar à pureza. Queremos voltar para trás na trajetória da experiência da sofisticação e das responsabilidades que ela implica. Meus alunos dizem: “Veja quantos corpos esmagados, membros amputados. Que raio de inocência é essa?”.
– E o que você diz a eles?
– Que não consigo encarar um desastre de carros num filme como um ato violento. É uma comemoração. Uma reafirmação de valores e crenças tradicionais. Eu associo esses desastres a feriados nacionais, como o Dia de Ação de Graças e o Dia da Independência. Nós não choramos os mortos nem celebramos milagres. Vivemos numa era de otimismo profano, de autocelebração. Vamos melhorar, prosperar, nos aperfeiçoar. Veja qualquer cena de desastre de carro de filme americano. É um momento de alegria, como uma cena de equilibrismo, de corda bamba. As pessoas que criam esses desastres conseguem captar uma serenidade, um prazer ingênuo do qual os acidentes de carro dos filmes estrangeiros não chegam nem perto.
– O negócio é enxergar além da violência.
– Justamente. Enxergar além da violência, Jack. E ver esse espírito maravilhoso de inocência e ludismo.”
― White Noise
– Já examinamos centenas de colisões. Carros com carros. Carros com caminhões. Caminhões com ônibus. Motos com carros. Carros com helicópteros. Caminhões com caminhões. Meus alunos acham que esses filmes são proféticos. Que ilustram a tendência suicida da tecnologia. O impulso de suicidar-se, a sede incontrolável de suicídio.
– O que você diz a eles?
– De modo geral, são filmes classe B, feitos para a televisão, para passar em autocines do interior. Digo aos meus alunos que não devem procurar o apocalipse nesses filmes. Vejo esses desastres como parte de uma velha tradição de otimismo norte-americano. São eventos positivos, afirmativos. Cada desastre tenta ser melhor que o anterior. Há um aperfeiçoamento constante de instrumentos e perícia, desafios enfrentados. O diretor diz: “Quero uma jamanta virando duas cambalhotas e produzindo uma bola de fogo alaranjada com diâmetro de doze metros que dê para iluminar a cena”. Digo aos meus alunos que, se eles querem pensar em termos de tecnologia, têm que levar isso em conta, essa tendência a realizar atos grandiosos, a correr atrás de um sonho.
– Um sonho? E como seus alunos reagem?
– Igualzinho a você. “Um sonho?” Tanto sangue, vidro quebrado, borracha cantando? Tanto desperdício, tantos indícios de uma civilização em decadência?
– E aí?
– Aí eu lhes digo que o que eles estão vendo não é decadência, e sim inocência. O filme deixa de lado a complexidade das paixões humanas para nos mostrar uma coisa fundamental, cheia de fogo, barulho e ímpeto. É uma realização conservadora de desejos, uma ânsia de ingenuidade. Queremos voltar à pureza. Queremos voltar para trás na trajetória da experiência da sofisticação e das responsabilidades que ela implica. Meus alunos dizem: “Veja quantos corpos esmagados, membros amputados. Que raio de inocência é essa?”.
– E o que você diz a eles?
– Que não consigo encarar um desastre de carros num filme como um ato violento. É uma comemoração. Uma reafirmação de valores e crenças tradicionais. Eu associo esses desastres a feriados nacionais, como o Dia de Ação de Graças e o Dia da Independência. Nós não choramos os mortos nem celebramos milagres. Vivemos numa era de otimismo profano, de autocelebração. Vamos melhorar, prosperar, nos aperfeiçoar. Veja qualquer cena de desastre de carro de filme americano. É um momento de alegria, como uma cena de equilibrismo, de corda bamba. As pessoas que criam esses desastres conseguem captar uma serenidade, um prazer ingênuo do qual os acidentes de carro dos filmes estrangeiros não chegam nem perto.
– O negócio é enxergar além da violência.
– Justamente. Enxergar além da violência, Jack. E ver esse espírito maravilhoso de inocência e ludismo.”
― White Noise
“All plots tend to move deathward. This is the nature of plots. ”
― White Noise
― White Noise
/lit/ (2025 revival edition)
— 1284 members
— last activity Aug 21, 2025 08:35PM
No fun allowed. Reading top 100 books from the /lit/ chart.
Apocalypse Whenever
— 13793 members
— last activity 7 hours, 35 min ago
The most active group for apocalyptic and dystopian stories! Join a monthly book discussion, get recommendations, or just tell us if you like canned p ...more
Fringe Fiction Unlimited
— 2344 members
— last activity 10 hours, 1 min ago
Publishing is rich with hidden gems and diamonds in the rough that belong to self-published, indie, and otherwise underappreciated authors. Our focu ...more
The Seasonal Reading Challenge
— 8994 members
— last activity 58 minutes ago
Do you want to broaden your reading horizons and discover new books, authors and genres? Do you love reading challenges? Do you live for competition? ...more
Nerds & Encrenqueiros
— 399 members
— last activity Mar 08, 2025 06:51PM
Bem vindos! Este é um clube de leitura de ficção científica e fantasia. Visite também a nossa página no Facebook
Danilo’s 2024 Year in Books
Take a look at Danilo’s Year in Books, including some fun facts about their reading.
More friends…
Favorite Genres
Art, Classics, Contemporary, Fiction, Horror, Music, Non-fiction, Philosophy, Science, Science fiction, Suspense, and Thriller
Polls voted on by Danilo
Lists liked by Danilo


























