Tenho desenvolvido, de mim para mim, uma teoria que afirma que posso fazer uma frase tão longa quanto eu quiser, desde que lhe dê o ritmo devido, oferecido pela pontuação e tanto posso tornar a leitura agitada, urgente, mesmo se calhar até um pouco frenética e stressante para o leitor que segue a pontuação de forma adequada e prende a respiração enquanto se perde numa rede de palavras seguidas que têm de ser lidas depressa não vá o ar acabar antes da próxima virgula, ou calma, doce, capaz de embalar, de retirar a pressa e a urgência à leitura, deixando o leitor a flutuar nas palavras, a deliciar-se nelas, mesmo que não digam absolutamente nada, e o curioso é que, a ser verdade, isso prova que o ritmo se sobrepõe à harmonia, a forma ao conteúdo, explicando, talvez, o porque de uma oração poder ser irracional e ainda assim tornar-se arte pela sua beleza, coisa que dificilmente uma tese cientifica será em toda a sua racionalidade…
Published on December 11, 2015 01:34