A Gênese
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Uma vez restabelecido o equilíbrio na superfície do globo, a vida vegetal e animal retomou prontamente o seu curso. Consolidado, o solo assumiu uma situação mais estável; o ar, mais depurado, se tornara apropriado a órgãos mais delicados. O Sol, brilhando em todo o seu esplendor através de uma atmosfera límpida, difundia, com a luz, um calor menos sufocante e mais vivificador que o da fornalha interna. A Terra se povoava de animais menos ferozes e mais sociáveis; mais suculentos, os vegetais proporcionavam alimentação menos grosseira; tudo, enfim, se achava preparado no planeta para o novo ...more
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O que está fora de dúvida é que o homem não existia nem no período primário, nem no de transição, nem no secundário, não só porque não se descobriu nenhum vestígio dele, como também porque não havia condições de vitalidade para ele. Se o seu aparecimento se deu no terciário, só pode ter sido no fim desse período e em pequena quantidade.
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não determinou mudanças notáveis nas condições atmosféricas, tanto que eram os mesmos os animais e os vegetais, antes e depois dele. Não é, pois, impossível que o aparecimento do homem tenha precedido esse grande cataclismo; está hoje comprovada a existência do macaco naquela época e recentes descobertas parecem confirmar a do homem.
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quer o homem tenha aparecido ou não antes do grande dilúvio universal, o que é certo é que o seu papel humanitário somente começou a esboçar-se no período pós-diluviano.
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Esse período, portanto, pode ser caracterizado pela presença do homem na Terra.
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Durante todo o tempo que os elementos constitutivos do globo levaram para tomar suas posições definitivas, as mutações houveram de ser gerais. Uma vez consolidada a base, apenas se devem ter produzido modificações parciais, na superfície.
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Além das revoluções gerais, a Terra experimentou grande número de perturbações locais, que mudaram o aspecto de certas regiões.
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O fogo atuou quer produzindo erupções vulcânicas que, sob espessas camadas de cinzas e lavas, sepultaram os terrenos circunvizinhos, fazendo desaparecer cidades com seus habitantes, quer provocando terremotos e levantamentos da crosta sólida, que impeliam as águas para as regiões mais baixas, quer, enfim, pelo afundamento, em maior ou menor extensão, dessa mesma crosta, em alguns lugares, para onde as águas se precipitaram, deixando secos outros lugares. Foi assim que surgiram ilhas no meio do oceano, enquanto outras desapareceram; que porções de continentes se separaram e formaram ilhas; que ...more
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Quanto à água, essa atuou produzindo: ou a irrupção ou a retirada do mar em algumas costas; ou desmoronamentos que, interceptando as correntes líquidas, formaram lagos; ou transbordamentos e inundações; ou, finalmente, aterros nas embocaduras dos rios. Esses aterros, rechaçando o mar, criaram novos territórios. Tal a origem do delta do Nilo, do delta do Ródano ou Camarga.
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Esses levantamentos devem ter ocasionado grandes perturbações locais e inundações mais ou menos consideráveis, pelo deslocamento das águas, pela interrupção e mudança do curso dos rios.
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Embora esse dilúvio se tenha estendido por uma superfície muito grande, é atualmente ponto comprovado que ele foi apenas local; que não pode ter sido causado pela chuva, visto como, por muito abundante e contínua que fosse e ainda que se prolongasse por quarenta dias, o cálculo prova que a quantidade de água caída das nuvens não seria suficiente para cobrir toda a terra, até acima das mais altas montanhas.
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O dilúvio asiático foi evidentemente posterior ao aparecimento do homem na Terra, visto que a lembrança dele se conservou pela tradição em todos os povos daquela parte do mundo, os quais o consagraram em suas teogonias.
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Além do seu movimento anual em torno do Sol, que produz as estações, do seu movimento de rotação sobre si mesma em 24 horas, que resulta no dia e na noite, a Terra tem um terceiro movimento que se completa em cerca de 25.000 anos, ou, mais exatamente, em 25.868 anos e que produz o fenômeno designado em Astronomia sob o nome de precessão dos equinócios.
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consiste numa espécie de oscilação circular, que se tem comparado a um pião a morrer, em virtude da qual o eixo da Terra, mudando de inclinação, descreve um duplo cone cujo vértice está no centro do planeta, abrangendo as bases desses cones a superfície circunscrita pelos círculos polares, isto é, uma amplitude de 23 graus e meio de raio.
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O equinócio é o instante em que o Sol, passando de um hemisfério a outro, se encontra perpendicular ao equador, o que acontece duas vezes por ano, a 21 de março, quando o Sol passa para o hemisfério boreal, e a 22 de setembro, quando volta ao hemisfério austral.
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o momento do equinócio avança cada ano de alguns minutos (25 minutos e 7 segundos). É este avanço que é chamado precessão dos equinócios (do latim praecessĭo, ação de preceder).
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Com o tempo, esses poucos minutos fazem horas, dias, meses e anos, resultando daí que o equinócio da primavera, que agora se verifica no mês de março, em dado tempo se verificará em fevereiro, depois em janeiro, depois em dezembro. Então o mês de dezembro terá a temperatura de março e março a de junho e assim por diante, até que, voltando ao mês de março, as coisas se encontrarão de novo no estado atual, o que se dará ao fim de 25.868 anos, para começar indefinidamente a mesma revolução.
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Desse movimento cônico do eixo, resulta que os polos da Terra não olham constantemente os mesmos pontos do céu; que a Estrela Polar nem sempre será estrela polar; que os polos gradualmente se inclinam mais ou menos para o Sol e recebem dele raios mais ou menos diretos.
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Essas consequências são: 1o) O aquecimento e o resfriamento alternativo dos polos e, por conseguinte, a fusão dos gelos polares durante a metade do período de 25.000 anos e a nova formação deles durante a outra metade desse período. Por conseguinte, os polos não estariam condenados a uma perpétua esterilidade, cabendo-lhes gozar por sua vez dos benefícios da fertilidade. 2o) O deslocamento gradativo do mar, que pouco a pouco invade as terras litorâneas e põe outras a descoberto, para de novo as abandonar, voltando ao seu leito anterior.
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Ele não pode causar nenhum cataclismo súbito, porque os homens se retiram, de geração em geração, à proporção que o mar avança, e avançam pelas terras de onde o mar se retira.
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É a essa causa, mais que provável, que alguns cientistas atribuem o afastamento do mar de certas costas e sua invasão em outras partes.
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O deslocamento demorado, gradual e periódico do mar é um fato que a experiência comprova, atestado por inúmero exemplos em todos os pontos do globo.
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As grandes comoções da Terra têm-se produzido nas épocas em que a crosta sólida do planeta, em virtude da sua fraca espessura, quase não oferecia nenhuma resistência à efervescência das matérias incandescentes no seu interior.
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Certamente ainda poderão produzir-se perturbações locais, por efeito de erupções vulcânicas, da eclosão de alguns vulcões novos, ou em virtude de inundações repentinas de algumas regiões;107 algumas ilhas poderão surgir do mar e outras ser por ele tragadas; mas o tempo dos cataclismos gerais já passou, como os que assinalaram os grandes períodos geológicos.
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A Terra adquiriu uma estabilidade que, sem ser absolutamente invariável, coloca doravante o gênero humano ao abrigo das perturbações gerais, a menos que intervenham causas desconhecidas, a ela estranhas e que de modo algum se possam prever.
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Quanto aos cometas, estamos hoje completamente certos em relação à influência que exercem, mais salutar do que nociva, por parecerem destinados a reabastecer os mundos, se assim nos podemos exprimir, trazendo-lhes os princípios vitais que eles armazenam em sua corrida pelo espaço e na vizinhança dos sóis. Assim, pois, seriam antes fontes de prosperidade do que mensageiros de desgraças.
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Por sua natureza fluídica, já bem comprovada (cap. VI, itens 28 e seguintes), não é mais de se temer um choque violento com o nosso planeta, porquanto, se um deles encontrasse a Terra, seria esta última que o atravessaria, como se passasse através de um nevoeiro.
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Somente resquícios de velhos preconceitos podem fazer que a presença de um cometa inspire terror.
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Deve-se igualmente relegar entre as hipóteses quiméricas a possibilidade do encontro da Terra com outro planeta. A regularidade e a invariabilidade das leis que presidem aos movimentos dos corpos celestes tiram toda possibilidade de semelhante encontro.
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A Terra, no entanto, terá um fim. De que maneira? Isso ainda pertence ao domínio das hipóteses; como, porém, ela ainda se acha longe da perfeição que pode alcançar e da ancianidade que lhe indicaria o declínio, seus habitantes atuais podem estar certos de que tal fato não se dará no correr do tempo em que eles vivem.
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Ora, a atmosfera faz parte integrante do globo; os gases que a constituem provêm da decomposição dos corpos sólidos, e estes, recompondo-se, retomam o que lhe deram. É uma troca, ou antes uma perpétua transformação, de tal sorte que o crescimento dos vegetais e dos animais se opera com o auxílio dos elementos constitutivos do globo, e os seus despojos, por mais consideráveis que sejam, não aumentam de um átomo a sua massa.
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Na origem da Terra, as primeiras camadas geológicas se formaram de matérias sólidas momentaneamente volatilizadas, por efeito da alta temperatura, e que, condensadas mais tarde pelo resfriamento, se precipitaram.
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Hoje, a menor modificação na constituição da atmosfera acarretaria, forçosamente, a destruição dos habitantes da Terra, mas também é provável que novas raças se formassem noutras condições.
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Se o globo experimentasse uma dilatação ou uma condensação, seu volume aumentaria ou diminuiria, sem que a massa sofresse qualquer alteração. Portanto, se a Terra aumentasse de massa, seria por efeito de uma causa estranha, já que ela não poderia tirar de si mesma os elementos necessários ao seu aumento.
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Há uma opinião segundo a qual o globo aumentaria de massa e de volume pelo afluxo de matéria cósmica interplanetária. Esta ideia nada tem de irracional, mas é hipotética demais para ser admitida em princípio.
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“Os mundos se esgotam pelo envelhecimento e tendem a dissolver-se para servir de elementos de formação a outros universos. Restituem pouco a pouco ao fluido cósmico universal do espaço o que dele tiraram para formar-se. Além disso, todos os corpos se gastam pelo atrito; o movimento rápido e incessante do globo através do fluido cósmico tem por efeito diminuir-lhe constantemente a massa, embora a mudança seja de quantidade inapreciável em determinado tempo.
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Primeiro período: condensação da matéria, período esse em que o volume do globo diminui consideravelmente, mas a massa conserva-se a mesma; é o período da infância.
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Segundo período: contração, solidificação da crosta; eclosão dos germens, desenvolvimento da vida até a aparição do tipo mais aperfeiçoado. Nesse momento, o globo está em toda a sua plenitude; é a época da virilidade; ele perde, mas muito pouco, os seus elementos constitutivos.
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Período de decrescimento material: À medida que seus habitantes progridem espiritualmente, ele passa ao período de decrescimento material; sofre perdas, não só em consequência do atrito, mas também pela desagregação das moléculas, como uma pedra dura que, corroída pelo tempo, acaba reduzida a poeira. Em seu duplo movimento de rotação e translação, ele entrega ao esp...
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Dominado por globos mais poderosos, aos quais ele não pode fazer contrapeso, resultam daí desvios nos seus movimentos e, portanto, profundas mudanças nas condições de vida em sua superfície.
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Assim, nascimento, vida e morte; ou infância, virilidade, decrepitude, tais são as três fases por que passa toda aglomeração de matéria orgânica ou inorgânica. Só o Espírito, que não é matéria, é indestrutível.”
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Cada espécie foi aparecendo à medida que o globo adquiria as condições à sua existência.
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Como se formaram os primeiros indivíduos de cada espécie? Compreende-se que, existindo um primeiro casal, os indivíduos se tenham multiplicado. Mas de onde saiu esse primeiro casal? É um desses mistérios que dizem respeito ao princípio das coisas e sobre os quais apenas se podem formular hipóteses.
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cada espécie animal saiu de um casal primitivo ou de vários casais criados, ou, se o preferirem, germinados simultaneamente em diversos lugares? Esta última suposição é a mais provável, e pode-se mesmo dizer que ressalta da observação.
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Essa multiplicação tão generalizada e, de certo modo, contemporânea, teria sido impossível com um único tipo primitivo.116 Por outro lado, a vida de um indivíduo, sobretudo de um indivíduo nascente, está sujeita a tantas vicissitudes que toda uma criação poderia ficar comprometida, sem a pluralidade dos tipos, o que implicaria uma imprevidência inadmissível por parte do Criador supremo.
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Tudo, pois, concorre para provar que houve criação simultânea e múltipla dos primeiros casais de cada espécie animal e vegetal.
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A formação dos primeiros seres vivos pode deduzir-se, por analogia, da mesma lei em virtude da qual se formaram e formam todos os dias os corpos inorgânicos.
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A combinação de dois corpos para formar um terceiro exige especial concurso de circunstâncias, seja um determinado grau de calor, de sequidão ou de umidade, seja o movimento ou o repouso, seja uma corrente elétrica etc.
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Quando há combinação, os corpos componentes perdem suas propriedades características, enquanto o composto que deles resulta adquire outras, diferentes das primeiras.
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A composição e a decomposição dos corpos se operam em virtude do grau de afinidade que os princípios elementares guardam entre si.
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