Na continuação do post anterior,...

...atão não é que responderem...!!!!!

"Caro Cláudio N Gil, bom dia.


Espero que se encontre bem.

Agradeço o seu contacto e o tempo que tomou para nos fazer chegar os seus interessados comentários.
Não temos a pretensão de alterar as suas opiniões ou convicções.
Existem felizmente muitas editoras no nosso país, criando suficientes possibilidades de escolha a quem pretende ver a sua obra publicada, mas pessoas como o Cláudio, com uma visão tão clara do que deve ser um editora nos nossos tempos serão sempre muito bem vindos ao mundo editorial. Quem sabe não decidirá um destes dias criar a sua editora e acrescentar a sua mais valia a esta actividade?
Temos as nossas ideias e a nossa visão do papel que deve desempenhar uma editora nos nossos tempos, enquanto factor potenciador de oportunidades, em igualdade de circunstâncias, sem preconceitos de qualquer espécie e vocacionada para criar o espaço que possibilite a todos os Autores, emergentes ou consagrados, ver a sua obra publicada e promovida com toda a dignidade.

Deixo-lhe os nossos sinceros votos do maior sucesso e felicidades para o futuro.


Com os melhores cumprimentos,


Filipe Costa

Director Comercial


Chiado Editora

Break Media Group"


Claro que eu também respondi...

"Caro Filipe Costa,

Tendo em linha de conta que a vossa visão editorial passa por editar tudo o que vos for proposto a troco de uma quantia demasiado elevada para os serviços prestados, muitas vezes sem revisão e que, depois de as edições serem pagas (através da compra de 150 exemplares, não é?) e, feita a festa de lançamento, o vosso lucro estar garantido com uma larga margem, não havendo assim qualquer risco da vossa parte, sendo os livros lançados aos lobos e abandonados, sendo que caso vendam aumentam ainda mais o vosso lucro uma vez que a percentagem que pagam de royalties é irrisória, sendo que o autor, se fizer as contas, no fim da venda de uma primeira edição ainda está com prejuízo, percebo-vos perfeitamente.
Caso não o saibam, em Portugal, muito antes de haver editoras de livros como cogumelos que se dedicam a explorar os sonhos de quem gostaria de ver uma obra sua editada, havia editoras discográficas que exploravam os sonhos de pessoas que achavam que dariam bons cantores e que pagavam para verem um CD com a sua cara num expositor de um café lá na terra deles.O resultado foi o estado a que a música Portuguesa chegou e as enchentes de musica Pimba que enchem os programas de fim-de-semana dos canais generalistas.
Da mesma maneira, o vosso trabalho (que admito que seja sério com alguns autores - mas só com alguns e até lhe poderia dar um nome de um conhecido e amigo mutuo que edita actualmente pela vossa "etiqueta" com quem o vosso trabalho foi sério, mas apenas porque ele tem já algum nome no campo da poesia e cujo nome não vou mencionar aqui porque a sua resposta, bem como a minha vão ser, tal como as anteriores, no meu blog) baixa consistentemente a fasquia da qualidade da literatura que é editada neste país.
Não tenho qualquer pretensão em ter uma editora, até porque, como afirmei, aterrei neste "mundinho" de pára-quedas! Basicamente uma amigo meu leu o meu primeiro romance e emprestou o manuscrito a uma amiga que conhecia um tipo......mas não o escrevi para ser editado, nem era esse o meu objectivo! Os poucos contactos que tive com editoras foram feitos sempre por insistência de família e amigos, nunca por vontade própria. Sou músico, guitarrista e vocalista de uma banda e é para aí que a minha energia está direccionada. Embora escreva, não me assumo como escritor e creio que nunca o farei, serei, quanto muito, um contador de histórias, mas não mais que isso!
E a minha visão clara do que deve ser uma editora não se resume aos nossos tempos! Uma editora deve ser o garante da qualidade daquilo que é editado! Um filtro!Não censuro o vosso modelo de negócio em alguns aspectos. Claro que livros técnicos ou teses que são assuntos específicos é normal até serem edições pagas pelo autor, uma vez que dificilmente serão rentáveis para uma editora! Mas romance e poesia não são livros técnicos, são obras de arte. Um livro ser editado com erros ortográficos gritantes porque o autor, apesar da boa vontade e das boas ideias, tem fraca instrução e não tem dinheiro suficiente para pagar a revisão ortográfica é um crime contra a arte e esforço de quem o escreveu! É baixar a fasquia!
E os senhores não apreciam as obras propostas! A resposta, que é uma resposta modelo, é sempre a mesma e que pode ser resumida a uma frase "Se pagarem nós editamos"!
E como já deve ter percebido, não ando à procura de editora, nem me dou a esse trabalho! O serviço pago que a sua editora e outras como a sua disponibilizam pode ser obtido gratuitamente na internet, estando o livro em formato físico e digital disponível no mundo inteiro instantaneamente, a preços acessíveis e com royalteis decentes! Já ouviu falar de serviços como o Cratespace, qua ameaçam a médio prazo tornar o vosso modelo de negócio redundante? Não? Então aconselho-o a investigar.
Com os meus melhores cumprimento cordiais
C. N. Gil"
E foi assim...
(se vámecesseses souberem o que advertem situações deste género...)
:D
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Published on February 04, 2016 04:41
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