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— Ei... — Eu me aproximei e ele se afastou um pouco, virando o rosto para a direção oposta. — Marco, tudo vai dar certo. — Você não sabe disso, Rossi. — É, mas é importante ter esperança. — Ele parou e me encarou, os olhos levemente úmidos, brilhando, provavelmente segurando as lágrimas. Ele parecia quebrado, perdido, confuso.
Continuou me fitando, o olhar desceu para minha boca e ele tornou a cravar os olhos nos meus. E em um impulso, colei os lábios nos dele, mas antes mesmo que eu pudesse iniciar um beijo, ele me afastou. — Rossi... — ele chamou, em um tom de alerta. — Não ache que porque fodemos com frequência, os termos mudaram. Engoli em seco. Merda, merda, merda. Que inferno eu tinha feito, porra? Tinha tornado tudo estranho agora?
— E-eu... — Não me importo de conversar, mas se você quer alguém pra beijar na boca, sugiro que procure o Medeiros. Nós dois não vamos fazer isso — avisou, sério. — Eu sei, apenas agi por impulso — disse, rapidamente. — Não estou acostumada a nada disso, a relação que tenho com Fabrízzio é diferente e... — Olhei para a barra da camisa, sentindo meu rosto queimar. Deus, como eu me odiava. — Acho que houve algum tipo de confusão dentro da minha cabeça. — E dei uma risada fraca. — Lembre-se de que eu não sou ele, Rossi. Acho que seu corpo sabe muito bem disso — afirmou, com um olhar sedutor,
  
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Fui atingido algumas vezes durante a noite por pernas, o que fez com que eu resmungasse um pouco e acordasse em alguns momentos. A porra da Rossi estava na minha cama, sabe-se lá por qual motivo, e se mexia pra caralho enquanto dormia, eventualmente acertando-me. Meu colchão era imenso, mas toda vez que me afastava, ela parecia se aproximar ainda mais.
O último chute veio quando já estava claro, então bufei, distanciando-me mais um pouco e abri os olhos, pronto para acordá-la e mandar que fosse para seu próprio quarto, mas ela dormia tão profundamente, com a respiração pesada, que me pareceu errado.
Os cachos castanhos caíam em cascata por parte do rosto e se espalhavam por boa parte do travesseiro. Seus cílios eram longos e ela tinha algumas sardinhas quase imperceptíveis no nariz, que normalmente deveriam estar cobertas por alguma maquiagem, porque eu nunca havia percebido isso. Sua boca era tão convidativa para um beijo e por alguns segundos me arrependi de interrompê-la na noite passada, mas rapidamente me recuperei deste delírio.
Ela vestia uma das minhas camisas com manga do Lakers e eu nunca deixava nenhuma mulher usar minhas roupas, mas não me parecia lógico que ela tivesse tirado uma peça do meu armário sem meu consentimento.
Era um pouco hipnotizante observar seu corpo subindo e descendo lentamente e, de alguma forma, era uma cena reconfortante vê-la tão tranquila, tão em paz deitada ali ao meu lado. Nem parecia que estava me dando coices por toda a noite, como se fosse o caralho de um pônei irritado. E por alguns segundos esqueci de toda a merda que estava acontecendo na minha vida e minhas pálpebras pesaram.
O quarto cheirava a sexo e o cheiro de baunilha dela estava por todo meu lençol, misturando-se com a fragrância do meu perfume, produzindo um aroma único. Um cheiro nosso.
— Rossi, sobre ontem, eu tinha bebido demais e se passei um pouco do limite e fiz algo que você não gostou, se peguei um pouco pesado e te machuquei... — Não — ela me interrompeu, e mordeu o lábio inferior. — Você não me machucou. Você se machucou, esqueceu? — questionou, com um sorriso fraco, deslizando o dedo pela palma da minha mão, que estava apoiada no meu joelho e depois me olhou intensamente. — E-eu gostei. Muito. Ela escorregou uma das mãos pela minha perna e se levantou, sem quebrar o contato visual e começou a deslizar a língua pelo meu pescoço. Sério, ela não deveria estar exausta?
  
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— Bom dia. — Nick abriu a porta do apartamento e Rossi deu um pulo, arregalando os olhos e tentando cobrir as coxas. Desistiu e se escondeu atrás de mim. — Interrompi a foda matinal de vocês? — Ele gargalhou. — O que você acha? — Dei uma risada e ela me deu um soco no braço.
Nicolas se aproximou, olhando para Rossi, que se encolheu ainda mais atrás de mim. — Você pode sair daí, Rossi, não me importo. — Ele riu, e ela soltou um gritinho de incredulidade. — Não vou sair daqui, Montes, estou sem calcinha — disse baixinho, no meu ouvido e senti meu corpo estremecer. — Vire de costas, Nick. — Ele revirou os olhos e cruzou os braços, virando de costas para onde estávamos e Rossi correu disparado para o quarto. Nicolas se virou depois que ela saiu do cômodo e se sentou ao meu lado. — Porra, eu ainda não me conformo com o fato dela ser gostosa e você ter chegado primeiro.
  
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Nicolas era realmente um bom amigo. Não precisava pedir nenhum tipo de ajuda específica, ele sequer dava tempo para que pensasse no que necessitava, antes mesmo que eu pudesse raciocinar, ele já estava resolvendo tudo o que estava ao seu alcance.
— Está mesmo tudo bem de encontrarmos Jonas e Paula hoje? Porque podemos ficar só com Nick, se você estiver desconfortável. E lá estava ele novamente, o Marco Montes preocupado com Duda. Mesmo com tudo desabando a sua volta, mesmo que ele certamente estivesse precisando dos melhores amigos, estava conferindo se Duda se sentiria confortável com aquilo.
— Que porra, Marco? Ela o olhou irritada, exibindo a minha calcinha pendurada em uma caneta e eu engasguei com o chá. Merda. Merda! — Marco! — Ela deu um berro. — Não acredito que está trepando com essas porras dessas mulheres pelo apartamento! Ele me olhou, segurando uma risada e voltou o olhar para ela. Cara de pau? Não, nem um pouco. — Achei que tivéssemos combinado que a nossa sala era sagrada. Você está tão fodido comigo! — Duda, não foi bem assim... — Ah não! Aposto que não foi — disse, cheia de escárnio. — Puta merda, eu vou sentar nesse sofá sendo que você estava fodendo com uma
  
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— Duvido que você nunca tenha trepado com Jonas nesse sofá. — Mas era Jonas! Jonas, seu melhor amigo e não uma mulher aleatória qualquer. Vai que ela tem alguma micose na bunda? Eu não tinha micose nenhuma!
— Você agora deu pra ser curandeira, Rossi? Está fazendo algum curso? — ele disse, com desdém. — Fiz um curso, de fato, se quer saber. É bem simples e eficiente. — Você não precisa fazer nada disso. Também não precisa fingir ser legal porque estamos fodendo ocasionalmente. — Eu nunca faço nada que não queira fazer — falei, esticando a mão para que ele me desse a sua. — Mas se você não quer tentar minha sugestão, posso ficar aqui recitando a bula da Amoxicilina ou falando sobre a biografia de Alexander Fleming até que te dê sono. — Você só vai me deixar em paz se eu beber o seu maldito chá
  
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— Acha mesmo isso? Você acha que você pode fazê-la feliz? Ótimo! — gritou, explodindo de raiva. — O caminho é todo seu. É o que você quer, não é? Sempre foi. Vá em frente, você tem minha permissão. — Ele puxou o casaco com raiva e saiu batendo a porta do bar. — Jonas acabou de dizer pra você...? — perguntei, perplexo, mas Nick estava ainda mais.
Ele continuava me olhando, com uma expressão cansada e os dedos brincando com um cacho do meu cabelo e pensei por um minuto que poderia ficar assim, olhando no fundo daqueles olhos que pareciam uma tempestade, por um tempo infinito. Aquela tempestade que parecia me sugar para dentro de um furacão apocalíptico.
— De qualquer forma, faz sentido... Você está certo. Seus olhos se arregalaram no mesmo instante. — Repete. — Não, eu jamais repetirei isso — disse, rindo. Ele me beliscou na barriga, com um sorrisinho no rosto. — Ai! — Tomei um susto e dei uma risada. — Repete. — Ele veio para cima de mim. — Não. Tornou a me beliscar. — Para com isso — pedi, rindo e me encolhendo, porque estava sentindo cócegas.
Montes estava em cima de mim e segurou meus pulsos no topo da minha cabeça. Como era possível que uma brincadeirinha fosse capaz de me deixar excitada? Certamente havia algum parafuso solto dentro da minha cabeça. — Eu não vou te soltar até você dizer. — Aproximou a boca do meu ouvido de maneira provocante. — E se você não falar, vou te torturar por uma eternidade antes de te dar um orgasmo. Senti meu corpo estremecer. — Você está certo, Montes!
— Apenas argumentei a seu favor. Expliquei que já tinha começado algumas pesquisas sobre a doença e ofereci de trabalharmos juntos para buscar a cura. Pisquei, ainda atônito. Apenas. Apenas argumentou. Apenas começou pesquisas. Apenas ofereceu-se para trabalhar com ele. Apenas.
— É sobre isso? Sobre querer pagar uma dívida? Ela respirou frustrada. — Não, Marco, não é — disse, chamando-me pelo primeiro nome e parecendo exausta. — Apenas queria ajudar. Mas se você se sente melhor achando que é, isso é com você. Fiquei em silêncio por alguns segundos. Ela olhou para minha mão, segurando seu pulso e a soltei. Minha cabeça parecia um turbilhão. Não era normal na minha vida que pessoas que não fossem do meu círculo de amizades, fizessem as coisas por mim, simplesmente por fazer.
— Você já comeu? — perguntei, e ela sobressaltou com minha voz, olhou rapidamente pra mim, sem prestar muita atenção e voltou a rabiscar algo. — Não. Duda deve estar chegando, acho que vai trazer alguma coisa. — Hoje é meu dia. Rossi me encarou um pouco decepcionada. — Então talvez eu faça uma omelete ou um sanduíche, se você tiver resolvido trazer a maldita carne de porco que não suporto — disse, entre as risadas. — Trouxe salmão.
Era o mínimo certo? Depois de ela ter feito tudo aquilo para a minha mãe. — Você decidiu ser legal hoje porque eu fui ajudar sua mãe? — indagou, com ironia. — Não faço nada que eu não queira fazer, Rossi — respondi, no mesmo tom do dela, com a mesma frase que ela já tinha usado duas vezes comigo. Rossi sorriu, balançando a cabeça negativamente, rindo.
— Salmão? Que escolha peculiar para o prato de hoje — disse, sarcasticamente, lançando-me um olhar sugestivo. — Vou tomar um banho e podemos jantar. Quero aproveitar esse momento de trégua entre vocês dois. — E foi andando pelo corredor. — Se Duda soubesse de toda nossa trégua no quarto — comentei, com um sorrisinho pervertido no rosto e seus olhos se acenderam. — Você é ridículo — falou, entre as risadas, voltando a escrever alguma coisa no caderno.
Eu a observei por alguns segundos, era incrível como ela conseguia se concentrar em alguma coisa tão rapidamente.
— Rossi — chamei, e ela me olhou através dos cílios, ainda com a cabeça abaixada. — Eu... Não sei como te agradecer. — Você realmente não precisa. — Não, eu realmente preciso. Ela revirou os olhos sorrindo. — Se você continuar insistindo nisso, vou pedir como agradecimento para você se vestir de capivara e desfilar em um carro alegórico no próximo evento da cidade — ela zombou.
Rossi saiu do quarto e emergiu no meio da sala, toda arrumada para encontrar com a anomalia que ela esporadicamente saía.
— Fabrízzio disse que iria cozinhar hoje. — Ela parecia sem graça de falar as coisas perto de mim. Não sei o motivo. Honestamente, eu estava pouco me fodendo. — Se ele cozinhar tão bem quanto defende aquele time dele, você definitivamente deveria comer antes de ir — sugeri, ironicamente e Duda riu.
— Foda-se como ele defende o Fluminense, tenho certeza de que Alice quer mesmo é que ele dê uma de juiz e a puna com cartões de 24 horas de um sexo perfeito. — Duda! — ela repreendeu a amiga, ficando ainda mais vermelha. — É, talvez ele também não faça isso tão bem — falei, com desdém, e ela revirou os olhos. — Diga, Rossi, ele é a melhor foda que você já teve? Sua boca se abriu e fechou. — Eu aposto que é — Duda afirmou, cheia de si. Rossi ficou piscando sem resposta e eu arqueei uma das sobrancelhas e dei um sorrisinho cínico para ela. — Não vou discutir sobre minha vida sexual com você,
  
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— Você vai se arrumar ou vai com esse cabelo seboso para o bar? Ninguém vai chegar perto de você assim — zombei, e ela abriu a boca sem acreditar e começou a rir. — Seu babaca, eu lavei meu cabelo ontem. — Isso que dá usar esses shampoos vagabundos que você usa. — Eu uso os seus shampoos, otário. — Ela gargalhou. — Por isso estou tendo que repor aquelas merdas com mais frequência? — perguntei, chocado, e ela assentiu com a cabeça, sentindo-se vitoriosa. — Sempre esqueço de comprar, é mais fácil pegar o seu. — E encolheu os ombros. — Cara de pau do caralho.
— Finalmente, achei que não viriam mais hoje. — Nós não vínhamos, mas Marco não consegue sossegar o cu em casa. — Ela se inclinou sobre o balcão, como se fosse falar um segredo para Nick. —Mas tudo bem, o coitado está na seca. Acho que Alice ultimamente transa mais do que ele. — E deu uma risada. Nick gargalhou alto, olhando-me de uma maneira bem sugestiva e antes que eu pudesse responder ou xingá-la, Paula apareceu atrás de nós.
— O ambiente estava tão bem frequentado... — ela se lamentou, olhando para Duda. — Se você está aqui, certamente essa frase está errada — Duda retrucou, e Nick levantou uma das mãos para dar um high-five nela. Paula respirou fundo.
Não podia continuar insistindo em algo com ele. Não era certo. Fabrízzio estava se abrindo por completo e eu precisava ter consideração com seus sentimentos. Não poderia alimentar qualquer esperança sobre um futuro relacionamento, porque a verdade é que, o que eu tinha com Montes me impactava demais. Não que eu gostasse dele. Não gostava. Deus era minha maior testemunha. Mas tudo o que nossos corpos faziam juntos, toda química, ter o calor dele sobre o meu... Bem, eu não estava preparada para dar adeus a tudo isso. Não quando havia passado tanto tempo sem conhecer o verdadeiro potencial de um
  
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— Achei que você dormiria com Fabrízzio. — Ele meio que me pediu em namoro... — contei, e Montes se engasgou, olhei sem entender. — Come devagar, animal. Já te falei isso mil vezes. — Duda deu um tapa em suas costas com força, ele resmungou, empurrando seu braço e ela se sentou ao seu lado.
— Ele te pediu em namoro e você recusou? — Ela levou as duas mãos até a boca. — Que climão. — E deu uma risadinha nervosa. — Parece que você teria perdido a aposta ontem. Aparentemente Medeiros não é a melhor foda de Rossi — afirmou, com um sorrisinho de canto de lábio. — Claramente não é. — Ela riu.
— Sinceramente... — Duda botou a mão na cabeça, balançando-a negativamente como se não pudesse acreditar no que eu tinha acabado de dizer. — A pessoa diz que não tem tempo pra foder porque tem diversos livros atrasados para ler.
— Você sabe o que eu vou fazer hoje, Rossi? — perguntou, ainda segurando meus pulsos e novamente se aproximando do meu pescoço, mas sem encostar em qualquer parte da minha pele. Apenas sentia seu hálito quente na curva do meu pescoço, causando alguns pequenos espasmos. Ele não me tocava. — Rossi? — tornou a perguntar, o calor varrendo meu corpo, nublando por completo meu cérebro. — O que você quiser. — Me ouvi dizer, sem nem conseguir ponderar absolutamente nada, ainda de olhos fechados. Como eu podia agir tão irracionalmente perto dele? Ele riu, uma risada rouca e sensual. Como caralhos se
  
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— Você fica sempre tão molhada pra mim, não fica, Rossi? SIM. SIM. SIM. Completamente. — Sim. — A palavra saiu mais como um soluço. — E por que você fica assim? — perguntou, num tom divertido. — Porque você... Você me deixa assim. — Minha voz saiu entrecortada.
Mordi o lábio inferior e fechei os olhos quando seu dedo do meio escorregou com um pouco mais de pressão esfregando meu clitóris. Sua outra mão agarrava minha bunda com força e depois se movia pela minha barriga e seios. — Não morde a porra do lábio assim. — Ele quase rosnou e depois segurou meu rosto com uma das mãos, arranhando os dentes pelos meus lábios e puxando-os com força.
— Por favor... — Ainda não, Rossi. Montes foi descendo os lábios pela minha coluna e desejei não ter nenhum tecido no caminho. — Você não vai tirar minha roupa? — De jeito nenhum.
Ele deu uma risada e engasguei com o ar quando seus lábios chegaram na pele descoberta da minha bunda. Segurei a cabeceira da cama com um pouco mais de força. — Abra as pernas, Rossi. — Sua voz autoritária me desmanchou por dentro. Nunca, em toda minha vida, imaginei que pudesse sentir tanto tesão com ele me mandando fazer alguma coisa. Eu deveria ter algum problema, definitivamente. Odiava isso e ao mesmo tempo, amava.
Não levei nenhuma outra mulher para o apartamento naquele tempo. Primeiro, porque não me parecia certo que ela estivesse perdendo horas do seu dia tentando descobrir algo para ajudar a minha mãe enquanto eu estava no quarto ao lado fodendo. Além do mais, Rossi supria minhas necessidades melhor do que qualquer uma outra. Nosso sexo era único e por mais que me doesse assumir, nenhuma outra foda se comparava à nossa. As coisas foram ficando mais intensas e melhores conforme o tempo foi passando, desde que começamos a transar. Nós tínhamos uma intimidade absurda na cama e eu sabia exatamente como
  
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A verdade é que era exaustivo conhecer mulheres aleatórias, explicar o motivo de não querer beijá-las e ver mais do mesmo sempre. Não havia dificuldade alguma com Rossi. Tínhamos nossas regras, sabíamos o que o outro gostava e era sempre gostoso pra caralho. Além disso, o maior benefício, é que ela não era mais tão pé no saco. Nós conversávamos às vezes por alguns bons minutos sem sequer irritar o outro e já estava me acostumando com o fato de ela, muitas vezes, não parecer ter ponto final.
Rossi parecia perceber todas as vezes em que eu estava ultrapassando o limite da exaustão, então, quando Duda se trancava no quarto, ela pegava as palmas das minhas mãos e pressionava os pontos exatos para que qualquer dor de cabeça fosse embora. Inicialmente achei tudo aquilo estranho, posteriormente, liguei o foda-se. Estava tão sobrecarregado, preocupado, tendo que lidar com a empresa e ainda com a doença da minha mãe que minha cabeça era um turbilhão e eu estava verdadeiramente cansado. Agarraria qualquer minuto de paz, mesmo que eles viessem de Rossi.
Estiquei o braço tentando pegar o copo de uísque que ela havia deixado na beirada da mesa e percebi uma parte de classificados com alguns apartamentos circulados. — Você está vendo apartamentos? — Ela murmurou um sim quase inaudível. — Algum motivo específico? Rossi se afastou um pouco e me olhou confusa. — Acho que já fiquei tempo demais aqui. — E deu uma risada. — Você não precisa ir agora — comentei, dando um gole na bebida dela. — Rossi, você sabe que estraga a porra do uísque com esse limão, não sabe? — resmunguei, colocando o copo e ela deu de ombros, rindo. — Duda gosta de ter você aqui
  
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Ela ergueu uma das sobrancelhas. — Achei que não suportasse que eu morasse aqui — falou, com desdém. — Agora está me dizendo para ficar? Quem é você e o que fez com Marco Montes? — Bem, nós descobrimos um motivo de fazer sua estadia tolerável, Rossi — lembrei, passando uma das mãos por sua barriga, até os seios e segurando um dos seus mamilos, torcendo-o de leve. — Nós certamente descobrimos — ela disse, com a voz fraca, mexendo-se um pouco. Fiquei um tempo passeando com as mãos pela sua pele, enquanto ela suspirava baixinho, de olhos fechados. Nossos corpos pareciam se tocar por conta
  
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— Você não acha? — Han? — Marco, que inferno, você não estava prestando atenção no que falei? Marco. Já era a terceira vez que ela me chamava assim e sempre parecia sair sem querer. Mas eu nunca tinha tido a oportunidade de comentar sobre isso. — Marco? — Dei uma risada e ela bufou. — Acho que já é a terceira vez que você me chama pelo primeiro nome. — Não é minha culpa se eu ouço Duda falando seu maldito nome 80 vezes por dia. Mas se você se sente tão incomodado assim, prestarei mais atenção. — Você pode me chamar de Marco, Rossi. — Ela abriu a boca para começar a falar, mas a cortei. — E
  
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— Será que você pode levar esse livro para o quarto? Minhas costas estão doendo com você colocando esse seu peso todo em cima de mim — resmunguei. Ela se virou na minha direção perplexa, afastando-se de mim. — Você está dizendo que sou pesada? — Não, Rossi, você tem o peso de uma nuvem — falei, com desdém, levantando-me, colocando minha boxer e indo em direção ao meu quarto. Joguei-me na cama e ela entrou irritada, com o livro na mão, pisando forte e batendo a porta atrás de si. — Você é mesmo um idiota — xingou, sentando-se reta apoiada na cabeceira e colocando alguns travesseiros pra apoiar
  
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