Ricardo Santos's Blog, page 3

March 25, 2018

Primeiro contrato de 2018 assinado.

Primeiro contrato do ano assinado. Meu conto Óculos Escuros foi aprovado na submissão (sem cobrar nada do autor) e revisado pela Ana Lúcia Merege. Para a coletânea A Sombra e o Medo, com histórias de terror e suspense, da editora Engenho das Palavras. O lançamento será nos próximos meses. Stay tuned.
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Published on March 25, 2018 14:40

January 27, 2018

Trecho do meu romance Trovões e Sangue

Trecho não revisado do meu romance em progresso "Trovões e Sangue":

Fazia meses, as aventuras ao lado de Quenai, os saques, as disputas, as fugas, conseguiram transformar o ânimo de Jaab. Antes de encontrar Quenai, a raiva por vagar por aí, sem rumo, sem poder confiar direito em quem se declarava seu parceiro, seu comparsa, gerava uma grande frustração, muita bebedeira, gritaria, provocações, brigas e uma violência desmedida. Jaab até pensava, vez ou outra, em morrer de maneira espetacular, causando o maior estrago possível, levando consigo o maior número de almas. Chegava a passar noites em claro e dias, alheio, com essa vontade martelando seu juízo. Então, numa tarde chuvosa, depois de algumas semanas juntos, Quenai falou sobre sua vingança. E por mais louco ou idiota que fosse o plano dela, não demorou muito, Jaab resolvera acompanhá-la. Ele aproveitou essa oportunidade para acertar contas com seu passado, para compensar finalmente a chance perdida de sua própria vingança. Além do mais, Jaab nunca tivera um propósito só dele, cultivado em seu peito desde garoto, como a conquista de glória e riqueza, ou o sonho de uma vida simples e tranquila. Ele nunca aprendera a permanecer em um único lugar. Ele precisava estar sempre em movimento.
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Published on January 27, 2018 12:35

December 17, 2017

A Cerimônia do Argos 2017

Que tarde sensacional! A cerimônia do Argos 2017 superou as expectativas. Pude conhecer pessoalmente vários amigos virtuais, autores de quem sou fã, gente nova e reencontrar pessoas. A programação da Tarde Fantástica, na Universidade Veiga de Almeida, campus Tijuca, no Rio de Janeiro, teve exibição de animações e palestra sobre o consumo de ficção especulativa no Brasil, finalizando com a entrega do Argos 2017. A Estranha Bahia levou a 2ª colocação na categoria Antologias ou Coletâneas!!! É um grande feito pelo livro ser uma publicação independente e pela qualidade dos outros finalistas. Parabéns a todos os vencedores! Parabéns também ao CLFC (Clube de Leitores de Ficção Científica) por ser uma comunidade agregadora no fandom. No chope após a cerimônia, comentamos justamente as tantas coisas bacanas que podem surgir do encontro de gente talentosa e batalhadora da ficção especulativa nacional. E, finalmente, parabéns à comissão organizadora do Argos 2017, que fez um esforço tremendo para a realização desta edição, com direito a prêmio em dinheiro e livros cedidos pela editora Arqueiro. Que venha o Argos 2018 maior e melhor!

LISTA DOS VENCEDORES DO ARGOS 2017

ROMANCE:

Grande Vencedor:
O Esplendor, de Alexey Dodsworth, Editora Draco

Segundo Lugar:
O Caminho do Louco, de Alex Mandarino, AVEC Editora

Terceiro Lugar:
-A Fonte Âmbar, de Ana Lúcia Merege, Editora Draco

ANTOLOGIAS/COLETÂNEAS:

Grande Vencedor:
-Medieval: Contos de uma Era Fantástica, organizada por Ana Lucia Merege e Eduardo Massami Kasse, Editora Draco

Segundo Lugar:
Estranha Bahia, organizada por Alec Silva, Ricardo Santos e Rochett Tavares, Editora Ex! (auto-publicacao)

Terceiro Lugar:
-Mistérios do Mal: Contos de Horror, de Carlos Orsi, Editora Draco

CONTOS:

Grande Vencedor:
O Grande Livro do Fogo, de Ana Lúcia Merege, na antologia/coletânea Medieval: Contos de uma Era Fantástica, Editora Draco

Segundo Lugar:
-O Domo, o Roubo e a Guia, de Roberta Spindler, na antologia/coletânea Dinossauros, Editora Draco

Terceiro Lugar:
-A Noviça Escarlate, de Luiz Felipe Vasques, na antologia/coletânea Crônica da Guerra dos Muitos Mundos - Volume 1, auto-publicação
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Published on December 17, 2017 13:44

December 2, 2017

ESTRANHA BAHIA finalista do Argos 2017

Foram anunciados os finalistas do PRÊMIO ARGOS 2017. E a ESTRANHA BAHIA (https://tinyurl.com/y872b8hz), da qual participei como organizador e autor, foi indicada como "melhor antologia ou coletânea"!!!!!!!!!!!!

Nossa equipe e os autores da ESTRANHA BAHIA estamos muito felizes de ver nosso trabalho de formiguinha reconhecido. E o que valoriza ainda mais nossa indicação é a qualidade dos outros finalistas. Só tem nome fera!

Parabéns a todos os indicados (teve gente que votei que está na lista). Parabéns ao CLFC pela iniciativa e por ser um espaço agregador no fandom. E parabéns à Comissão do Argos 2017 por ter domado o touro pelos chifres (quem conheceu os bastidores da premiação sabe a trabalhadeira que deu).

Estarei presente na cerimônia de premiação, no dia 16 de dezembro, no Rio de Janeiro. Ganhar é bom, mas, sinceramente, essa indicação já foi uma vitória. O mais importante será fazer parte dessa festa!

PREMIO ARGOS - FINALISTAS

ROMANCES:

-A Bandeira do Elefante e da Arara, de Christopher Kastensmidt, Editora Devir
-O Caminho do Louco, de Alex Mandarino, Editora Avec
-O Esplendor, de Alexey Dodsworth, Editora Draco
-A Fonte Âmbar, de Ana Lúcia Merege, Editora Draco
-O Ultimo Refugio, de João Beraldo, Editora Draco

ANTOLOGIAS/COLETÂNEAS:

-Crônicas da Guerra dos Muitos Mundos - Volume 1, organizada por Rita Maria Felix da Silva, auto-publicação
-Dinossauros, organizada por Gerson Lodi-Ribeiro, Editora Draco
-Estranha Bahia, organizada por Alec Silva, Ricardo Santos e Rochett Tavares, Editora EX! (auto-publicação)
-Medieval : Contos de uma Era Fantástica, organizada por Ana Lucia Merege e Eduardo Kasse, Editora Draco
-Misterios do Mal: Contos de Horror, de Carlos Orsi, Editora Draco

CONTOS:

-Amor, Uma Arqueologia, de Fabio Fernandes, na antologia/coletânea Trasgo 11, auto-publicação
-Auto-Retrato de Uma Natureza Morta, de Octavio Aragão, na antologia/coletânea Crônica da Guerra dos Muitos Mundos - Volume 1, auto-publicação
-O Domo, o Roubo e a Guia, de Roberta Spindler, na antologia/coletânea Dinossauros, Editora Draco
-O Grande Livro do Fogo, de Ana Lúcia Merege, na antologia/coletânea Medieval : Contos de uma Era Fantástica, Editora Draco
-A Novica Escarlate, de Luiz Felipe Vasques, na antologia/coletânea Crônica da Guerra dos Muitos Mundos - Volume 1, auto-publicação

O vencedor de cada categoria será anunciado na Cerimonia do ARGOS, dia 16 de dezembro, na UVA (Universidade Veiga de Almeida, campus Tijuca, no Rio de Janeiro, às 16:00).

Para cada primeiro lugar, além do tradicional troféu do ARGOS com o nome da obra e do autor gravados, haverá um prêmio em dinheiro de R$500 (quinhentos reais).
E os três primeiros colocados de cada categoria receberão um livro gentilmente oferecido pela Editora Arqueiro.

COMISSÃO DO ARGOS 2017

-Luiz Felipe Vasques - Presidente
-Jorge Pereira
-Eduardo Torres
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Published on December 02, 2017 12:22

November 25, 2017

Mais um trecho do meu romance

Trecho da 4ª versão do capítulo 5 do meu romance em progresso Trovões e Sangue:

Atchara fitava o teto alto da caverna na escuridão.

A respiração forte e ritmada de Belinda, ao seu lado, era um sinal de que a outra dormia profundamente.

Atchara ainda sentia o cheiro de madeira queimada da fogueira. Ela não se importava com a falta do calor do fogo. O frio dentro da caverna era ameno, comparado ao rigor gélido da noite no Deserto. Melhor ter uma corrente de ar fresca correndo por ali do que sufocar-se com uma atmosfera viciada.

Lembrou-se do gosto agridoce da carne seca, assada horas antes, depois condimentada com mel. Estava tão boa.

Virou-se para o lado. Na outra ponta da caverna, Jaab dormia, quase em silêncio. Não dava para ver direito, mas ela sabia que o frio o incomodava, que o deixava inquieto sob a manta de pele de cabra. Ora tinha certeza de que ele estava dormindo, ora ficava na dúvida.

Quenai estava lá fora em seu turno de vigia.

Era a primeira noite que Atchara passava naquele lugar ermo, provavelmente cercada por bandidos e desesperados, gente disposta a fazer qualquer coisa para continuar viva.

No seu caso, estava disposta a fazer qualquer coisa para encontrar o irmão mais velho, Saamule. Em quase dois anos de busca, para sua tristeza, ela dera provas de que falava sério. Sempre que pensava a respeito, encarando a si mesma, no fundo de sua mente, faltava-lhe ar, o peito doía, engolia em seco, sufocava-se.

Como agora, ao lembrar-se pela terceira vez, nos últimos quarenta dias, do que fizera com Quenai, no bar em Raraq.

Levantou-se, no susto. Permaneceu sentada, louca para tossir. Os olhos se encheram de lágrimas.

O gosto da carne seca com mel subiu azedo pela garganta.

Belinda, de barriga para cima, mexeu o corpo largo, respirou fundo, mas não acordou.

Atchara enxugou os olhos com os dedos. E ergueu a cabeça, retomando o fôlego.

A abertura da caverna ficava alguns metros acima do nível do solo. Um caminho íngreme de pedras levava ao seu exterior. Era uma aporrinhação subir e descer aquele trecho. Era até perigoso. Um passo em falso e alguém poderia torcer o pé ou quem sabe quebrar a perna; usar magia na tarefa de ir e vir estava fora de questão, por princípio. Mas Quenai dissera a todos que, se eles teriam dificuldade para sair e entrar daquele buraco, intrusos enfrentariam igual sufoco, fariam barulho, mesmo dominados. No final, isso era o mais importante. Quenai chegou a perguntar a Atchara sobre a possibilidade de ela conjurar um encanto de proteção, que pudesse guardar a abertura da caverna. Atchara respondera que feiticeiras de areia não eram versadas nesse tipo de arte mística. Quenai apertou o rosto, mais decepcionada do que aborrecida.

Atchara conseguia ver um pedaço do céu estrelado. O único som que ouvia lá de fora era o canto dos grilos, distante.

O peito doía.

Desde que descera, no início da noite, ela ainda não tinha saído da caverna.

O dia fora longo. O último trecho da viagem exigente.

Os quatro chegaram ao pé da montanha em burros, quase ao pôr do sol. Cada animal levava uma parte da carga que manteria todos vivos pelo próximo mês.
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Published on November 25, 2017 07:43

November 19, 2017

A nerdice baiana criando corpo

Há alguns meses, numa entrevista de rádio, afirmei três coisas: 1) O romance O Sorriso do Lagarto, de João Ubaldo Ribeiro, era a maior obra de ficção especulativa baiana, apesar de ser uma ficção-científica fraca para os iniciados; 2) Havia muita dificuldade dos autores baianos de ficção especulativa trocarem ideias e se encontrarem, era difícil achá-los; 3) O maior nome da ficção especulativa baiana não era um autor, e sim um editor, o lendário e polêmico Gumercindo Rocha Dórea. Agora, por meio da repercussão da coletânea Estranha Bahia, que ajudei a organizar, pela interação com o pessoal do CLFC (Clube de Leitores de Ficção Científica) e com os escritores e amigos do fandom no Facebook, posso dizer que a coisa evoluiu e muito. Além dos autores da Estranha Bahia, descobri nomes que já estão por aí há algum tempo e se consolidando. Ainda não terminei de ler O Esplendor, de Alexey Dodsworth, mas já posso afirmar tranquilamente que é a maior obra da ficção especulativa baiana. Mesmo se passando em outro planeta, tem muita da Bahia ali. E é uma obra de ficção-científica com FC maiúsculos. Ainda temos o romance Araruama, de Ian Fraser. Outro cara que está ganhando cada vez mais espaço. E Hugo Canuto com seus quadrinhos de fama internacional. Todos baianos boca-de-zero-nove! Agora Gumercindo ainda continua como o maior. Afinal, o cara fundou a Geração GRD. A nerdice baiana está criando corpo!!!
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Published on November 19, 2017 13:23

October 13, 2017

Nada de peninha

O novo trailer de Star Wars saiu. E lá está Kylo Ren com sua cicatriz na cara. Um símbolo literal de sua maldade. Vilões com alguma deficiência física ou transtorno mental se tornam mais ameaçadores. Isso é um clichê. No próprio trailer, há outro deficiente, mas dessa vez como herói, Luke Skywalker. Ter um herói como deficiente é muito mais interessante. Nos quadrinhos de super-heróis há vários deles. Nas séries de TV mais do que nos filmes. Mas autores de fantasia, terror e FC ainda estão comendo poeira nesse quesito. São poucos os que colocam como protagonistas e heróis cadeirantes, amputados, bipolares, esquizofrênicos etc. Não é pra preencher cota, não. E sim uma maneira de valorizar a representatividade, a diversidade. Mas nada de personagem fofinho ou estereotipado. Em meu romance de fantasia em progresso, um dos "heróis" teve as mãos cortadas quando criança. Adulto, Jaab é um exímio espadachim, com próteses acopladas a duas lâminas, um mecanismo inspirado nas invenções de da Vinci. A língua de Jaab é tão afiada quanto suas lâminas.
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Published on October 13, 2017 09:08

October 4, 2017

Abertura do meu romance de fantasia

Este possivelmente será o primeiro parágrafo do meu romance de fantasia:

O episódio que ficou conhecido como O Massacre de Maragano ganhou suas muitas versões, mal tudo tinha terminado, ainda com os corpos quentes, espalhados pelas ruas da infame vila, cobertos de água da chuva, lama, sangue, urina e fezes. Certos relatos eram de gente que jurava ter sido testemunha em primeira mão, acompanhando a violência de longe para se salvar. Houve até quem afirmasse ter participado da ação e sobrevivido por pouco, seja de um lado ou de outro da matança. Alguns disseram que, na verdade, havia um terceiro, talvez um quarto lado. Outros contestaram: não havia lado nenhum, e sim uma confusão geral.
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Published on October 04, 2017 15:50

September 12, 2017

Trecho do meu romance em progresso

Uma noveleta de fantasia com 5 capítulos se transformou numa novela com 12 capítulos e depois num romance com 19 capítulos. Agora percebi que preciso de mais dois capítulos para melhorar o desenvolvimento dos personagens. Eis trecho, sem leitura crítica ou revisão:

"Quenai viu uma estrela cadente riscar o céu noturno. Ela se espantou. E então se lembrou mais uma vez de sua infância. De quando ficava em uma das sacadas do palácio de sua mãe, a Rainha Afene, a Quarta, olhando para cima, cheia de expectativa. Nessas horas, Quima estava sempre dormindo. A irmã caçula não deixaria Quenai em paz com suas perguntas e comentários sobre tudo. Não seria possível se concentrar, os olhos fixos no céu, até doer o pescoço. Quenai também não gostava que sua mãe se aproximasse, mesmo que permanecesse calada ao seu lado. Havia noites em que a dor no pescoço era mais forte e Quenai desistia, frustrada. Em outras, era contemplada com a surpresa fugaz de uma ou até duas, três ou quatros estrelas cadentes em sequência. Às vezes, quando se virava em direção ao palácio, sorrindo, surpreendia-se com a presença da mãe, à espreita, igualmente feliz. Em certas épocas do ano, seguindo as previsões de Ewué, um dos astrônomos-aprendizes do Mestre Awu, Quenai testemunhava algo extraordinário. Chuvas de estrelas cadentes que cobriram todo o céu por alguns segundos. Anos depois, em seus caminhos pelo Mundo Conhecido, Quenai nunca mais viu espetáculo semelhante, mesmo ficando várias noites ao relento. Na verdade, ela parou de se importar, de olhar para o céu com tanta convicção."
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Published on September 12, 2017 18:34

August 20, 2017

Hoje é aniversário de Lovecraft

Ao contrário de mestres como Kafka, Primo Levi, Hannah Arendt, Lima Barreto, Maiakovski, que pagaram um preço por suas visões de mundo combativas, Lovecraft está no time dos mestres que, de uma maneira ou de outra, temos vergonha de admirar. O mesmo pode ser dito de Borges, Ezra Pound e Céline. Grandes artistas, mas pessoas ligadas ao fascismo, à ditadura militar, a teorias racistas. Lovecraft foi um visionário. O que importa em sua obra é worldbuilding, as criaturas, os artefatos e os símbolos. Foi com Lovecraft que aprendi que a humanidade é insignificante perante a vastidão e os mistérios do Universo. Mesmo sendo um escritor "ruim", a potência de suas ideias é tal que realmente deixa a pessoa perturbada, com uma pulga satânica atrás da orelha. Vou continuar lendo Lovecraft. Mesmo sabendo que ele era um racista da pior espécie. Como disse o escritor Victor Lavalle, deixar de ler a obra de Lovecraft seria um desserviço à literatura e ao debate público.
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Published on August 20, 2017 14:44