Ciranda de Pedra Quotes
Ciranda de Pedra
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Lygia Fagundes Telles3,236 ratings, 4.30 average rating, 378 reviews
Ciranda de Pedra Quotes
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“Ouça, Virgínia, é preciso amar o inútil. Criar pombos sem pensar em comê-los, plantar roseiras sem pensar em colher as rosas, escrever sem pensar em publicar, fazer coisas assim, sem esperar nada em troca. A distância mais curta entre dois pontos pode ser a linha reta, mas é nos caminhos curvos que se encontram as melhores coisas.”
― Ciranda de Pedra
― Ciranda de Pedra
“Think of something useless, and that's probably what I'll be doing. Listen, Virginia, we need to love the useless. We need to raise pigeons without a thought of eating them, plant rose bushes without expecting to pick roses, write without aiming at publication. We need to do things without expecting benefits in return. The shortest distance between two points may be a straight line, but it's in the curving paths that the best things are found. . . . We must love the useless, because there is beauty in uselessness.”
― Ciranda de Pedra
― Ciranda de Pedra
“Sabe, Virgínia, vejo Laura como aquele espelho
despedaçado: a gente pode ir lá no fundo e colar os cacos, mas tudo então que ele vier a refletir, o céu, as árvores, as pessoas, tudo, tudo estará como ele próprio, partido em mil pedaços. Veja bem, triste não é o que possa vir a acontecer...
A morte, por exemplo. Triste é o que está acontecendo neste instante. Ela tem a cabeça doente, o coração doente. E não há remédio. Só o sopro lá dentro é que continua perfeito como o espelho antes de cair no chão.”
― Ciranda de Pedra
despedaçado: a gente pode ir lá no fundo e colar os cacos, mas tudo então que ele vier a refletir, o céu, as árvores, as pessoas, tudo, tudo estará como ele próprio, partido em mil pedaços. Veja bem, triste não é o que possa vir a acontecer...
A morte, por exemplo. Triste é o que está acontecendo neste instante. Ela tem a cabeça doente, o coração doente. E não há remédio. Só o sopro lá dentro é que continua perfeito como o espelho antes de cair no chão.”
― Ciranda de Pedra
“E vendo que a libélula enveredava por entre os juncos, ficou pensando que mais importante do que nascer é ressuscitar.”
― Ciranda de Pedra
― Ciranda de Pedra
“Ouça, querida”, disse Otávia certa vez, “não fique assim com essa mentalidade de donzela folhetinesca, não separe com tanta precisão os heróis dos vilões, cada qual de um lado, tudo muito bonitinho como nas experiências de química. Não há gente completamente boa nem gente completamente má, está tudo misturado e a separação é impossível. O mal está no próprio gênero humano, ninguém presta. Às vezes a gente melhora. Mas passa.”
― Ciranda de Pedra
― Ciranda de Pedra
“Já que é preciso aceitar a vida, que seja então corajosamente”
― Ciranda de Pedra
― Ciranda de Pedra
“E tranquilidade era aquilo, aquela quietude sob a qual a vida palpitava”
― Ciranda de Pedra
― Ciranda de Pedra
“Via agora que jamais poderia se libertar das suas antigas faces, impossível negá-las porque tinha qualquer coisa de comum que permanecia no fundo de cada uma delas, qualquer coisa que era como uma misteriosa unidade ligando umas às outras, sucessivamente, até chegar à face atual.”
― Ciranda de Pedra
― Ciranda de Pedra
“Podia-se desejar uma tarde feliz, uma noite feliz, um dia inteiro feliz, no máximo. Mas um ano?”
― Ciranda de Pedra
― Ciranda de Pedra
“A melhor maneira para seguir não acreditando em nada é nos cercarmos de padres e freiras que acreditam demais.”
― Ciranda de Pedra
― Ciranda de Pedra
“— Assim é melhor. Então você ainda gosta dele? Terá que esquecer, Virgínia. Amar a pessoa errada não é das melhores coisas que nos podem acontecer e acontece com tanta frequência. Dante se esqueceu desse círculo no seu inferno, o dos rejeitados.”
― Ciranda de Pedra
― Ciranda de Pedra
“Daqui a pouco ficarei em cacos na sua mão - balbuciou. E como sentisse que ele afrouxava o braço, animou-o novamente. - Mas eu quero que seja assim.”
― Ciranda de Pedra
― Ciranda de Pedra
“Nascemos todos os dias quando nasce o sol, começa hoje mesmo a vida que te resta.”
― Ciranda de Pedra
― Ciranda de Pedra
“As faces estavam macilentas e o olhar tinha qualquer coisa de estagnado, visto mais de perto. Contudo, na voz, nos gestos, no olhar havia algo que a fazia mais real, mais palpável, ela que se tornara uma figura tênue como um sonho na escuridão.”
― Ciranda de Pedra
― Ciranda de Pedra
“Descobri que ajuda muito na convivência com os outros. Às vezes a gente não sabe o que dizer e então acende um cigarro. Não sabe como começar um assunto e lá vem um cigarro, todos esses pequeninos gestos são importantes para os tímidos. E eu sou tímida.”
― Ciranda de Pedra
― Ciranda de Pedra
“— Ah, minha filha linda! — disse Afonso. Voltou-se para Virgínia: — Dentro em breve ela aprenderá grego e latim, quero que seja a mulher mais culta da Terra. — Coitadinha — lamentou Otávia enchendo novamente a colher. Delicadamente introduziu-a na boca da criança. — Vocês já imaginaram a maravilha que seria o mundo se ao menos uma quinta parte desses gênios se realizasse na maioridade? Há milênios que os pais se debruçam como fadas sobre os berços e fazem profecias fabulosas. E há milênios a Terra prossegue corroída pelo germe humano, que é tão vulgar e medíocre quanto o da geração anterior. Está claro que a gente concorda sempre com os prognósticos sobre os infantes — acrescentou passando o guardanapo no queixo da menina. Deu uma risadinha. — Mas é por gentileza, não é, nenê?”
― Ciranda de Pedra
― Ciranda de Pedra
“Chegara a pensar que Otávia estava certa, devia ser fácil desfazer-se também das sucessivas Virgínias nas quais de desdobrara desde a infância, desfazer-se da menininha, principalmente da menininha de unhas roídas, andando na ponta dos pés. Agarrar-se só ao presente, nua de lembranças como se acabasse de nascer. Via agora que jamais poderia se libertar das suas antigas faces, impossível negá-las porque tinha qualquer coisa de comum que permanecia no fundo de cada uma delas, qualquer coisa que era como uma misteriosa unidade ligando umas às outras, sucessivamente, até chegar à face atual. Mil vezes já tentara romper o fio, mas embora os elos fossem diferentes, havia neles uma relação indestrutível. E o fio ia se encompridando cada dia que passava, acrescido a cada instante de mais uma parcela de vida. Chegava a senti-lo dando voltas e mais voltas em torno do seu corpo numa sequência sem começo e nem fim." (Parte II, Cap. VII, pg. 175)”
― Ciranda de Pedra
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“- Uma vez você me citou um verso, era mais ou menos assim, 'Nascemos todos os dias quando nasce o sol'. E depois? - Começa hoje mesmo a vida que te resta." [Parte II, Cap. X, pg. 202]”
― Ciranda de Pedra
― Ciranda de Pedra
“Ouça, Virgínia, é preciso amar o inútil. Criar pombos sem pensar em comê-los, plantar roseiras sem pensar em colher rosas, escrever sem pensar em publicar, fazer coisas assim, sem esperar nada em troca. A distância mais curta entre dois pontos pode ser a linha reta, mas é nos caminhos curvos que se encontram as melhores coisas. [Parte II, Cap. IV, pg. 135]”
― Ciranda de Pedra
― Ciranda de Pedra
“Um dia, um besouro caiu de costas. E besouro que cai de costas não se levanta nunca mais.”
― Ciranda de Pedra
― Ciranda de Pedra
“Lembre-se de alguma coisa inútil e provavelmente será isso o que estarei fazendo. Ouça, Virgínia, é preciso amar o inútil. Criar pombos sem pensar em comê-los, plantar roseiras sem pensar em colher as rosas, escrever sem pensar em publicar, fazer coisas assim, sem esperar nada em troca. A distância mais curta entre dois pontos pode ser a linha reta, mas é nos caminhos curvos que se encontram as melhores coisas.”
― Ciranda de Pedra
― Ciranda de Pedra
“Um dia qualquer, no meio de um pensamento, de uma palavra, você descobrirá de repente esta coisa extraordinária: cresci! O que não vai impedir que o caso ou Deus, dê a isto o nome que quiser, de vez em quando a governe como uma casca de noz no meio do mar. Mas reagirá de modo diferente, está compreendendo?”
― Ciranda de Pedra
― Ciranda de Pedra
“Ela olhou os miolos esbranquiçados destacando-se no arroz. Por aquele labirinto tinham corrido, um por um, todos os pensamentos do boi, alguns ainda deviam ter ficado perdidos por ali, os últimos: pensamentos da hora da morte, quando sentira o cheiro do sangue dos companheiros sacrificados lá na frente. Afastou o prato, repugnada. Era sinistro mastigar pensamentos, poderiam ressuscitar e ela ficaria conhecendo o boi. Pior do que isto, ficaria o próprio boi!”
― Ciranda de Pedra
― Ciranda de Pedra
“Foi descendo a escada, evitando despertar os degraus.”
― Ciranda de Pedra
― Ciranda de Pedra
“O relâmpago a iluminara e a devolvera à escuridão, lá onde também estavam os outros.”
― Ciranda de Pedra
― Ciranda de Pedra
“Papai, papai!”, chamou baixinho. Mas só o cipreste pareceu ter ouvido o apelo: fez um meneio sob o vento e em seguida curvou-se como um velho galhofeiro numa reverência.”
― Ciranda de Pedra
― Ciranda de Pedra
“A música tinha um enredo e desfiava esse enredo como uma pessoa amiga que entrava para uma visita, uma pessoa muito amiga mas muito estranha, que ora chorava, ora ria, repetindo de vez em quando o começo da historinha: “Sabe, Virgínia, eu vou contar, era uma vez...”
― Ciranda de Pedra
― Ciranda de Pedra
“Um pardal pousou no pessegueiro, bicou uma folha e prosseguiu seu voo. Virgínia seguiu-o com o olhar. Devia ser bom, também, nascer passarinho. Passarinho não tem essa complicação de pai e mãe assim separados. E passarinho não fica louco nunca. Franziu a testa: ou fica? Beija-flor era um que não parecia muito certo.”
― Ciranda de Pedra
― Ciranda de Pedra
“Ao passar pela porta do quarto azul, susteve a respiração. “A mãe dormiu.” Era tão bom quando ela dormia! Os loucos deviam dormir o tempo todo, de dia e de noite, como as bonecas que só abrem os olhos quando tiradas da caixa.”
― Ciranda de Pedra
― Ciranda de Pedra
