Este lado do paraíso (Portuguese Edition)
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um autor deveria escrever para a juventude de sua geração, para os críticos da próxima e para os professores de todo o sempre.
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Francis Scott Fitzgerald Maio de 1920
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que era ser jovem numa América ainda jovem.
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levando sua vida para sua arte de forma inédita.
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Se o livro tem alguns dos defeitos característicos da juventude, como a dificuldade de organizar tudo que o autor sente, que tem a dizer para o mundo, ele extrai sua força desses mesmos traços.
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a angústia e o glamour de uma juventude que busca nova forma de existência, distante da caretice e carolice dos coroas, mas não chega a realizá-la, pelo menos não no teor desejado.
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o romance descreve os jovens com sutis contornos físicos, psíquicos e sociais e mostra como passaram a contestar o sistema de hierarquias e moralismos que dominava a vida universitária, pedindo por mais democracia e menos religião, por mais namoro e menos machismo, por mais cultura e menos mesquinharia.
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sob os efeitos dos martínis e do jazz se entregam a paixões, a romances embebidos em poesia.
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mas sua Beatrice é como a de Dante, uma promessa de paraíso terreno, de felicidade sublime, como Zelda para Fitzgerald.
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“Sou romântico”, diz Amory a certa altura. “Uma pessoa sentimental acha que as coisas irão durar. Uma pessoa romântica não tem esperanças, acha que não durarão. O sentimento é emotivo.”
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sabe, no entanto, que a desilusão é certa, deixando apenas um senso de responsabilidade e apego à vida.
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Os belos e malditos, também de 1922, diz tudo. Pessoas glamourosas e aflitas se buscam e se perdem, e o mundo é rodeado de lirismo e melancolia.
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O amor como brisa no meio das trevas, que promete mais do que cumpre numa sociedade tão corrompida por dinheiro e poder, é sempre o motivo.
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Quando o pai de Dick Diver morre, por exemplo, ele diz: “Adeus, meu pai. Adeus, todos os meus pais”.
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Experiência é o nome que muita gente dá a seus erros.
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uma instrução medida pelo número de coisas e de pessoas diante das quais alguém podia mostrar-se desdenhoso ou encantador; uma cultura rica em todas as artes e tradições, vazia de todas as ideias, nos últimos daqueles dias em que os grandes jardineiros podavam as rosas inferiores a fim de produzir um buquê perfeito.
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Querido, não pense em sair da cama já. Sempre desconfiei que levantar cedo deixa as pessoas nervosas. A Clotilde está providenciando para que você tome o café da manhã na cama.
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Adotam velhos sotaques londrinos comidos por traças, com que deparam por acaso e que têm de ser usados por alguém.
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Embora considerasse o próprio corpo uma massa de fragilidade, achava que tinha a alma igualmente doente e, por conseguinte, que esta última era algo importante em sua vida.
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As luas pálidas como essa – comentou Amory com um gesto vago – tornam as pessoas misteriosas. Você parece uma jovem feiticeira, sem o gorro e com os cabelos um pouco emaranhados. Myra levou as mãos aos cabelos. – Oh, deixe-os assim – interveio Amory. – Estão lindos.
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Fitou os cordões do sapato... Dick atara-os aquela manhã. Ele os atara... e agora era apenas uma pesada massa branca. Tudo o que restava do encanto e da personalidade de Dick Humbird que ele conhecera... Oh, era tudo tão horrível, tão pouco aristocrático, tão vulgar.
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Toda tragédia tem esse traço algo grotesco, miserável... tão inútil, tão fútil... Do mesmo modo que morrem os animais...
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faziam com que o cansaço pudesse esperar mais um dia.
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Isabelle chorou durante todo o segundo ato, o que deixou Amory bastante constrangido, embora observá-la o enchesse de ternura. Teve vontade de inclinar-se na direção dela e enxugar-lhe as lágrimas com um beijo; quanto a Isabelle, acobertada pela escuridão, enfiou a mão sob a dele, permitindo que Amory a apertasse de leve.
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colocar as abotoaduras, sentiu que estava desfrutando a vida como talvez não viesse a fazer de novo. Tudo parecia santificado pelo halo de sua própria juventude.
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– Isabelle! – exclamou quase involuntariamente, estendendo os braços. Como nos livros de história, ela correu para ele e, naquele meio minuto, enquanto seus lábios se tocavam pela primeira vez, a vaidade de Amory atingiu o ponto máximo – o pináculo de seu egotismo juvenil.
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Amory conteve-se com dificuldade; percebeu que não sentia verdadeiramente a menor afeição por Isabelle, mas sua frieza o espicaçava. Queria beijá-la, beijá-la muito, pois sabia que, então, poderia partir na manhã seguinte sem sentir a mínima preocupação. Se, pelo contrário, não a beijasse, aquilo o preocuparia... Interferiria, de algum modo, na ideia que ele formava de si próprio como conquistador. Não era nada dignificante “ficar por baixo”, implorando, diante de uma combatente tão destemida como Isabelle.
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– Você é uma tensão nervosa – disse ela, enfaticamente –, e no momento em que analisa todas as minhas pequenas emoções e todos os meus pequenos instintos, eu deixo de experimentá-los.
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Como vê, cada vida irrealizada Permanece parada, remendada e fragmentária; Não suspiramos profundamente, não rimos à vontade, Famintos, saciados, desesperados – sendo felizes.
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Não quero todo mundo no clube me fazendo perguntas a respeito como se eu fosse uma batata que estivesse sendo cultivada para um concurso de produtos agrícolas.
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E então? – Azul ou cor-de-rosa? – Diga-nos de que cor é. – Estamos esperando, Amory. – Sorria ou fale um palavrão... ou faça alguma coisa. Houve uma pausa... Passaram-se alguns segundos... Tornou a olhar, e outros segundos se passaram. – Azul como o céu, meus senhores...
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A minha ociosidade estava de acordo com o meu sistema de vida, mas a minha sorte fracassou.
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O ponto de vista de Amory, embora perigoso, não estava longe de ser verdadeiro. Se suas reações ao meio pudessem ser arrumadas em uma tabela, ela seria mais ou menos assim, a partir dos primeiros anos: 1. O Amory fundamental. 2. Amory mais Beatrice. 3. Amory mais Beatrice mais Minneapolis. Depois, St. Regis o fez em pedaços e tornou a montá-lo. 4. Amory mais St. Regis. 5. Amory mais St. Regis mais Princeton. O que fora o ponto em que mais se aproximara do êxito, mediante conformismo. O Amory fundamental, preguiçoso, imaginativo, rebelde, acabara quase vencido. Conformara-se, tivera êxito, mas ...more
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Na última que lhe escrevi, disse que a falta de dinheiro para se fazer as coisas que se tem vontade nos torna muito prosaicos e domésticos, mas temos ainda o suficiente para fazer tudo, se não formos demasiado extravagantes. Cuide de você, meu querido menino, e procure escrever pelo menos uma vez por semana, pois quando não recebo notícias suas fico imaginando toda espécie de coisas horríveis.
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formasse. Não sei o que fazer. Kerry Holiday quer que eu me aliste com ele na Esquadrilha Lafayette. – Você bem sabe que não gostaria de fazer isso. – Às vezes, acho que o faria... Esta noite, por exemplo, eu o faria num segundo.
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Num ano perdi metade da minha personalidade. – Não perdeu coisa alguma! – respondeu, com ar zombeteiro, monsenhor Darcy. – O que houve foi que você perdeu uma grande parcela de vaidade.
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Mas você está progredindo. Isso lhe deu tempo para refletir e deixar de lado grande parte de suas velhas ideias em relação ao êxito, ao super-homem e a todas essas coisas. Pessoas como nós não podem adotar teorias completas, como você fez. Se pudermos fazer o que nos compete e dispusermos de uma hora diária para pensar no assunto, podemos realizar maravilhas; quanto ao que diz respeito a qualquer alto plano de domínio absoluto, porém, não faríamos senão papel de tolos. – Mas, monsenhor, não consigo fazer o que me compete. – Amory, aqui entre nós, sem que ninguém nos ouça: eu mesmo só agora ...more
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Mas por que devemos fazer o que nos compete? Isso jamais me parece ser o que eu deveria fazer. – Devemos fazê-lo porque não somos personalidades, mas personagens. – Essa é boa... O que o senhor quer dizer? – Uma personalidade é aquilo que você julgava ser, aquilo que os seus amigos Kerry e Sloane, de quem você me falou, evidentemente são. Personalidade é quase exclusivamente uma questão física; diminui as pessoas sobre as quais atua... E eu já a vi desaparecer no decurso de uma longa enfermidade. Mas enquanto uma personalidade se mostra ativa, despreza o que lhe “compete fazer”. Ora, um ...more
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Quando se sente que todo o nosso prestígio, o nosso talento e tudo mais estão armazenados, não há mais necessidade de se preocupar com quem quer que seja, pois podemos enfrentar os outros sem dificuldades.
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Ora, você dispõe de um belo começo... um começo de que nem Kerry nem Sloane podem, por natureza, dispor. Você derrubou três ou quatro dos seus enfeites e, numa crise de ressentimento, arrancou de um só golpe todos os demais. O que você tem a fazer, agora, é reunir alguns enfeites novos, e quanto mais longe você olhar tendo em vista esse objetivo, melhor. Mas lembre-se: faça o que lhe compete!
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Por que será que costumo fazer listas? – perguntou-lhe, uma noite, Amory. – Listas de toda espécie de coisas? – Porque você é um medievalista – respondeu-lhe monsenhor Darcy. – Nós dois somos. É a paixão pela classificação, o desejo de encontrar um tipo. – É o desejo de obter algo definido.
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Você é muito pouco sentimental, quase incapaz de afeto, astuto sem ser ardiloso, e vaidoso sem ter orgulho.
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não se preocupe em perder a sua “personalidade”, como você insiste em chamá-la. Aos 15 anos você tinha o resplendor de um amanhecer, aos 20, começará a possuir o brilho melancólico do meio-dia, e quando tiver a minha idade, começará a irradiar, como eu, o calor dourado e alegre das quatro da tarde.
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tenha o cuidado de não procurar classificar as pessoas de modo demasiado definitivo em tipos; você vai perceber que durante a juventude elas continuarão, de maneira incômoda, a pular de uma classificação para outra, e ao colar desdenhosamente um rótulo em cada uma delas você não estará fazendo outra coisa senão guardar numa caixa um boneco de mola que saltará para fora e zombará de você quando você entrar em contato verdadeiramente antagonístico com o mundo.
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Mas é mais do que isso, Amory; é o receio de que, uma vez que comece, você não consiga mais parar. Você cometeria desatinos, e eu sei do que estou falando. O que o detém é esse sexto sentido quase miraculoso que o leva a perceber o mal; é o temor de Deus meio pressentido em seu coração.
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Burne representava vagamente uma terra em direção à qual Amory esperava estar se dirigindo... e já era tempo de essa terra surgir no horizonte. Tom, Amory e Alec haviam chegado a um impasse; não pareciam jamais ter qualquer nova experiência em comum,
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Não sei. Sinto-me confuso a respeito de uma porção de coisas... Acabo de descobrir que possuo um espírito e estou começando a ler.
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Na volta, iniciaram uma discussão acerca da vontade. – É a única coisa – afirmou ele –, a única linha divisória entre o bem e o mal. Jamais encontrei um homem que levasse uma vida miserável e que não tivesse vontade fraca.
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Se me agrada andar por aí dizendo para as pessoas sinceramente que me acho um gênio, permita que eu o faça.
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O mais profundo de tudo em sua personalidade era a dourada irradiação que se espalhava em torno dela. Como uma lareira acesa numa sala na penumbra lança romance e páthos nos rostos tranquilos que se acham junto dela,
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