Ontem…



…vi a grande aposta (“The big short” no original)!
O filme, baseado em factos verídicos, conta a história de gajos que preferiram não ignorar o que os outros ignoravam ou até mesmo levantar o tapete para onde todos os outros varriam o lixo e, olhando bem para a informação, resolveram apostar contra o mercado imobiliário ao aperceberem-se da bolha que estava prestes a rebentar.
Pelo caminho apercebemo-nos que tudo isto foi feito com a conivência das entidades reguladoras que não regularam coisa nenhuma.
As agências de rating venderam os ratings dos produtos, sobrevalorizando-os.
A teoria de que o mercado se regularia a si próprio foi por água abaixo!
Ninguém foi preso.
Os bancos foram salvos pelo governo com dinheiro dos contribuintes que serviu para, inclusive, pagar grandes bónus aos gestores que afundaram os bancos e, 8 anos depois, os bancos voltam a por no mercado produtos tóxicos com a conivência das agências de rating e sem qualquer regulação, preparando assim o próximo estouro, visto que quem paga impostos apenas o faz para tapar os buracos das negociatas obscuras deles!
Este filme expõe, a nu, os problemas que levaram ao rebentamento da bolha imobiliária em 2008.
Podíamos pegar no filme, mudar os cenários, de Wall Street para a baixa de Lisboa, mudar os protagonistas e…
…Tínhamos o mesmo filme!

A minha mãe teve um hóspede em casa dela, num anexo, por dois meses. Foi uma senhora conhecida dela que pediu para ele lá ficar, que estava sem trabalho…
O rapaz rapidamente demonstrou quem era e a minha mãe pôs-lhe as malas à porta e… toca a andar!
Seis meses depois aparecem uns senhores ao portão da quintinha a querer falar com o proprietário. A minha mãe informou-os de que era a proprietária. Eles perguntaram pelo outro proprietário. A minha mãe informou-os de que era a única proprietária. Eles disseram que não podia ser, eram funcionários de um banco e andavam à procura do proprietário do terreno que tinha feito um crédito pessoal e tinha dado a propriedade enquanto garantia.
A minha mãe informou-os de que era a única proprietária e que se eles não verificavam as declarações de quem se propõe a obter um empréstimo, isso era problema deles.
Eles quiseram saber em que data a aquisição da quintinha tinha sido feita.
A minha mãe informou-os que foi há cerca de quarenta anos!
Foi só mais um credito que ninguém recebeu, provavelmente incluído num título negociável junto com uma catrefada de outros que, eventualmente, até tinha um rating AAA dado por uma agência daquelas que classificou Portugal como Lixo…
…e foi este o problema!

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Published on March 21, 2016 05:27
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