À Noite não Restariam Rosas Quotes
À Noite não Restariam Rosas: A Ameaça Epidêmica em Narrativas Vampirescas
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Thiago Sardenberg0 ratings, 0.00 average rating, 0 reviews
À Noite não Restariam Rosas Quotes
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“Nas artes, afinal, o vampirismo é como que endêmico — os surtos que retratam aparecem e então se tornam latentes por tempo indeterminado; quando os esquecemos ou julgamos tê-los superado, eis que reaparecem, seus monstros-vampiros funcionando como personificações de uma nova “variante” bem preparada para desarmar as defesas que construímos.”
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“Narrativas como Apocalipse V e The Passage evidenciam o papel da humanidade na perturbação e desintegração de ecossistemas, fatores que acabam por favorecer a criação de cenários pandêmicos, no que somos expostos a novos patógenos que se encontravam placidamente contidos, e que podem ser responsáveis pela emergência (ou reemergência) de doenças infecciosas potencialmente perigosas.”
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“Quammem afirma que vírus transmitidos pelo sangue precisam, em geral, de um vetor - frequentemente um inseto hematófago; aqui, uma capillaria — que deve “chegar em busca de uma refeição”: fica estabelecida uma intencionalidade.
Tal como o inseto, o próprio verme é atraído pelo sangue humano, ampliando assim as condições possíveis de transmissão da síndrome vampiresca. Os resultados desse quadro de alta transmissibilidade e infectividade são imediatos, logo começando a ser sentidos sob a superfície da cidade.”
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Tal como o inseto, o próprio verme é atraído pelo sangue humano, ampliando assim as condições possíveis de transmissão da síndrome vampiresca. Os resultados desse quadro de alta transmissibilidade e infectividade são imediatos, logo começando a ser sentidos sob a superfície da cidade.”
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“Matheson instituía assim uma espécie de distopia vampiresca — sua obra servindo, inclusive, como modelo para muitos cenários de “apocalipse zumbi” que surgiriam na segunda metade do século 20, como o clássico A Noite dos Mortos-vivos (1968) de George A. Romero —, fazendo uso desse modo narrativo que se apropria de tensões do presente para imaginar os mais variados cenários de desastre alternativos ou futuros, bem como da figura do vampiro como agente propagador de doenças, o veículo para o apocalipse.”
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“É possível verificar que conforme a doença-vampirismo se espalha pela narrativa, ela progressivamente a contamina com um discurso viral, que acaba permeando toda a ação: as pessoas se sentem “doentes”, “um lixo”, mas “deve ser só gripe”; se Mike está doente, “alguns acham que ele pegou alguma doença do Danny Glick”; quando a mãe de Danny Glick começa a ter sonhos estranhos com o filho morto, seu marido nota como “ela estava pálida [...] os lábios haviam perdido a cor natural, e ela ganhara olheiras escuras”; se a Casa Marsten fede, o odor “lembrava lágrimas, vômito e trevas”; se a indústria dos trailers cresce, ela cresce “como uma epidemia”; se o medo de uma doença indizível se espalha, “fantasias paranoicas podem ser contagiosas”; se o vampiro logra atacar-me, “não encosta em mim, fui contaminado”.”
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“A condição do vampirismo, pensada alegoricamente como doença infecciosa, seria de fato uma calamidade pública: tem alta infectividade, pois o contato direto com o vampiro é extremamente bem-sucedido em produzir novos vampiros, caso as vítimas venham a óbito; alta patogenicidade, pois sempre produz sintomas graves e sinais da doença, tais como os experienciados por Danny Glick; e alta virulência, sendo sua taxa de letalidade extremamente elevada.”
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“Se pensarmos na Europa Oriental e na Ocidental como corpos-organismos distintos, o Deméter poderia ser então o vetor que carrega o patógeno-vampiro e o introduz no corpo deste novo hospedeiro suscetível, sem qualquer imunidade.
Nem mesmo o vetor, entretanto, resiste à virulência do patógeno; ele próprio sucumbe à doença que inocularia, funcionando também como uma espécie de microcosmo do que poderia vir a acontecer caso o vampiro obtivesse sucesso em sua replicação: um cenário de desastre apocalíptico.”
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Nem mesmo o vetor, entretanto, resiste à virulência do patógeno; ele próprio sucumbe à doença que inocularia, funcionando também como uma espécie de microcosmo do que poderia vir a acontecer caso o vampiro obtivesse sucesso em sua replicação: um cenário de desastre apocalíptico.”
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“Resta o entendimento de que o contato com o vampiro potencialmente acarreta um contaminar-se por perniciosa moléstia simultaneamente do corpo e da alma: o contágio não é apenas uma infecção, é também maldição, um contrair impurezas.
Essa construção perpassa até mesmo o nível linguístico; entre as acepções etimológicas comumente atribuídas ao vocábulo “nosferatu”, que Stoker apenas popularizou ao se referir ao seu vampiro icônico, estariam “o impuro”, ou também, “aquele que carrega doenças”.”
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Essa construção perpassa até mesmo o nível linguístico; entre as acepções etimológicas comumente atribuídas ao vocábulo “nosferatu”, que Stoker apenas popularizou ao se referir ao seu vampiro icônico, estariam “o impuro”, ou também, “aquele que carrega doenças”.”
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“Na era da (des)informação e da globalização, espalhando-se em progressão geométrica tal como o compartilhamento instantâneo das notícias falsas em um mundo intrinsecamente conectado, os próprios patógenos podem percorrer, em poucas horas, o globo; já não mais se deslocam lentamente, pegando carona com os passageiros de caravelas ou caravanas, meses a viajar por mares, rios ou estradas.
As pandemias do século 21 — reais e ficcionais— são intrinsecamente subjugadas ao lado perverso da era da internet e dos aviões a jato.”
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As pandemias do século 21 — reais e ficcionais— são intrinsecamente subjugadas ao lado perverso da era da internet e dos aviões a jato.”
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