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— “Amigo em paz? Meu chefe, entre, a valer: a casa velha é sua, vossa...” — ele pronunciou.
A ceia indo principiando, somente falei também de sérios assuntos, que eram a política e os negócios da lavoura e cria. Só faltava lá uma boa cerveja e alguém com jornal na mão, para alto se ler e a respeito disso tudo se falar.
Na verdade. Aquela hora, eu, pelo que disse, assumi incertezas. Espécie de medo? Como que o medo, então, era um sentido sorrateiro fino, que outros e outros caminhos logo tomava. Aos poucos, essas coisas tiravam minha vontade de comer farto.
a esta casa Deus o traga...”
Um outro pode ser a gente; mas a gente não pode ser um outro, nem convém... — o dr. Hilário completou. Acho que esta foi uma das passagens mais instrutivas e divertidas que em até hoje eu presenciei...”
Tal, e outras, contou o seo Ornelas, senhor de prosa muito renovada. Pelo que, por todo o seroar, deixei com ele a mão; ainda que às vezes eu ficasse em dúvida: se competia, sendo eu um chefe, aturar que um outro fiasse e tecesse, guiando a fala.
Alto eu disse, no me despedir: — “Minha Senhora Dona: um menino nasceu — o mundo tornou a começar!...” — e saí para as luas.
A dar, que o homem foi se avontadeando, encompridando as respostas; eu mesmo dava jeito para que ele tomasse coragem.
Na serra do Tatú, o frio ali é tal, que, em madrugadas, a gente necessita de uns três cobertores. Na Serra dos Confins, meados de julho, lá já está sovertendo o laçaço dos ventos, desencontrados, de agosto; como que venta: árvores caídas.
132. A volta do Quipes
Na serra do Tatu, o frio ali é tal, que, em madrugadas, a gente necessita de uns três cobertores. Na Serra…
— “Ah, entrei, gozando de minha pessoa de paz, até nas cidades de Januária e São-Francisco...” — ainda proseou.
Eu — o Urutú-Branco! Ser Chefe de jagunço era isso. Ser o que não dava realce — qualquer um podia, fazendeiro com posses, mão em políticas. O sertão tudo não aceita? A minha pessoa era nada, glória de Zé Bebelo era nada. O que dá fama, dá desdém.
Máximo me lembro é de que, na minguante, se estava no veredal das cabeceiras de um córrego, lugar de desmedidas pastagens, adonde os cavalos usufruirem descanso.
Sair na escuridão, o senhor sabe: aqueles galhos de árvores batendo na cabeça da gente. Sempre eu ia até longe; quando voltava, encontrava o pessoal se aprontando, café já coado, cavalaria em fila para a viagem.
Mas Diadorim, conforme diante de mim estava parado, reluzia no rosto, com uma beleza ainda maior, fora de todo comum. Os olhos — vislumbre meu — que cresciam sem beira, dum verde dos outros verdes, como o de nenhum pasto.
Conheci como eu nunca tinha dado tento d’atenção naqueles homens, cuja valia. Assim que eles eram, de batismo: e o Pantaleão, Salústio João, João Tatú e O-Bispo. Naquela hora, era que eu punha tino. Nunca mais tive notícia desses. Hoje, repenso. Naquela hora, eu cogitava jeito de conservar todos em companhia. Remei minhas perguntas. Donde que eram?
E eles iam s’embora, conforme desisti de sobreguardar esses homens. Do jeito, de que é que me valiam? O contrato de coragem de guerreiros não se faz com vara de meirinho, não é com dares e tomares. Fino que me abespinhei, por conta. Ao que aqueles homens não eram meus de lei, eram de Zé Bebelo. E Zé Bebelo era assim instruído e inteligente, em salão de fazenda? Desisti, dado. Não baboseio. E o mais? Era como alguém dizendo: — “Vai declarar seca, por esse Norte, e homem e mulher vão vir...” A vida é um vago variado. O senhor escreva no caderno: sete páginas... Aqueles urucuianos não iam em cata
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Mas, de desertarem de mim, então, será que era um agouro? Não sei. Que sei? Tive fé em mim sozinho.
— “...Riobaldo, o cumprir de nossa vingança vem perto... Daí, quando tudo estiver repago e refeito, um segredo, uma coisa, vou contar a você...”