Olha lá, mas o que é que te passou pela cabeça quando te puseste a fazer guitarras?

(Rusty em cima e Persephone em baixo - Irmãs :) )

Bem, eu explico!
Ao fim de uma catrefada de anos a tocar, vamos naturalmente percebendo o que gostamos mais num instrumento ou noutro!
Depois de tocar numas centenas de guitarras, tendo tido desde os meus 18 anos (altura em que comprei a minha primeira guitarra eléctrica) 11 guitarras (das quais tenho actualmente 7) fui-me apercebendo do que gostava mais ou menos em cada tipo de instrumento!
Ora, por exemplo, em termos de formato acho a Les Paul a guitarra mais sexy do mundo! Mas depois há uma série de características noutras guitarras que a Les Paul não tem, o que é normal!
No entanto a Les Paul é a guitarra que mais se adequa ao que costumo fazer, embora em certas alturas, sobretudo em estúdio, seja normal trocar de guitarra para conseguir sonoridades diferentes!
Depois há questões como a grossura do braço e a tonalidade do próprio instrumento!
Quando um gajo chega ao ponto de saber perfeitamente o que gosta e o que não gosta tem três hipóteses:

Fala com um Luthier, diz-lhe o que quer, reza para que ele perceba bem e espera dois ou três meses até ele entregar o instrumento pronto por um valor justo, o que implica ser tão ou mais cara que um instrumento de fábrica (Uma Les Paul americana custa €3000 e uma Fender Strat USA custa €2000)

Ou

Compra a guitarra mais próxima possível daquilo que quer e faz as alterações que precisa ou leva-a a quem as saiba fazer (que quando são puramente electrónica não há grande problema e são totalmente reversíveis, mas quando a coisa toca nas madeiras já é chato, sobretudo porque uma guitarra decente não é barata)

Ou

Compra as matérias-primas e algumas ferramentas e faz!

Optei por esta última! Primeiro porque quando estou a trabalhar em madeira o foco de atenção fica tão estreito que é uma espécie de meditação. É uma coisa que gosto mesmo muito de fazer.
Segundo porque não posso descrever o que é fazer uma guitarra que, ao longo da construção vai sendo destilada para aquilo que quero e mais, para aquilo que se molda a mim, por oposição a eu ter de me moldar a ela, e no conforto que isso me dá quando estou a tocar! Essa sensação de conforto e segurança é impagável! E faz-me ter mais gosto em tocar, logo, faz de mim melhor músico!

Amodos que é isto!

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Published on September 16, 2015 02:20
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