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O livro dos espíritos contém as bases fundamentais do Espiritismo; é a pedra angular do edifício. Todos os princípios da Doutrina aí se acham expostos, até mesmo os que constituem o seu coroamento.
era preciso dar-lhes maiores desenvolvimentos e deduzir todas as suas consequências e aplicações, à medida que tais bases se desdobrassem pelo ensino complementar dos Espíritos e mediante novas observações. Foi o que fizemos em relação a O livro dos médiuns e com O evangelho segundo o espiritismo,
As novas ideias só frutificam quando a terra está preparada para recebê-las.
O evangelho segundo o espiritismo já era um passo à frente; O céu e o inferno é um passo a mais, cujo alcance será facilmente compreendido, porque toca profundamente em certas questões; contudo, não poderia ter vindo mais cedo.
Se considerarmos a época em que surgiu o Espiritismo, facilmente reconheceremos que ele chegou na hora exata, nem mais cedo, nem mais tarde. Mais cedo, teria abortado, porque, não sendo numerosas as simpatias, teria sucumbido sob os golpes dos adversários. Mais tarde, teria perdido a ocasião favorável para eclodir; as ideias poderiam tomar outro rumo, do qual seria difícil desviá-las. Era preciso deixar ao tempo o cuidado de consumir as velhas ideias e provar a sua insuficiência, antes de apresentar outras mais novas.
A humanidade está em processo de gestação;
advento do Espiritismo.
“Começai primeiro por saber bem, compreender bem e, sobretudo, praticar bem o que já sabeis, a fim de que Deus vos julgue dignos de vos trazer mais conhecimentos. Depois, quando chegar o momento, saberemos agir e escolheremos os nossos instrumentos.”
A primeira parte desta obra, chamada Doutrina, contém o exame comparado das diversas crenças sobre o céu e o inferno, os anjos e os demônios, as penas e as recompensas futuras. O dogma das penas eternas é aí tratado de maneira especial e refutado por argumentos colhidos das próprias leis da natureza, leis que demonstram, não só o seu lado ilógico, centenas de vezes já assinalado, como a sua impossibilidade material. Com as penas eternas, caem naturalmente as consequências que se acreditavam tirar de tal doutrina.
A segunda parte encerra numerosos exemplos que sustentam a teoria, ou melhor, que serviram para o seu estabelecimento. A autoridade deles se baseia na diversidade dos tempos e dos lugares onde foram obtidos, porquanto, se emanassem de uma fonte única, poder-se-ia considerá-los como produto de uma mesma influência; baseia-se, além disso, na sua concordância com o que se obtém todos os dias, seja onde for que as pessoas se ocupem das manifestações espíritas, encaradas sob um ponto de vista sério e filosófico. Tais ...
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da alma após a morte e sobre a passagem, até agora tão obscura e temida, da vida corpórea à vida espiritual.
É o guia do viajante,
disso, a mediunidade não é uma prerrogativa de tal ou qual indivíduo, mas uma faculdade fugaz, subordinada à vontade dos Espíritos que querem comunicar-se, que se possui hoje e pode faltar amanhã e que nunca é aplicável a todos os Espíritos indistintamente, não constituindo, por isso mesmo, nenhum mérito pessoal, como seria um talento conquistado pelo trabalho e pelos esforços da inteligência. Os médiuns sinceros, os que compreendem a gravidade da missão que desempenham, consideram-se como instrumentos, que a vontade de Deus pode aniquilar quando bem o entender, caso não atuem segundo os seus
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mas uma faculdade fugaz, subordinada à vontade dos Espíritos que querem comunicar-se, que se possui hoje e pode faltar amanhã e que nunca é aplicável a todos os Espíritos indistintamente, não constituindo, por isso mesmo, nenhum mérito pessoal, como seria um talento conquistado pelo trabalho e pelos esforços da inteligência.
Quis a Providência que a nova revelação não fosse privilégio de pessoa alguma, mas que tivesse seus órgãos por toda a Terra, em todas as famílias, entre os grandes como entre os pequenos, conforme estas palavras do Evangelho, de que os médiuns de hoje são o cumprimento: “Nos últimos tempos, diz o Senhor, derramarei o meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e filhas profetizarão, vossos jovens terão visões e vossos velhos sonharão. Naqueles dias, derramarei o meu Espírito sobre os meus servos e servas, e eles profetizarão.” (Atos, 2:17 e 18.) Mas o Senhor também disse: “Haverá falsos
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Não se trata do fim do mundo material, como a princípio julgaram, mas do fim do mundo moral, isto é, da era da regeneração.
Vivemos, pensamos e agimos: eis o que é positivo. E morremos, o que não é menos certo.
Todo homem experimenta a necessidade de viver, de gozar, de amar, de ser feliz.
Afeições caras, inteligência, progresso, saber laboriosamente adquirido, tudo despedaçado, tudo perdido!
Pela crença no nada o homem concentra, forçosamente, todos os seus pensamentos na vida presente.
exclusiva do presente leva o homem naturalmente a pensar em si, de preferência a tudo; é, pois, o mais poderoso estimulante do egoísmo e o incrédulo é coerente consigo mesmo quando chega à seguinte conclusão: gozemos enquanto estamos aqui; gozemos o mais possível, pois com a morte tudo se acaba; gozemos depressa, porque não sabemos por quanto tempo estaremos vivos.
Se a incredulidade absoluta se tornasse maioria, a sociedade entraria em dissolução.
procura compreender antes de crer, é a sanção de suas doutrinas por meio de fatos positivos;
é também a concordância de certas doutrinas com os dados positivos da Ciência.
é preciso optar entre a evidência...
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o panteísmo.
Deus é ao mesmo tempo espírito e matéria; todos os seres, todos os corpos da natureza compõem a Divindade, da qual são as moléculas e os elementos constitutivos.
Deus é o conjunto de todas as inteligências reunidas; cada indivíduo, sendo uma parte do todo, é também Deus; nenhum ser superior e independente rege o conjunto, de modo que o universo é uma imensa república sem chefe, ou melhor, onde cada qual é chefe com poder absoluto.
sendo cada alma parte integrante da Divindade, nenhuma é dominada por um poder superior; não incorre, por conseguinte, em responsabilidade por seus atos bons ou maus. Visto que é soberana, a alma não tem interesse algum na prática do bem e pode praticar o mal impunemente.
o nada, a absorção, ou a individualidade da alma antes e depois da morte.
É para esta última crença que a lógica nos impele irresistivelmente, crença que tem formado a base de todas as religiões desde que o mundo existe.
Segundo os princípios de justiça, as almas devem ter a responsabilidade dos seus atos, mas para que sejam responsáveis, é preciso que elas sejam livres na escolha do bem e do mal. Sem o livre-arbítrio há fatalidade, e com a fatalidade não poderia haver responsabilidade.
Todas as religiões admitiram igualmente o princípio da felicidade ou infelicidade da alma após a morte,
Daí os pontos de fé contraditórios dando origem a cultos diferentes,
Todas as religiões tiveram que se conformar, em sua origem, com o grau de adiantamento moral e intelectual dos homens; estes, excessivamente dominados pela matéria para compreenderem o mérito das coisas puramente espirituais, fizeram consistir a maior parte dos deveres religiosos no cumprimento de fórmulas exteriores.
Mais tarde, porém, porque a luz se fizesse em seu espírito e porque sentissem o vácuo dessas fórmulas, vácuo que a Religião não preenchia, abandonaram-na e se tornaram filósofos.
a religião, apropriada no princípio aos conhecimentos limitados dos homens, tivesse acompanhado sempre o movimento progressivo do espírito humano, não haveria incrédulos, porque está na própria natureza do homem a necessidade de crer, e ele crerá desde que receba o...
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O Espiritismo tem a seu favor a lógica do raciocínio e a sanção dos fatos, e é por isso que o têm combatido em vão.
A unificação feita relativamente à sorte futura das almas será o primeiro ponto de contato entre os diversos cultos, um passo imenso para a tolerância religiosa em primeiro lugar e, mais tarde, para a completa fusão.
O temor da morte é um efeito da sabedoria da Providência e uma consequência do instinto de conservação comum a todos os seres vivos. Ele é necessário enquanto o homem não estiver suficientemente esclarecido sobre as condições da vida futura, como contrapeso ao arrastamento que, sem esse freio, o levaria a deixar prematuramente a vida terrena e a negligenciar o trabalho que deve servir ao seu próprio adiantamento.
À medida que o homem compreende melhor a vida futura, o temor da morte diminui; compreendendo melhor a sua missão terrena, aguarda-lhe o fim com mais calma, resignação e serenidade.
A certeza da vida futura dá-lhe outro curso às ideias, outro objetivo aos seus trabalhos; antes de ter essa certeza ele só cuida da vida atual; depois de adquiri-la, trabalha com vistas ao futuro sem negligenciar o presente, porque sabe que o porvir depende da boa ou da má direção que der à vida atual.
A certeza de reencontrar os amigos depois da morte, de reatar as relações que tivera na Terra, de não perder um só fruto do seu trabalho, de engrandecer-se incessantemente em inteligência e perfeição, dá-lhe paciência para esperar e coragem para suportar as fadigas momentâneas da vida terrena. A solidariedade que ele vê estabelecer-se entre vivos e mortos faz-lhe compreender a que deve existir na Terra, entre ...
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Para libertar-se do temor da morte é preciso que o homem a encare sob o seu verdadeiro ponto de vista, isto é, que tenha penetrado pelo pensamento no mundo espiritual, fazendo dele uma ideia tão exata quanto possível, o que denota da parte do Espírito encarnado um certo desenvolvimento e aptidão para desprender-se da matéria. Naqueles que não progrediram suficientemente, a vida material prevalece sobre a espiritual. Como se apega às aparências, o homem não distingu...
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O temor da morte decorre, portanto, da noção insuficiente da vida futura, embora denote também a necessidade de viver e o receio de que a destruição do corpo seja a destruição total; é, assim, provocado pelo secreto desejo da sobrevivência da alma, velado ainda pela incerteza. Esse temor decresce à medida que a certeza aumenta, e desaparece quando esta é completa.