O mesmo de sempre: PT x PSDB

 



Ficou-se rouco pedindo o novo. Mas o novo deu na velha polarização petistas versus tucanos, com a qual estamos habituados (em seis eleições).


Foram centenas de operações policiais contra a corrupção da elite política brasileira e manifestações de ruas e pelas varandas. Mas a estrutura partidária se manteve intacta.


O Trump brasileiro continua na promessa, a cara nova da política, Emmanuel Macron, está ofuscada pelas velhas alianças, e o movimento “extra-ideológico”, como 5 Estrelas, permanece invisível a olho nu.


A crise da democracia é global. A brasileira continua presa no gogó.


Numa eleição em que tempo de TV e fundo partidário contam muito, a indecisão é a norma, e o líder nas pesquisas está na cadeia (pela Lei da Ficha Limpa, é inelegível), PSDB e PT fazem alianças de causar inveja nos adversários.


Ciro e Marina, como antes, isolam-se na que nunca germina segunda via.


E o MDB repete o PMDB. Como sempre, prioriza o Congresso e se mantém na posição biruta de aeroporto.


O “centrão”, ativo e influente desde a Constituinte de 1988, quer ser chamado de “blocão”.


A esquerda consegue uma união surpreendente em torno do velho líder sindical.


Ao que parece, o medo do novo supera os escândalos causados pelo velho. O brasileiro se chocou, mas prefere manter como está.


Já tivemos PT x PSDB em 1994, 1998, 2002, 2006, 2010, 2014. O PT ganha por 4 x 2, contando com uma partida interrompida no intervalo do jogo.


Até repetiremos um cenário Lula x Alckmin


Em 1994, FHC levou de Lula (54% a 27%).


Em 1996, FHC é bi contra Lula (53% a 31,7%).


Em 2002, a esperança e o medo entraram em disputa. Deu Lula contra Serra (61% a 38,7%).


Em 2008, Lula se confirmou contra Alckmin (60,8% a 39%).


Em 2010, Lula elege Dilma contra Serra novamente (56% a 46%).


Em 2014, Dilma é reeleita contra Aécio na mais apertada das eleições (51,6 a 48,3%).


A surpresa da eleição, a ascensão da extrema-direita, na figura de Jair Bolsonaro, late, late, mas aparentemente não morde.


Incomoda, gera debate, assusta, tira do controle até jornalistas experientes. Mas com segundos na TV, pouco dinheiro, nenhuma aliança costurada e a estrutura amadora de militância de pijama e redes sociais, aparenta morrer na trincheira.


E o novo, simbolizado no Partido Novo, ninguém quis.


Ouviremos novamente o slogan “ê, ê, Eymael, o democrata cristão…”? A proposta do aerotrem de Levy Fidelix vira aerotanque (apoia Bolsonaro).


Tudo como dantes no quartel de Abrantes.

 •  0 comments  •  flag
Share on Twitter
Published on August 06, 2018 06:13
No comments have been added yet.


Marcelo Rubens Paiva's Blog

Marcelo Rubens Paiva
Marcelo Rubens Paiva isn't a Goodreads Author (yet), but they do have a blog, so here are some recent posts imported from their feed.
Follow Marcelo Rubens Paiva's blog with rss.