Mil Anos de Esquecimento Quotes
Mil Anos de Esquecimento
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Afonso Cruz81 ratings, 3.88 average rating, 10 reviews
Mil Anos de Esquecimento Quotes
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“Temos a certeza de que não estamos perante um sábio quando ele sabe as respostas todas.”
― Mil Anos de Esquecimento
― Mil Anos de Esquecimento
“Não o nego, mas cativa-me a ideia da possibilidade, da liberdade. Quando tenho muitos livros para ler, tenho escolha. Quanto menos tiver, mais a minha liberdade está confinada. Ela depende dos livros que não são lidos. Se temos apenas um caminho, não temos liberdade, teremos impreterivelmente de o seguir. Para ela existir, temos de ter possibilidades, muitas, porque só daí pode resultar uma escolha lúcida.”
― Mil Anos de Esquecimento
― Mil Anos de Esquecimento
“De resto, uma biblioteca só tem interesse quando olhamos para os livros e percebemos que há uns que não foram lidos, que nos esperam.”
― Mil Anos de Esquecimento
― Mil Anos de Esquecimento
“O jogo paralisa as pessoas. Isto não é uma forma literária de o dizer. O meu pai usava o I Ching cada vez que tinha de tomar uma decisão importante. Atirava os paus do milefólio e agia em conformidade com o oráculo. Aos poucos, foi juntando às decisões importantes outras mais frívolas, chegando ao ponto de não ser capaz de decidir absolutamente nada sem a ajuda do livro.
-E isso não diminuiu a qualidade das suas decisões?
Chun-Chi serviu dois whiskies.
-Nem por isso. As nossas decisões já são relativamente arbitrárias. Nem sabemos verdadeiramente de onde vêm. Decidi levantar um copo, mas o meu braço mexeu-se antenada minha consciência. Enfim, o problema não foi esse.
-Qual foi?
(...)
-Para dar um passo, tinha de usar o I Ching. Para pensar, também, e assim chegou àquele lugar sem saída em que tinha de lançar os paus de milefólio para saber se poderia atiraram-los. Agora está imobilizado, na cama.
(...)
Sabe a história do sapo e da centopeia?- perguntou Chun-Chi.
-Não.
-Um sapo perguntou, um dia, a uma centopeia qual era a pata que ela pousava primeiro ao andar. E a centopeia nunca mais conseguiu andar.”
― Mil Anos de Esquecimento
-E isso não diminuiu a qualidade das suas decisões?
Chun-Chi serviu dois whiskies.
-Nem por isso. As nossas decisões já são relativamente arbitrárias. Nem sabemos verdadeiramente de onde vêm. Decidi levantar um copo, mas o meu braço mexeu-se antenada minha consciência. Enfim, o problema não foi esse.
-Qual foi?
(...)
-Para dar um passo, tinha de usar o I Ching. Para pensar, também, e assim chegou àquele lugar sem saída em que tinha de lançar os paus de milefólio para saber se poderia atiraram-los. Agora está imobilizado, na cama.
(...)
Sabe a história do sapo e da centopeia?- perguntou Chun-Chi.
-Não.
-Um sapo perguntou, um dia, a uma centopeia qual era a pata que ela pousava primeiro ao andar. E a centopeia nunca mais conseguiu andar.”
― Mil Anos de Esquecimento
“A perfeição só existe quando lhe encontramos imperfeições.”
― Mil Anos de Esquecimento
― Mil Anos de Esquecimento
“O jogo paralisa as pessoas. Isto não é uma forma literária de o dizer. O meu pai usava o I Ching cada vez que tinha de tomar uma decisão importante. Atirava os paus do milefólio e agia em conformidade com o oráculo. Aos poucos, foi juntando às decisões importantes outras mais frívolas, chegando ao ponto de não ser capaz de decidir absolutamente nada sem a ajuda do livro.
-E isso não diminuiu a qualidade das suas decisões?
Chun-Chi serviu dois whiskies.
-Nem por isso. As nossas decisões já são relativamente arbitrárias. Nem sabemos verdadeiramente de onde vêm. Decidi levantar um copo, mas o meu braço mexeu-se antes da minha consciência. Enfim, o problema não foi esse.
-Qual foi?
(...)
-Para dar um passo, tinha de usar o I Ching. Para pensar, também, e assim chegou àquele lugar sem saída em que tinha de lançar os paus de milefólio para saber se poderia atirá-los. Agora está imobilizado, na cama.
(...)
-Sabe a história do sapo e da centopeia?- perguntou Chun-Chi.
-Não.
-Um sapo perguntou, um dia, a uma centopeia qual era a pata que ela pousava primeiro ao andar. E a centopeia nunca mais conseguiu andar.”
― Mil Anos de Esquecimento
-E isso não diminuiu a qualidade das suas decisões?
Chun-Chi serviu dois whiskies.
-Nem por isso. As nossas decisões já são relativamente arbitrárias. Nem sabemos verdadeiramente de onde vêm. Decidi levantar um copo, mas o meu braço mexeu-se antes da minha consciência. Enfim, o problema não foi esse.
-Qual foi?
(...)
-Para dar um passo, tinha de usar o I Ching. Para pensar, também, e assim chegou àquele lugar sem saída em que tinha de lançar os paus de milefólio para saber se poderia atirá-los. Agora está imobilizado, na cama.
(...)
-Sabe a história do sapo e da centopeia?- perguntou Chun-Chi.
-Não.
-Um sapo perguntou, um dia, a uma centopeia qual era a pata que ela pousava primeiro ao andar. E a centopeia nunca mais conseguiu andar.”
― Mil Anos de Esquecimento
“Hasaba tinha um enorme mocho numa gaiola. Não o queria soltar, não o queria perder, mas tinha pena de ele estar confinado àquele espaço. Por isso, construiu uma gaiola maior. Olhou para o mocho e sentiu que não chegava. Ele já podia abrir as asas, saltar para outro poleiro, mas era pouco. Decidiu então construir uma gaiola ainda maior, uma em que o mocho pudesse voar. A nova gaiola era tão grande que dentro dela cabiam duas árvores: um abeto e uma bétula. Quando Hasaba viu o mocho em cima do ramo de uma das árvores, concluiu que não era suficientemente grande para a ave. O mocho precisava de voar pelo céu. Decidiu então construir uma gaiola que incluísse nuvens e florestas. E mais: que incluísse cidades e países distantes. E estrelas. Hasaba ainda hoje está a construir essa gaiola onde todos vivemos.”
― Mil Anos de Esquecimento
― Mil Anos de Esquecimento
“Não sei porquê, mas a felicidade prefere bater à porta do nosso quarto de hotel nas Caraíbas do que à porta do nosso emprego.”
― Mil Anos de Esquecimento
― Mil Anos de Esquecimento
“A corrupção já cá anda há tantos anos que mais valia naturalizá-la.”
― Mil Anos de Esquecimento
― Mil Anos de Esquecimento
“Disse Stendhal: "A única desculpa de Deus é que não existe." O staretz Miroslav Bursa, quando se deu o massacre de Volynia, e face à quantidade de mortos, de corpos despedaçados e do cheiro a carniça, terá exclamado: "Que falta de omnipresença divina!”
― Mil Anos de Esquecimento
― Mil Anos de Esquecimento
“A democracia é um barómetro que nos diz qual o partido errado: foi aquele em que votámos.”
― Mil Anos de Esquecimento
― Mil Anos de Esquecimento
“A beleza, para ser eterna, tem de durar pouco.”
― Mil Anos de Esquecimento
― Mil Anos de Esquecimento
“O maior defeito de um velho é ter errado pouco na sua juventude.”
― Mil Anos de Esquecimento
― Mil Anos de Esquecimento
“Os porcos gostam de lama, os burros de palha, disse-o Heraclito, e preferem-no ao ouro. Já os nossos senhores, os que regem os nossos destinos, preferem gastar o ouro para se transformarem em porcos. É uma verdadeira magia: gastam-se fortunas em banquetes para que todos os convivas, pessoas da nobreza, se portem como bácoros. Circe, quando transformou os marinheiros de Ulisses em porcos, usou provavelmente esta magia: sentou-os à mesa.”
― Mil Anos de Esquecimento
― Mil Anos de Esquecimento
“Sempre achei que provar a existência de Deus era uma prova, isso sim, de estupidez. Se Deus precisasse, era porque não existia, e esta é a única prova da sua existência; não precisa de nenhuma. Por vezes, em sonhos, vem-me uma frase à cabeça, "Deus sive natura", que é como quem diz: olha-se para a Natureza e vê-se uma unha do Divino, olha-se para um pássaro e vê-se os lábios de Deus a passarem a língua pelos céus, olha-se para uma pedra e vê-se uma sobrancelha divina, olha-se para o mar e vê-se as nádegas do Senhor, Ele está em todo o lado, não é possível evitá-Lo.”
― Mil Anos de Esquecimento
― Mil Anos de Esquecimento
