Bruno Bimbi's Blog
February 9, 2012
TIM TIM por TIM TIM
Serviço de maltrato ao cliente da TIM, bom dia. Em que posso ajudá-lo?
POR BRUNO BIMBI
Eu já fiz mais de vinte reclamações ao Serviço de Maltrato ao Cliente (SMC) da TIM, ao longo do últimomês, sempre pelo mesmo motivo. E, por incrível que pareça, o problema ainda nãofoi resolvido. Aliás, eles ainda nem sabem qual é o problema, nem querem saber,nem... (desculpem, a ligação caiu). Várias vezes por dia,desde que eu passei do plano pré-pago ao pós-pago, eu recebo no celular umalerta de "novo correio de voz" da caixa postal. O telefone (SamsungGalaxy II) faz um bipe que é o mesmo que toca quando eu recebo umtorpedo e, quando vou conferir, o que vejo é o ícone da caixa postal (ele ficana parte superior esquerda da tela e, se você levar para abaixo com o dedo,aparece um texto que diz: "Novo correio de voz. Discar *100"). Eudisco *100 e aí escuto a gravação que diz: "Você não tem nenhumamensagem...". Ou seja, o alerta é falso, o bipe toca à toa, a ligação ao*100 não era necessária.O problema é que,mesmo depois de eu discar *100 e confirmar que, na verdade, não há nenhumamensagem, o ícone continua lá na esquina superior esquerda da tela e, tempodepois, o celular toca de novo o maldito bipe para me lembrar, para meinsistir, para me reclamar que eu ligue de novo para a caixa postal. Como o somé o mesmo dos torpedos e eu recebo, pelo meu trabalho, muitos torpedos, cadavez que toca eu tenho de pegar o telefone para ver se é um torpedo ou o malditofalso alerta da caixa postal... E ele toca, às vezes, às 2h da manhã, às 3h, às4... Eu não posso desligar o telefone durante a noite, pelo meu trabalho. Nãoposso mesmo. E, infelizmente, eu acordo cada vez que o bipe toca. Já revisei todas asopções de configuração do aparelho, uma por uma. Não há como bloquear o bipenem desativar a caixa postal desde o aparelho (na configuração da caixa postal,a única opção é: "Minha operadora").Quando eu comecei ater esse problema, liguei ao SMC. Uma vez, duas, três, quatro. Resumindo, maisde vinte. Sempre a mesma coisa: se você quiser tomar um sorvete de chocolate,digite um; se quiser comprar uma viagem pro Caribe, digite dois; se quiserlimpar os óculos, digite três... A opção de reclamações é a número oito! Depoistem mais um digite um-dois-três-quatro (opção certa). Você tem que confirmar sea reclamação é sobre o número do qual você está ligando. Uma gravação te avisaque a ligação está sendo gravada. Outra gravação te convida a participar de umapesquisa de satisfação (risos). Outra gravação te diz que o número de protocoloé 87346237647254835418354 e que bla bla bla... Depois de um teeeeeempoooooo euma musiquiiiiiiiiiinhaaaaaaaaaa, finalmente, aparece o primeiro ser humano.Ele te pergunta o nome e sobrenome, o CPF, etc. E te diz, novamente, que onúmero de protocolo é 87346237647254835418354. Também te pergunta, de novo, sea reclamação é sobre o número do qual você está ligando, e repete o número.Você confirma. "Pois não, em que posso ajudá-lo?". Você explicao problema e — só depois de você terminar de contar para ele até o últimodetalhe do assunto — ele diz que o setor responsável é outro — outro que, éclaro, não estava em nenhuma das opções listadas quando a máquina te pediu paradigitar um se você queria comprar ingressos para o cinema e dois se você queriauma massagem tailandesa — e, muito cordialmente — ai, Sérgio Buarque de Holanda!— ele te explica que precisa te transferir a outro setor.Musiquiiiiiiiiiiiiiiiiinhaaaaaaaaaa. "Oi, boa noite, meu nome éFelipe". Nome e sobrenome?, CPF?, a reclamação é para o número do qualvocê está ligando?, seu número de protocoloé 87346237647254835418354. "Em que posso ajudá-lo?".Aí você explica o problemade novo e o ser humano número dois te diz, muito cordialmente, que precisa tetransferir a outro setor porque, bom, você já sabe.Não estou exagerando.Repito: não estou exagerando. Na verdade, é bem pior, mas se eu contar cadadetalhe, o texto vai ficar chato demais.Agora pouco, antes deescrever este texto, fui transferido quatro vezes. Quatro vezes! Cada umdos quatro seres humanos que me atenderam consecutivamente no Serviço deMaltrato ao Cliente, depois de dialogar com a máquina que pede para digitarum-dois-três-quatro, perguntou meu nome e sobrenome, meu CPF, se o telefone é oque eu estou usando, falou o número do protocolo e me pediu para explicar tudode novo. Tudo, com detalhes. E fez, mais ou menos, as mesmas perguntas que cadaum dos seres humanos anteriores. O terceiro nem me avisou que ia me transferir:ele apenas perguntou: "O senhor poderia aguardar um instante, porgentileza?", botou a musiquinha e depois de uuuuummmmmmmmintaaaaaaaaaaaanteeeeeeeeeeee apareceu a voz do quarto ser humano, que disse:"Boa noite, em que posso ajudá-lo?" (depois de me pedir meu nome esobrenome, CPF etc.). Esse último ser humano, desta última ligação, tambémdisse, no final, que precisava me transferir para outro setor, mas a ligaçãocaiu. Eu não sei quantos setores tem no Serviço de Maltrato ao Cliente da TIM,mas estou intrigado. Pelo menos, devem ser cinco, ou talvez eu tenha sidotransferido pelo segundo ser humano para o mesmo setor do primeiro, onde fuiatendido pelo terceiro, que senta na cadeira ao lado e, depois de todos os eteceteras,decidiu me transferir para o quarto, que talvez fosse do mesmo setor dosegundo. Decidiu? Ou o protocolo é esse mesmo? Sei lá.Logo depois daligação cair, depois do atendimento do primeiro, o segundo, o terceiro e oquarto ser humano, eu recebi um SMS que fez o mesmo bipe da caixa postal quetem um novo correio de voz mas não tem nenhuma mensagem de voz (será que éisso? que eu tenho um "correio", como aparece na tela, mas nenhuma"mensagem", como diz a gravação?). O torpedo que fez o mesmo bipe docorreio-mensagem que eu tenho-não tenho dizia que a minha solicitação tinhasido atendida. Sim, "atendida". E que o número de protocolo era87346237647254835418354.Eu tenho uma coleçãode números de protocolo.Depois de váriasligações ao Serviço de Maltrato ao Cliente, eu decidi cancelar a caixa postal.Sem caixa postal, não pode ter alerta de correio de voz na caixa postal, pode?Liguei novamente para os meus amigos seres humanos transferidores, digiteioito, quatro, falei com a máquina, com o primeiro atendente, o segundo, oterceiro, disse meu nome e sobrenome, meu CPF, confirmei que a reclamação erapara o meu celular mesmo, recebi outro número de protocolo e, finalmente, pedipara cancelar a minha caixa postal. O terceiro atendente me explicou que osistema estava indisponível. Caiu. Fudeu. Infelizmente, peço desculpas, a vidaé assim mesmo. E a TIM nem se fala."O senhorpoderia repetir a ligação em outro momento?".Eu repeti a ligaçãoem outro momento. E em mais outro. A caixa postal foi desativada,disse o terceiro ser humano da ligação número já não me lembro quanto desde queo primeiro bipe chegou para nunca mais ir embora. Foi desativada, sim,confirmou ele. Até que enfim! Agora não vai termais bipe de novos correios-mensagens que eu tenho-não tenho. Não tem como ter.Contudo, algumashoras depois, o celular tocou. "Novo correio de voz. Discar *100".Como é possível que eu tenha um novo correio de voz se eu não tenho mais caixapostal para recebê-lo? Só Deus sabe e, como eu sou ateu, foda-se. Liguei de novo para oServiço de Maltrato ao Cliente. "Se você quiser comprar um presente para oser humano número vinte, digite um; se você quiser xingar o presidente da TIM,digite dois (vou poupar a lista de xingamentos, mas tem nove do pacote básicomais os adendos: asterisco, zero e jogo da velha, que são os mais fortes); sevocê quiser jogar o celular no vaso sanitário, digite três, mas lembre-se dovalor que você pagou por ele". Digitei oito, quatro, sem xingamentos — jávai ter tempo para isso. Nome e sobrenome, CPF. O número de protocolo é76473658354728652835. "Bom dia, em que posso ajudá-lo?": Expliqueitudo mais uma vez, frisando o fato de que a caixa postal já tinha sidodesativada."Então o senhorquer desativar a caixa postal?"."Não, como eu jádisse, ela já foi desativada"."Foi?"."Foi.Foi?"."Hummm...aguarde um instante, por favor". Musiquinha."Foi, sim.Então? Em que posso ajudá-lo?".Expliquei de novo,pela vez número não me lembro. Fui transferido, claro. Felizmente, foram apenasduas transferências e a musiquinha foi breve. O terceiro ser humano entendeu oproblema. Ele disse que, de fato, mesmo eu não tendo caixa postal, ainda tinhaum correio de voz. Eu expliquei que eu já tinha discado *100 e confirmado que"Você não tem nenhuma mensagem nova. Para ouvir, digite um. Nenhumamensagem antiga". Ele — aleluia! — compreendeu."Então você nãotem nenhuma mensagem, mas o bipe continua tocando"."Iiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiso!". "Hummm...aguarde um instante, por favor". Ele conversa com alguém, explica,responde as mesmas perguntas que ele fez para mim."Obrigado porter aguardado".Ele me explica que játinha deletado o correio de voz que eu não tinha e que o problema estavaresolvido. Olho na tela e — aleluia, aleluia, aleluia! — o ícone da esquinasuperior esquerda tinha sumido. Bora, seu filho da puta! Não volte mais!"Muitoobrigado"."Boa noite, aTIM agradece a ligação".Mas... Pode crer.Meia hora depois, o celular tocou. "Novo correio de voz. Discar*100".Repito: juro: eu nãoestou exagerando. Liguei de novo pro SMC. Digite... Protocolo... Ajudá-lo...CPF... Transferi-lo."Então o senhorquer desativar a caixa postal?"."Não, ela já foidesativada". Etc.Cada ligação aoServiço de Maltrato ao Cliente, somando digite, protocolo, ajudá-lo,transferi-lo etc., demora entre 20 minutos e uma hora. As variações sãomínimas.Algumas vezes, eu soutransferido só duas vezes; outras, três. Algumas vezes, o sistema estáindisponível: "...repetir a ligação...". Outras me perguntam a marcae modelo do aparelho e me dizem que é um problema da configuração — issoacrescenta uns cinco minutos a mais no atendimento, que é o tempo médio queleva eu explicar que não existe nenhum problema na configuração do aparelho, oatendente me pedir para esperar um instante, ele perguntar para alguém e,finalmente, reconhecer que não é isso. Mas, na próxima ligação, o ser humanonúmero dois, ou talvez o número três voltará a me dizer que é um problema naconfiguração do aparelho e — aguarde um momento, por favor — acabaráreconhecendo que não é.Algumas vezes elesdeletam o correio de voz que eu tenho-não tenho na minha caixa postal que estádesativada. As bruxas não existem, mas existem. E o correio de voz que eutenho-não tenho, depois de ser deletado, volta. Outras vezes, a ligação cai, osistema está indisponível, etc. Mas sempre, invariavelmente, depois de desligar— ou depois de eles desligarem sem dizer que a TIM agradece — eu recebo o mesmotorpedo que diz que a minha solicitação foi atendida (sim,"atendida") e que o número de protocolo é 87346237647254835418354, ou76473658354728652835, ou vai-pra-puta-que-pariu.E sempre, depoisdisso, o telefone toca. Bipe. "Novo correio devoz. Discar *100". "Você não tem nenhuma mensagem nova. Para ouvir,digite um. Nenhuma mensagem antiga". "Novo correio de voz. Discar*100". "Você não tem nenhuma mensagem nova. Para ouvir, digite um. Nenhumamensagem antiga".E eu ligo de novo proSMC. E...Eu que agradeço.
Published on February 09, 2012 16:16
October 27, 2011
Néstor Kirchner

Kirchner fue el primer presidente que me hizo dejar de ver a la Casa Rosada como un territorio enemigo y el primero al que le tuve respeto. Hoy, a un año de su muerte, la primera imagen que se me viene a la cabeza es la de aquel 24 de marzo de 2004, cuando fue al Colegio Militar y ordenó al general Bendini retirar el cuadro de Videla. Y pienso en las condenas de ayer a Astiz, Acosta y compañía y me acuerdo de aquella tarde, en la ESMA, cuando lo vi a Kirchner pasar al lado mío sin custodia, rodeado de militantes, y todos, todos llorábamos. Nunca había imaginado que vería de esa forma a un Presidente, del lado de acá. Y ese día sentí, por primera vez, que todas esas cosas por las que siempre pensé que había que luchar pero que nunca pensé que pudiéramos conseguir quizás sí llegaba a verlas. Eso mismo sentí la noche en la que, sentado a metros de una Presidenta, en la Casa Rosada, vi cómo se promulgaba la ley de matrimonio igualitario. Se pueden discutir muchísimas cosas sobre Kirchner, pero nadie puede dejar de reconocer hasta qué punto cambió nuestras propias nociones sobre lo posible.
Published on October 27, 2011 07:00
September 20, 2011
Identidad de género
Esa foto no
Esta nota fue publicada en 2009 en el diario Crítica de la Argentina, pero no estaba en el blog. En estos días se debate en comisiones en la Cámara de Diputados la ley de identidad de género, de modo que me pareció un buen momento para recuperarla y publicarla aquí.
POR BRUNO BIMBI
"Es mejor tener el pelo libre / que la libertad con fijador", cantaba Pedro y Pablo, la legendaria banda de Miguel Cantilo y Jorge Durietz, allá por los setenta. Eran épocas difíciles para andar con el cabello más allá del cuello de la camisa, aunque eso era lo de menos. Dos años después de la presentación del disco "Conesa" ante un colmado Luna Park que coreó la "Marcha de la bronca", Luis Margaride, "la Tía Margarita", asumiría como jefe de la Policía Federal. Faltaban dos años para el fatídico 24 de marzo del '76. El comisario era conocido por su cruzada contra los telos, las melenas, cualquier vestimenta sensual y el sexo fuera del matrimonio. Andaba por ahí con sus tropas llenas de tijeras y reglas, midiendo las minifaldas de las chicas, cortando las cabelleras de los chicos y metiéndose en la cama de los adúlteros. Es la nota de color de una época mucho más oscura: ojalá hubiese sido sólo eso. Margaride también se encargó de secuestrar y torturar.Más de treinta años después, parece que "la Tía" hizo escuela en las oficinas de algunos registros civiles. Cuando Nicole extravió su DNI, sabía que tendría que ir a hacer el trámite a la delegación de La Plata para que le dieran un duplicado de ese documento que dice un nombre que no la nombra. Lo que no sabía era que, cuando fuera a retirar el duplicado, le exigirían que se pareciera a la imagen que los funcionarios del Registro tienen en sus cabezas de ese ser imaginario que habita en los papeles: "Con esa foto no te podemos dar el documento, porque no coincide con el nombre", le dijeron.—¿Cómo? —preguntó ella, sorprendida.—Tenés que recogerte el cabello y sacarte el maquillaje porque tu documento dice que sos un varón.Nicole es transexual, qué necesidad de aclararlo. Y es abogada, recibida a los 22, algo que sí parece necesario explicar, teniendo en cuenta la baja probabilidad estadística que la discriminación contra las personas trans le atribuye a la posibilidad de que una de ellas porte diploma universitario. Así que en seguida sacó a relucir artículos de la Constitución, tratados internacionales de derechos humanos, reclamos por escrito y demás. No hubo caso.
LA MISMA CONVERSACIÓN, DOS VERSIONES. Después del incidente en La Plata y tras enviar un reclamo a la directora nacional del Registro Nacional de las Personas, Lic. Mora Arqueta, Nicole fue citada para concurrir personalmente a las oficinas nacionales del RENAPER, en la Ciudad de Buenos Aires. Pese a todo, fue a la cita esperanzada, pensando que le pedirían disculpas. La atendió la doctora Patricia Paladino, directora general del área técnico-jurídica. "Me recibió muy amablemente, pero lo primero que hizo fue tratar de persuadirme de que me recogiera el pelo y me quitara el maquillaje, a lo que le contesté que si me había llamado para eso, me respondiera por escrito así agotaba la vía administrativa y podía ir a la justicia con un amparo, para sentar jurisprudencia y que esto no siga pasando", relató Nicole a Crítica de la Argentina. Paladino tiene otra versión: según la funcionaria, "ella vino a retirar su documento acá porque, según palabras de ella, no se lo querían entregar porque no le aceptaban la foto. Así que se sacó la fotoacá y se llevó el documento. Nada más"."No es verdad —dice Nicole—. No me querían dar el DNI. Me insistían y yo les decía que la foto del documento me tiene que reflejar tal cual soy reconocida socialmente, ya que si yo intentaba cambiar mi apariencia para la foto, iba contra la propia finalidad del DNI. Parecía una pulseada a ver quién ganaba. Luego de cuatro horas, finalmente me dieron el documento y me dijeron: 'hagamos de cuenta que acá no pasó nada', pero yo no me voy a callar, porque esta situación nos humilla a las personas trans y voy a llegar hasta las últimas consecuencias para que las cosas cambien".Paladino reconoce que la atendieron porque recibieron una nota de la Secretaría de Derechos Humanos de la provincia de Buenos Aires —donde Nicole trabaja— y jura que le entregaron el documento sin discusión y que la demora fue porque no había fotógrafo en ese momento.—Más allá de este caso particular, ¿cuál es la política del Registro Nacional de las Personas con relación a lafoto en el DNI de las personas trans? —preguntó este diario a la funcionaria.—Nosotros acá no discriminamos. Pero los registros civiles hacen estos trámites por función delegada. Nosotros nopodemos obligarlos a aceptar una foto. El problema que ella tuvo, lo tuvo en Provincia, no acá.—Si mañana va una persona trans a un Registro Civil a pedir el DNI y lleva una foto que la muestra tal como es, ¿la obligación del Registro es aceptarla o pueden pedirle que cambie su apariencia?—Yo no puedo estar en todos los registros civiles, que son más de tres mil. Pero si no les aceptan las fotos, pueden venir al organismo centralizador a hacer el reclamo. Lo hacen un montón y se les entrega el documento.—¿Ustedes evaluaron informar a las delegaciones que no deben discriminar a las personas trans?—No lo evaluamos, lo hacemos.—¿Y no les hacen caso?—No lo sé. Yo conozco el caso de Nicole y otro caso de Capital. No creo que sea algo corriente.Nicole contó a este diario que, cuando finalmente le dieron su DNI, exigió a Paladino firmar un acta dejando constancia de que había permanecido cuatro horas esperando. Este diario pudo corroborar la existencia del acta, que lleva la firma y el sello de la funcionaria.
LA CARTA Y EL FALLO. Una carta firmada por la Lic. Arqueta, enviada a la directora provincial del Registro, Claudia Corrado, respondió al reclamo realizado por Nicole fijando la posición del organismo nacional. En la misiva, la funcionaria informa que, en lo referente a la imagen fotográfica, corresponde aplicar el criterio del fallo de la Cámara de Apelaciones Federal de la Provincia de Córdoba (Sala B) en el caso Piedrabuena. En 2006, el juez Alejandro Sánchez Freytes había declarado inconstitucional una resolución del RENAPER y había ordenado al organismo entregar su DNI a Vanesa Piedrabuena, una ciudadana travesti que había demandado al organismo por denegarle el documento con los mismos argumentos que adujeron con Nicole. El juez falló que el Registro debía respetar la apariencia femenina de Piedrabuena en la foto. La normativa impugnada establecía que la fotografía del documento "en ningún caso puede dar lugar a interpretaciones erróneas del sexo". El Registro apeló y la Cámara volvió a darle la razón a Vanesa."Acá el problema es que el documento de Nicole diga varón y no mujer: por eso la foto, el nombre y el género no se corresponden. Lo que está mal no es la foto, que la muestra tal cual ella es. Lo que hace falta es que se apruebe la Ley de identidad de género que garantice el derecho constitucional a la identidad, consagrado en todos los tratados de derechos humanos incorporados en el año '94. Porque el documento de Nicole debe decir Nicole, que es su nombre, y tenemos que superar de una vez estas discusiones absurdas que sólo generan humillación y sufrimiento innecesarios", afirma Esteban Paulón, secretario de la Federación Argentina de Lesbianas, Gays, Bisexuales y Trans.Contenta por haber ganado una batalla más y tener su verdadero rostro ilustrando su DNI, Nicole se propone ahora seguir adelante para conseguir que también aparezca su verdadero nombre. Aunque las viudas e hijas de Margaride la corran con tijeras y reglas, midiendo su pelo y sus minifaldas.
Published on September 20, 2011 17:32
August 28, 2011
Taller literario II - Una cosmogonía
Una cosmogonía
Primero fue el fuego: las llamas, la luz, la energía, el calor, el rojo intenso. Había sido su primer capricho: hágase el fuego, dijo, y el fuego se hizo. Era un sol iluminando parte de lo oscuro, eterno e infinito que estaba lleno de nada. La luz incipiente alumbraba la nada, y al percibir que ésta era inmensa se asustó. Se sintió solo y lo atacó la ansiedad. Desesperado, tomó pedacitos de fuego y los transformó en materia; de la materia hizo mundos y pobló de ellos la nada. Pero los mundos eran silenciosos y el silencio lo abrumaba. Debía poblarlos. Entonces, eligió uno; dijo hágase la vida, y la vida se hizo: era distinta de su propia existencia, porque no quería compartir para siempre el universo con otro ser igual; así que la hizo finita. Y al crear la vida, entonces, creó la muerte. Y por ese día ya no supo qué más crear.
Al día siguiente del primer capricho, observó la vida que había creado y la halló quieta, solitaria, aburrida. Entonces volvió al fuego, y de sus llamas sacó la pasión y se la puso, sacó el calor y se lo puso, sacó la luz y se la puso, sacó la energía y se la puso, sacó el movimiento y se lo puso. Y quiso que la vida dejara de ser una sola, porque seguía siendo poca compañía en un universo tan grande; entonces la multiplicó y le enseñó a multiplicarse. Y creó el amor para que las nuevas criaturas se compartieran entre sí, y creó también el deseo para que se buscaran. Y con el deseo creó el sexo, que les serviría para entrar unos en otros. Y agarró un poco de fuego y le puso, y llamas y le puso, y energía y le puso, y calor y le puso. Inventó el placer y le puso también. Y así fue que el segundo día terminó y se sintió orgulloso de su obra.
Al tercer día, decidió que la vida era su creación más perfecta y quiso que fuera reconocida. Entonces tomó a algunas criaturas y les dio conciencia de sí, y para ello creó la razón. Y al tenerla entendieron quiénes eran y se lo agradecieron. Pero también supieron que no durarían para siempre, porque entendieron la muerte. Sin quererlo, junto con la muerte había creado el miedo. Entendió que el miedo las aturdía y les permitió olvidar. Les enseñó a crear fantasías para eludirlo, a soñar, a construir nuevos mundos al interior de sí. Y como era vanidoso, pobló sus fantasías de imágenes y panegíricos de sí mismo, e inventó tantos relatos de su creación que luego no recordaba cuál le había contado a cada uno. Y para tranquilizar a las criaturas, les prometió que después de la muerte vivirían de otro modo, y que estarían siempre a su lado.
Las fantasías les quitaron perturbación a las criaturas, y también les dieron la posibilidad de reinventarse. La vida se multiplicó. El deseo se desarrolló y creó mil y una formas de manifestarse. Las criaturas, con todas las herramientas que les había dado, comenzaron a crear herramientas nuevas. También crearon el arte y la palabra. Los símbolos y sus mundos crecieron por doquier. El producto de la creación aprendía a crear, y cada creación daba lugar a otra. El mundo que les había dado se poblaba de obras que no eran suyas, de inventos que no eran suyos, de nombres que no había imaginado, de cosas que desconocía y ni siquiera entendía, de acciones que no había previsto. Los relatos que les había contado sobre la creación comenzaban a deformarse. La geografía que había modelado con esmero comenzaba a parecerse cada vez menos a sus planes. El hogar que les había dado ya no les parecía suficiente, y creaban nuevos hogares en su superficie. La vida se refugiaba en sus propias invenciones más que en las de quien le había dado la existencia. Al finalizar el tercer día, sintió que su obra se le escapaba de las manos.
Cuando despertó en el cuarto día, del rojo habían nacido otros colores, la luz había hecho la mañana y la energía le había dado fuerzas a la vida para trabajar, moverse, multiplicarse, crear, desafiar los límites que no había siquiera terminado de imaginar el día anterior. El amor y el sexo se habían multiplicado también, y las vidas se habían asociado de múltiples formas. Los afectos que les había permitido tener habían creado solidaridades y compromisos que no eran para con él. El mundo que les había dado le parecía ajeno. Además de colores, habían creado olores, sabores, texturas y sonidos nuevos, casi hasta el infinito. No sólo eso: a cada uno de esos colores, olores, sabores, texturas y sonidos, los habían dotado de sentidos que nadie le había explicado. Las criaturas habían aprendido a comunicarse entre sí y habían creado tantas lenguas que no podía contarlas ni aprenderlas. Cuando terminó el cuarto día, estaba furioso.
Al quinto día creó la noche para asustarlos de nuevo. Decidió que esas criaturas se habían multiplicado en exceso, y creó las enfermedades y las guerras para eliminar a parte de ellas. Para que las guerras se multiplicaran también, creó el odio. Instituyó iglesias para que los relatos que les había contado se mantuvieran bajo su control. Para asegurar ese control creó el poder y, para administrarlo, nombró reyes y sacerdotes, y les hizo jurar fidelidad. Se arrepintió de haber creado el deseo, y lo llenó de tabúes y prohibiciones. Aborreció el sexo, y les encargó a las iglesias perseguirlo. Aborreció el arte y el pensamiento, y eligió a algunas criaturas para enseñarles a censurar a las otras. Al repartir odio se contagió de él, y entonces empezó a desparramar por el mundo huracanes y tormentas, terremotos y lluvias, nieve y granizo, más enfermedades y más guerras. Terminó el quinto día extasiado de venganza.
Al sexto día despertó con resaca y descubrió que era algo que no había creado. Se lo habrían contagiado las criaturas. Su sitio estaba lleno de botellas vacías, otro invento de los mortales. Observó el resultado de su furia del día anterior y se horrorizó. El mundo estaba lleno de llamas y cenizas; de muerte y epidemias; de guerras y violencia; de odio, mentiras, prejuicios, hipocresía e ignorancia. Todo eso había hecho el día anterior, y ahora las criaturas lo repetían en su nombre una y otra vez.
Admitió que se había equivocado. Sintió culpa. Buscó el origen de ese sentimiento nuevo, y lo halló en uno de los tantos relatos que difundían sus iglesias: servía para asustar a las criaturas y sostener a sus reyes y sacerdotes. Quiso quitarles el poder que les había dado a todos ellos, pero comprobó que ya no le respondían: habían descubierto que podían usarlo para sí mismos. Quiso hablar con las criaturas para explicar sus actos y pedirles perdón, pero no entendió sus lenguajes. Quiso reparar sus daños, pero causó daños peores. Abatido, ese día descansó.
Al séptimo día llegó a la conclusión de que ya se había equivocado mucho. Y no hizo más nada. Los mortales deberían arreglárselas solos de ahí en más.
Buenos Aires, mayo de 2006.
Sigo mudando el viejo blog de los textos literarios. En este caso, la consigna de la profesora Podetti era escribir una cosmogonía. Para ello, primero había que elegir uno de los cuatro elementos (yo elegí el fuego) y armar un arbolito de asociaciones de palabras, que luego debíamos usar en el texto.
Primero fue el fuego: las llamas, la luz, la energía, el calor, el rojo intenso. Había sido su primer capricho: hágase el fuego, dijo, y el fuego se hizo. Era un sol iluminando parte de lo oscuro, eterno e infinito que estaba lleno de nada. La luz incipiente alumbraba la nada, y al percibir que ésta era inmensa se asustó. Se sintió solo y lo atacó la ansiedad. Desesperado, tomó pedacitos de fuego y los transformó en materia; de la materia hizo mundos y pobló de ellos la nada. Pero los mundos eran silenciosos y el silencio lo abrumaba. Debía poblarlos. Entonces, eligió uno; dijo hágase la vida, y la vida se hizo: era distinta de su propia existencia, porque no quería compartir para siempre el universo con otro ser igual; así que la hizo finita. Y al crear la vida, entonces, creó la muerte. Y por ese día ya no supo qué más crear.
Al día siguiente del primer capricho, observó la vida que había creado y la halló quieta, solitaria, aburrida. Entonces volvió al fuego, y de sus llamas sacó la pasión y se la puso, sacó el calor y se lo puso, sacó la luz y se la puso, sacó la energía y se la puso, sacó el movimiento y se lo puso. Y quiso que la vida dejara de ser una sola, porque seguía siendo poca compañía en un universo tan grande; entonces la multiplicó y le enseñó a multiplicarse. Y creó el amor para que las nuevas criaturas se compartieran entre sí, y creó también el deseo para que se buscaran. Y con el deseo creó el sexo, que les serviría para entrar unos en otros. Y agarró un poco de fuego y le puso, y llamas y le puso, y energía y le puso, y calor y le puso. Inventó el placer y le puso también. Y así fue que el segundo día terminó y se sintió orgulloso de su obra.
Al tercer día, decidió que la vida era su creación más perfecta y quiso que fuera reconocida. Entonces tomó a algunas criaturas y les dio conciencia de sí, y para ello creó la razón. Y al tenerla entendieron quiénes eran y se lo agradecieron. Pero también supieron que no durarían para siempre, porque entendieron la muerte. Sin quererlo, junto con la muerte había creado el miedo. Entendió que el miedo las aturdía y les permitió olvidar. Les enseñó a crear fantasías para eludirlo, a soñar, a construir nuevos mundos al interior de sí. Y como era vanidoso, pobló sus fantasías de imágenes y panegíricos de sí mismo, e inventó tantos relatos de su creación que luego no recordaba cuál le había contado a cada uno. Y para tranquilizar a las criaturas, les prometió que después de la muerte vivirían de otro modo, y que estarían siempre a su lado.
Las fantasías les quitaron perturbación a las criaturas, y también les dieron la posibilidad de reinventarse. La vida se multiplicó. El deseo se desarrolló y creó mil y una formas de manifestarse. Las criaturas, con todas las herramientas que les había dado, comenzaron a crear herramientas nuevas. También crearon el arte y la palabra. Los símbolos y sus mundos crecieron por doquier. El producto de la creación aprendía a crear, y cada creación daba lugar a otra. El mundo que les había dado se poblaba de obras que no eran suyas, de inventos que no eran suyos, de nombres que no había imaginado, de cosas que desconocía y ni siquiera entendía, de acciones que no había previsto. Los relatos que les había contado sobre la creación comenzaban a deformarse. La geografía que había modelado con esmero comenzaba a parecerse cada vez menos a sus planes. El hogar que les había dado ya no les parecía suficiente, y creaban nuevos hogares en su superficie. La vida se refugiaba en sus propias invenciones más que en las de quien le había dado la existencia. Al finalizar el tercer día, sintió que su obra se le escapaba de las manos.
Cuando despertó en el cuarto día, del rojo habían nacido otros colores, la luz había hecho la mañana y la energía le había dado fuerzas a la vida para trabajar, moverse, multiplicarse, crear, desafiar los límites que no había siquiera terminado de imaginar el día anterior. El amor y el sexo se habían multiplicado también, y las vidas se habían asociado de múltiples formas. Los afectos que les había permitido tener habían creado solidaridades y compromisos que no eran para con él. El mundo que les había dado le parecía ajeno. Además de colores, habían creado olores, sabores, texturas y sonidos nuevos, casi hasta el infinito. No sólo eso: a cada uno de esos colores, olores, sabores, texturas y sonidos, los habían dotado de sentidos que nadie le había explicado. Las criaturas habían aprendido a comunicarse entre sí y habían creado tantas lenguas que no podía contarlas ni aprenderlas. Cuando terminó el cuarto día, estaba furioso.
Al quinto día creó la noche para asustarlos de nuevo. Decidió que esas criaturas se habían multiplicado en exceso, y creó las enfermedades y las guerras para eliminar a parte de ellas. Para que las guerras se multiplicaran también, creó el odio. Instituyó iglesias para que los relatos que les había contado se mantuvieran bajo su control. Para asegurar ese control creó el poder y, para administrarlo, nombró reyes y sacerdotes, y les hizo jurar fidelidad. Se arrepintió de haber creado el deseo, y lo llenó de tabúes y prohibiciones. Aborreció el sexo, y les encargó a las iglesias perseguirlo. Aborreció el arte y el pensamiento, y eligió a algunas criaturas para enseñarles a censurar a las otras. Al repartir odio se contagió de él, y entonces empezó a desparramar por el mundo huracanes y tormentas, terremotos y lluvias, nieve y granizo, más enfermedades y más guerras. Terminó el quinto día extasiado de venganza.
Al sexto día despertó con resaca y descubrió que era algo que no había creado. Se lo habrían contagiado las criaturas. Su sitio estaba lleno de botellas vacías, otro invento de los mortales. Observó el resultado de su furia del día anterior y se horrorizó. El mundo estaba lleno de llamas y cenizas; de muerte y epidemias; de guerras y violencia; de odio, mentiras, prejuicios, hipocresía e ignorancia. Todo eso había hecho el día anterior, y ahora las criaturas lo repetían en su nombre una y otra vez.
Admitió que se había equivocado. Sintió culpa. Buscó el origen de ese sentimiento nuevo, y lo halló en uno de los tantos relatos que difundían sus iglesias: servía para asustar a las criaturas y sostener a sus reyes y sacerdotes. Quiso quitarles el poder que les había dado a todos ellos, pero comprobó que ya no le respondían: habían descubierto que podían usarlo para sí mismos. Quiso hablar con las criaturas para explicar sus actos y pedirles perdón, pero no entendió sus lenguajes. Quiso reparar sus daños, pero causó daños peores. Abatido, ese día descansó.
Al séptimo día llegó a la conclusión de que ya se había equivocado mucho. Y no hizo más nada. Los mortales deberían arreglárselas solos de ahí en más.
Buenos Aires, mayo de 2006.
Published on August 28, 2011 13:38
August 7, 2011
Perfil.com ataca la solicitada de periodistas por Zaffaroni
Maximiliano Montenegro y la "polémica" por una firma
POR BRUNO BIMBI
Suponete que sos periodista y recibís la siguiente información: hoy salió una solicitada en varios diarios, firmada por cientos de colegas, manifestando su respaldo al juez Zaffaroni, pero uno de los firmantes dice que no la firmó. "Usaron mi nombre sin consultarme", alega. Tu trabajo —porque sos periodista, sabés cómo se hace— es chequear esa información y tratar de descubrir qué pasó. Primero, llamás al supuesto damnificado por la falsa firma y lo entrevistás. Después, llamás a los responsables de la solicitada para que den su versión de los hechos. Si las versiones son contradictorias, seguís investigando. Tu objetivo es saber qué fue lo que pasó, y antes de publicarlo, lo chequeás. "Chequear" es una palabra clave en la jerga de los periodistas.
Ahora, suponete que hay dos periodistas que tienen el mismo nombre. Uno es más conocido que el otro, porque sale en televisión, pero ambos portan un DNI que dice que se llaman como se llaman. Ambos son periodistas. Ambos trabajan en una redacción y tienen muchos años de experiencia en la profesión. Ambos tienen derecho a firmar una solicitada: uno decidió hacerlo y el otro no. Ser periodista tiene ese no sé qué, descubrir esa información que te sorprende y sorprenderá al lector, llamar a tu editor y decirle: "Mirá lo que conseguí". Pero eso cuesta trabajo, no se hace en cinco minutos.
Maximiliano Montenegro es redactor del Diario Popular y firmó la solicitada de apoyo al juez Zaffaroni. Maximiliano Montenegro conduce el programa televisivo Plan M y no la firmó. Se llaman igual, pero no son la misma persona. También firmó la solicitada la periodista María Eugenia Vidal, que no es la vicejefa de gobierno electa de la Ciudad de Buenos Aires.
Cuando, ayer por la mañana, supe que el Maximiliano Montenegro de Plan M, gran colega y amigo, decía que él no había firmado la solicitada y pedía explicaciones, me comuniqué con él, le pedí que me diera un rato para averiguar qué había pasado, llamé a Cynthia García, la colega que se encargó junto conmigo de recolectar las adhesiones y chequeé con ella la firma en cuestión. Luego, cuando entendí lo sucedido, hablé por teléfono con el otro Maximiliano Montenegro, el del Diario Popular, que me explicó que no es la primera vez que los confunden y que a veces agrega a la firma su segundo nombre por ese motivo, porque su tocayo es más conocido que él. Recién después de estar seguro, informé por Twitter (donde comenzó la polémica) y empecé a escribir esta nota para explicar todo. "Chequear", repito, es una palabra clave en la jerga de los periodistas.
El diario Perfil.com, el mismo que inició la campaña difamatoria contra Zaffaroni, no hizo lo mismo. No me llamaron para conocer mi versión de los hechos, no llamaron a ninguno de los dos Maximilianos, no consultaron a ninguna fuente, no chequearon nada. Y publicaron que Cynthia y yo incluimos al Maximiliano Montenegro de Plan M "sin permiso". La nota dice, además, que la solicitada está firmada por "políticos y periodistas". Falso. Sólo la firman periodistas. Mientras tanto, algunos colegas nos llamaron mentirosos por Twitter y el jefe de redacción de Libre —diario amarillista de la misma editorial—, Darío Gallo, desparramó chicanas sobre la solicitada, refiriéndose a mí como "Bimbo". En la escuela primaria me decían "Bambi"; tenía más gracia. Parece que el niño Gallo no sabe hacer buenos chistes.
Quizás esta graciosa mini polémica sobre la firma de los Maximilianos sirva como un ejemplo más de lo que la solicitada cuestiona: un periodismo que sentencia en vez de consultar fuentes y contrastar versiones, supone en vez de chequear la información y, en el camino, ensucia a cualquiera, total es gratis. Como hicieron con Zaffaroni.
_____
PD: iba a linkear la nota de Perfil.com, pero cambiaron el texto. Sin embargo, durante el día, la falsa noticia de ese diario recorrió la web —sus rastros pueden googlearse— y generó una polémica innecesaria que podría haberse evitado si los periodistas hicieran de periodistas, chequeando las cosas antes de publicarlas.
POR BRUNO BIMBI
Suponete que sos periodista y recibís la siguiente información: hoy salió una solicitada en varios diarios, firmada por cientos de colegas, manifestando su respaldo al juez Zaffaroni, pero uno de los firmantes dice que no la firmó. "Usaron mi nombre sin consultarme", alega. Tu trabajo —porque sos periodista, sabés cómo se hace— es chequear esa información y tratar de descubrir qué pasó. Primero, llamás al supuesto damnificado por la falsa firma y lo entrevistás. Después, llamás a los responsables de la solicitada para que den su versión de los hechos. Si las versiones son contradictorias, seguís investigando. Tu objetivo es saber qué fue lo que pasó, y antes de publicarlo, lo chequeás. "Chequear" es una palabra clave en la jerga de los periodistas.
Ahora, suponete que hay dos periodistas que tienen el mismo nombre. Uno es más conocido que el otro, porque sale en televisión, pero ambos portan un DNI que dice que se llaman como se llaman. Ambos son periodistas. Ambos trabajan en una redacción y tienen muchos años de experiencia en la profesión. Ambos tienen derecho a firmar una solicitada: uno decidió hacerlo y el otro no. Ser periodista tiene ese no sé qué, descubrir esa información que te sorprende y sorprenderá al lector, llamar a tu editor y decirle: "Mirá lo que conseguí". Pero eso cuesta trabajo, no se hace en cinco minutos.
Maximiliano Montenegro es redactor del Diario Popular y firmó la solicitada de apoyo al juez Zaffaroni. Maximiliano Montenegro conduce el programa televisivo Plan M y no la firmó. Se llaman igual, pero no son la misma persona. También firmó la solicitada la periodista María Eugenia Vidal, que no es la vicejefa de gobierno electa de la Ciudad de Buenos Aires.
Cuando, ayer por la mañana, supe que el Maximiliano Montenegro de Plan M, gran colega y amigo, decía que él no había firmado la solicitada y pedía explicaciones, me comuniqué con él, le pedí que me diera un rato para averiguar qué había pasado, llamé a Cynthia García, la colega que se encargó junto conmigo de recolectar las adhesiones y chequeé con ella la firma en cuestión. Luego, cuando entendí lo sucedido, hablé por teléfono con el otro Maximiliano Montenegro, el del Diario Popular, que me explicó que no es la primera vez que los confunden y que a veces agrega a la firma su segundo nombre por ese motivo, porque su tocayo es más conocido que él. Recién después de estar seguro, informé por Twitter (donde comenzó la polémica) y empecé a escribir esta nota para explicar todo. "Chequear", repito, es una palabra clave en la jerga de los periodistas.
El diario Perfil.com, el mismo que inició la campaña difamatoria contra Zaffaroni, no hizo lo mismo. No me llamaron para conocer mi versión de los hechos, no llamaron a ninguno de los dos Maximilianos, no consultaron a ninguna fuente, no chequearon nada. Y publicaron que Cynthia y yo incluimos al Maximiliano Montenegro de Plan M "sin permiso". La nota dice, además, que la solicitada está firmada por "políticos y periodistas". Falso. Sólo la firman periodistas. Mientras tanto, algunos colegas nos llamaron mentirosos por Twitter y el jefe de redacción de Libre —diario amarillista de la misma editorial—, Darío Gallo, desparramó chicanas sobre la solicitada, refiriéndose a mí como "Bimbo". En la escuela primaria me decían "Bambi"; tenía más gracia. Parece que el niño Gallo no sabe hacer buenos chistes.
Quizás esta graciosa mini polémica sobre la firma de los Maximilianos sirva como un ejemplo más de lo que la solicitada cuestiona: un periodismo que sentencia en vez de consultar fuentes y contrastar versiones, supone en vez de chequear la información y, en el camino, ensucia a cualquiera, total es gratis. Como hicieron con Zaffaroni.
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PD: iba a linkear la nota de Perfil.com, pero cambiaron el texto. Sin embargo, durante el día, la falsa noticia de ese diario recorrió la web —sus rastros pueden googlearse— y generó una polémica innecesaria que podría haberse evitado si los periodistas hicieran de periodistas, chequeando las cosas antes de publicarlas.
Published on August 07, 2011 21:14
August 4, 2011
Solicitada de periodistas
Zaffaroni
Declaración de periodistas
Esta solicitada será publicada el domingo 7/8 en Página/12 y Tiempo Argentino. Agradecemos a los colegas que puedan ayudarnos en la difusión. // Cynthia García: cynthiaga@hotmail.com, cel.: 15 5125 3451; Bruno Bimbi: bimbi@gmail.com, cel.: +5521 8358 0487.
En los últimos días, los diarios Perfil.com y Libre —del mismo grupo editorial— han pretendido instalar la idea de que el reconocido jurista Eugenio Raúl Zaffaroni, juez de la Corte Suprema de Justicia de la Nación, regentea prostíbulos. Con el tono característico de la prensa amarilla, partiendo de un dato aparentemente cierto (que en algunas propiedades del juez, alquiladas por terceros/as a través de una inmobiliaria, había mujeres que ejercían la prostitución), luego distorsionado por completo, estas publicaciones prácticamente le imputaron al Dr. Zaffaroni responsabilidades delictivas, nunca precisadas, además de poner en duda su honestidad, llegando al extremo de iniciar esta campaña de desprestigio titulando: "El puticlub del juez". A partir de allí, nuevos artículos en Clarín, La Nación y otros medios dieron continuidad a la instalación de esa idea, transformándola en una bola de nieve que continuaba creciendo y ensuciando a una persona honesta.
A los y las abajo firmantes no se nos escapa el rol que cumple Zaffaroni en esta sociedad y en este momento de la democracia argentina. Como abogado, jurista, profesor y doctrinario del Derecho, legislador y constituyente, ha sido siempre un fiel defensor de las garantías constitucionales, los valores democráticos, la protección de los más débiles y la igualdad de derechos. Como juez de la Corte, ha escrito y/o firmado fallos de enorme trascendencia en materia de libertades individuales, derechos de los/as trabajadores/as y de las minorías, fin de la impunidad del Terrorismo de Estado, protección de los derechos humanos y defensa del medio ambiente, entre otros temas.
A lo largo de su intachable y reconocida trayectoria, que incluye decenas de libros, décadas de docencia y el reconocimiento como doctor honoris causa de decenas de universidades de todo el mundo, Zaffaroni ha cuestionado el discurso represivo, la discriminación y la estigmatización de grupos sociales, la criminalización de la pobreza, el uso selectivo del poder punitivo del Estado, la corrupción y el autogobierno policial, y ha aportado al debate social sobre la seguridad pública lúcidas y valientes consideraciones. Su último libro, "La palabra de los muertos", es un brillante ejemplo de esto último, tan necesario en tiempos en los que la "criminología mediática", como él la llama, instala falsos debates sobre la seguridad y el derecho penal y lleva a la implementación de políticas públicas demagógicas, ineficaces y perjudiciales para la democracia.
Creemos que eso es lo que está en juego en esta campaña de desprestigio: detrás de los titulares escandalosos y malintencionados está el objetivo de que Zaffaroni renuncie a su cargo como juez de la Corte Suprema. Detrás de quienes pretenden condenarlo sin pruebas a través de las páginas de medios sensacionalistas, ya comienzan a asomar los rostros y los nombres de algunos de los sectores reaccionarios a los que nunca les gustó que Zaffaroni estuviera en la Corte. No podemos pecar de "imparciales" frente a estos hechos, que tienen que ver con la ética de nuestra profesión, pero aún más con la defensa de un Estado de derecho respetuoso de las garantías constitucionales y los derechos humanos.
El objetivo de sacar a Zaffaroni de la Corte se hace cada vez más evidente con el correr de los días, y llegó a ser explicitado por el candidato Ricardo Alfonsín, que reclamó públicamente al juez "dar un paso al costado". Mientras tanto, en las redes sociales, el jefe de redacción de Libre —el diario que lideró la campaña contra el juez— lanza todo tipo de acusaciones en su contra, resucitando inclusive viejas imputaciones ya demostradas en su falsedad en el momento de ser nombrado Zaffaroni juez de la Corte en 2003, tras sus contundentes respuestas en la histórica audiencia pública que precedió a la votación de su pliego, la primera en la que un candidato a juez del máximo tribunal pasó por el novedoso sistema establecido por el decreto 222 de ex presidente Néstor Kirchner, que dio lugar a la Corte de lujo que hoy tiene nuestro país.
Como trabajadores y trabajadoras de prensa, no podemos callarnos cuando un sector del periodismo se pone al servicio de este tipo de maniobras. Y creemos que esta situación debería servir para abrir un debate sobre la ética de nuestra profesión. Es el momento de replantearnos qué estamos haciendo con este oficio por el que muchos se jugaron la vida.
No creemos que la libertad de expresión deba ser bastardeada de esta forma, transformando medios de comunicación en medios de difamación y calumnia. Una de las personalidades más prestigiosas de Latinoamerica ahí está, sometido en medio de una campaña electoral a una especie de tribunal de inquisición mediático dominado por el amarillismo y la mentira.
Por eso, los y las periodistas abajo firmantes expresamos nuestra solidaridad con el doctor Zaffaroni y convocamos a nuestros/as colegas a pensar colectivamente lo que entendemos por periodismo y los valores éticos que deberían guiarnos en el ejercicio de nuestra profesión.
FIRMADO POR: Víctor Hugo Morales, Cynthia García, Bruno Bimbi, Roberto Caballero, María Sucarrat, Gustavo Cirelli, Daniel Tognetti, Maximiliano Montenegro (*), Mariana Montero, Hernán Brienza, Eduardo Aliverti, María Seoane, Sandra Russo, Adrián Murano, Luis Tonelli, Alfredo Zaiat, Vicente Battista, Liliana López Foresi, Nora Veiras, Andrés Osojnik, Andrea Recúpero, Luciana Peker, Santiago Varela, Alejandro Wall, Claudio Mardones, Wences Rubio, Ana von Rebeur, Gabriela Carchak, Alejandra Dandan, Mariano Blejman, Marta Dillon, Mariana Moyano, Vicente Muleiro, Ezequiel Fernández Moores, Eduardo Fabregat, Oscar González, Abelardo Vitale (Mendieta), Horacio Cecchi, Florencia Peña, Mauro Federico, Orlando Barone, Roxana Barone, Ramón Chao, Pablo Robledo, Alberto López Girondo, Fernando Amato, Rodolfo Palacios, Juan José Panno, Liliana Hendel, Mariana Carbajal, Daniel Riera, Gabriela Vulcano, Mariana Enríquez, Federico Poore, Florencia Halfon-Laksman, Javier Romero, Adrián Di Nucci, Ana Clara Pérez Cotten, Ángela Larena, Alfredo Grieco y Bavio, Daniel Mariatti, Elio Brat, Juan Carlos Bettanin, Lucas Carrasco, Edgardo Esteban, Mario Burgos, Pablo Méndez Shiff, Pablo Wittner, Alejandro César Agostinelli, Marta César, Julio Rudman, Alfredo Simón, Gabriela Pepe, Lenny Cáceres, Federico Sierra, Juan Tauil, Gustavo Pecoraro, Javier Rombouts, Daniela Pasik, Gabriel Stekolschik, Nicolás Fiorentino, Guillermo Falciani, Pablo Marchetti, Dante López Foresi, Fernando Sánchez, Valeria Parente, Sandra Castillo, Pablo Lozano, Doris E. Bustamante Cabrales, Eduardo Schellemberg, Andrea Schellenberg, Dardo Ceballos, Gerardo Martínez, Fabián Rodríguez, Liliana Giannatasio, Claudia Perugino, Soledad Ceballos, Claudio Gastaldi, Fernando Mazzeo, Silvina Molina, Silvana Álvarez, Alicia Beltrami, Laura Cukierman, Hugo F. Sánchez, Gloria Beretervide, Sergio Olguín, Sandra Chaher, Eduardo Videla, Mariano Vázquez, Sonia Santoro, Dante A. J. Peralta, Cecilia Sainz, Fabián Rodríguez, Luis Zarranz, Yenny Durán, Pablo Aro Geraldes, Martín de Vedia y Mitre, Adriana Muñoz, Lucía García Itzigsohn, Natalia Brite, Roberto Lago, Mario Boschi, Laura Assandri, Jorge Benedetti, Gustavo Díaz Fernández, Guillermo Falciani, Guillermo Lipis, Martín Soler, Sol Peralta, Horacio Lutzky, Rubén Pereyra, Sivina Molina, Valeria Cantor, Enrique Pareta, Ana Ina Lomazzi, Iván Schargrodsky, María Silvia Repettur, Octavio Halle, Valodia Nichajew, Ezequiel Meler, Guido Encina, Felipe Alonso, Carlos Baulde, Marina Eleonora Rubio, Andrés Valenzuela, Daniel Calabrese, Emiliano Azubel, Facundo Berón, Alejandro Costanzo, Marcela Alejandra Ochiuzzo, Oscar Finkelstein, Juan Suárez, Mariana López, Javier Ramos Mejía, Cristian Arrigoni, Manuel Mas, Miguel García, Irupé Tentorio, Fernando Belvedere, José Giménez, Romina Ruffato, Juan Francisco Gentile, Ileana Panthou, Santiago Pirolo, Héctor Emmanuel Olea, Juan Ignacio Agosto, Nicolás Furfaro, María de los Ángeles Cañón, Lucas Babino, Teresa Gatto, Gabriel Del Rosario, Gabriel Link, María Laura Manzotti, Adrián Pérez, Germán Martínez Alonso, Hernán Campaniello, Rodolfo Pagliere, Mariano Lago, Vito Amalfitano, Mónica Bertonazzi, Oscar "Gomita" Gómez, Fabricio Lupo, Carla Maglio, Santiago Martín González Buron, Leonardo Gudiño, Norma Loto, Pablo Fornero, Virginia Mileto, Claudia Cambi, Gustavo Bruzos, Bruno Correa, Gabriel Rocca, Fabiana García, Lucas Laviana Solanet, Camilo Hase Amado, Estefanía Iñíguez, Osvaldo René Nieva, Ivana Mondelo, Adrián González, Diego C. Bocchio, Marcela Osa, Rubén Ricardo García, Ezequiel Ganem, Laura Chertkoff, Diego Martínez, Ángel Manuel Veliz, Mariana Olguín, Carlos Prado, Marta Vassallo, Fernando Torrillate, Carol Abousleiman, Mónica Papaiani, Emanuel Respighi, Daniel Cholakian, Eduardo Betas, Edgardo Abramovich, Melisa Marturano, María Arena, Carlos Echeverría, Gerardo Korzin, Guadalupe Soledad López, Marcelo S. Rodríguez, Horacio Çaró, Tomás Ignacio Martín, Silvia Beiguelman, María Consuelo Cabral, Olga Castro Busso, Iván Tcach, Ester Stekelberg, Susana Gallardo, Ana Pía Lanfranchi, Nadia Mansilla, César Salvucci, Jorge Luis Calza, Fernando Eliseo Barraza, Cecilia Dellozo, Lucía Lledó, Fernando Torrillate, Javier Rombouts, Virginia Mileto, Cecilia Alduni, Esteban A. Pérez, Ariel Feiguin, María Belén Sosa, Roque Jaimes, M. Fernanda Giraudo, Vilma Noce, María E. Vidal, Gonzalo Bernárdez, Roxana Silvia Arazi, Hugo Muleiro, Daniela Giannatasio, Carlos Folias, Rubén Oscar Ascua, Karina Micheletto, Santiago Giordano, Jorge Bernárdez, Néstor J. Llido, Micaela Polak, Aníbal Rushan, Juan E. Basso, Marcelo Manuele, Isauro Martínez, Cecilia Fumagali, Paula Niccolini, Lalo Puccio, Marcelo Chelo Ayala, Telma Luzzani, Ramiro Rearte, Demián Verduga, Camila Matrero, Alejandro Caravario, Rady Piraccini, Víctor Cagnin, Florencia Basso, María Itumelia Torres, María Eva Guevara, Ariel Lijalad, Gabriel Morini, Martín Canay, Marcelo Pascuccio, Nora Sánchez, Fabiana Segovia, César Ferri, Raúl Arcomano, María del Bianco, Luciana Mazza Toimil, Martín Fedele, Hernán Lascano, Néstor Busso, Luciano Ruiz, Paola Irurtia, Leo Graciarena, Hugo Gulman, Ángel Berlangaradar, Katy García, David Thomson, Alejandro Ariel Goldin, Marcelo Cena, Cecilia Cortez, Oscar Guisoni, Juan Carlos Downes, Gisella López, Nicolás Zalcman, Ricardo Gotta, Paulina Carreño, Javier García Alfaro, Santiago Picciani Martinez, Miguel Mendoza Padilla, Gabriel Muscillo, Eduardo Gabriel Alzueta, Maximiliano Goldschmidt, Jorge Mancinelli, y siguen las firmas...
(*) Maximiliano Montenegro, redactor del Diario Popular. No confundir con Maximiliano Montenegro, conductor de Plan M.
Declaración de periodistas
Esta solicitada será publicada el domingo 7/8 en Página/12 y Tiempo Argentino. Agradecemos a los colegas que puedan ayudarnos en la difusión. // Cynthia García: cynthiaga@hotmail.com, cel.: 15 5125 3451; Bruno Bimbi: bimbi@gmail.com, cel.: +5521 8358 0487.
En los últimos días, los diarios Perfil.com y Libre —del mismo grupo editorial— han pretendido instalar la idea de que el reconocido jurista Eugenio Raúl Zaffaroni, juez de la Corte Suprema de Justicia de la Nación, regentea prostíbulos. Con el tono característico de la prensa amarilla, partiendo de un dato aparentemente cierto (que en algunas propiedades del juez, alquiladas por terceros/as a través de una inmobiliaria, había mujeres que ejercían la prostitución), luego distorsionado por completo, estas publicaciones prácticamente le imputaron al Dr. Zaffaroni responsabilidades delictivas, nunca precisadas, además de poner en duda su honestidad, llegando al extremo de iniciar esta campaña de desprestigio titulando: "El puticlub del juez". A partir de allí, nuevos artículos en Clarín, La Nación y otros medios dieron continuidad a la instalación de esa idea, transformándola en una bola de nieve que continuaba creciendo y ensuciando a una persona honesta.
A los y las abajo firmantes no se nos escapa el rol que cumple Zaffaroni en esta sociedad y en este momento de la democracia argentina. Como abogado, jurista, profesor y doctrinario del Derecho, legislador y constituyente, ha sido siempre un fiel defensor de las garantías constitucionales, los valores democráticos, la protección de los más débiles y la igualdad de derechos. Como juez de la Corte, ha escrito y/o firmado fallos de enorme trascendencia en materia de libertades individuales, derechos de los/as trabajadores/as y de las minorías, fin de la impunidad del Terrorismo de Estado, protección de los derechos humanos y defensa del medio ambiente, entre otros temas.
A lo largo de su intachable y reconocida trayectoria, que incluye decenas de libros, décadas de docencia y el reconocimiento como doctor honoris causa de decenas de universidades de todo el mundo, Zaffaroni ha cuestionado el discurso represivo, la discriminación y la estigmatización de grupos sociales, la criminalización de la pobreza, el uso selectivo del poder punitivo del Estado, la corrupción y el autogobierno policial, y ha aportado al debate social sobre la seguridad pública lúcidas y valientes consideraciones. Su último libro, "La palabra de los muertos", es un brillante ejemplo de esto último, tan necesario en tiempos en los que la "criminología mediática", como él la llama, instala falsos debates sobre la seguridad y el derecho penal y lleva a la implementación de políticas públicas demagógicas, ineficaces y perjudiciales para la democracia.
Creemos que eso es lo que está en juego en esta campaña de desprestigio: detrás de los titulares escandalosos y malintencionados está el objetivo de que Zaffaroni renuncie a su cargo como juez de la Corte Suprema. Detrás de quienes pretenden condenarlo sin pruebas a través de las páginas de medios sensacionalistas, ya comienzan a asomar los rostros y los nombres de algunos de los sectores reaccionarios a los que nunca les gustó que Zaffaroni estuviera en la Corte. No podemos pecar de "imparciales" frente a estos hechos, que tienen que ver con la ética de nuestra profesión, pero aún más con la defensa de un Estado de derecho respetuoso de las garantías constitucionales y los derechos humanos.
El objetivo de sacar a Zaffaroni de la Corte se hace cada vez más evidente con el correr de los días, y llegó a ser explicitado por el candidato Ricardo Alfonsín, que reclamó públicamente al juez "dar un paso al costado". Mientras tanto, en las redes sociales, el jefe de redacción de Libre —el diario que lideró la campaña contra el juez— lanza todo tipo de acusaciones en su contra, resucitando inclusive viejas imputaciones ya demostradas en su falsedad en el momento de ser nombrado Zaffaroni juez de la Corte en 2003, tras sus contundentes respuestas en la histórica audiencia pública que precedió a la votación de su pliego, la primera en la que un candidato a juez del máximo tribunal pasó por el novedoso sistema establecido por el decreto 222 de ex presidente Néstor Kirchner, que dio lugar a la Corte de lujo que hoy tiene nuestro país.
Como trabajadores y trabajadoras de prensa, no podemos callarnos cuando un sector del periodismo se pone al servicio de este tipo de maniobras. Y creemos que esta situación debería servir para abrir un debate sobre la ética de nuestra profesión. Es el momento de replantearnos qué estamos haciendo con este oficio por el que muchos se jugaron la vida.
No creemos que la libertad de expresión deba ser bastardeada de esta forma, transformando medios de comunicación en medios de difamación y calumnia. Una de las personalidades más prestigiosas de Latinoamerica ahí está, sometido en medio de una campaña electoral a una especie de tribunal de inquisición mediático dominado por el amarillismo y la mentira.
Por eso, los y las periodistas abajo firmantes expresamos nuestra solidaridad con el doctor Zaffaroni y convocamos a nuestros/as colegas a pensar colectivamente lo que entendemos por periodismo y los valores éticos que deberían guiarnos en el ejercicio de nuestra profesión.
FIRMADO POR: Víctor Hugo Morales, Cynthia García, Bruno Bimbi, Roberto Caballero, María Sucarrat, Gustavo Cirelli, Daniel Tognetti, Maximiliano Montenegro (*), Mariana Montero, Hernán Brienza, Eduardo Aliverti, María Seoane, Sandra Russo, Adrián Murano, Luis Tonelli, Alfredo Zaiat, Vicente Battista, Liliana López Foresi, Nora Veiras, Andrés Osojnik, Andrea Recúpero, Luciana Peker, Santiago Varela, Alejandro Wall, Claudio Mardones, Wences Rubio, Ana von Rebeur, Gabriela Carchak, Alejandra Dandan, Mariano Blejman, Marta Dillon, Mariana Moyano, Vicente Muleiro, Ezequiel Fernández Moores, Eduardo Fabregat, Oscar González, Abelardo Vitale (Mendieta), Horacio Cecchi, Florencia Peña, Mauro Federico, Orlando Barone, Roxana Barone, Ramón Chao, Pablo Robledo, Alberto López Girondo, Fernando Amato, Rodolfo Palacios, Juan José Panno, Liliana Hendel, Mariana Carbajal, Daniel Riera, Gabriela Vulcano, Mariana Enríquez, Federico Poore, Florencia Halfon-Laksman, Javier Romero, Adrián Di Nucci, Ana Clara Pérez Cotten, Ángela Larena, Alfredo Grieco y Bavio, Daniel Mariatti, Elio Brat, Juan Carlos Bettanin, Lucas Carrasco, Edgardo Esteban, Mario Burgos, Pablo Méndez Shiff, Pablo Wittner, Alejandro César Agostinelli, Marta César, Julio Rudman, Alfredo Simón, Gabriela Pepe, Lenny Cáceres, Federico Sierra, Juan Tauil, Gustavo Pecoraro, Javier Rombouts, Daniela Pasik, Gabriel Stekolschik, Nicolás Fiorentino, Guillermo Falciani, Pablo Marchetti, Dante López Foresi, Fernando Sánchez, Valeria Parente, Sandra Castillo, Pablo Lozano, Doris E. Bustamante Cabrales, Eduardo Schellemberg, Andrea Schellenberg, Dardo Ceballos, Gerardo Martínez, Fabián Rodríguez, Liliana Giannatasio, Claudia Perugino, Soledad Ceballos, Claudio Gastaldi, Fernando Mazzeo, Silvina Molina, Silvana Álvarez, Alicia Beltrami, Laura Cukierman, Hugo F. Sánchez, Gloria Beretervide, Sergio Olguín, Sandra Chaher, Eduardo Videla, Mariano Vázquez, Sonia Santoro, Dante A. J. Peralta, Cecilia Sainz, Fabián Rodríguez, Luis Zarranz, Yenny Durán, Pablo Aro Geraldes, Martín de Vedia y Mitre, Adriana Muñoz, Lucía García Itzigsohn, Natalia Brite, Roberto Lago, Mario Boschi, Laura Assandri, Jorge Benedetti, Gustavo Díaz Fernández, Guillermo Falciani, Guillermo Lipis, Martín Soler, Sol Peralta, Horacio Lutzky, Rubén Pereyra, Sivina Molina, Valeria Cantor, Enrique Pareta, Ana Ina Lomazzi, Iván Schargrodsky, María Silvia Repettur, Octavio Halle, Valodia Nichajew, Ezequiel Meler, Guido Encina, Felipe Alonso, Carlos Baulde, Marina Eleonora Rubio, Andrés Valenzuela, Daniel Calabrese, Emiliano Azubel, Facundo Berón, Alejandro Costanzo, Marcela Alejandra Ochiuzzo, Oscar Finkelstein, Juan Suárez, Mariana López, Javier Ramos Mejía, Cristian Arrigoni, Manuel Mas, Miguel García, Irupé Tentorio, Fernando Belvedere, José Giménez, Romina Ruffato, Juan Francisco Gentile, Ileana Panthou, Santiago Pirolo, Héctor Emmanuel Olea, Juan Ignacio Agosto, Nicolás Furfaro, María de los Ángeles Cañón, Lucas Babino, Teresa Gatto, Gabriel Del Rosario, Gabriel Link, María Laura Manzotti, Adrián Pérez, Germán Martínez Alonso, Hernán Campaniello, Rodolfo Pagliere, Mariano Lago, Vito Amalfitano, Mónica Bertonazzi, Oscar "Gomita" Gómez, Fabricio Lupo, Carla Maglio, Santiago Martín González Buron, Leonardo Gudiño, Norma Loto, Pablo Fornero, Virginia Mileto, Claudia Cambi, Gustavo Bruzos, Bruno Correa, Gabriel Rocca, Fabiana García, Lucas Laviana Solanet, Camilo Hase Amado, Estefanía Iñíguez, Osvaldo René Nieva, Ivana Mondelo, Adrián González, Diego C. Bocchio, Marcela Osa, Rubén Ricardo García, Ezequiel Ganem, Laura Chertkoff, Diego Martínez, Ángel Manuel Veliz, Mariana Olguín, Carlos Prado, Marta Vassallo, Fernando Torrillate, Carol Abousleiman, Mónica Papaiani, Emanuel Respighi, Daniel Cholakian, Eduardo Betas, Edgardo Abramovich, Melisa Marturano, María Arena, Carlos Echeverría, Gerardo Korzin, Guadalupe Soledad López, Marcelo S. Rodríguez, Horacio Çaró, Tomás Ignacio Martín, Silvia Beiguelman, María Consuelo Cabral, Olga Castro Busso, Iván Tcach, Ester Stekelberg, Susana Gallardo, Ana Pía Lanfranchi, Nadia Mansilla, César Salvucci, Jorge Luis Calza, Fernando Eliseo Barraza, Cecilia Dellozo, Lucía Lledó, Fernando Torrillate, Javier Rombouts, Virginia Mileto, Cecilia Alduni, Esteban A. Pérez, Ariel Feiguin, María Belén Sosa, Roque Jaimes, M. Fernanda Giraudo, Vilma Noce, María E. Vidal, Gonzalo Bernárdez, Roxana Silvia Arazi, Hugo Muleiro, Daniela Giannatasio, Carlos Folias, Rubén Oscar Ascua, Karina Micheletto, Santiago Giordano, Jorge Bernárdez, Néstor J. Llido, Micaela Polak, Aníbal Rushan, Juan E. Basso, Marcelo Manuele, Isauro Martínez, Cecilia Fumagali, Paula Niccolini, Lalo Puccio, Marcelo Chelo Ayala, Telma Luzzani, Ramiro Rearte, Demián Verduga, Camila Matrero, Alejandro Caravario, Rady Piraccini, Víctor Cagnin, Florencia Basso, María Itumelia Torres, María Eva Guevara, Ariel Lijalad, Gabriel Morini, Martín Canay, Marcelo Pascuccio, Nora Sánchez, Fabiana Segovia, César Ferri, Raúl Arcomano, María del Bianco, Luciana Mazza Toimil, Martín Fedele, Hernán Lascano, Néstor Busso, Luciano Ruiz, Paola Irurtia, Leo Graciarena, Hugo Gulman, Ángel Berlangaradar, Katy García, David Thomson, Alejandro Ariel Goldin, Marcelo Cena, Cecilia Cortez, Oscar Guisoni, Juan Carlos Downes, Gisella López, Nicolás Zalcman, Ricardo Gotta, Paulina Carreño, Javier García Alfaro, Santiago Picciani Martinez, Miguel Mendoza Padilla, Gabriel Muscillo, Eduardo Gabriel Alzueta, Maximiliano Goldschmidt, Jorge Mancinelli, y siguen las firmas...
(*) Maximiliano Montenegro, redactor del Diario Popular. No confundir con Maximiliano Montenegro, conductor de Plan M.
Published on August 04, 2011 19:09
August 3, 2011
Yo estaba ahí, Presidenta
La casa, más rosada que nunca
El 21 de julio por la tarde, la Casa Rosada era el escenario de un hecho inédito. Decenas de gays, lesbianas, travestis y transexuales hacían fila para entrar, con banderas y pines con los colores del arco iris. Adentro, los ministros se sacaban fotos con quienes nunca se habían imaginado que estarían allí algún día y, en las primeras filas, en vez de empresarios, sindicalistas, militares o políticos, había putos, tortas y travas.
La escena hubiese sido tan impensable años atrás que no alcanzaba a ser ni siquiera un sueño: en el Salón de los Patriotas Latinoamericanos, rodeada de fotos del Che, Bolívar, Sandino, Artigas, Evita y Perón, entre otros, una presidenta mujer promulgaba la ley de matrimonio gay. En realidad, ya durante el debate había dejado de ser «gay» y pasó a ser «igualitario», una invención del equipo comunicacional del Gobierno que cambiaba el sentido de la designación: en vez de marcar la diferencia, ponía el acento en la igualdad. Lo que pasaría a ser igualitario era el matrimonio. No el «gay» ni el «heterosexual», sino el matrimonio, ya que ahora era para todos. Y éramos parte de ese «todos».
Junto a la Presidenta, la gobernadora de Tierra del Fuego, Fabiana Ríos. También otros mandatarios, el jefe de gabinete, Aníbal Fernández, y todos los ministros, con el pin con la bandera del arco iris en sus trajes. Y, observando de cerca, el ex presidente Néstor Kirchner. También estaban presentes varios actores, actrices y músicos que habían participado de los videos de apoyo a la ley, madres, abuelas, organismos de derechos humanos, referentes sociales y el director teatral Pepito Cibrián, más marica que nunca, como todos. La sala estaba repleta y, cuando Cristina estampó su firma en el decretó, estalló: «¡Igualdad! ¡Igualdad!».
—No hemos promulgado una ley, sino una construcción social y, como buena construcción social, es transversal, es diversa, es plural, es amplia y no le pertenece a nadie, sino a quienes la construyeron: la sociedad —dijo la Presidenta, políticamente impecable. También aseguró que, en algunos años, el debate que se había dado en esos días resultaría anacrónico, y recordó que había habido senadores que habían votado contra la ley de divorcio con argumentos similares a los usados contra el matrimonio gay y, tiempo después, se habían divorciado. Y ahora, inclusive, estaban de acuerdo con esta reforma.
Cuando terminó el acto, la gente no se quería ir. Hubo un largo rato de festejos y fotos, con cámaras y celulares, en el salón de la Casa de Gobierno. Cristina también se sacaba fotos con todos y en un momento vio a Martín y Carlos, posó con ellos con la libreta roja y le dijo a Carlos:
—¡Yo también me quiero casar con vos!
Uno de los noteros de CQC, que escuchó el comentario, le dijo a Martín
—¿Se viene el primer divorcio gay?
—No —intercedió Carlos—. No tenemos por qué separarnos; podemos integrarla.
—Che, dejame que derrape yo, que es mi trabajo —le dijo entre risas el periodista. No había protocolo, ni pudor; no importaba nada. Era una fiesta. Nuestra fiesta. Salimos de la Casa Rosada y tardamos varios días en aterrizar y darnos cuenta de que era en serio.
____
Fragmento de mi libro " Matrimonio igualitario. Intrigas, tensiones y secretos en el camino hacia la ley " (Planeta, 2010), que podés comprar, por ejemplo, acá o acá (el libro impreso), y también, en formato digital, acá.
El 21 de julio por la tarde, la Casa Rosada era el escenario de un hecho inédito. Decenas de gays, lesbianas, travestis y transexuales hacían fila para entrar, con banderas y pines con los colores del arco iris. Adentro, los ministros se sacaban fotos con quienes nunca se habían imaginado que estarían allí algún día y, en las primeras filas, en vez de empresarios, sindicalistas, militares o políticos, había putos, tortas y travas.
La escena hubiese sido tan impensable años atrás que no alcanzaba a ser ni siquiera un sueño: en el Salón de los Patriotas Latinoamericanos, rodeada de fotos del Che, Bolívar, Sandino, Artigas, Evita y Perón, entre otros, una presidenta mujer promulgaba la ley de matrimonio gay. En realidad, ya durante el debate había dejado de ser «gay» y pasó a ser «igualitario», una invención del equipo comunicacional del Gobierno que cambiaba el sentido de la designación: en vez de marcar la diferencia, ponía el acento en la igualdad. Lo que pasaría a ser igualitario era el matrimonio. No el «gay» ni el «heterosexual», sino el matrimonio, ya que ahora era para todos. Y éramos parte de ese «todos».
Junto a la Presidenta, la gobernadora de Tierra del Fuego, Fabiana Ríos. También otros mandatarios, el jefe de gabinete, Aníbal Fernández, y todos los ministros, con el pin con la bandera del arco iris en sus trajes. Y, observando de cerca, el ex presidente Néstor Kirchner. También estaban presentes varios actores, actrices y músicos que habían participado de los videos de apoyo a la ley, madres, abuelas, organismos de derechos humanos, referentes sociales y el director teatral Pepito Cibrián, más marica que nunca, como todos. La sala estaba repleta y, cuando Cristina estampó su firma en el decretó, estalló: «¡Igualdad! ¡Igualdad!».
—No hemos promulgado una ley, sino una construcción social y, como buena construcción social, es transversal, es diversa, es plural, es amplia y no le pertenece a nadie, sino a quienes la construyeron: la sociedad —dijo la Presidenta, políticamente impecable. También aseguró que, en algunos años, el debate que se había dado en esos días resultaría anacrónico, y recordó que había habido senadores que habían votado contra la ley de divorcio con argumentos similares a los usados contra el matrimonio gay y, tiempo después, se habían divorciado. Y ahora, inclusive, estaban de acuerdo con esta reforma.
Cuando terminó el acto, la gente no se quería ir. Hubo un largo rato de festejos y fotos, con cámaras y celulares, en el salón de la Casa de Gobierno. Cristina también se sacaba fotos con todos y en un momento vio a Martín y Carlos, posó con ellos con la libreta roja y le dijo a Carlos:
—¡Yo también me quiero casar con vos!
Uno de los noteros de CQC, que escuchó el comentario, le dijo a Martín
—¿Se viene el primer divorcio gay?
—No —intercedió Carlos—. No tenemos por qué separarnos; podemos integrarla.
—Che, dejame que derrape yo, que es mi trabajo —le dijo entre risas el periodista. No había protocolo, ni pudor; no importaba nada. Era una fiesta. Nuestra fiesta. Salimos de la Casa Rosada y tardamos varios días en aterrizar y darnos cuenta de que era en serio.
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Fragmento de mi libro " Matrimonio igualitario. Intrigas, tensiones y secretos en el camino hacia la ley " (Planeta, 2010), que podés comprar, por ejemplo, acá o acá (el libro impreso), y también, en formato digital, acá.
Published on August 03, 2011 22:05
August 2, 2011
En respuesta al desafío de Vilma Ibarra
"Yes, we can"Lecciones desde el sur, por el matrimonio igualitario en América Latina
POR BRUNO BIMBI
(Hace unas semanas, la diputada Vilma Ibarra, coautora de la ley de matrimonio igualitario y querida amiga, propuso un "desafío" por la igualdad de derechos en la región, a través de la página de Asuntos del Sur. El texto original de Vilma lo encuentran acá: http://bit.ly/nhfSD4. Los editores de la página me pidieron que escribiera un texto a partir de ese desafío y esto fue lo que respondí. También recomiendo leer las otras respuestas, principalmente la del diputado brasileño Jean Wyllys, que encuentran acá: http://bit.ly/quIx4T).
Estábamos locos, creían los demás. O no teníamos noción de la realidad, o simulábamos no tenerla sólo para dejar un testimonio, aunque supiéramos que lo que queríamos era imposible en estos tiempos. O lo hacíamos para salir en los diarios y auto promocionarnos, aunque no sirviera para nada, como decían algunos con malicia. ¿Te acordás, Vilma?Cuando, después de la aprobación de la ley de matrimonio igualitario en Argentina, volví a Río de Janeiro, donde vivo hace dos años y medio, para escribir el libro en el que cuento la historia de esa lucha que nos hizo amigos, empecé a revisar e-mails antiguos, páginas de los diarios de la época, debates en los foros de internet, y también a entrevistar a decenas de personas que fueron parte de esa historia, y al volver unos años atrás no podía creer todo lo que había cambiado en tan poco tiempo. Era otro país. Eso que hoy parece tan obvio que nadie se anima a recordar que estuvo en contra alguna vez, hace apenas cuatro años, parecía un delirio. "No confundan la audacia con la temeridad", me dijo en aquel entonces una ex diputada que no quiso firmar el proyecto. Comparar esos dos fotogramas de la película que tuvimos el orgullo de protagonizar es la mejor manera de contestarles, con esperanza, a quienes en otros lugares del mundo piensen: acá es imposible, no lo vamos a conseguir. Eso mismo pensamos nosotros cuando se aprobó el matrimonio gay en España: ¡Es Europa! Nosotros estamos en América Latina, acá la Iglesia es más poderosa y la sociedad más conservadora... Cuando la escuché por primera vez a María Rachid hablar de matrimonio gay en Argentina, también me pareció imposible. —No me vengan con imposibles que en España también lo era y lo conseguimos —me respondió a principios de 2005 el activista gay español Pedro Zerolo, asesor del presidente Zapatero y concejal en Madrid. Y tenía razón. Por eso, la primera lección es que sí, podemos.El primer matrimonio gay de América Latina, celebrado el 28 de diciembre de 2009 –era el Día de los Santos Inocentes; tuvimos que preparar todo en secreto y muchos pensaron que era una broma– nos enseñó eso. Lo primero que recuerdo haberle dicho a mi amigo Alex Freyre, que ese día se casó con José María Di Bello, fue:—"Yes, we can", repetilo cada vez que te hagan una entrevista.Le robamos la consigna a Barack Obama. Ninguna otra podría explicar mejor lo que queríamos decir.El camino recorrido nos dejó algunas lecciones que me gustaría compartir. Acepto así el desafío propuesto, tratando de contribuir al debate que ya está empezando a darse en varios países de la región. Escribo estas líneas un sábado, mientras decenas de miles marchan en Santiago de Chile por el matrimonio igualitario, mañana domingo habrá seguramente millones en el orgullo gay de San Pablo y el próximo martes se lanza la campaña por el matrimonio igualitario en Montevideo. Espero que las ideas que comparto en este texto puedan ayudar a nuestros vecinos. Vayamos a la segunda lección. Hay que abrir todos los caminos institucionales al mismo tiempo, porque se retroalimentan: ir al legislativo, con proyectos de ley en ambas cámaras, al ejecutivo buscando el respaldo del Gobierno y al judicial denunciando que la prohibición legal viola principios constitucionales y echa por tierra con los tratados internacionales de derechos humanos. Todos estos caminos habían sido usados en otros países, pero lo innovador de la estrategia de la Federación Argentina de Lesbianas, Gays, Bisexuales y Trans fue hacer las tres cosas al mismo tiempo y articular los tres frentes en una estrategia unificada. Y conseguimos el respaldo de la cabeza de los tres poderes.La tercera lección es que hay que hablar con todos los políticos. En la Federación hay grupos LGBT de casi todos los partidos y a lo largo del debate fuimos convenciendo a dirigentes de derecha a izquierda, oficialistas y opositores. Y usábamos a unos para presionar a los otros: "¿Cómo que estás en contra? Mirá que el otro candidato está a favor". Hay que convencer con argumentos, tener paciencia, responder dudas y preguntas, no darse por vencidos. A los enemigos de la igualdad hay que hacerles saber que les haremos pagar el costo electoral de su homofobia, y a nuestros aliados políticos hay que cuidarlos. Las encuestas que muestran que la popularidad de Cristina Kirchner creció tras el matrimonio igualitario quizás convenzan, por ejemplo, a José Mujica y Dilma Rousseff.La cuarta lección es que hay que estudiar, leer, investigar, estar preparados para enfrentarse a la más rigurosa banca examinadora. Es como defender una tesis de doctorado o rendir un examen crucial para nuestra vida académica o laboral. A lo largo del debate por el matrimonio igualitario debimos sortear una serie de obstáculos que nos fueron transformando en especialistas en muchos temas. A fuerza de necesidad, aprendimos todo lo que nos iba haciendo falta, fuese derecho constitucional, teología, historia medieval, lingüística, filosofía, el reglamento del Senado o psicología infantil. Aprendimos a responder al cuestionamiento más malicioso, la pregunta más rebuscada o el ataque más cínico, y demostrar, con argumentos serios y fuentes confiables, que las objeciones al matrimonio gay no se sostienen, que son puro prejuicio, ignorancia y racismo:
a) Si te recitan la Biblia, además de explicar que la ley civil no debe subordinarse a los dogmas religiosos en una democracia, hay que poder discutir punto por punto cada versículo y demostrar que cuando citan al Levítico lo hacen sin entenderlo y escondiendo el 90% de su texto, que cuando dicen "abominación" no saben lo que esa palabra significaba en hebreo, que cuando hablan de Pablo olvidan el contexto y los objetivos de la Carta a los Romanos, que usan traducciones sutilmente modificadas de la Biblia, que la Iglesia católica antes interpretaba los mismos textos de otra forma, etc. Y hay que poder convocar a curas, pastores y rabinos que defiendan el derecho al matrimonio gay y refuten desde la fe y la teología las interpretaciones homofóbicas de los textos religiosos.b) Si dicen que el matrimonio es un sacramento hay que poder darles una clase de historia y demostrarles que no es así, que el matrimonio es anterior al sacramento religioso y que no siempre fue exclusivamente heterosexual. c) Si hablan de adopción hay que poder mostrar que lo que está en juego son los derechos de los niños y niñas con dos papás o dos mamás –que no tienen herencia, plan de salud, beneficios sociales ni la protección legal de sus dos padres o madres– e insistir hasta que no sepan qué decir: esos niños y niñas ya existen. Y hay que citarles todas las investigaciones sobre el tema que se han hecho en el mundo para demostrar que no existe ningún fundamento científico contra la adopción homoparental y que la comunidad científica internacional tiene un claro consenso al respecto. Hay que poder explicarlo en detalle, citando bibliografía y consiguiendo el respaldo de facultades, universidades y colegios profesionales de psicólogos y pediatras. Y sobre todo, mostrar a nuestras familias, a nuestros hijos, para que la teoría se transforme en práctica: es de estos niños que estamos hablando, mírenlos y escúchenlos a ellos también.d) Si dicen que el matrimonio no puede ser entre dos hombres porque "matrimonio" viene del término latino mater, que significa "madre", hay que poder darles una clase de lingüíustica y correrlos con libros de Saussure a Wittgenstein, del Crátilo de Platón a El orden del discurso de Foucault, pero además explicarles que "trabajar" viene de tripaliare, que significa "castigar con el tripaliu", un elemento de tortura de la Antigua Roma; que "familia" viene de famulus, que significa "esclavo", y que así como "matrimonio" viene de mater, "patrimonio" viene de pater, sin que eso impida a las mujeres tenerlo. Hay que poder recordarles también que en Portugal, donde la ley habla de "casamento", también se oponían a que se llamara así, aunque "casamento" no venga de mater, sino de "casa", porque sus argumentos lingüísticos, además de anticientíficos, son hipócritas: no les molesta que se llame "matrimonio" o "casamento", les molesta que se llame igual. Les molesta que la ley nos reconozca como seres humanos iguales en derechos.e) Hay que poder mostrar cómo a lo largo de la historia se han usado los mismos argumentos para defender la discriminación contra otras personas. Mostrar los paralelos entre la prohibición del matrimonio interracial –ver, por ejemplo, el caso Loving v. Virginia, pero antes Scott v. Standford– y la del matrimonio gay; demostrar que la "unión civil" es una derivación de la doctrina "Iguales pero separados". Traer las citas de los fallos en los que la "naturaleza", la "voluntad de Dios" y la "normalidad" fueron usadas para oponerse a los derechos de los negros, de los judíos, de las mujeres. Que quede claro: la homofobia es una forma de racismo y la "unión civil" una forma de segregación.
Y de ahí viene la quinta lección: nunca, pero nunca jamás hay que aceptar la "unión civil". Cuando las organizaciones LGBT reclaman "unión civil", la respuesta es: nada. Cuando reclaman matrimonio, la respuesta es: "unión civil". Así fue en España, en Portugal, en Argentina... Y quienes proponían "unión civil" –para impedir el matrimonio– eran los que antes se oponían a ella –cuando nadie reclamaba el matrimonio–. No peleamos por la herencia, ni por la pensión, ni por los derechos materiales –aunque también peleemos por ellos y sean, para muchas personas, imprescindibles–, peleamos por la igualdad ante la ley. Y no hay media igualdad, ni "un poquito" de igualdad. La igualdad es o no es. Y sólo con el matrimonio es. Cuando esa posición se mantiene firme y los enemigos de la igualdad aceptan reconocer todos los derechos menos la palabra "matrimonio", quedan en evidencia, se sacan la careta. Y es ahí, en ese momento, que pierden el debate.La sexta lección es que para ganar el debate, primero tiene que haber debate. La primera estrategia de la Iglesia siempre va a ser que no se discuta, que el tema nunca se ponga en el orden del día de las comisiones del Congreso, que los medios de comunicación lo escondan, que los políticos no se animen a hablar. Porque saben que cuando hay debate –y cuando ese debate se masifica, sale en el noticiero de las ocho y en la tapa de los diarios– lo van a perder. Los primeros aliados que hay que buscar son los medios de comunicación. Y ante la falta de recursos económicos, hay que aprovechar la red: Facebook, Twitter, Youtube, los blogs, y producir hechos de alto impacto mediático –como lo fueron, por ejemplo, los cien amparos presentados en la justicia en distintos lugares del país, o los videos grabados por artistas en Youtube apoyando la ley, o programas de ficción en la televisión que hablaron del tema, etc.–. Si para los medios el matrimonio gay no es importante como tema en sí, hay que producir hechos mediáticos que les resulten atractivos y los lleven –por su propia lógica– a darnos el micrófono.La séptima lección es que, para ganar el debate en el Congreso o en la Justicia, hay que ganarlo en la calle. Cuando esta buena señora, que nunca antes había siquiera pensado en el matrimonio gay y quizás no conoce –o cree que no conoce– a ninguna persona homosexual, conversando en la fila del supermercado con una amiga, diga: "A mí me parece muy bien el matrimonio gay", y la amiga asienta, cambió todo. Porque esa vecina representa a una franja crucial del electorado y los políticos no quieren ponérsela en contra. Por eso, otra vez, los medios de comunicación son importantes. Hay que ganar la batalla cultural. Nuestros derechos no son más o menos legítimos porque tengan más o menos consenso o midan bien o mal en las encuestas: los derechos de las minorías no son concesiones de las mayorías. Y hay que dejárselo bien en claro a los políticos. Pero seamos pragmáticos también: buscamos el consenso social, porque así es más fácil ganar la batalla política.La octava lección es que nuestro principal aliado siempre es el futuro. Porque es inevitable. Todo lo que dice este artículo será obvio en un siglo. Así como hoy a nadie se le ocurriría en las democracias occidentales negarles el derecho al voto a las mujeres, dividir los asientos de los colectivos en sectores para blancos y para negros o confinar a los judíos en un gueto, en el próximo siglo a nadie se le va a ocurrir prohibirles a los homosexuales que se casen. Y los chicos, en la escuela, le van a preguntar a la maestra:—¿Es verdad que en el siglo pasado a los gays no los dejaban casarse? ¿Por qué?A cada político y a cada juez con quien pude conversar en estos años, les dije:—El matrimonio gay va a aprobarse ahora, el año que viene o dentro de diez años. Lo que usted tiene que decidir es si el nombre que figurará en los libros de historia será el suyo o el de quienes vengan después de usted.Digámosles eso a Dilma Rousseff, a José Mujica, a Sebastián Piñera, a Hugo Chávez, a Evo Morales, a Rafael Correa, a Fernando Lugo, a Juan Manuel Santos...América Latina puede y debe darle una lección al mundo. Argentina aprobó el matrimonio igualitario un año antes que Nueva York. La Ciudad de México lo hizo antes que París. Si se apuran, los uruguayos llegarán antes que los ingleses y los brasileños antes que los alemanes y los italianos. No, no es una competencia.Pero no me van a negar que está bueno decirle al primer mundo que mientras en Ushuaia, al sur de todo, nuestra querida Fabiana Ríos autorizaba el primer casamiento gay de América Latina, en Alaska, allá en el norte del norte, votaban por Sarah Palin.
________________________Bruno Bimbi tiene 33 años, es argentino, periodista, profesor de portugués y máster en Letras por la Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Fue secretario de Prensa y Relaciones Institucionales de la Federación Argentina de Lesbianas, Gays, Bisexuales y Trans y coautor, junto a dos abogados, de las acciones de inconstitucionalidad que permitieron que nueve parejas del mismo sexo se casaran por autorización judicial antes de la ley de matrimonio igualitario, aprobada el 15 de julio de 2010 en Argentina. Fue, además, uno de los responsables de la estrategia política que llevó a la aprobación de la ley y es autor del libro "Matrimonio igualitario. Intrigas, tensiones y secretos en el camino hacia la ley", que cuenta esa historia, editado por Planeta. Actualmente vive en Río de Janeiro y asesora al diputado brasileño Jean Wyllys, que está promoviendo un proyecto de enmienda constitucional para legalizar el matrimonio homosexual en Brasil.
POR BRUNO BIMBI
(Hace unas semanas, la diputada Vilma Ibarra, coautora de la ley de matrimonio igualitario y querida amiga, propuso un "desafío" por la igualdad de derechos en la región, a través de la página de Asuntos del Sur. El texto original de Vilma lo encuentran acá: http://bit.ly/nhfSD4. Los editores de la página me pidieron que escribiera un texto a partir de ese desafío y esto fue lo que respondí. También recomiendo leer las otras respuestas, principalmente la del diputado brasileño Jean Wyllys, que encuentran acá: http://bit.ly/quIx4T).
Estábamos locos, creían los demás. O no teníamos noción de la realidad, o simulábamos no tenerla sólo para dejar un testimonio, aunque supiéramos que lo que queríamos era imposible en estos tiempos. O lo hacíamos para salir en los diarios y auto promocionarnos, aunque no sirviera para nada, como decían algunos con malicia. ¿Te acordás, Vilma?Cuando, después de la aprobación de la ley de matrimonio igualitario en Argentina, volví a Río de Janeiro, donde vivo hace dos años y medio, para escribir el libro en el que cuento la historia de esa lucha que nos hizo amigos, empecé a revisar e-mails antiguos, páginas de los diarios de la época, debates en los foros de internet, y también a entrevistar a decenas de personas que fueron parte de esa historia, y al volver unos años atrás no podía creer todo lo que había cambiado en tan poco tiempo. Era otro país. Eso que hoy parece tan obvio que nadie se anima a recordar que estuvo en contra alguna vez, hace apenas cuatro años, parecía un delirio. "No confundan la audacia con la temeridad", me dijo en aquel entonces una ex diputada que no quiso firmar el proyecto. Comparar esos dos fotogramas de la película que tuvimos el orgullo de protagonizar es la mejor manera de contestarles, con esperanza, a quienes en otros lugares del mundo piensen: acá es imposible, no lo vamos a conseguir. Eso mismo pensamos nosotros cuando se aprobó el matrimonio gay en España: ¡Es Europa! Nosotros estamos en América Latina, acá la Iglesia es más poderosa y la sociedad más conservadora... Cuando la escuché por primera vez a María Rachid hablar de matrimonio gay en Argentina, también me pareció imposible. —No me vengan con imposibles que en España también lo era y lo conseguimos —me respondió a principios de 2005 el activista gay español Pedro Zerolo, asesor del presidente Zapatero y concejal en Madrid. Y tenía razón. Por eso, la primera lección es que sí, podemos.El primer matrimonio gay de América Latina, celebrado el 28 de diciembre de 2009 –era el Día de los Santos Inocentes; tuvimos que preparar todo en secreto y muchos pensaron que era una broma– nos enseñó eso. Lo primero que recuerdo haberle dicho a mi amigo Alex Freyre, que ese día se casó con José María Di Bello, fue:—"Yes, we can", repetilo cada vez que te hagan una entrevista.Le robamos la consigna a Barack Obama. Ninguna otra podría explicar mejor lo que queríamos decir.El camino recorrido nos dejó algunas lecciones que me gustaría compartir. Acepto así el desafío propuesto, tratando de contribuir al debate que ya está empezando a darse en varios países de la región. Escribo estas líneas un sábado, mientras decenas de miles marchan en Santiago de Chile por el matrimonio igualitario, mañana domingo habrá seguramente millones en el orgullo gay de San Pablo y el próximo martes se lanza la campaña por el matrimonio igualitario en Montevideo. Espero que las ideas que comparto en este texto puedan ayudar a nuestros vecinos. Vayamos a la segunda lección. Hay que abrir todos los caminos institucionales al mismo tiempo, porque se retroalimentan: ir al legislativo, con proyectos de ley en ambas cámaras, al ejecutivo buscando el respaldo del Gobierno y al judicial denunciando que la prohibición legal viola principios constitucionales y echa por tierra con los tratados internacionales de derechos humanos. Todos estos caminos habían sido usados en otros países, pero lo innovador de la estrategia de la Federación Argentina de Lesbianas, Gays, Bisexuales y Trans fue hacer las tres cosas al mismo tiempo y articular los tres frentes en una estrategia unificada. Y conseguimos el respaldo de la cabeza de los tres poderes.La tercera lección es que hay que hablar con todos los políticos. En la Federación hay grupos LGBT de casi todos los partidos y a lo largo del debate fuimos convenciendo a dirigentes de derecha a izquierda, oficialistas y opositores. Y usábamos a unos para presionar a los otros: "¿Cómo que estás en contra? Mirá que el otro candidato está a favor". Hay que convencer con argumentos, tener paciencia, responder dudas y preguntas, no darse por vencidos. A los enemigos de la igualdad hay que hacerles saber que les haremos pagar el costo electoral de su homofobia, y a nuestros aliados políticos hay que cuidarlos. Las encuestas que muestran que la popularidad de Cristina Kirchner creció tras el matrimonio igualitario quizás convenzan, por ejemplo, a José Mujica y Dilma Rousseff.La cuarta lección es que hay que estudiar, leer, investigar, estar preparados para enfrentarse a la más rigurosa banca examinadora. Es como defender una tesis de doctorado o rendir un examen crucial para nuestra vida académica o laboral. A lo largo del debate por el matrimonio igualitario debimos sortear una serie de obstáculos que nos fueron transformando en especialistas en muchos temas. A fuerza de necesidad, aprendimos todo lo que nos iba haciendo falta, fuese derecho constitucional, teología, historia medieval, lingüística, filosofía, el reglamento del Senado o psicología infantil. Aprendimos a responder al cuestionamiento más malicioso, la pregunta más rebuscada o el ataque más cínico, y demostrar, con argumentos serios y fuentes confiables, que las objeciones al matrimonio gay no se sostienen, que son puro prejuicio, ignorancia y racismo:
a) Si te recitan la Biblia, además de explicar que la ley civil no debe subordinarse a los dogmas religiosos en una democracia, hay que poder discutir punto por punto cada versículo y demostrar que cuando citan al Levítico lo hacen sin entenderlo y escondiendo el 90% de su texto, que cuando dicen "abominación" no saben lo que esa palabra significaba en hebreo, que cuando hablan de Pablo olvidan el contexto y los objetivos de la Carta a los Romanos, que usan traducciones sutilmente modificadas de la Biblia, que la Iglesia católica antes interpretaba los mismos textos de otra forma, etc. Y hay que poder convocar a curas, pastores y rabinos que defiendan el derecho al matrimonio gay y refuten desde la fe y la teología las interpretaciones homofóbicas de los textos religiosos.b) Si dicen que el matrimonio es un sacramento hay que poder darles una clase de historia y demostrarles que no es así, que el matrimonio es anterior al sacramento religioso y que no siempre fue exclusivamente heterosexual. c) Si hablan de adopción hay que poder mostrar que lo que está en juego son los derechos de los niños y niñas con dos papás o dos mamás –que no tienen herencia, plan de salud, beneficios sociales ni la protección legal de sus dos padres o madres– e insistir hasta que no sepan qué decir: esos niños y niñas ya existen. Y hay que citarles todas las investigaciones sobre el tema que se han hecho en el mundo para demostrar que no existe ningún fundamento científico contra la adopción homoparental y que la comunidad científica internacional tiene un claro consenso al respecto. Hay que poder explicarlo en detalle, citando bibliografía y consiguiendo el respaldo de facultades, universidades y colegios profesionales de psicólogos y pediatras. Y sobre todo, mostrar a nuestras familias, a nuestros hijos, para que la teoría se transforme en práctica: es de estos niños que estamos hablando, mírenlos y escúchenlos a ellos también.d) Si dicen que el matrimonio no puede ser entre dos hombres porque "matrimonio" viene del término latino mater, que significa "madre", hay que poder darles una clase de lingüíustica y correrlos con libros de Saussure a Wittgenstein, del Crátilo de Platón a El orden del discurso de Foucault, pero además explicarles que "trabajar" viene de tripaliare, que significa "castigar con el tripaliu", un elemento de tortura de la Antigua Roma; que "familia" viene de famulus, que significa "esclavo", y que así como "matrimonio" viene de mater, "patrimonio" viene de pater, sin que eso impida a las mujeres tenerlo. Hay que poder recordarles también que en Portugal, donde la ley habla de "casamento", también se oponían a que se llamara así, aunque "casamento" no venga de mater, sino de "casa", porque sus argumentos lingüísticos, además de anticientíficos, son hipócritas: no les molesta que se llame "matrimonio" o "casamento", les molesta que se llame igual. Les molesta que la ley nos reconozca como seres humanos iguales en derechos.e) Hay que poder mostrar cómo a lo largo de la historia se han usado los mismos argumentos para defender la discriminación contra otras personas. Mostrar los paralelos entre la prohibición del matrimonio interracial –ver, por ejemplo, el caso Loving v. Virginia, pero antes Scott v. Standford– y la del matrimonio gay; demostrar que la "unión civil" es una derivación de la doctrina "Iguales pero separados". Traer las citas de los fallos en los que la "naturaleza", la "voluntad de Dios" y la "normalidad" fueron usadas para oponerse a los derechos de los negros, de los judíos, de las mujeres. Que quede claro: la homofobia es una forma de racismo y la "unión civil" una forma de segregación.
Y de ahí viene la quinta lección: nunca, pero nunca jamás hay que aceptar la "unión civil". Cuando las organizaciones LGBT reclaman "unión civil", la respuesta es: nada. Cuando reclaman matrimonio, la respuesta es: "unión civil". Así fue en España, en Portugal, en Argentina... Y quienes proponían "unión civil" –para impedir el matrimonio– eran los que antes se oponían a ella –cuando nadie reclamaba el matrimonio–. No peleamos por la herencia, ni por la pensión, ni por los derechos materiales –aunque también peleemos por ellos y sean, para muchas personas, imprescindibles–, peleamos por la igualdad ante la ley. Y no hay media igualdad, ni "un poquito" de igualdad. La igualdad es o no es. Y sólo con el matrimonio es. Cuando esa posición se mantiene firme y los enemigos de la igualdad aceptan reconocer todos los derechos menos la palabra "matrimonio", quedan en evidencia, se sacan la careta. Y es ahí, en ese momento, que pierden el debate.La sexta lección es que para ganar el debate, primero tiene que haber debate. La primera estrategia de la Iglesia siempre va a ser que no se discuta, que el tema nunca se ponga en el orden del día de las comisiones del Congreso, que los medios de comunicación lo escondan, que los políticos no se animen a hablar. Porque saben que cuando hay debate –y cuando ese debate se masifica, sale en el noticiero de las ocho y en la tapa de los diarios– lo van a perder. Los primeros aliados que hay que buscar son los medios de comunicación. Y ante la falta de recursos económicos, hay que aprovechar la red: Facebook, Twitter, Youtube, los blogs, y producir hechos de alto impacto mediático –como lo fueron, por ejemplo, los cien amparos presentados en la justicia en distintos lugares del país, o los videos grabados por artistas en Youtube apoyando la ley, o programas de ficción en la televisión que hablaron del tema, etc.–. Si para los medios el matrimonio gay no es importante como tema en sí, hay que producir hechos mediáticos que les resulten atractivos y los lleven –por su propia lógica– a darnos el micrófono.La séptima lección es que, para ganar el debate en el Congreso o en la Justicia, hay que ganarlo en la calle. Cuando esta buena señora, que nunca antes había siquiera pensado en el matrimonio gay y quizás no conoce –o cree que no conoce– a ninguna persona homosexual, conversando en la fila del supermercado con una amiga, diga: "A mí me parece muy bien el matrimonio gay", y la amiga asienta, cambió todo. Porque esa vecina representa a una franja crucial del electorado y los políticos no quieren ponérsela en contra. Por eso, otra vez, los medios de comunicación son importantes. Hay que ganar la batalla cultural. Nuestros derechos no son más o menos legítimos porque tengan más o menos consenso o midan bien o mal en las encuestas: los derechos de las minorías no son concesiones de las mayorías. Y hay que dejárselo bien en claro a los políticos. Pero seamos pragmáticos también: buscamos el consenso social, porque así es más fácil ganar la batalla política.La octava lección es que nuestro principal aliado siempre es el futuro. Porque es inevitable. Todo lo que dice este artículo será obvio en un siglo. Así como hoy a nadie se le ocurriría en las democracias occidentales negarles el derecho al voto a las mujeres, dividir los asientos de los colectivos en sectores para blancos y para negros o confinar a los judíos en un gueto, en el próximo siglo a nadie se le va a ocurrir prohibirles a los homosexuales que se casen. Y los chicos, en la escuela, le van a preguntar a la maestra:—¿Es verdad que en el siglo pasado a los gays no los dejaban casarse? ¿Por qué?A cada político y a cada juez con quien pude conversar en estos años, les dije:—El matrimonio gay va a aprobarse ahora, el año que viene o dentro de diez años. Lo que usted tiene que decidir es si el nombre que figurará en los libros de historia será el suyo o el de quienes vengan después de usted.Digámosles eso a Dilma Rousseff, a José Mujica, a Sebastián Piñera, a Hugo Chávez, a Evo Morales, a Rafael Correa, a Fernando Lugo, a Juan Manuel Santos...América Latina puede y debe darle una lección al mundo. Argentina aprobó el matrimonio igualitario un año antes que Nueva York. La Ciudad de México lo hizo antes que París. Si se apuran, los uruguayos llegarán antes que los ingleses y los brasileños antes que los alemanes y los italianos. No, no es una competencia.Pero no me van a negar que está bueno decirle al primer mundo que mientras en Ushuaia, al sur de todo, nuestra querida Fabiana Ríos autorizaba el primer casamiento gay de América Latina, en Alaska, allá en el norte del norte, votaban por Sarah Palin.
________________________Bruno Bimbi tiene 33 años, es argentino, periodista, profesor de portugués y máster en Letras por la Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Fue secretario de Prensa y Relaciones Institucionales de la Federación Argentina de Lesbianas, Gays, Bisexuales y Trans y coautor, junto a dos abogados, de las acciones de inconstitucionalidad que permitieron que nueve parejas del mismo sexo se casaran por autorización judicial antes de la ley de matrimonio igualitario, aprobada el 15 de julio de 2010 en Argentina. Fue, además, uno de los responsables de la estrategia política que llevó a la aprobación de la ley y es autor del libro "Matrimonio igualitario. Intrigas, tensiones y secretos en el camino hacia la ley", que cuenta esa historia, editado por Planeta. Actualmente vive en Río de Janeiro y asesora al diputado brasileño Jean Wyllys, que está promoviendo un proyecto de enmienda constitucional para legalizar el matrimonio homosexual en Brasil.
Published on August 02, 2011 13:21
July 27, 2011
Macri, los subtes, Filmus y Mercadante
Macri no amplió el subte, pese a que había prometido hacerlo.
Es un dato concreto. Apenas un ejemplo, podría citar otros. Pero veamos...
¿Por qué el equipo de campaña de Filmus no hizo un spot como este...
...en vez de esta porquería...
...eh, por qué?
Ya que estamos, así lanzó la campaña Dilma el año pasado. A ver si aprendemos:
De nada.
_____
Nota: Mercadante perdió. Alckmin ganó en primera vuelta con 50,6% contra 35,2% del candidato petista. Pero el estado de San Pablo es el principal bastión histórico del opositor PSDB y los tres últimos candidatos presidenciales opositores fueron gobernadores de ese estado, Alckmin (candidato presidencial en 2006) y Serra (dos veces candidato, en 2002 y 2010).
Es un dato concreto. Apenas un ejemplo, podría citar otros. Pero veamos...
¿Por qué el equipo de campaña de Filmus no hizo un spot como este...
...en vez de esta porquería...
...eh, por qué?
Ya que estamos, así lanzó la campaña Dilma el año pasado. A ver si aprendemos:
De nada.
_____
Nota: Mercadante perdió. Alckmin ganó en primera vuelta con 50,6% contra 35,2% del candidato petista. Pero el estado de San Pablo es el principal bastión histórico del opositor PSDB y los tres últimos candidatos presidenciales opositores fueron gobernadores de ese estado, Alckmin (candidato presidencial en 2006) y Serra (dos veces candidato, en 2002 y 2010).
Published on July 27, 2011 13:36
Todos creen, menos ellas
Ricardo y Francisco creen en vos:
Daniel cree en vos:
Luis cree en vos:
Sergio cree en vos:
Ellas no creen:
Daniel cree en vos:
Luis cree en vos:
Sergio cree en vos:
Ellas no creen:
Published on July 27, 2011 10:38
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