Em 1983 uma banda de putos...

...toma o mundo de assalto a partir da baia de S. Francisco! Aparecem com um álbum com o sugestivo título de “Kill Them All” e fazem um Heavy Metal mais baseado naquilo eu se ouvia vindo de Inglaterra, a “New Wave of British Heavy Metal”, mas tocado mais rápido e mais brutal.
Não demoraram a arranjar outra categoria para eles, o Trash Metal, onde os juntaram a outras bandas da mesma área, como os Exodus (de onde veio o guitarrista solo, Kirk Hammet, quando expulsaram Dave Mustaine da banda), ou os Megadeth (formados pelo Dave Mustaine como vingança de ter sido expulso, o que originou uma guerra de bandas que durou 30 anos, para grande benefício dos fãs).
Em 1984 lançam o segundo álbum, “Ride a Lightning” que começou a cimentá-los como grande nome, mas foi com “Master of Puppets”, lançado em 1986 que a reputação da banda foi cravada na pedra! Entretanto, em tour, devido a um acidente de viação, o baixista Cliff Burton, na altura já uma figura de culto, morre.
A banda passa por um mau bocado, mas acaba por recrutar Jason Newsted para o lugar e em 1988 sai o álbum “…and justice for all!” que embora tenha uma produção consensualmente horrível, terá, talvez, as melhores composições do grupo, sendo nomeado para um grammy, na categoria de Heavy Metal que foi ganho por…
…Jethro Tull!
Não me levem a mal dizer isto, eu que sou fão confesso dos Jethro Tull e acho uma das maiores bandas progressivas de sempre, mas dar-lhes um Grammy por Heavy Metal é como dar ao Anselmo Ralph em prémio pêlos melhores cantares Alentejanos!
Entretanto a banda associa-se a Bob Rock, um dos maiores produtores musicais Americanos e, em 1991, é lançado o álbum que lança o Trash Metal para o mainstream (arrastando atrás bandas que nunca teriam tido notoriedade mundial se não fosse este álbum). O álbum, sem título, apenas conhecido como “Black Album” por ter a capa completamente preta, transformou os Metallica num fenómeno!
A partir daqui as coisas ficaram estranhas. Os álbuns seguintes, “Load” e “Reload” viram a banda afastar-se do som que os caracterizava o que deixou tipos como eu, que os conheciam desde o primeiro álbum a pensar que finalmente estavam a ficar velhotes e fofos e que não tardava estavam a escrever músicas e a fazer parcerias com a Madonna!
Depois de uma série de problemas internos que levaram à saída de Jason Newsted e quase à dissolução da banda, ainda sem baixista e com Bob Rock a assegurar a gravação do instrumento, gravam o álbum “St Anger”, lançado em 2003, que não foi muito bem recebido. Apesar de mais forte, ainda bastante longe dos seus tempos áureos! Entretanto, já depois das gravações, entra Rob Trujillo para o lugar de baixista.
O álbum seguinte “Death magnetic” de 2008, não foi também aquilo por que os fãs da banda ansiavam, embora mais próximo de uma sonoridade familiar aos primeiros álbuns, em termos de composição!
Finalmente, hoje, de 18 de Novembro de 2016, sai o álbum “Hardwired to self-destruct” que estou a acabar de ouvir neste momento!
E, pelo que ouvi, este é o álbum que devia ter sido lançado a seguir ao “Black Album”. É um álbum de Trash Metal, é um álbum de Metallica. Brutal quando tem de ser, melódico, com letras que fazem pensar! Tive de esperar desde 1991 para voltar a ouvir um álbum de Metallica, abanar a carola e ter a vontade de chegar a casa e começar a aprender os temas só pelo gozo de tocar algumas das coisas que ali estão! Mas, 25 anos depois, aconteceu!

Aleluia!

Bem-vindos de volta, Metallica! Já tinha saudades vossas!



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Published on November 18, 2016 02:35
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