Angústia (PAP - Psicanálise) Quotes
Angústia (PAP - Psicanálise)
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Sonia Leite10 ratings, 3.50 average rating, 1 review
Angústia (PAP - Psicanálise) Quotes
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“As pessoas que sofrem de crises de angústia dificilmente suportarão mais angústia oriunda, por exemplo, de uma atitude excessivamente silenciosa por parte do psicanalista.
Nessas situações, destaca-se a importância da voz humana, que pode vir a contornar o real que invade o sujeito. Não se trata, no entanto, de orientar ou aconselhar as pessoas que sofrem de crises de angústia, mas de, a partir da introdução da voz do analista, presentificar a esperança na emergência do desejo humanizante.”
― Angústia (PAP - Psicanálise)
Nessas situações, destaca-se a importância da voz humana, que pode vir a contornar o real que invade o sujeito. Não se trata, no entanto, de orientar ou aconselhar as pessoas que sofrem de crises de angústia, mas de, a partir da introdução da voz do analista, presentificar a esperança na emergência do desejo humanizante.”
― Angústia (PAP - Psicanálise)
“A partir da perspectiva das leis da óptica, Lacan pondera que, apesar de ser com a maturação fisiológica que o sujeito adquire um domínio real sobre o seu corpo, é com o estabelecimento do estádio do espelho, isto é, com a visão da forma total do corpo humano – uma Gestalt – que adquire um domínio imaginário do seu corpo, prematuro em relação ao domínio real. Esse momento institui a aventura original através da qual, pela primeira vez, o homem passa pela experiência de que se vê, se reflete e se concebe como outro que não ele mesmo – dimensão essencial do humano que estrutura toda a sua vida de fantasia.
Tais considerações levam Lacan a afirmar em outro trabalho que, com o seu eu, o homem se defende do desamparo. E a imagem do corpo lhe dá uma primeira forma que lhe permite situar o que é o eu e o que não é o eu. Esse domínio do chamado eu-prazer se constitui a partir de uma clivagem – introjeção do que é prazeroso e projeção do que é desprazeroso – que promove uma diferenciação entre interno e externo: o que está incluído dentro distingue-se do que é rejeitado para fora do espelho, constituindo, simultaneamente, a falta, grafada por Lacan como -φ.
Trata-se, aqui, da posição do sujeito no desejo do Outro, já que como o inconsciente é estruturado como linguagem, o desejo do sujeito advém do desejo do Outro, o que é o mesmo que dizer que advém do investimento libidinal do Outro que antecede a sua existência.”
― Angústia (PAP - Psicanálise)
Tais considerações levam Lacan a afirmar em outro trabalho que, com o seu eu, o homem se defende do desamparo. E a imagem do corpo lhe dá uma primeira forma que lhe permite situar o que é o eu e o que não é o eu. Esse domínio do chamado eu-prazer se constitui a partir de uma clivagem – introjeção do que é prazeroso e projeção do que é desprazeroso – que promove uma diferenciação entre interno e externo: o que está incluído dentro distingue-se do que é rejeitado para fora do espelho, constituindo, simultaneamente, a falta, grafada por Lacan como -φ.
Trata-se, aqui, da posição do sujeito no desejo do Outro, já que como o inconsciente é estruturado como linguagem, o desejo do sujeito advém do desejo do Outro, o que é o mesmo que dizer que advém do investimento libidinal do Outro que antecede a sua existência.”
― Angústia (PAP - Psicanálise)
“Em seu conto “Angústia”, Tchekhov apreende profundamente toda a dimensão do desamparo humano a partir do personagem Iona Ptápoc, cocheiro de uma carruagem puxada por uma eguazinha. Ao longo dessa pequena e profunda história, o escritor russo descreve o sofrimento interminável do cocheiro que acabou de perder o único filho. Uma dor que se transforma em angústia à medida que se amplia a impossibilidade de encontrar quem possa escutá-lo. O que recebe é insultos dos diferentes passageiros da pesada noite fria, reencontrando, a cada nova busca de acolhimento, o silêncio, a solidão e a escuridão – os três elementos que Freud conecta à experiência da angústia.
O conto demonstra de maneira radical a necessidade humana da palavra. Como indica nosso personagem, é preciso contar como o filho ficou doente, como sofreu, o que disse antes de morrer, e o ouvinte deve suspirar e compadecer-se. Isso tudo é fundamental, afirma, porque pensar sozinho e imaginar o filho morto é-lhe insuportável e assustador.”
― Angústia (PAP - Psicanálise)
O conto demonstra de maneira radical a necessidade humana da palavra. Como indica nosso personagem, é preciso contar como o filho ficou doente, como sofreu, o que disse antes de morrer, e o ouvinte deve suspirar e compadecer-se. Isso tudo é fundamental, afirma, porque pensar sozinho e imaginar o filho morto é-lhe insuportável e assustador.”
― Angústia (PAP - Psicanálise)
“Para se compreender o tema da angústia em Lacan, é necessário ter em mente a premissa de que o ser humano é marcado desde o início pelo desamparo e pela dependência ao Outro. Esse Outro grafado com maiúscula implica um campo simbólico que antecede a existência do sujeito e ultrapassa a ideia de outro enquanto semelhante pelo fato de incluir aí a diferença e a alteridade.
O desejo é o desejo do Outro, afirma Lacan, o que é o mesmo que dizer que o sujeito se constitui como humano, isto é, como ser da linguagem, a partir do desejo do Outro primário. A contribuição lacaniana aponta que aquilo que humaniza o bebê é justamente o fato de o Outro ser necessariamente falho nos cuidados, possibilitando a transmissão da incompletude para aquele que dele depende. É essa a dimensão da angústia de castração.”
― Angústia (PAP - Psicanálise)
O desejo é o desejo do Outro, afirma Lacan, o que é o mesmo que dizer que o sujeito se constitui como humano, isto é, como ser da linguagem, a partir do desejo do Outro primário. A contribuição lacaniana aponta que aquilo que humaniza o bebê é justamente o fato de o Outro ser necessariamente falho nos cuidados, possibilitando a transmissão da incompletude para aquele que dele depende. É essa a dimensão da angústia de castração.”
― Angústia (PAP - Psicanálise)
“Lacan, por sua vez, reinterpretará no seminário sobre a angústia as palavras freudianas da seguinte maneira: na neurose de angústia, esta aparece na medida em que o orgasmo se desliga do campo da demanda ao Outro. Considera que Freud, ao situar no coitus interruptus a fonte da angústia, colocou em destaque que esse afeto é promovido em sua função essencial justamente ali onde a intensificação orgástica é desvinculada do exercício do instrumento fálico. Ou seja, o sujeito pode chegar à ejaculação, mas é uma ejaculação do lado de fora, o que exclui o desejo do Outro. A angústia é provocada pelo fato de o instrumento fálico, apesar de viabilizar o gozo, ser posto fora do jogo do desejo. Nesses primeiros estudos freudianos já se vê indicada a necessidade de distinção entre gozo e desejo, um dos pontos fundamentais dos estudos de Lacan sobre a angústia.”
― Angústia (PAP - Psicanálise)
― Angústia (PAP - Psicanálise)
“Canguilhem demonstra, exemplarmente, que são os estudiosos mais positivistas e, portanto, os mais apegados aos princípios das ciências exatas que elaboram as teorias mais extravagantes e irracionais, ao pretenderem aplicar seus resultados à totalidade dos processos humanos. Nesses casos, a ciência nada mais é do que uma forma de ilusão, como o é também a religião, no sentido freudiano: uma crença que visa extirpar os temores diante do desconhecido, encontrar a verdade, suprir o furo, a falta que permeia a existência.”
― Angústia (PAP - Psicanálise)
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