Desde o ano passado que...

...volta e meia lá ouvia um “Já não quero ir para o Ballet!” mas a conversa, em geral, não ia dar a lado nenhum porque quando lhe perguntava o que ela queria fazer lá vinha sempre o “Quero ir para o Hip-hop!", o que levava a longas explicações do facto de eu não ter feito mal a ninguém e a tortura estar proibida pela convenção de Genebra!
Não que eu tenha alguma coisa contra o Hip-hop! Nada mesmo…
…desde que não tenha de ouvir!
Claro que, se calhar, sou eu que estou a ficar velho e bota de elástico, mas, por motivos que me transcendem, ainda continuo a gostar de música, daquela feita por músicos e há fenómenos como o Hip-hop e os DJ´s que andam tão na moda que me transcendem!
Sobretudo na questão dos DJ’s, que me levam a pensar na insanidade de pagar um balúrdio por um bilhete para ir ver um gajo num palco a carregar no botão de um DVD e passar hora e meia com o braço no ar…
…mas por outro lado, quando vou tocar a algum lado, compreendo-os! Era tão mais fácil chegar lá, pôr um CD a tocar e uma projecções de vídeo em vez de ter de levar uma coluna de 40 KG, mas uma cabeça de amplificação de 20 Kg feita com tecnologias obsoletas, mais duas guitarras, mais uma coluna para a voz que pesa 30 Kg, mais tripés e microfones e cabos e mais cabos e mais cabos…
…e não sei se já falei nos cabos?
Mas enfim, já estou a divagar depressa demais. Voltemos ao assunto em questão! Onde é que eu ia?
Ah! Pois, no facto de o Hip-hip estar fora de questão!
Entretanto, há uns tempos acabou aquela treta de série infantil do Disney Channel com o nome de uma cor e foi substituída por uma igualzinha em que a diferença é que a protagonista não é loira mas sim morena e não é cantora, embora também o seja, mas sim patinadora!
Estão a adivinhar o que é que aconteceu?
“Quero ir para a patinagem!”
E foi! Deixou de ser bailarina para passar a patinadora!
Ora, a patinagem é no pavilhão da Siderurgia Nacional que tem um bar.
E eu, que passei a tarde a correr para estar a tempo lá, nem sequer tinha tido tempo para comer qualquer coisa e como tal entrei no bar pela primeira vez.
Estava um casal a ser atendido pela empregada, uma moçoila que é quase uma clone da Jaime Pressly, que, para quem não reconhece o nome, era a actriz de fazia de ex-mulher do Earl na fabulástica e saudosa série “My name is Earl”!


A moça que estava a ser atendida foi extraordinariamente despachada no pedido que fez. Já ele foi a desgraça completa! Queria comer qualquer coisa. Sei que ele queria comer qualquer coisa porque ele disse:
-Eu queria comer qualquer coisa!
Ao que a empregada respondeu.
-Lamento, mas isso não tenho!
Depois de uns cinco minutos a torrar-lhe a paciência a ela e a mim, ele lá acabou por se decidir por uma sagres média…
…e a empregada, finalmente, lá se dirigiu a mim:
-Boa tarde. Diga…
-Boa tarde! Eu queria uma sandes de qualquer coisa, mas já a ouvi dizer àquele senhor que não têm, por isso, o que é que têm?
-Ah! Não, mas eu tenho sandes! Tenho pão, posso fazer-lhe uma…
-…sim, já tinha reparado, mas uma vez que não tem qualquer coisa, o que é que têm para rechear o pão?
Parou a olhar para mim, que me mantinha impávido e sério (bem, talvez tivesse um sorriso de gozo bem no cantinho dos lábios, mas mal se notava, de certeza) e depois fez-se-lhe o “click”…
…a ela e à outra senhora, companheira do indeciso, que se escangalham a rir (literalmente! Estava a ver que ia ter que as montar…
…não dessa maneira, seus pervertidos…
…e já estava a rezar para que tivessem os ossos numerados, senão era a desgraça…) e só depois, quando se recompuseram é que a clone da Jaime me informou das possibilidades que havia para além de qualquer coisa…

Acabei por escolher o queijo…

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Published on November 04, 2016 02:17
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