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— Muita grana para uma coisa que qualquer hacker poderia fazer de olhos fechados, ao menos de acordo com você. Então, por que você? E por que tanto?
Embrulhar a foto e levá-la para o hospital foi puro impulso.
Ela se tornou especialista em não pensar, porque quanto mais ela pensava, mais certas conexões ficavam óbvias. E tudo por causa da porcaria da foto.
É cedo para generalizar, mas ele está começando a pensar que os peixes-número só aparecem nos Zappit que foram entregues pelo homem com a pasta elegante, Myron Zakim.
— Eu não teria como saber — comenta Holly. — Sempre fui fã do Billy Joel. E do Michael Bolton.
Se ele for Brady, é uma casa mal-assombrada ambulante.
Ele se tornou uma matriosca viva, o que combina perfeitamente com o chapéu russo de pele. Se olhar dentro de Babineau, há o dr. Z. Se olhar dentro do dr. Z, lá dentro, manipulando todas as alavancas, há Brady Hartsfield.
Quais vão ser os resultados finais é impossível prever, mas de que vai haver algum resultado ele tem certeza. E vai corroer o velho Det. Apos. como ácido. A vingança é mesmo melhor servida fria.
Dá para acessar centenas de canais diferentes pelo controle remoto. Não precisa nem se levantar. Como se você estivesse dentro da televisão em vez de na sua cadeira. Ou nos dois lugares ao mesmo tempo. É meio que um milagre, na verdade.
Ninguém na administração da polícia quer que os holofotes se voltem para Hartsfield,
Durante anos ele fez todos acreditarem que Brady Hartsfield é o que os funcionários do Balde chamam (mas apenas entre si) de vegetal, lesado ou LASNEC: luzes acesas sem ninguém em casa. Agora, ele é isso mesmo.
Houve uma época em que ele poderia achar que esse passo drástico teria um efeito nele, achar que sua consciência e todos os seus planos grandiosos morreriam junto com aquele corpo. Não mais. O cordão umbilical foi cortado. Ele atravessou o Rubicão.
Zs em toda a cena do crime não são necessários, mas Brady acha que vai ser um belo toque, principalmente quando a polícia perguntar ao antigo Al da Biblioteca o nome dele e o homem responder Z-Boy.
teria mesmo, se não fosse um golpe de sorte gigantesco. Primeiro pelos cigarros, depois pelo cantil — que foi o que realmente diminuiu o impacto —, depois pela latinha de metal e, por último, ela.
E não dá para não reparar no repetidor, piscando como uma máquina de cassino de Las Vegas enquanto envia o sinal eterno por wi-fi, entregando um malware customizado cada vez que encontra um Zappit ligado.
Brady foi embora, mas não iria embora se não tivesse como monitorar seus projetos de longe, principalmente o repetidor, e fazer isso é a coisa mais fácil do mundo.
Não tem como isso ser um caso de identidade trocada.
— Mandei por e-mail. Você lembra como se acessa o e-mail, não lembra? — Estou com câncer, Holly, não com Alzheimer.
As condecorações nunca importaram para ele. A recompensa era o raio de luz que acompanhava as conexões.
Assim como Brady, o showruim.com já era, foi dessa pra melhor, bateu as botas, e todos vamos comemorar.
Está feliz de estarmos juntos, Hodges pensa, e triste por causa do motivo.
— Se há alguma discussão sobre a tela de demonstração. Eu devia ter pensado nisso. Vou pesquisar agora.
O que estou dizendo é que talvez outra pessoa o tenha matado. Baseado no que sabemos, isso tornaria Babineau o principal suspeito.
A página inicial avisa aos pais para não deixarem as crianças olharem para as telas de demonstração por muito tempo! Foi notado pela primeira vez na versão de fliperama em 2005!
— Esse tal de Brooks perdeu o pouco de cabeça que tinha, o que o torna o bode expiatório perfeito para quando isso chegar à imprensa.
Mas por que fazer isso se deixou o corpo da mulher caído no saguão? E por que voltar para cá?
— Que ele é maluco! Claro que vão! É a resposta perfeita para tudo que não faz sentido!
Mas tem algo errado nessa história, Kerm. Sinto que tem. Se você souber de alguma coisa, se tiver uma única pista, siga. Prometa que vai fazer isso.
Ele primeiro os encheu de paranoia e depois os hipnotizou com o glamour da morte.
“Todo ser humano nasce com o gene do suicídio”. Brady só não se deu ao trabalho de acrescentar a segunda parte da declaração de Katz porque achava que tirava parte do drama: “Na maioria de nós, ele permanece adormecido”.
Ele tem certeza de que milhares de suicídios foram incubados nos sites de mídias sociais, onde os trolls correm livremente e o bullying rola solto.
As modas se espalham entre os adolescentes como epidemias de sarampo, e, de tempos em tempos, uma dessas modas é o suicídio.
Os Zappits que Brady distribuiu pelos drones humanos são centenas de fósforos. Nem todos vão se acender, e dos que vão, apenas alguns permanecerão acesos.
Às vezes, eles ouvem uma voz vinda do aparelho, mas as pessoas mais suscetíveis o veem mesmo, como uma espécie de avatar em um video game.
Medos comuns, com os quais adolescentes como Ellen convivem como uma espécie de desagradável ruído de fundo, podem ser transformados em monstros devastadores.
— Alguém carregou um programa escondido na demonstração, que já é levemente hipnótica por si só.
— Ele queria uma epidemia de suicídio — completa Holly. — Deu início a isso de alguma forma e depois se matou.
Mas depois, sabe o que ela me perguntou? Se eu sabia qual tinha sido a última vez em que houve uma mulher no alto escalão da polícia. Eu disse que não sabia, e ela disse que era porque a resposta era nunca.
Mas o melhor, o melhor de tudo, foi levar Sadie MacDonald a cometer suicídio. Aquilo sim era poder.
Enquanto estava em Al, ele podia trocar os fios de um circuito elétrico. Em Babineau, poderia executar uma craniotomia e rearrumar um cérebro humano.
Pouco a pouco, Brady Hartsfield, que mal conseguia andar, tomou posse do médico que presumira ter tomado posse dele e o colocou em uma armadilha.
O cerne da consciência, ao que parecia, era um recurso limitado. Quando desaparecia, era o fim.
Quantos mais eu consigo pegar?, Brady se perguntou.
Fazer mais sobreviventes do City Center cometerem suicídio era fichinha em comparação à grande ideia que agora tomava conta dele: terminar o que tentou fazer naquela noite no Mingo.
— Não se preocupe, Hollyberry. Ninguém vai separar a banda.
Brady tem um histórico muito longo de culpar os outros pelos seus problemas, e agora ele culpa Freddi por não ter morrido quando deveria.
Mas pode ser isso que ele quer. Talvez ele odeie a si mesmo, tenha nascido com um desejo não de assassinar o hospedeiro, mas de se matar. O que torna o câncer o verdadeiro príncipe do suicídio.
A pergunta desde que começaram a juntar as peças era como Brady poderia ter alguma coisa a ver com a modificação dos aparelhos, se estava preso em um quarto de hospital, mal conseguindo andar.
Ele desliga e olha para os dois companheiros; uma magrela e pálida, e o outro musculoso por causa do trabalho voluntário construindo casas no Arizona. Ao lado da filha, Allie, agora morando do outro lado do país, eles são as pessoas que ele mais ama nesse final de vida.