…e atã purguntem-me vameçêzes,...
...pru cauza dos does últimos prarag… parag… final da cena escrevida no poste que veio antes detes:
-Pá, mas taje mal esposto ou quê?
Deixando o Jorge Jesuzês de lado, que não é fácil escrever à gajo de Alfama, sobretudo quando não se tem um palito (para meter ao canto da boca, claro), respondo com uma demonstração efectiva prática.
Há uns anos formou-se no Seixal, por iniciativa do Gadelhas, estimadíssimo Baixista de XXL Blues, um movimento chamado “Movimento Seixal Musical”.
Apesar de eu e ele nos termos desligado do movimento porque não temos idade nem paciência para algumas coisas que vieram de pessoas com idade para terem discernimento, a verdade é que no começo o movimento prometia.
A apresentação do Movimento, pouco depois de se ter formado, contou com o apoio de uma empresa de som (não me lembro o nome da dita, mas mereciam esse reconhecimento) que disponibilizou gratuitamente o P.A.(para quem não sabe são aquelas colunas buéda grandes que se costumam ver ao lado do palco, por onde sai o barulho todo), as luzes e o trabalho de montar isto tudo e da Sociedade Filarmónica União Seixalense, que disponibilizou o espaço, para se fazer um concerto cuja entrada seria €1 ou um bem alimentar, tendo os proveitos sido dados a uma organização de apoio social às famílias mais desfavorecidas da paróquia da Arrentela.
Em palco estariam varias bandas e artistas a solo, unidas no mesmo propósito.
Assim de cabeça (e desculpem aqueles de que me esqueci, mas já faz uns dias…) estivemos nós (os XXL Blues), o João da Ilha, o Quarteto Vitaminas, Charles Sangnoir, Ossos do Ofício, Dixit…
O concerto foi amplamente divulgado em jornais locais, um jornal nacional, flyers, posters…
…foi num sábado à tarde, em Junho…
…estiveram cerca de 100 pessoas a assistir (e quase todos amigos chegados dos membros das bandas)! Na praia do Alfeite e na do Seixal - ambas a cerca de trezentos metros de distância) não cabia um alfinete!
Mais tarde, com o apoio da Sociedade Filarmónica Operária Amorense foram feitos, em Março do ano a seguir, uma série de concertos com três bandas por noite. A Sociedade Filarmónica impôs um preço de bilhete de €4 e toda a gente achou caro (embora pagassem o preço de um maço de tabaco para ver 3 bandas ao vivo). A audiência média rondou as 25 pessoas por noite para essa série de concertos.
A verdade é que as mesmas pessoas que se queixam do estado da cultura não dão um passo para que a cultura seja evidenciada. Quando há iniciativas locais, não querem saber, não se dão ao trabalho, mesmo quando é uma questão de solidariedade.
Se é verdade que não ando a tocar pelo dinheiro (senão já tinha deixado de tocar há muito… Acho que o que ganhei até agora não chega para pagar os investimentos em material ao longo dos anos, isto fora as incontáveis horas de treino e prática) não deixa de causar desânimo. E não deixo (deixamos) de estar disponíveis para ajudar causas que achemos meritórias, mas claro que, quando ouço certas pessoas a falar, só me apetece dizer “Pá, guarda para ti!”. Palavras há muitas, mas os actos falam muito mais alto que as palavras!
Portanto aqueles dois últimos parágrafos são, tão somente, realistas! Gostava de ter algum optimismo – e nem é porque sou eu a tocar; simplesmente porque acho a causa meritória e diria o mesmo ainda que não fosse eu a subir para o palco, visto que o farei com o mesmo gozo que o faria para uma casa atestada de gente – mas a realidade tem demonstrado que qualquer optimismo da nossa parte é infundado!
Aquilo que irá acontecer é uma reunião de amigos que há muito não estão juntos, com uma enorme churrascada para o almoço e depois, à tarde, vamos fazer algo que apreciamos profundamente, que é tocarmos uns com os outros.
Quem aparecer é bem-vindo, para se juntar à nossa festa, se vier muita gente, melhor, mais conseguimos ajudar…
…mas se não aparecer ninguém não será por ai que a festa será estragada! E apenas ficarei com pena de não conseguirmos ajudar mais…
Amodos que é isto!
"Eu sei que ainda vives na esperança
Que tudo um dia destes vá mudar
Que o mundo se torne uma utopia
Sem teres sequer de te levantar"
in "Guarda p'ra ti" © XXL Blues 2015
-Pá, mas taje mal esposto ou quê?
Deixando o Jorge Jesuzês de lado, que não é fácil escrever à gajo de Alfama, sobretudo quando não se tem um palito (para meter ao canto da boca, claro), respondo com uma demonstração efectiva prática.
Há uns anos formou-se no Seixal, por iniciativa do Gadelhas, estimadíssimo Baixista de XXL Blues, um movimento chamado “Movimento Seixal Musical”.
Apesar de eu e ele nos termos desligado do movimento porque não temos idade nem paciência para algumas coisas que vieram de pessoas com idade para terem discernimento, a verdade é que no começo o movimento prometia.
A apresentação do Movimento, pouco depois de se ter formado, contou com o apoio de uma empresa de som (não me lembro o nome da dita, mas mereciam esse reconhecimento) que disponibilizou gratuitamente o P.A.(para quem não sabe são aquelas colunas buéda grandes que se costumam ver ao lado do palco, por onde sai o barulho todo), as luzes e o trabalho de montar isto tudo e da Sociedade Filarmónica União Seixalense, que disponibilizou o espaço, para se fazer um concerto cuja entrada seria €1 ou um bem alimentar, tendo os proveitos sido dados a uma organização de apoio social às famílias mais desfavorecidas da paróquia da Arrentela.
Em palco estariam varias bandas e artistas a solo, unidas no mesmo propósito.
Assim de cabeça (e desculpem aqueles de que me esqueci, mas já faz uns dias…) estivemos nós (os XXL Blues), o João da Ilha, o Quarteto Vitaminas, Charles Sangnoir, Ossos do Ofício, Dixit…
O concerto foi amplamente divulgado em jornais locais, um jornal nacional, flyers, posters…
…foi num sábado à tarde, em Junho…
…estiveram cerca de 100 pessoas a assistir (e quase todos amigos chegados dos membros das bandas)! Na praia do Alfeite e na do Seixal - ambas a cerca de trezentos metros de distância) não cabia um alfinete!
Mais tarde, com o apoio da Sociedade Filarmónica Operária Amorense foram feitos, em Março do ano a seguir, uma série de concertos com três bandas por noite. A Sociedade Filarmónica impôs um preço de bilhete de €4 e toda a gente achou caro (embora pagassem o preço de um maço de tabaco para ver 3 bandas ao vivo). A audiência média rondou as 25 pessoas por noite para essa série de concertos.
A verdade é que as mesmas pessoas que se queixam do estado da cultura não dão um passo para que a cultura seja evidenciada. Quando há iniciativas locais, não querem saber, não se dão ao trabalho, mesmo quando é uma questão de solidariedade.
Se é verdade que não ando a tocar pelo dinheiro (senão já tinha deixado de tocar há muito… Acho que o que ganhei até agora não chega para pagar os investimentos em material ao longo dos anos, isto fora as incontáveis horas de treino e prática) não deixa de causar desânimo. E não deixo (deixamos) de estar disponíveis para ajudar causas que achemos meritórias, mas claro que, quando ouço certas pessoas a falar, só me apetece dizer “Pá, guarda para ti!”. Palavras há muitas, mas os actos falam muito mais alto que as palavras!
Portanto aqueles dois últimos parágrafos são, tão somente, realistas! Gostava de ter algum optimismo – e nem é porque sou eu a tocar; simplesmente porque acho a causa meritória e diria o mesmo ainda que não fosse eu a subir para o palco, visto que o farei com o mesmo gozo que o faria para uma casa atestada de gente – mas a realidade tem demonstrado que qualquer optimismo da nossa parte é infundado!
Aquilo que irá acontecer é uma reunião de amigos que há muito não estão juntos, com uma enorme churrascada para o almoço e depois, à tarde, vamos fazer algo que apreciamos profundamente, que é tocarmos uns com os outros.
Quem aparecer é bem-vindo, para se juntar à nossa festa, se vier muita gente, melhor, mais conseguimos ajudar…
…mas se não aparecer ninguém não será por ai que a festa será estragada! E apenas ficarei com pena de não conseguirmos ajudar mais…
Amodos que é isto!
"Eu sei que ainda vives na esperança
Que tudo um dia destes vá mudar
Que o mundo se torne uma utopia
Sem teres sequer de te levantar"
in "Guarda p'ra ti" © XXL Blues 2015
Published on May 28, 2015 07:50
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