Poema Sujo Quotes
Poema Sujo
by
Ferreira Gullar613 ratings, 4.22 average rating, 63 reviews
Poema Sujo Quotes
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“bela bela
mais que bela
mas como era o nome dela?
Não era Helena nem Vera
nem Nara nem Gabriela
nem Tereza nem Maria
Seu nome seu nome era...
Perdeu-se na carne fria
perdeu na confusão de tanta noite e tanto dia
perdeu-se na profusão das coisas acontecidas
constelações de alfabeto
noites escritas a giz
pastilhas de aniversário
domingos de futebol
enterros corsos comícios
roleta bilhar baralho
mudou de cara e cabelos mudou de olhos e risos mudou de casa
e de tempo: mas está comigo está
perdido comigo
teu nome
em alguma gaveta”
― Poema Sujo
mais que bela
mas como era o nome dela?
Não era Helena nem Vera
nem Nara nem Gabriela
nem Tereza nem Maria
Seu nome seu nome era...
Perdeu-se na carne fria
perdeu na confusão de tanta noite e tanto dia
perdeu-se na profusão das coisas acontecidas
constelações de alfabeto
noites escritas a giz
pastilhas de aniversário
domingos de futebol
enterros corsos comícios
roleta bilhar baralho
mudou de cara e cabelos mudou de olhos e risos mudou de casa
e de tempo: mas está comigo está
perdido comigo
teu nome
em alguma gaveta”
― Poema Sujo
“E por ser pouco
era muito,
que pouco muito era verde
fogo da grama, o musgo do muro, o galo
que vai morrer,
a louça na cristaleira,
o doce na compoteira,
a falta de afeto, a busca do amor nas coisas.
Não nas pessoas:
nas coisas, na muda carne
das coisas, na cona da flor, no oculto
falar das águas sozinhas:
que a vida
passava sobre nós,
de avião”
― Poema Sujo
era muito,
que pouco muito era verde
fogo da grama, o musgo do muro, o galo
que vai morrer,
a louça na cristaleira,
o doce na compoteira,
a falta de afeto, a busca do amor nas coisas.
Não nas pessoas:
nas coisas, na muda carne
das coisas, na cona da flor, no oculto
falar das águas sozinhas:
que a vida
passava sobre nós,
de avião”
― Poema Sujo
“Prego a subversão da ordem poética, me pagam.
Prego a subversão da ordem política,
me enforcam junto ao campo de tênis dos ingleses
na Avenida Beira-Mar
(e os canários,
nem-seu-souza: improvisam
em sua flauta de prata)”
― Poema Sujo
Prego a subversão da ordem política,
me enforcam junto ao campo de tênis dos ingleses
na Avenida Beira-Mar
(e os canários,
nem-seu-souza: improvisam
em sua flauta de prata)”
― Poema Sujo
“Nos beirais das casas
sobre as telhas cresciam capins
mais verdes que a esperança
(ou o fogo de teus olhos)”
― Poema Sujo
sobre as telhas cresciam capins
mais verdes que a esperança
(ou o fogo de teus olhos)”
― Poema Sujo
“voais comigo
sobre continentes e mares
E também rastejais comigo
pelos túneis das noites clandestinas
sob o céu constelado do país
entre fulgor e lepra
debaixo dos lençóis de lama e de terror
vos esguirais comigo, mesas velhas,
armários obsoletos gavetas perfumadas de passado
dobrais comigo
as esquinas do susto
e esperais esperais
que o dia venha
E depois de tanto
que importa um nome?
Te cubro de flor, menina,
e te dou todos os nomes do mundo;
te chamo aurora
te chamo água
te descubro nas pedras coloridas
nas artistas de cinema
nas aparições de sonho”
― Poema Sujo
sobre continentes e mares
E também rastejais comigo
pelos túneis das noites clandestinas
sob o céu constelado do país
entre fulgor e lepra
debaixo dos lençóis de lama e de terror
vos esguirais comigo, mesas velhas,
armários obsoletos gavetas perfumadas de passado
dobrais comigo
as esquinas do susto
e esperais esperais
que o dia venha
E depois de tanto
que importa um nome?
Te cubro de flor, menina,
e te dou todos os nomes do mundo;
te chamo aurora
te chamo água
te descubro nas pedras coloridas
nas artistas de cinema
nas aparições de sonho”
― Poema Sujo
