Ricardo Santos's Blog, page 4
August 9, 2017
Estranha Bahia no rádio
Participei, na Rádio Showtime, do programa O Marco de Hoje, comandado por Marco Antonio Santos Freitas. Falei um pouco sobre minhas origens como viciado em cultura pop, referências literárias, novos autores e a coletânea Estranha Bahia. Na primeira metade do programa, há uma deliciosa seleção de canções americanas dos anos 50 a 80, que tinham tudo para fazer sucesso, mas não decolaram. Minha entrevista começa em 35:10. Link do programa: https://soundcloud.com/radioshowtimeo...
Published on August 09, 2017 17:48
July 27, 2017
Meu conto na Trasgo
Acaba de sair a revista Trasgo n°15. Principal publicação de ficção científica e fantasia no Brasil, ela foi idealizada pelo editor Rodrigo van Kampen. Ele se inspirou em publicações estrangeiras que valorizam a produção de contos de novos autores e nomes consagrados. Por aqui, a iniciativa é ainda mais necessária pelo menor espaço que a literatura de gênero (policial, ficção científica, terror…) tem na mídia e no meio editorial.
Nesta edição, vocês podem ler meu conto de ficção científica "Wonder". Num futuro próximo, um casal descobre que seu bebê em gestação será uma criança com superinteligência, muito acima dos atuais superdotados. Wonders são celebridades, gerando fascínio e medo nos adultos.
A Trasgo pode ser lida de graça, em vários formatos. É só clicar aqui http://trasgo.com.br/
Nesta edição, vocês podem ler meu conto de ficção científica "Wonder". Num futuro próximo, um casal descobre que seu bebê em gestação será uma criança com superinteligência, muito acima dos atuais superdotados. Wonders são celebridades, gerando fascínio e medo nos adultos.
A Trasgo pode ser lida de graça, em vários formatos. É só clicar aqui http://trasgo.com.br/
Published on July 27, 2017 20:04
July 11, 2017
As promessas da editora Morro Branco
Já faz um tempinho que a novata editora Morro Branco anunciou que vai publicar no segundo semestre de 2017 nada menos que Kindred, de Octavia Butler [romance maravilhoso e importantíssimo], Fifth Season, de N. K. Jemisin [que estou lendo aos pouquinhos e amando], All the Birds in the Sky, de Charlie Jane Anders [que está na minha pilha do Kindle] e Every Heart a Doorway, de Seanan McGuire [que seria a primeira novela da Tor publicada por aqui]. Desejo tudo de bom pro pessoal da Morro Branco. Porque essas autoras merecem traduções e edições caprichadas.
Published on July 11, 2017 19:46
July 5, 2017
5 livros importantes da Ficção Científica Brasileira
O mestre Luiz Bras/Nelson de Oliveira me convidou para participar da enquete sobre os 5 livros mais importantes da FC nacional, do blog Ficção Científica Brasileira. O bacana do blog é resgatar clássicos do gênero no Brasil e dar visibilidade a autores contemporâneos menos conhecidos do grande público. Vale muito a pena conferir as resenhas. Você também pode mandar suas resenhas e participar da enquete. Eis minha lista:
1. A espinha dorsal da memória, de Braulio Tavares (1989)
[Primeiro livraço da FC nacional que li. Só então percebi que era possível fazer FC no Brasil. Merece uma reedição urgente.]
2. Método prático da guerrilha, de Marcelo Ferroni (2010)
[O autor pode achar que não fez FC, mas pra mim é. Uma história alternativa da campanha de Che Guevara na Bolívia. Vencedor do Prêmio São Paulo de Literatura, categoria estreante, de 2011]
3. Encruzilhada, de Lúcio Manfredi (2015)
[O caçula da lista. Mas com porte de gente grande. Mistura impecável de FC, terror e o fantástico. Ler apenas uma vez é pouco.]
4. Não verás país nenhum, de Ignácio de Loyolla Brandão (1981) [O autor é um dos grandes da literatura brasileira. Tem talento e ousadia para escrever romances que tiram o leitor da zona de conforto da estrutura muitas vezes certinha do realismo. Anda meio esquecido. Um absurdo.]
5. Fábulas do tempo e da eternidade, de Cristina Lasaitis (2008) [São contos sábios, escritos com conhecimento de causa, afinal, a autora é/foi uma cientista. Esperando pelo próximo livro há alguns anos.]
https://ficcaocientificabrasileira.wo...
1. A espinha dorsal da memória, de Braulio Tavares (1989)
[Primeiro livraço da FC nacional que li. Só então percebi que era possível fazer FC no Brasil. Merece uma reedição urgente.]
2. Método prático da guerrilha, de Marcelo Ferroni (2010)
[O autor pode achar que não fez FC, mas pra mim é. Uma história alternativa da campanha de Che Guevara na Bolívia. Vencedor do Prêmio São Paulo de Literatura, categoria estreante, de 2011]
3. Encruzilhada, de Lúcio Manfredi (2015)
[O caçula da lista. Mas com porte de gente grande. Mistura impecável de FC, terror e o fantástico. Ler apenas uma vez é pouco.]
4. Não verás país nenhum, de Ignácio de Loyolla Brandão (1981) [O autor é um dos grandes da literatura brasileira. Tem talento e ousadia para escrever romances que tiram o leitor da zona de conforto da estrutura muitas vezes certinha do realismo. Anda meio esquecido. Um absurdo.]
5. Fábulas do tempo e da eternidade, de Cristina Lasaitis (2008) [São contos sábios, escritos com conhecimento de causa, afinal, a autora é/foi uma cientista. Esperando pelo próximo livro há alguns anos.]
https://ficcaocientificabrasileira.wo...
Published on July 05, 2017 18:49
July 2, 2017
Balanço das minhas submissões de contos em 2017
Até agora, em 2017, foram 6 submissões de contos. Enviei histórias para 2 revistas, 2 sites e 2 coletâneas (uma física e outra em e-book). Tive aprovação em 5 delas e estou aguardando o resultado da sexta.
Já tive aprovações em anos anteriores. Mas este está sendo o mais produtivo. Tanto pela quantidade como pela qualidade de quem está aprovando minhas histórias. E detalhe importante: não paguei para enviar os contos e não pagarei para vê-los publicados.
Como consegui esse fazer isso?
1) Muita leitura, muita (re)escrita e muito estudo. Não adianta apenas ler e escrever. É preciso fazer essas atividades de maneira crítica. Leia um conto ou romance a primeira vez para se divertir. Depois leia novamente com uma caneta na mão e com o suporte dos melhores livros sobre escrita (a internet também é uma ótima ferramenta, cheia de textos, entrevistas, vídeos, podcasts). Você não precisa reler cada livro que passa por sua mão. Mas faça isso com aquelas obras que te deixaram boquiaberto.
2) Aprenda com seus erros. Contos meus foram rejeitados antes. Depois eu entendi os motivos. Faltava alguma coisa neles, uma melhor abertura, foco, coesão. Ou havia algo demais, muitos personagens, estrutura confusa, infodump. Reescrevi ou joguei fora os contos rejeitados.
3) Ouça as pessoas. Forme um grupo de leitores beta, pequeno, mas confiável, de amigos de verdade, que seja leitores, se forem escritores melhor ainda, que critiquem sua escrita com propriedade e justiça. Além disso, valorize a opinião ou análise mais aprofundada de qualquer pessoa fora de seu círculo de convivência disposta a ler seus textos. Retorne o favor, seja um leitor beta. Você também aprenderá analisando a obra dos outros.
4) Seja paciente com feedbacks, resultados e datas de lançamento. Ninguém está louco para ler seu conto. Apenas você mesmo. Só depois é que os leitores vão chegando, devagarzinho.
5) Fuja dos picaretas. Participe de concursos, sites, revistas e coletâneas que valorizem seu trabalho e não seu dinheiro. Há gente séria e profissional realmente interessada em revelar talentos. Basta procurar. O esforço vale a pena.
6) E por último, há o fator "sorte". A loteria do acaso que te coloca no lugar certo na hora certa. Mas sorte apenas não transforma ninguém em escritor. Antes vem o trabalho duro.
Já tive aprovações em anos anteriores. Mas este está sendo o mais produtivo. Tanto pela quantidade como pela qualidade de quem está aprovando minhas histórias. E detalhe importante: não paguei para enviar os contos e não pagarei para vê-los publicados.
Como consegui esse fazer isso?
1) Muita leitura, muita (re)escrita e muito estudo. Não adianta apenas ler e escrever. É preciso fazer essas atividades de maneira crítica. Leia um conto ou romance a primeira vez para se divertir. Depois leia novamente com uma caneta na mão e com o suporte dos melhores livros sobre escrita (a internet também é uma ótima ferramenta, cheia de textos, entrevistas, vídeos, podcasts). Você não precisa reler cada livro que passa por sua mão. Mas faça isso com aquelas obras que te deixaram boquiaberto.
2) Aprenda com seus erros. Contos meus foram rejeitados antes. Depois eu entendi os motivos. Faltava alguma coisa neles, uma melhor abertura, foco, coesão. Ou havia algo demais, muitos personagens, estrutura confusa, infodump. Reescrevi ou joguei fora os contos rejeitados.
3) Ouça as pessoas. Forme um grupo de leitores beta, pequeno, mas confiável, de amigos de verdade, que seja leitores, se forem escritores melhor ainda, que critiquem sua escrita com propriedade e justiça. Além disso, valorize a opinião ou análise mais aprofundada de qualquer pessoa fora de seu círculo de convivência disposta a ler seus textos. Retorne o favor, seja um leitor beta. Você também aprenderá analisando a obra dos outros.
4) Seja paciente com feedbacks, resultados e datas de lançamento. Ninguém está louco para ler seu conto. Apenas você mesmo. Só depois é que os leitores vão chegando, devagarzinho.
5) Fuja dos picaretas. Participe de concursos, sites, revistas e coletâneas que valorizem seu trabalho e não seu dinheiro. Há gente séria e profissional realmente interessada em revelar talentos. Basta procurar. O esforço vale a pena.
6) E por último, há o fator "sorte". A loteria do acaso que te coloca no lugar certo na hora certa. Mas sorte apenas não transforma ninguém em escritor. Antes vem o trabalho duro.
Published on July 02, 2017 14:36
June 30, 2017
Estou na coletânea Cyberpunk da Draco
Minha noveleta Caos Tranquilo foi selecionada para a coletânea Cyberpunk da Draco!!!
O cenário é uma Salvador dos anos 80, numa linha temporal alternativa. Depois da Segunda Guerra Mundial, uma tentativa de levante comunista fracassa no Brasil. Os EUA aproveitam a oportunidade para "salvar" o país, com a Ajuda Decisiva. Então se estabelece um estado policial disfarçado de democracia, onde o atraso e o hi-tech convivem em conflito.
Acompanhamos duas histórias em paralelo. Zima é uma ex-militar que roubou dados de um escândalo industrial da megacorporação Omega. Ela conta com um hacker para divulgar as informações. Edmo é um jornalista que trabalha para uma revista semanal popular e medíocre. Mas secretamente ele é Deom, autor de livros incendiários, publicados nas brechas da Rede. É preciso saber em quem confiar. Zima e Edmo correm risco de vida.
O cenário é uma Salvador dos anos 80, numa linha temporal alternativa. Depois da Segunda Guerra Mundial, uma tentativa de levante comunista fracassa no Brasil. Os EUA aproveitam a oportunidade para "salvar" o país, com a Ajuda Decisiva. Então se estabelece um estado policial disfarçado de democracia, onde o atraso e o hi-tech convivem em conflito.
Acompanhamos duas histórias em paralelo. Zima é uma ex-militar que roubou dados de um escândalo industrial da megacorporação Omega. Ela conta com um hacker para divulgar as informações. Edmo é um jornalista que trabalha para uma revista semanal popular e medíocre. Mas secretamente ele é Deom, autor de livros incendiários, publicados nas brechas da Rede. É preciso saber em quem confiar. Zima e Edmo correm risco de vida.
Published on June 30, 2017 18:45
Trecho de A Espada de Quenai
Trecho do meu livro de fantasia heroica em progresso A Espada de Quenai:
Com os ouvidos atentos e o nariz apurado, Quenai percebeu uma inquietação no ar, mas nenhum fedor. Entre grilos-de-veludo próximos e corvos-azuis ao longe, não notou a presença de cavalos, cães ou lobos de caça. Isso foi bem fácil de deduzir. Mais difícil foi estabelecer a posição de quem a espreitava.
Não era um estranho solitário. Havia mais alguém. Quantos seriam ao todo, três, quatro desgraçados?
Por que não lançaram uma flecha, uma machadinha ou uma adaga, perfurando a pele de cabra que servia de cobertor, atingindo-lhe a perna ou o torso? Estariam apenas esperando a reação dela? Ou não teriam tais armas, guardando as espadas para o ataque a curta distância? Ou queriam preservá-la para o estupro, a servidão, para ser vendida como escrava no Império de Boro, onde seria mais lucrativo? Ou eram apenas burros, incompetentes, covardes?
Essa incerteza deixava Quenai inquieta. Mas ela não podia se mexer. Ainda não.
Estava pronta para a luta. Completamente vestida, botas calçadas. O cinturão com bolsos firme. A adaga de lâmina curva dentro da bainha de couro liso, à disposição, no quadril direito. E Grito da Lua estava bem à sua frente, deitada com ela, guardada em sua bainha de couro trabalhado.
O silêncio da espada era a certeza de que se tratava de uma ameaça humana. Se a ameaça fosse, de alguma forma, além de sua compreensão, Grito da Lua se manifestaria.
Quenai contava apenas com suas habilidades de combate. Mas fazia mais de uma semana que não lutava com ninguém. Nem mesmo para treinamento. O serviço de escolta da filha de um comerciante da cidade de Carná, uma noiva prometida a outro comerciante da cidade vizinha de Arbaque, não fora exigente. A garota não dissera uma palavra durante todo o caminho. O pai da noiva era um conhecido. O bom pagamento deixou Quenai um tanto mole, com muita comida para estufar a barriga. Muitas horas de sono numa cama aconchegante de estalagem. E sexo com um ou outro habitante daquela região do Império de Boro, ou algum forasteiro, que aceitaram seus convites para beber; e ela sempre tomando sua dose de poção seca para não engravidar. Quando o dinheiro acabou, quando o ânimo acabou, Quenai achou melhor voltar para a estrada.
Não tinha nenhuma esperança de que aqueles infelizes não passassem de viajantes perdidos, desorientados, talvez feridos ou bêbados. Gente assim não costumava se aproximar, na surdina, de estranhos dormindo ao ar livre. Iriam para o lado oposto, para longe, ou gritariam por ajuda. Ao contrário de bandidos, arruaceiros, soldados, guerreiros e mercenários, laia pior do que qualquer bando de hienas-amarelas estudando sua presa.
“Ei, você! Não temos o dia todo!”, disse uma voz de mulher, em bor, a língua oficial do Império.
Com os ouvidos atentos e o nariz apurado, Quenai percebeu uma inquietação no ar, mas nenhum fedor. Entre grilos-de-veludo próximos e corvos-azuis ao longe, não notou a presença de cavalos, cães ou lobos de caça. Isso foi bem fácil de deduzir. Mais difícil foi estabelecer a posição de quem a espreitava.
Não era um estranho solitário. Havia mais alguém. Quantos seriam ao todo, três, quatro desgraçados?
Por que não lançaram uma flecha, uma machadinha ou uma adaga, perfurando a pele de cabra que servia de cobertor, atingindo-lhe a perna ou o torso? Estariam apenas esperando a reação dela? Ou não teriam tais armas, guardando as espadas para o ataque a curta distância? Ou queriam preservá-la para o estupro, a servidão, para ser vendida como escrava no Império de Boro, onde seria mais lucrativo? Ou eram apenas burros, incompetentes, covardes?
Essa incerteza deixava Quenai inquieta. Mas ela não podia se mexer. Ainda não.
Estava pronta para a luta. Completamente vestida, botas calçadas. O cinturão com bolsos firme. A adaga de lâmina curva dentro da bainha de couro liso, à disposição, no quadril direito. E Grito da Lua estava bem à sua frente, deitada com ela, guardada em sua bainha de couro trabalhado.
O silêncio da espada era a certeza de que se tratava de uma ameaça humana. Se a ameaça fosse, de alguma forma, além de sua compreensão, Grito da Lua se manifestaria.
Quenai contava apenas com suas habilidades de combate. Mas fazia mais de uma semana que não lutava com ninguém. Nem mesmo para treinamento. O serviço de escolta da filha de um comerciante da cidade de Carná, uma noiva prometida a outro comerciante da cidade vizinha de Arbaque, não fora exigente. A garota não dissera uma palavra durante todo o caminho. O pai da noiva era um conhecido. O bom pagamento deixou Quenai um tanto mole, com muita comida para estufar a barriga. Muitas horas de sono numa cama aconchegante de estalagem. E sexo com um ou outro habitante daquela região do Império de Boro, ou algum forasteiro, que aceitaram seus convites para beber; e ela sempre tomando sua dose de poção seca para não engravidar. Quando o dinheiro acabou, quando o ânimo acabou, Quenai achou melhor voltar para a estrada.
Não tinha nenhuma esperança de que aqueles infelizes não passassem de viajantes perdidos, desorientados, talvez feridos ou bêbados. Gente assim não costumava se aproximar, na surdina, de estranhos dormindo ao ar livre. Iriam para o lado oposto, para longe, ou gritariam por ajuda. Ao contrário de bandidos, arruaceiros, soldados, guerreiros e mercenários, laia pior do que qualquer bando de hienas-amarelas estudando sua presa.
“Ei, você! Não temos o dia todo!”, disse uma voz de mulher, em bor, a língua oficial do Império.
Published on June 30, 2017 08:38
Três lados da "mesma moeda"
- Ricardo, por que você curte mais fantasia heroica do que épica?
- Porque curto western e policial noir. Pra mim os três são lados da "mesma moeda". Vou explicar isso melhor num texto futuro.
- Porque curto western e policial noir. Pra mim os três são lados da "mesma moeda". Vou explicar isso melhor num texto futuro.
Published on June 30, 2017 08:16
June 26, 2017
Apostando na novela de FC, terror e fantasia
Alguma editora nacional devia apostar num selo de novelas contemporâneas de ficção científica, fantasia e terror, de autores estrangeiros e, principalmente, brazucas. Apenas no formato em e-book, com edições simples, mas profissionais.
A ficção curta ganhou novo fôlego na era digital. As pessoas estão mais dispostas a ler histórias mais rápidas, em diversas plataformas.
Muitas vezes queremos uma leitura que nos engaje enquanto estamos no ônibus, no metrô, na fila do banco, do supermercado, no intervalo da aula. Deixando os romances para ler na poltrona, na cama. E a novela vem mostrando ser um formato interessante para suprir essa necessidade de leitura fora de casa.
Não tenho uma pesquisa científica para comprovar essa tese, mas é algo que concluo a partir de minha própria experiência, de amigos e de gente que fala sobre isso na internet.
Muitos torcem o nariz para o conto por achar que não há material suficiente para um investimento emocional (o que pra mim é uma bobagem). Mas com a novela é diferente. Os viciados em romances estão mais abertos a ler "romances menores". Ainda mais se fizerem parte de uma série.
Se fossem novelas bem editadas e com preços acessíveis, poderiam ser até um novo filão do mercado. Um sucesso que nem mesmo a pirataria pudesse prejudicar. Se o selo tivesse uma identidade, uma cara própria, poderia conquistar os leitores. E eles fariam de tudo para apoiar a iniciativa, principalmente, comprando os e-books.
As novelas da Tor são um sucesso. Claro que estamos falando do mercado americano, que atende uma audiência mundial. E muitos dizem que é um caso isolado. Mas a Tor apostou e agora está colhendo os frutos em vendas e prêmios.
Também dizem que o e-book no Brasil não decolou etc. etc. Não sei. Quem está dentro do mercado sabe mais do que eu. Só acho que seria interessante a gente ver novelas de FC, terror e fantasia sendo lançadas regularmente e criando uma expectativa no leitor, gerando buzz. É um formato que agrada a gregos e troianos. E talvez mais de acordo com a disponibilidade de tempo dos autores nacionais.
Prova do potencial do formato são novelas lançadas recentemente apenas em e-book. Tenho lidos ficções curtas independentes e de pequenas editoras bem editadas, de autores talentosos e com boa repercussão. Algumas superando expectativas.
No mercado editorial, a palavra "aposta" é o que move esse negócio meio louco que é publicar e vender livros. Há muita frustração, mas também há resultados surpreendentes.
A ficção curta ganhou novo fôlego na era digital. As pessoas estão mais dispostas a ler histórias mais rápidas, em diversas plataformas.
Muitas vezes queremos uma leitura que nos engaje enquanto estamos no ônibus, no metrô, na fila do banco, do supermercado, no intervalo da aula. Deixando os romances para ler na poltrona, na cama. E a novela vem mostrando ser um formato interessante para suprir essa necessidade de leitura fora de casa.
Não tenho uma pesquisa científica para comprovar essa tese, mas é algo que concluo a partir de minha própria experiência, de amigos e de gente que fala sobre isso na internet.
Muitos torcem o nariz para o conto por achar que não há material suficiente para um investimento emocional (o que pra mim é uma bobagem). Mas com a novela é diferente. Os viciados em romances estão mais abertos a ler "romances menores". Ainda mais se fizerem parte de uma série.
Se fossem novelas bem editadas e com preços acessíveis, poderiam ser até um novo filão do mercado. Um sucesso que nem mesmo a pirataria pudesse prejudicar. Se o selo tivesse uma identidade, uma cara própria, poderia conquistar os leitores. E eles fariam de tudo para apoiar a iniciativa, principalmente, comprando os e-books.
As novelas da Tor são um sucesso. Claro que estamos falando do mercado americano, que atende uma audiência mundial. E muitos dizem que é um caso isolado. Mas a Tor apostou e agora está colhendo os frutos em vendas e prêmios.
Também dizem que o e-book no Brasil não decolou etc. etc. Não sei. Quem está dentro do mercado sabe mais do que eu. Só acho que seria interessante a gente ver novelas de FC, terror e fantasia sendo lançadas regularmente e criando uma expectativa no leitor, gerando buzz. É um formato que agrada a gregos e troianos. E talvez mais de acordo com a disponibilidade de tempo dos autores nacionais.
Prova do potencial do formato são novelas lançadas recentemente apenas em e-book. Tenho lidos ficções curtas independentes e de pequenas editoras bem editadas, de autores talentosos e com boa repercussão. Algumas superando expectativas.
No mercado editorial, a palavra "aposta" é o que move esse negócio meio louco que é publicar e vender livros. Há muita frustração, mas também há resultados surpreendentes.
Published on June 26, 2017 19:07
June 24, 2017
Seja verdadeiro com sua escrita
Meu mantra como escritor é: quero escrever aquilo que eu gostaria de ler, mas não encontro por aí. Por isso, atualmente, estou me dedicando a uma série de fantasia heroica com uma protagonista negra e que valoriza a diversidade sexual, étnica, de gênero, religiosa etc. E um romance cyberpunk/new weird passado na minha cidade, Salvador, inspirado em autores como Paolo Bacigalupi, China Mieville, Octavia Butler, Samuel Delany e outros. Claro que vou querer leitores, quanto mais melhor. Claro que aceitarei sugestões de mudança se uma editora bacana quiser publicá-los. Mas, fora do texto, nada é garantido. Então ser verdadeiro com meu texto é a única coisa que me resta. E estou feliz com isso.
Published on June 24, 2017 07:25


