L.C. Lavado's Blog, page 3
May 5, 2014
É o 1° livro. Não percas o ar!

Todos nós somos iniciantes em algum ponto da nossa vida.
Escritores famosos, anónimos, profissionais ou amadores, todos começamos no mesmo momento: quando decidimos pôr palavras em papel sem ter uma urtiga de ideia do que dali iria sair.
Os caminhos depois divergem em incontáveis possibilidades, e é então que a ansiedade e os nervos levam a melhor de muitos de nós.
“O que devo fazer?”; “A história faz sentido?”; “Os personagens são credivéis?”; “Estou a demorar muito tempo para acabar a primeira versão?”; “Será que vou ser publicado?”; “Devo parar de editar? ... não... devo editar mais? ...melhor?”
Nós escritores nos primeiros anos de escrita tendemos a esquecer a aventura do 1 livro e os privilégios da descoberta. Estamos demasiado focados na tarefa em mãos, até nos vermos sugados para o ciclo:
- Ansiedade em terminar o 1° draft
- Editar, re-editar, e editar mais um bocado
- A persseguição à perfeição
- Submeter a editoras
- Esperar por respostas das editoras
- Desesperar por respostas das editoras
- Desilusão pelas respostas das editoras
- Dúvidas se “és bom o suficiente”
- Dúvidas existenciais
...sim, nós escritores temos uma tendência para o dramático.
Não deixes que o teu primeiro livro te tire o ar, nem as unhas de tanto as roeres até ao sabugo!
Tenta aproveitar a caminhada.
A descoberta pessoal quando fazemos algo pela primeira vez; deslumbramento em perceber que o conseguimos fazer; as emoções dos altos e dos baixos. Todas as novas sensações.
Não obceques com a perfeição. (tudo bem, obceca só um bocadinho)
Goza da liberdade. Experimenta. Diverte-te. E orgulha-te nisso!
Liliana





Published on May 05, 2014 01:00
April 29, 2014
Assim fala... Albert Camus

"A única forma de lidar com um mundo sem liberdade é tornares-te tão livre que a tua simples existência é um acto de rebelião."
Albert Camus





Published on April 29, 2014 03:18
April 28, 2014
Eles podem sabotar-te a escrita...

Por esta altura espero bem já ter convencido uma meia dúzia de pessoas (no mínimo!) a começar a escrever o “isto até dava um bom livro”.
Para essa meia dúzia de corajosos que automáticamente entraram para a elite dos Escritores Exploradores: PARABÉNS!Vocês tiveram a coragem de fazer o que muitos só pensam em fazer.
Mas porque a vida está cheia de distracções (e o Goodreads não pára de nos enviar emails com novos livros que fazem perder a cabeça e a seguir o guito), o tempo que reservamos para a escrita pode ser roubado a pouco e pouco sem que nos apercebamos.Resultado: o ritmo de escrita vai reduzindo... perigosamente ao ponto de parar.
Uma ideia ou trabalho pendente e a arrastar-se indefinidamente no tempo é tão mau como nunca o ter começado... com um bónus extra de frustração!
Antes que isto aconteça, aqui ficam 5 suspeitos que podem estar a sabotar o teu livro sem que te apercebas.
- Intrusos
Certifica-te de que és tu quem está a escrever o teu livro.Sei que adoras o Murakami e que a escrita dele é algo alucinogénica, o que te faz pensar a cada página que o lês “Não era maravilhoso que eu também escrevesse estas loucuras carregadas de ambiguidade no meu livro?” Sim, era. Só que é como se tentasses moldar a tua caligrafia à dele: não ia saira nada de jeito... sejamos realistas, estamos a falar de um alfabeto totalmente novo!Ah! E a tua mãe!? Ela adora os livros da Nicholas Sparks. São tããooo bonitos... não era fantástico se escrevesses um novo “Diário da Nossa Paixão”? Ou antes, “As Palavras Que Nunca Te Direi” esse é que ela gosta mesmo! Só é pena que na tua história estás sempre a pensar em fazer o marido trocar a mulher por uma vida de nómada sem intenção de regresso, onde ele depois conhece milhares de mulheres mais interessantes só para descobrir no final que é gay!Para as urtigas com os outros! Pega no teu gay e fá-lo viver as aventuras que entendes. Lembra-te: se não for por ti, o desgraçado vai viver o resto da vida recalcado ao lado da mulher.
- Preguiça
Ela é tão boa ao Domingo de manhã mas é uma pedra no sapato o resto do tempo.Era bom que houvesse um programa em que colocasses lá algumas frases (de preferência palavras que dava menos trabalho ainda) e ele tratava de escrever o livro que tens na cabeça. A vida de escritor ficava sem dúvida mais fácil. Mas sejamos francos: é uma estupidez.A tua história só acontece se a escreveres. Vá lá! Sacode a preguiça.A maioria da vezes o mais dificil é ligar o computador e escrever as primeiras frases, depois, entras na história e perdes a noção do tempo.Uma dica: se ligares o computador logo que chegas a casa e abrires o ficheiro com o teu livro, a probabilidade de escreveres aumenta para o dobro (pelo menos!), porque ao teres o ficheiro aberto sentes que há algo que está em falta e que tens de terminar, e o compromisso que assumiste contigo mesmo leva a tua atenção para ele.Uma consciência pesada funciona sempre bem para combater a preguiça.
- Software
Não, não vou falar da tentação da internet e dos softwares de navegação. (Se bem que eles são uma sanguessuga de tempo)Escrita. Tal como antes com as canetas e antes destas as penas, o software de escrita pode ser chave na produtividade de um escritor. Usares um que se adapte a ti pode fazer toda a diferença.Existem os grátis e os pagos, cada um com as suas opções; investiga pelo menos os que te deixo de seguida (não quero que percas tempo à procura na net e depois dizes que a culpa é minha):
Write or Die (http://writeordie.com/): gosto particularmente do nome “Escreve ou morre”Storybook (http://storybook.intertec.ch/joomla/) Celtex (http://celtx.com/)WriteRoom (http://www.hogbaysoftware.com/products/writeroom): O que eu uso. (Apenas disponivel para Mac)
- TV
Passa a televisão a patacos... ou se não a podes vender e ficar com uns trocos extra no bolso, afasta-te dela para o mais longe possível. Ela é como um buraco negro de tempo.Não estou a dizer para deixares as tuas séries favoritas (sou uma aspirante a tirana mas tenho limites e não abro mão do Dexter nem do Californication!), podes passar a ver os episódios online no site das séries, ou fazer o download num dos vários sites que os disponibilizam (mais uma vez: obrigado Steve Jobs pelo iTunes) e evitas perder tempo com as publicidades e os zappings intermináveis.
- Objectivos
Os objectivos são uma boa forma de te ajudar a manter o foco. Se forem bem definidos! Quando não o são, eles têm o efeito contrário e podem ser perversos e encher-te de frustração. (Não queremos isso)Seja um número especifico de palavras, páginas, tempo, ou chegar a um momento da trama, a curto ou longo prazo, têm atenção em definires objectivos com consciência da tua realidade e do que verdadeiramente acreditas que consegues alcançar.
Lembra-te: ao teu ritmo, à tua maneira.
Vamos escrever? Claro que sim!
Liliana





Published on April 28, 2014 01:00
April 25, 2014
Assim fala... Zelda Fitzgerald
Published on April 25, 2014 02:22
April 22, 2014
Assim escreve... Stendhal
"Aos vinte e oito anos, uma pessoa sensata adquiriu algum auto-conhecimento; ela sabe que toda a felicidade que pode esperar da vida virá até ela através do amor; e assim começa uma luta terrível entre amor e desconfiança."
- Stendhal, 'Do Amor'
- Stendhal, 'Do Amor'






Published on April 22, 2014 10:12
April 21, 2014
Porque é que os "jovens" escritores são velhos? Eu explico.

É óbvio que esta minha obsessão com a idade ainda por aqui anda…
Depois do meu último post, resolvi aprofundar o assunto, e afinal há boas notícias: para um escritor, a idade não é assim tão importante, pelo que dizem, é até mais um requisito , dos bons!
Quando eu era nova, 20 aninhos, coisa do género, e via um artigo sobre um novo “jovem escritor” no mundo literário e a seguir ao nome dele(a) estava “35 anos de idade” eu arregalava os meus lindo olhos castanhos e resmungava: “WTF”!? “Novo!?”
Na altura, a minha ignorância pensava “este jornalista deve ter uns 50 anos, qualquer quarentona lhe deve parecer uma jovem acabada de sair da faculdade.”
Hoje, que sou eu a desgraçada com os deditos dos pés a roçar o ácido dos 30, há novas explicações para o fenómeno.
Ao contrário do mundo da música, onde basta ligar a MTV para ver porque razão o sucesso está ligado a jovens acabados de trocar os dentes de leite; no mundo das letras, a correlação entre idade e sucesso parece funcionar ao contrário, quanto mais sucesso um escritor tem, usalmente, mais velho é.
Vamos esmiuçar!
Porque é que os "jovens" escritores são velhos?
Eu explico.
Tempo.
Escrever um livro leva tempo pa catano!
Re-escrever um livro leva tempo pa catano!
Regra geral, o primeiro livro é uma porcaria.
Escrever um segundo livro leva tempo pa catano!
Submeter um livro a editoras é uma maratona, esperar por uma resposta, na maioria das vezes, é como esperar pelo regresso de D. Sebastião.
Quando acontece o milagre da resposta tão ansiada, as editoras (menos a minha que é um espectáculo) chegam a demorar anos até colocarem o livro na prateleira das livrarias.
Caros colegas escritores, jovens bebés escritores, aspirantes... como podem comprovar pela minha matemática distorcida em palavras, o melhor é começarem a escrever o quanto antes, porque isto leva tempo pa catano.
Liliana





Published on April 21, 2014 01:30
April 18, 2014
Eu e o vinho
Published on April 18, 2014 02:00
April 17, 2014
Coisas que Nabokov odeia
Published on April 17, 2014 03:15
April 15, 2014
Assim escreve... Jack Kerouac
"E apercebi-me de que não importa onde estou, seja num pequeno quarto cheio de pensamentos, ou num universo cheio de estrelas e montanhas, está tudo dentro da minha mente.”
― Jack Kerouac , Lonesome Traveler
― Jack Kerouac , Lonesome Traveler






Published on April 15, 2014 01:30
April 14, 2014
Tudo o que precisas para (não) escrever
Escrever é algo muito pessoal.
A não ser que sejas um Ghostwriter, é claro!

Silêncio; barulho; música; muita luz; pouca luz; sofá; cadeira de pau; papel e caneta; portátil; de manhã; à noite; PC; Mac; Windows; Text Editor... a lista pode tornar-se infinita até conseguir o “Cenário Perfeito”
Ou seja: a lista de todas as desculpas que usas para não escrever.
No meu caso, a escolha predilecta era o tempo, (pouco original, eu sei), e ainda hoje a tentação para a usar corre-me nas veias.Temos de o admitir, é tão prático simplesmente dizer “gostava tanto de escrever um livro mas o meu tempo mais parece um Chinês: minúsculo e com má cara.”
Usar desculpas é instintivo.É um escudo irresistivel de “eu não fiz mas a culpa não é minha”, e quando chega à escrita, não há razão para ser diferente.
Se este cenário te é familiar, a boa notícia é que na tua escrita pode ser diferente !
Eu não sou psicóloga (se fosse o caso teria sido um grande erro) por isso és poupado ás teorias e eu vou directa ao que resultou comigo (alguma coisa se há-de aproveitar... depois é só adaptares... sê criativo!)
1 – Reconhece que és um “bebé chorão” Desculpas, desculpas, desculpas! Eu sei que te estás a agarrar a elas, tu sabes que te estás a agarrar a elas, (Raios!), provávelmente TODA a gente sabe que te estás a agarrar a elas para não escreveres , só que à tua volta tens pessoas que gostam demais de ti (ou são uns grandes cobardes) para to dizer. Resultado: tu é que continuas com o livro dentro da cabeça e a folha de papel em branco.Reconhe a ti mesmo que estás a inventar desculpas e ordena-te em voz alta: “Pára de arranjares desculpas! Mexe esses dedos!”
2 – Transforma-te num vilãoSê vilão de ti mesmo. Descobre as tuas fraquezas e usa-as a teu favor.Não tens um escritório onde possas fechar a porta e escrever em silêncio? Em vez disso, tens a casa cheia de gente barulhenta que faz a tua cozinha parecer o mercado da Ribeira e a sala um restaurante em hora de ponta? É o cenário ideal para escreveres cenas turbulentas; confrontos e assassínios. (Afinal, já que estás na disposição, mais vale aproveitares!)
3 – Charlateia o tempoTens de ir todos os dias trabalhar / estudar. Também eu! (Mas quem é que vai pagar a viagem à Conchichina se não gramares com aquela porcaria toda 8 a 9 horas por dia?) Sim, esse tempo já lá vai (a não ser que consigas roubar tempo ao patrão. Boa! Ou tenhas um QI que te permita ouvir o prof e escrever. Melhor ainda!) Mas há sempre umas horas perdidas que se podem aproveitar como o período do almoço. Duas a três vezes por semana deixa o grupinho do custume e vai almoçar na companhia de um bloco de notas e uma caneta (tu nunca ouves metade do que eles dizem nas conversas de qualquer forma).Nas viagens de ida/volta para casa. Tem sempre o bloco de notas contigo . Nunca se sabe o que podes encontrar no caminho ou o que te pode vir à cabeça (a inspiração é um bicho estranho). Se vais de carro, usa o gravador de voz, todos os telemóveis mais recentes têm um.
4 – Rouba inspiraçãoEu não disse que tinhas de ter o Bloco de Notas sempre à mão? Ele é a tua Caixinha de Segredos, onde deves registar o que vês à tua volta, o que/quem se cruza contigo, e o que neles te chamou á atenção. Depois, lê-o com dedicação. Vais descobrir o que gostas e o que não gostas e é sobre ambos que tens de escrever. Só o que provoca reacção em ti poderá fazer a tua escrita causar impressão em quem te lê . Porque se tu não acreditares na história que escreves, nos teus personagens, nas lágrimas e sorrisos que lhes pões no rosto, nas venturas e desventuras que os fazes viver... eu com certeza não vou acreditar.
Faz as contas. Quantas horas por semana ganhaste para a tua escrita?
Estas são só algumas das situações mais comuns a todos os aspirantes a escritores. Para os ultrapassares, só tens de te reconhecer, de te transformar, charlatear e roubar. É fácil!
Já te sentes menos vítima e mais vilão?
Mas como é óbvio, a tua imaginação vai bem além destes simples quatro pontos que escrevi, e com certeza terás as tuas próprias desculpas que ainda te sentes reticente em abrir mão tão depressa. Estás convidado a partilhá-las aqui .Em conjunto havemos de encontrar forma de te livrares delas.
Tens em ti um escritor, não o adies mais, ESCREVE!
Liliana
Image: graur codrin / FreeDigitalPhotos.net





Published on April 14, 2014 01:00