athena editora
chama a atenção o catálogo humanista, quase iluminista, da athena editora, desde a data de sua fundação (agosto de 1935). são dos primeiros aportes de campanella, erasmo de roterdã, maquiavel, la bruyère, rousseau, voltaire, darwin, croce, kropotkin... chama a atenção também o perfil de seus colaboradores: lívio xavier, fúlvio abramo, aristides lobo, evaristo de morais, francisco frola.
laurence hallewell, em seu amplo levantamento da história d' o livro no brasil, faz apenas uma brevíssima menção à editora, desproporcional à sua importância e não efêmera existência. ao tratar dos efeitos da profunda crise mundial a partir de 1929, entre elas a brutal queda do volume de livros importados para menos de um terço, chegando ao pico de baixa em 1936, quando a importação da frança estava 94% abaixo dos patamares de 1928. é nesse contexto econômico que o livro brasileiro e a ficção traduzida no brasil têm um arranque inédito, iniciado pela livraria do globo - "outras logo a acompanharam, a athena editora, do rio, por exemplo, fundada em 1935". é esta a única menção de hallewell à athena.
sergio miceli, em intelectuais à brasileira, cita também rapidamente a athena, apesar de classificá-la entre as editoras de médio porte: apenas menciona a cifra de 70 mil exemplares atingida em 1937.
o diário oficial da união determina o registro da athena editora em sua edição de 26 de agosto de 1935, com o termo 36.330. seu proprietário: p. petraccone.
o mesmo miceli menciona petraccone muito por cima, precisamente no contexto econômico apontado por hallewell: "vários comerciantes especializados na importação de livros resolvem ampliar suas atividades no ramo com a abertura de um departamento editorial: pongetti, vecchi, petraccone, garavini, bertaso, zagari etc. foram sensíveis às mudanças que então se operavam e passaram a traduzir para o mercado interno as obras que antes eles mesmos importavam" (p.142).
trata-se de pasquale petraccone, editor do jornal italia libera, integrante destacado da liga antifascista das colônias italianas no brasil, de agitada biografia e intensa participação nos movimentos de esquerda no país, classificado nos arquivos do dops como trotskista. há fartíssimo material sobre suas atividades, mas muito pouco sobre seu trabalho à frente da athena editora.
está aí um tema fecundo para pesquisas sobre as contribuições da militância de esquerda não-stalinista para a história cultural brasileira.

laurence hallewell, em seu amplo levantamento da história d' o livro no brasil, faz apenas uma brevíssima menção à editora, desproporcional à sua importância e não efêmera existência. ao tratar dos efeitos da profunda crise mundial a partir de 1929, entre elas a brutal queda do volume de livros importados para menos de um terço, chegando ao pico de baixa em 1936, quando a importação da frança estava 94% abaixo dos patamares de 1928. é nesse contexto econômico que o livro brasileiro e a ficção traduzida no brasil têm um arranque inédito, iniciado pela livraria do globo - "outras logo a acompanharam, a athena editora, do rio, por exemplo, fundada em 1935". é esta a única menção de hallewell à athena.
sergio miceli, em intelectuais à brasileira, cita também rapidamente a athena, apesar de classificá-la entre as editoras de médio porte: apenas menciona a cifra de 70 mil exemplares atingida em 1937.
o diário oficial da união determina o registro da athena editora em sua edição de 26 de agosto de 1935, com o termo 36.330. seu proprietário: p. petraccone.
o mesmo miceli menciona petraccone muito por cima, precisamente no contexto econômico apontado por hallewell: "vários comerciantes especializados na importação de livros resolvem ampliar suas atividades no ramo com a abertura de um departamento editorial: pongetti, vecchi, petraccone, garavini, bertaso, zagari etc. foram sensíveis às mudanças que então se operavam e passaram a traduzir para o mercado interno as obras que antes eles mesmos importavam" (p.142).
trata-se de pasquale petraccone, editor do jornal italia libera, integrante destacado da liga antifascista das colônias italianas no brasil, de agitada biografia e intensa participação nos movimentos de esquerda no país, classificado nos arquivos do dops como trotskista. há fartíssimo material sobre suas atividades, mas muito pouco sobre seu trabalho à frente da athena editora.
está aí um tema fecundo para pesquisas sobre as contribuições da militância de esquerda não-stalinista para a história cultural brasileira.
Published on May 23, 2012 13:56
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