As sinhás pretas da Bahia Quotes
As sinhás pretas da Bahia: Suas escravas, suas joias
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Antonio Risério4 ratings, 4.25 average rating, 1 review
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As sinhás pretas da Bahia Quotes
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“... a tese de Florestan Fernandes, estabelecendo que os escravos foram entregues ao deus-dará e à miséria depois da abolição, pode começar a ser desconstruída desde aqui. Primeiro, por se chocar com a notável e comprovada ascensão social de pretos e mulatos em nosso Século XIX, de Pedro II aos primeiros dias republicanos. Depois, pelo fato de que, no 13 de maio de 1888, escravos praticamente inexistiam no país. Terceiro, porque a ascensão social negromestiça se deu antes, durante e depois da abolição. Quarto, no caso particular da Bahia, as informações indicam que não houve maior alteração na situação dos escravos pós-abolição. Os agora ex-escravos continuaram exercendo ofícios tradicionais, além de avançar em outras direções. A conjuntura não foi diversa no Rio de Janeiro.”
― As sinhás pretas da Bahia: Suas escravas, suas joias
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“É óbvio que essas mulheres donas de joias e escravos, entre outras coisas, resistiam e reagiam. Mas fizeram muito mais que isso. Sua ação foi maior, mais dinâmica e mais rica do que meramente negadora, paralisante, defensiva. E ainda havia a ambivalência: sinhás pretas incorporavam modelos e copiavam práticas de sinhás brancas; senhores cobriam suas escravas com joias, ao tempo em que autoridades tentavam proibir tanto luxo; etc. Em suma, essas mulheres negras e mulatas foram muito menos vítimas do que agentes vitoriosas.”
― As sinhás pretas da Bahia: Suas escravas, suas joias
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“O barroco é a linguagem da abundância, do transbordamento, da prodigalidade. Daí a equação de [Severo] Sarduy: barroco = jogo; arte clássica = trabalho.”
― As sinhás pretas da Bahia: Suas escravas, suas joias
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“Antes do Século XIX–e, mais especialmente, antes da configuração do movimento abolicionista–, nenhum grupo étnico ou social, no Brasil, foi contra a escravidão enquanto sistema. Pessoas e grupos reagiam contra a sua própria e particular escravização, mas não contra o escravismo como um todo.”
― As sinhás pretas da Bahia: Suas escravas, suas joias
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“A sociedade setecentista-oitocentista baiana não se dividia drasticamente entre dois extremos nítidos e polarizados: o dos senhores e o dos escravos. Este dualismo esquemático não encontra correspondência factual naquele mundo. Entre os dois extremos da hierarquia ou escala social, circulava uma população livre consideravelmente numerosa–faixa intermediária formada em grande parte por uma gente mestiça. Mais do que isso: havia escravos e ex-escravos que eram proprietários de escravos. Negros e negras escravistas. A primeira coisa que ex-escravos faziam, depois de ter a sua carta de alforria, era comprar para si um ou mais escravos, usando-os com os mesmos propósitos dos senhores brancos: tê-los a seu serviço pessoal e empregá-los para obter lucros, fosse no comércio ou na prostituição. Mas não só escravos: investiam igualmente em bens móveis e imóveis.”
― As sinhás pretas da Bahia: Suas escravas, suas joias
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