Ana C. Nunes's Blog, page 2

April 27, 2023

10º aniversário da publicação

Olá a todos!
Este mês celebro convosco o 10º aniversário da publicação da primeira edição da minha distopia / história alternativa “Angel Gabriel Pacto de Sangue“.

Durante este mês inteiro tenho feito, tanto no meu instagram, como na página de facebook, publicações diárias dedicadas a esta história. Se não me seguem por lá, espreitem que tem muita coisa que não tenho publicada aqui no blog.

“Angel Gabriel – Pacto de Sangue” foi publicado pela primeira vez a 10 de Abril de 2013, em formato ebook, e depois, em 25 de Abril de 2018 lancei a edição especial, revista e acrescentada, de 5º aniversário, onde apresentava pela primeira vez a edição em livro físico desta história distópica.

Para quem posso não conhecer, “Angel Gabriel – Pacto de Sangue” é um livro sobre um futuro alternativo onde os vampiros são a espécie dominante e os humanos usam magia para os combater. Angel é a filha da mais poderosa feiticeira da Europa e Gabriel é um dos mais poderosos vampiros. Quando os seus destinos ficam ligados por um pacto de sangue, ambos terão de viajar pela Europa em busca de liberdade.

Deixo um especial agradecimento a todos os que seguiram a minha viagem, aqui no blog, desde o início, pois foi ao chegar mais ou menos a meio do primeiro rascunho de “Angel Gabriel -Pacto de Sangue” que decidi criar este blog e daí em diante fui registando todo o percurso, da escrita à revisão, passando pelo processo de auto-publicação, a promoção, e tudo o resto. Muitos foram os leitores e amigos que me ajudaram pelo caminho e estou grata a eles e aos leitores por terem dado uma hipótese a esta história.

Espero que este meu trabalho ainda encontre mais leitores no futuro.

E tu, já leste?

Podes comprar o livro físico nos seguintes locais:
– Amazon US, UK, DE, FR, ES, IT, JP, CA, BR, IND;
Barnes & Nobles;
Bokus (sueco);

Podes comprar o ebook nos seguintes locais:
Kobo (o ereader da Fnac);
Smashwords (vários formatos);
– Amazon US, UK, DE, FR, ES, IT, JP, CA, BR, IND;
iTunes store (Apple);
GooglePlay;
Livraria Cultura;
Barnes & Noble;
Scribd;

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Published on April 27, 2023 10:30

January 20, 2023

2022 em revista

Demorei um tempinho a organizar as minhas leituras e opiniões do ano passado, mas cá ficam as habituais estatísticas relativas às minhas leituras de 2022.

Foram mais de 6700 páginas lidas, entre romances literários e bandas desenhadas. E, como há vários anos, ouvi muitos audiolivros, que resultaram em cerca de 130 horas de narração. Desta vez li melhores romances literários do que bandas desenhadas. Em média, claro!

Por fim partilho convosco o meu top 5 de romances literários, sem nenhuma ordem especial:

“Amnistia”, de Aravind Adiga;
“Ventos do Apocalipse”, de Pauline Chiziane;
“Duna”, de Frank Herbert;
“Crónicas de uma morte anunciada”, de Gabriel García Márquez;
“Forca”, de Joe Ambercrombie.

Quanto aos melhores livros de BD, tendo em vista que li poucos, sugiro apenas dois: “99 Ways to Tell a Story: Exercises in Style”, de Matt Madden; e, mais uma vez, “One-Punch man”, de One & Yusuke Murata.

Em matéria de contos, visto que também li poucos, deixo a sugestão de dois:

“Soltem o Kraken”, de Inês Montenegro;
“O Vizinho do 4-B”, de Ricardo Dias.

Partilha comigo quais os teus livros favoritos de 2022 e se já leste algum destes que mencionei, deixa a tua opinião.

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Published on January 20, 2023 13:10

November 27, 2022

14 anos depois

Dei por mim a fazer uma pausa para fazer as contas. Faz hoje 14 anos que publiquei pela primeira vez neste blog, desde que tomei a decisão de levar a escrita a sério. Sem querer cair nos cliches, porque não parece que foi ontem, mas certamente não parece que foi há 14 anos.

Incrível!

Não queria deixar passar a data em branco, mas realmente não tenho muito a dizer. Há muita coisa que quero fazer e recuso-me a falar no que queria ter feito, pois não acredito que esse seja o pensamento certo.

Fiz muito e espero fazer ainda mais. Quero e vou fazer! É esse o verbo certo.

Por tudo o que se passou nestes anos, quero agradecer a quem me segue desde essa altura e a quem veio entretanto e decidiu manter-se por cá apesar da falta de actualizações no blog.

Fiquem por aí mais um pouco. Espero não dececionar.

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Published on November 27, 2022 15:43

November 16, 2022

NaNoWriMo 2022 – A pedra no meio do caminho

Como anunciei no último posts, estou novamente a participar no NaNoWriMo (National Novel Writing Month) e tudo estava a correr relativamente dentro do normal até ao dia 8 de Novembro, no qual eu tropecei numa pedra na calçada e estardalhei-me. Que é como quem diz … o meu computador deu o pifo e eu fiquei sem meios de escrever com eloquência e rapidez.

Podia ter escrito à mão? Podia, mas não era a mesma coisa. Ainda fui escrevendo no telemóvel e usando aquelas aplicações que convertem voz em texto, mas, sorte das sortes, acabei por perder até esses apontamentos. Realmente eu devia ir à bruxa! (A Garnath dava jeito agora).

Mas está resolvido! Entretanto o computador regressou (espero eu que saudável) e eu mesmo assim demorei uns dias a voltar a pegar nele. Tinha perdido a força motriz. Que dizer…

Hoje, contudo, as peças parecem ter-se voltado a encaixar e estou com vontade de escrever novamente. Dificilemnte vou conseguir cumprir o objectivo das 50.000 palavras, mas pouco importa. Desde que volte a escrever, estou contente.

Lamento não ter falado disto antes, mas deixo-vos com as minhas contagens de palavras diárias, até ao dia 7 (no 8 nem consegui escrever antes de ele ir ao ar)

1.9282.826 (+898)3.315 (+489)4.818 (+1503)6.180 (+1362)7.064 (+885)7.369 (+305)
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Published on November 16, 2022 15:51

October 30, 2022

Uma e outra vez NaNoWriMo

Novembro está a chegar e, já sabem, por aqui é tempo de NaNoWriMo.

Não sabem do que se trata?

NaNoWiMo – National Novel Writing Month, este é um desafio global para que escritores (profissionais, amadores ou assim-assins) se comprometam à escrita de um romance de pelo menos 50 000 palavras, durante o mês de Novembro (1 a 30). Eu participei pela primeira vez em 2008, com Angel Gabriel – Pacto de Sangue, e no final da primeira versão deste romance, criei este blog.

Este ano vou fazer como em 2015 e em vez de começar um romance novo, vou antes terminar o “Vermelho Sangue” (título provisório) e reescrever a Saga da Heroína. Ou tentar … Ehehe

Denominei o projecto deste ano de “Tentativas de Sincronização II“, no seguimento do título de 2015.

Vou actualizando aqui o blog semanalmente para vos manter dentro do progresso.

Se algum de vocês participar no NaNoWriMo este ano, deixem o vosso nickname (caso assim o entendam) e o título do projecto nos comentários.

Já agora, o meu nickname no NaNoWriMo é dreamgazer.

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Published on October 30, 2022 16:27

May 23, 2022

Leituras 2022 – Abril

Abril foi um mês mais dedicado aos contos, depois de A Outra Mafalda ter lançado o desafio para mais um Abril Contos Mil. Já sabem que adoro contos e por isso ainda li alguns.

“A Mulher-Sem-Cabeça e o Homem-do-Mau-Olhado”, de Gonçalo M. Tavares

Um livro cheio de alegorias e contado em tom quase de fábula, ou melhor, de várias efabulações. Inicialmente as histórias parecem não ter grande ligação, mas aos poucos vamos notando pontos em comum. Personagens apresentadas de formas diferentes que parecem ser as mesmas, mas em tempos distintos e com situações de vida diferentes.
Foram muitas as vezes que parei para refletir sobre as frases, sobre cada um dos pequenos capítulos, tentando interligar a narrativa, as personagens e as mensagens mais ou menos óbvias que algumas contavam.
Um livro fascinante, que se lê num instante, mas que nos deixa a pensar, ou melhor, que nos faz parar muitas vezes para refletir.
Ainda assim, fica a dúvida e a confusão sobre quem é quem. Talvez uma segunda leitura ajude a dispersar as dúvidas.

“O Lago”, conto de Pedro Cipriano

A narração está envolvente, criando um misticismo em torno dos acontecimentos, no entanto precisava de mais espaço para o desenvolvimento, tanto da Alice como do marido: porque é que ela tomava tantos medicamentos? Ficam demasiadas perguntas no ar e não temos nenhuma resposta.

“O Muro”, conto de Pedro Pereira

Passado num mundo alternativo (ou será futuro?) onde Paris está envolta numa enorme muralha para proteger-se dos demónios, é-nos contado o turno de um dos guardas e as consequências de uma das suas decisões.
A história é interessante, no entanto a narração é demasiado carregada de informações contadas (tell), por vezes desnecessárias, e quase sempre metidas a “ferros”. Penso que a história pecisava de um pouco mais palavras para não ser tão carregada de informação e para podermos conhecer melhor o Maurice de forma a dar mais impacto ao final.

“O Vizinho do 4-B”, conto de Ricardo Dias

Escrito como uma peça de teatro, este é um pequeno texto bastante divertido e interessante, sobre as coscuvilhices das vizinhas com um twist mitológico à mistura.

“Soltem o Kraken!”, conto de Inês Montenegro

O título leva-nos a ter certas expectativas que depois são rapidamente viradas do avesso. Escrita com um humor fantástico, este conto entretem de início a fim. Mais um excelente conto da Inês Montenegro.

“Passarinhos e Genocidas”, antologia de Renato Carreira

Poemas curtos, de temas variados. Muitos, senão mesmo todos, altamente sarcásticos. Alguns ressonaram comigo, outros não compreendi (mea culpa).

“Verum”, conto de Mário Coelho

A história e o seu desfecho são muito interessantes, no entanto a cena inicial é desnecessariamente confusa e ambígua (a meu ver), por culpa da falta de informação ou de settting (ambientação). Há demasiadas perguntas e quase nenhumas respostas.
Dito isto, a escrita é muito boa, bem como a personagem do Khalif que, em muito pouco texto, consegue demonstrar as suas motivações.

“The Freelance Manifesto: A Field Guide for the Modern Motion Designer”, de Joey Korenman

Não terminei a leitura deste livro (li até à página 50) pois percebi que ele é mesmo direcionado para motion designers, mas mais que isso, é para o mercado americano e não se traduz, pelo que percebi, muito bem para a Europa. A minha questão é que esperava algo mais abrangente, mas ao fim de 50 páginas senti que ainda nada tinha sido dito que realmente me pudesse inspirar.
Provavelmente não será o mesmo para outros leitores, mas para mim este livro não funcionou e por isso não terminei, apesar de o autor ser extremamente motivacional.

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Published on May 23, 2022 08:00

May 21, 2022

As editoras não são todas iguais

Hoje venho falar-vos de uma situação que o Diogo Simões divulgou, no seu instagram. Trata-se de um relatório (Is it a steal? – An investigation into ‘hybrid’ / paid-for publishing services) que resulta de uma colaboração entre a Society of Authors e a Writer’s Guild of Great Britain. Ainda tenho de ler o mesmo na totalidade, mas ficam algumas considerações iniciais.

E isto porquê?

Para exigir transparência!

Há muito que vos prometi uma publicação sobre a minha breve experiência de publicação e essa ainda está para vir, mas porque não falar do que conheço do mercado editorial, não só de Portugal, mas que acaba por se replicar em muitos outros países?
Fica já o aviso que não conheço todas as nuances de todos os casos. Falo do que vivi, ouvi e pesquisei.

Para começar há que dividir o mercado editorial em três segmentos principais:

Editoras tradicionaisAuto-publicaçãoVanity-press ou Editoras híbridas

As editoras tradicionais funcionam da seguinte forma: o autor cria o romance / tese / poema / obra, este é selecionado pela editora e esta faz revisão, paginação, impressão, distribuição e divulgação do seu trabalho. Em troca a editora fica com uma grande fatia das vendas, ficando o autor com uma percentagem das vendas, acordada previamente (em contrato de publicação). Em alternativa o autor pode receber um adiantamento do valor aquando a apresentação da sua criação (isto normalmente acontece com autores já publicados anteriormente na mesma editora). Nesta situação o escritor só começa a receber dividendos quando o adiantamento for coberto pelos lucros. A percentagem normal para o escritor é entre 6-10% sob o valor de venda, para edições em papel, e de 15-25% em edições digitais. Na publicação de contos em antologias é por vezes prática das editoras, em vez de darem percentagem das vendas, oferecerem um certo número de exemplares ao autor. Importante: no caso de livros sem ser antologias, também é comum as editoras darem exemplares aos autores, mas isto não altera em nada o facto de o autor receber os seus direitos de venda dos restantes exemplares.

A auto-publicação consiste no envolvimento do autor em todas as fases da produção e distribuição do livro. O autor pode escolher ser ele a fazer tudo (revisão, design de capa, design de interior, impressão, distribuição), ou pode sub-contratar estes serviços a prestadores de serviços individuais ou a editoras que prestam um ou todos os serviços em troca de um valor. Neste cenário todos os lucros revertem para o escritor, mas também os custos são suportados por ele. A auto-publicação pode ser tradicional (em papel) ou digital e está cada vez mais acessível, especialmente graças aos serviços de print-on-demand e plataformas de venda de ebooks. No caso da distribuição é normal os distribuidores ficarem com uma percentagem das vendas, mas a grosso modo o lucro para o autor é percentualmente maior.

As vanity-press, ou editoras híbridas, como tenho visto serem referidas ultimamente, são editoras que publicam os trabalhos dos escritores a troco de um valor de investimento inicial. Atenção! Não são prestadores de serviços como no caso da auto-publicação. Aqui o escritor paga por um pacote de serviços, e não recebe uma percentagem das vendas. Em vez disso recebe um determinado número de exemplares para si, que depois terá de ser o mesmo a divulgar, vender e distribuir, se quiser reaver o investimento original. Os restantes exemplares são distribuidos e vendidos pela editora, não havendo, por norma, direito a percentagem das vendas para o autor.

É neste terceiro grupo editorial que reside a maioria das polémicas de publicação. E porquê? Porque normalmente estas não são transparentes.

Nenhuma das três opções é má! Que fique bem claro. O que se deve exigir é uma transparência aquando da comunicação com os autores. Estes devem saber ao que vão e quais as alternativas, para assim poderem tomar a decisão que seja mais acertada para si e para a sua obra.

O que muitas vezes acontece com as vanity-press é que o pacote de serviços que é vendido não é cumprido: o texto não é revisto por um profissional, o trabalho final fica cheio de gralhas, problemas de impressão, não há divulgação e a distribuição é nula. Ou seja, o autor muitas vezes pagou por um serviço que não foi realizado. Além disto, muitos dos contratos de publicação são abusivos, ficando o autor da obra impedido de reaver os direitos dos mesmos sem ter de gastar dinheiro em representação legal (informem-se sempre com um advogado ou agente literário antes de assinarem um contrato de edição).
Basta pesquisarem. Os relatos de autores que foram ludibriados são fáceis de encontrar.

Isso faz das vanity-press uma má alternativa? Claro que não! Se cumprirem com o contrato, se as cláusulas de direitos autorais não forem abusivas, e se o escritor tiver a perfeita noção do que está a fazer, com quem está a fazer, o que vai receber em troca, e preferir esta solução às outras duas, então é uma alternativa viável e que pode correr muito bem. Temos várias histórias de sucesso.

E não se enganem, pois nos dias que correm, em qualquer das alterantivas, o escritor tem de dar tudo para ajudar a divulgar a sua obra. Não pode ficar à espera que seja a editora a tratar de tudo, mesmo quando está numa editora tradicional. Ou aliás, pode, se já tiver nome na praça e se puder dar ao luxo. Para os estantes, para os que ainda procuram o seu público e que querem chegar ao maior número de leitores possíveis, o trabalho ainda mal começou quando o manuscrito é finalizado.

Mas estou a divagar porque o tema inicial era o relatório que pretende exigir transparência das vanity-press (e não só).

Há muitos escritores que, aquando da publicação da sua primeira obra (ou mesmo as consequentes), muitas vezes depois de uma série de “nãos” de outras editoras, recebe uma proposta de edição de uma vanity-press e pensa “Finalmente alguém disposto a apostar no meu trabalho!”. A alegria é imensa e muitas vezes cega. Muitos dos autores iniciantes não conhecem as alternativas. Não percebem que não têm obrigatoriamente que pagar para serem publicados. Acham normal e não questionam, não pesquisam.
Fica a dica: Falem com outros escritores, sondem, pesquisem na internet, contactem outros autores da mesma editora e perguntem-lhes sobre as suas experiências (a maioria dos escritores são muito acessíveis). E, mais que tudo, vejam escritores que começaram naquela editora e mudaram para outras. Perguntem-lhes porque mudaram. Se gostaram da experiência. E mais que isso, desconfiem.

Vou dar-vos o meu mui singelo exemplo. Quando comecei a sondar editoras para o meu romance “Angel Gabriel – Pacto de Sangue“, em 2010 / 2011, era habitual enviar-se uma sinopse, um resumo da minha carreira enquanto escritora e a minha apresentação, bem como as primeiras 50 páginas do romance. Fiz isto para uma seleção de editoras que sabia que publicava no género que escrevi. Muitas não responderam (é normal, acreditem), outras disseram que não tinham espaço no calendário editorial (resposta muito habitual), pelo menos uma pediu-me o manuscrito completo para análise e houve outra que, após receber apenas as primeiras 50 páginas disse que estava interassada em publicar o meu livro e queria agendar uma reunião. Ora eu desconfiei logo, claro está! Posso ter total confiança na minha escrita, mas que editora diz que publica sem sequer ler o manuscrito completo? Uma vanity-press!
Eu mesma desconhecia estes meandros da publicação na altura. Não pesquisei a fundo antes de me aventurar. Nessa altura a editora era recente e ainda não havia muita informação dos autores. Mesmo assim fiz o seguinte: respondi à editora e disse que estava muito contente com o contacto deles, anexei o manuscrito completo e pedi que lessem a totalidade antes da reunião, para saberem o que iam publicar. Essa reunião nunca aconteceu. Não cheguei a ser publicada por eles.
Não me arrependo! Contactei autores que tinham publicado com eles, percebi o modelo de publicação e, apesar de ser uma vanity-press séria, transparente e acessível, eu sabia que não era aquele o modelo de publicação que pretendia. Continuei a tentar a minha sorte com as editoras tradicionais, e depois de alguns anos decidi auto-publicar. Não me arependo!

Tudo isto para dizer que há muitos autores, novos e não só, que acreditam que a única forma de serem publicados é pagarem, perderem os seus direitos. E isso não é verdade. O sistema tradicioal de edição não exige um cêntimo ao autor. As alternativas da auto-publicação e das vanity-press existem, sempre existiram e são uma boa alternativa em muitas situações. Mas é preciso que todos os autores percebam as suas implicações antes de tomarem uma decisão. E se as editoras não forem claras, sérias e transparentes, isso não vai acontecer

Uma nota final só para tocar um assunto que me é muito caro: um autor auto-publicado ou publicado em vanity-press não é, logo à partida, menos talentoso, menos competente ou menos merecedor de apoio que aqueles que publicam nas editoras tradicionais. Podem existir mil e uma razões para não ter sido publicado por uma tradicional, pode ser por escolha, por culpa do mercado, ou tantas outras coisas. Dêem uma oportunidade aos autores nacionais, seja qual for o seu modo de publicação. Encontrarão certamente boas leituras, mas se pelo meio virem um livro cheio de gralhas, falem com o autor e também com a editora (por email ou mensagem privada), para que eles possam melhorar numa publicação seguinte.

Assim que terminar de ler todo o relatório, caso tenha mais alguma coisa a dizer, farei nova publicação.

Deixo ainda espaço para vocês darem a vossa opinião sobre este assunto. Tinham conhecimento deste mundo editorial? É algo que vos interessa? Concordam ou discordam desta tentativa de obrigar todas as editoras a serem mais frontais em relação às suas práticas. E já agora, conhecem casos de autores que tenham sofrido com este tipo de situações?

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Published on May 21, 2022 03:30

April 27, 2022

Leituras 2022 – Fevereiro e Março

No final de Fevereiro não fiz este apanhado poque só tinha lido um álbum ilustrado e achei que, por isso, faria mais sentido juntar as leituras de Fevereiro e Março na mesma publicação.

“Aniversáro”, de José Pedro Moreira & Clara João Silva

Um poema ilustrado lindamente. A intensidade das cores e da obscuridade das cenas passa uma mensagem de reforço às palavras.
Podem ler gratuitamente aqui.

“Crónica de uma Morte Anunciada”, de Gabriel García Márquez

Neste pequeno livro, é-nos narrada a história da morte de Santiago Nasar, ou pelo menos é o que parece inicialmente, pois na realidade é uma porta para uma comunidade, para as pessoas que o rodeiam e o que elas fazem, ou não fazem, para impedir o fim de Santiago Nasar.
A narrativa faz-nos saltitar entre diferentes momentos, tanto no presente (do evento) como no passado e até no futuro. Esta escolha poderá parecer confusa, mas a escrita do autor faz com que faça todo o sentido, numa espécie de sequência de pensamento (stream-of-thought) que só é intensificada pelo facto de sabermos o desfecho e, mais ainda, por termos a noção que se trata de uma história verídica.
Há sempre que ter em consideração a época em que esta tragédia ocorre, mas, mais que isso, é através da apresentação de todas as pessoas que vivem na aldeia (e os de fora também), que percebemos como foi possível esta morte ocorrer quando toda a gente sabia e podia ter prevenido o mesmo desfecho. É caso para dizer, se não tivesse acontecido, era fantasioso demais até par ser imaginado.
Aconselho vivamente esta leitura. Foi a primeira vez que li um livro da obra deste autor e fiquei com vontade de ler outros.
Este livro foi leitura para o Clube de Leitura de Braga.

“A Estirpe”, de Guillermo del Toro & Chuck Hogan

Mais um livro lido para o Clube de Leitura de Braga.

Este livro chamou a minha atenção por ser co-escrito pelo Guillerme del Toro, cujo trabalho cinematográfico já sigo há vários anos.E posso dizer que a nível do ambiente que se espera, não desilude.
Este livro, embora sempre com uma narrativa urgente e carregada de suspense, tem uma primeira terça-parte mais de construção do “palco de acção” e das próprias personagens, que está incrivelmente bem conseguida. Vamo-nos aproximando dos protagonistas, dos passageiros e das suas vidas, envolvendo-nos nelas e ficando a conhecer as suas motivações antes mesmo de o impacto total do “vírus” tomar o protagonismo. Isto permite uma ligação intensa com todas as personagens e uma certa aflição por sabermos que o que está para vir é bem pior do que o que já ocorreu antes.
No entanto a partir da última terça-parte a narrativa perdeu alguma força porque estas mesmas personagens pareceram mudar de personalidade e atitudes com demasiada leviandade. Estamos a falar de cientistas que durante toda a sua carreira se dedicaram a salvar vidas. Penso que não seria assim tão fácil conseguir que eles se tornassem caçadores de vampiros, mesmo dadas as circunstâncias.
Tirando esta situação, a ação está muito bem conseguida, a escalada de violência e de tensão também, e ainda ficou muito por desvendar, para os livros seguintes (que fico com vontade de ler).
Aqui temos vampiros que são criaturas sem grande sentimento (um regresso aos primórdis do género), que vivem para se alimentar e que criam o caos por se propagarem com tanta rapidez. Possuidores de uma mentalidade coletiva tipo colmeia, é fascinante perceber como funcionam. No entanto pareceu-me inverosímil que depois de tanta destruição as autoridades ainda não tivessem percebido o que se estava a passar.

“99 Ways to Tell a Story: Exercises in Style”, de Matt Madden

Partindo de uma ideia de preconizada por Raymond Queneau em “Exercises in style”, onde o autor contava a mesma história de 99 formas diferentes, Matt Madden decidiu fazer o mesmo mas para o formato BD. Assim temos uma premissa relativamente simples: um homem sai do quarto, entra na sala onde escuta a mulher que, do primeiro andar lhe pergunta as horas, e depois de responder o protagonista vai ao frigorífico e percebe que não se lembra do que procurava quando ali foi.
Esta simples sequência é então narrada em linguagem de banda desenhada de 99 formas diferentes. Seja no contexto da organização da das pranchetas, da forma e por quem a história é contada, dos planos de ação, do estilo de desenho, etc.
Aqui Matt Madden homenageia grandes nomes da BD e não só.
Este livro é por isso muito interessante, percebendo-se que basta por vezes mudar uma pequena coisa para o tom ser completamente diferente. para a mensagem da história ser outra.
As minhas favoritas foram a “Emanata”, “One Panel”, “Exercises in love”, “A newly discovered fragment of the Bayeux Tapestry”, “Exorcize in style”, “Public Service Announcement”, “In case of Exercises in style”, “Brought o you by…”, “The critic”, “Actor’s studio II”, “Too Much text”. “No Line”, e”Maximalist” (este lembrou-me a arte do Rui Alex).
Para quem gosta de fazer BD, ou até para quem gosta de escrever, acho que este livro pode ser muito interessante.

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Published on April 27, 2022 07:14

March 21, 2022

Festivais Literários 2022

Achei que seria interessante reunir, além dos Concursos e Antologias, também os festivais literários (excluem-se as Feiras do Livro). Muitos destes festivais e encontros ainda não têm data confirmada para 2022, pelo que me guiei pelas datas do ano anterior.

Janeiro

FEIO: Festa de Escritas, Improvisos e Oralidades (adiado?), em Lisboa (site oficial)

Fevereiro

Correntes d’Escritas (22 a 26), na Póvoa de Varzim (site do município)
Contornos da Palavra, em Viana do Castelo (site do município)

Março

Festival Literário Poesia à Mesa (10 a 21), em São João da Madeira (página de facebook)
Húmus – Festival Literário de Guimarães (12), em Guimarães (página de facebook)
Coimbra BD – Mostra Nacional de Banda Desenhada (25 a 27), em Coimbra (site do município)
FLIQ – Festival Literário Internacional de Querença (adiado), em Loulé (página de facebook)

Abril

ELOS – Festival Literário de Nelas (26 a 31), em Nelas (site da fundação)
Festival Literário da Madeira, na Madeira (página do facebook)
LEV – Literatura em Viagem, em Matosinhos (página de facebook)

Maio

Festival Internacional de Literatura e Língua Portugal (4 a 8), em Lisboa (site oficial)
Festival Literário de Ficção Científica e Fantasia Contacto (28 a 29), em Lisboa (site da editora)
Festival Literário Livros a Oeste, em Lourinhã (site do município)
Onomatopeia – Festival de Literatura Infanto-Juvenil de Valong, em Valongo (página de facebook)
Festival Literário de Bragança, em Bragança (página de facebook)
Festival ReadOn, em Almada (página de facebook)

Junho

Festival Literário Internacional do Interior “Palavras de Fogo” (16 a 19), em Arganil, Lousã, Pedrogão Grande e vários outros municípios (página de facebook)
Maratona de Leitura – Festival Literário e Desafio (de 30/06 a 03/07), em Sertã (site oficial)
Ponte Escrita – Encontro Luso-Galaico de Escritores, em Chaves (página de facebook)

Julho

Agosto

Setembro

Caravana Literária – Festa da Literatura e do Pensamento, na Guarda (site oficial)
Festival Literário de Ovar, em Ovar (site do município)
Abecedário – Festival da Palavra, em Lisboa (página de facebook)
Festival Internacional de BD de Beja, em Beja (site oficial)
Freixo – Festival Internacional de Literatura, em Freixo de Espada à Cinta (página de facebook)
Festa do Livro de Amadora, na Amadora (site do município)

Outubro

FOLIO – Festival Literário Internacional de Óbidos (6 a 16), em Óbidos (site oficial)
Escritaria, em Penafiel (página de facebook)
Fórum Fantástico, em Lisboa (blog oficial)
Ler com Amor – Encontro de Leitura em Voz Alta, na Madeira (página de facebook)
Encontro Internacional de Ilustração de S. João da Madeira – Bienal, em São João da Madeira (site oficial)
Amadora BD, na Amadora (site oficial)
Festival Insonho – Criaturas do Imaginário Tradicional Português, no Porto (página de facebook)

Novembro

Festival Books & Movies, em Alcobaça (página de facebook)
Encontro Lusófono “Tanto Mar, uma só Língua”, na Madeira (facebook da associação)
Festival de Literatura de Chaves, em Chaves (site do município)
Braga em Risco – Encontro de Ilustração, em Braga (página de facebook)

Dezembro

Tinto no Branco – Encontros Literários, em Viseu (site oficial)

Convido-vos a consultar a DGLAB para ainda mais festivais. E ainda o site da Patrícia Morais, que também fez um apanhado muito interessante de eventos e iniciativas literárias.

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Published on March 21, 2022 11:15

February 13, 2022

Ebooks retirados de circulação

Aviso!

Decidi retirar de circulação alguns dos meus ebooks.

Calma! Não é definitivo.

Acontece que já estava a pensar tomar esta decisão há algum tempo. Alguns dos meus ebooks precisam ser revistos e melhorados e por isso penso que é melhor tirá-los de circulação um pouco antes e voltar a relançá-los com melhores edições. Pretendo fazer isto nos próximos meses, lançando um de cada vez.

Que ebooks foram retirados do mercado?

A Heroína e o Guerreiro
A Heroína e o Vilão
Um toque de…

A Saga da Heroína

Decidi retirar os primeiros dois do mercado porque pretendo fazer uma nova revisão aos textos e também mudar as ilustrações do primeiro (A Heroína e o Guerreiro) antes de lançar os restantes números desta saga.

Um toque de … (antologia)

Esta antologia vai ser novamente revista, reorganizada, e possivelmente vou mudar-lhe o nome. Também é possível que decida lançar os contos individualmente, ou pelo menos alguns deles. Ainda estou a ponderar a melhor hipótese. Esta antologia não teve o alcance que eu queria, seja pela capa, seja pelo título, ou por uma combinação de vários fatores. Vou ter de estudar a melhor forma de abordar a publicação destes contos.

Anormal

Não me esqueci de que o lançamento do conto “Anormal” está prometido há muito! Sim, está para breve.

É possível que ainda os vejam em circulação nos próximos dias ou semanas, mas depois disso só regressarão com novas edições.

Deixem ficar as vossas opiniões relativamente a estes trabalhos e ao que acham que poderia melhorar no relançamento.
Prometo mais novidades em breve.

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Published on February 13, 2022 09:34