Não sou dado a...

...poesia.

Podia até ser...
...mas não sou!

Não quer dizer que não tenha lido boa poesia nos últimos tempos. Aliás, até fiz a apresentação de um livro do colega, poeta e, mais que tudo isso, amigo Paulo Nogueira. Além disso tenho o privilégio de ser amigo da Olívia Santos, do Joel Lira, do Emanuel Lomelino...
...e até faço parte da família de Mário Máximo, marido de uma prima, embora tenhamos privado muito pouco ao longo dos anos (tão pouco que nem sei se ele me reconheceria de repente, se nos cruzássemos sem ser em algum evento de família).

Nem quer dizer que não a escreva, mas faço-o somente porque a prosa não fica tão bem musicada e mesmo assim não posso deixar de olhar para o que escrevo e pensar que...
...está muito longe do ideal!

Na verdade acho que a culpa é do Fernando Pessoa. Lê-lo estragou-me. Sempre que leio poesia fico com a mesma sensação que se tem ao sair de um Mercedes topo de gama e entrar num Morris Marina: ambos servem para o mesmo, ambos são o mesmo na sua essência, mas a comparação tem que acabar aí, porque não têm nada, mas absolutamente nada a ver um com o outro!

Mas ainda assim, nas minhas deambulações, por vezes encontro algo com que me relaciono.

Por isso, aqui fica, do amigo e companheiro de armas Emanuel Lomelino, um pequeno soneto.


GANHAR E PERDER

Se na vida atingimos a glória
através das batalhas travadas
algumas metas conquistadas
jamais nos ficam na memória.

Se a vida, por si só, é vitória
p'lo sucesso das empreitadas
não serão as vitórias alcançadas
um sinal de conquista ilusória?

E que mérito há numa guerra
se guerrear é de gente canalha
e ganhar não significa vencer?

Que louros o triunfo encerra
se na vida tudo é uma batalha
e ganhando pode-se perder?

EMANUEL LOMELINO

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Published on May 27, 2015 08:40
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