Lunário Quotes
Lunário
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Al Berto629 ratings, 4.27 average rating, 61 reviews
Lunário Quotes
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“Tudo vem ao chamamento. Penso mar, e o mar enche-me a alma e as mãos. Balbucio cal, e na pele do tempo cresce uma casa onde não viverei, ergue-se uma cidade de melancolia na incerteza dos punhos, e nela nos ferimos.
Digo sol, e quase cego consigo tocar-lhe. Só por ti clamo, e não te acendes, nem regressas, e me queimas.”
― Lunário
Digo sol, e quase cego consigo tocar-lhe. Só por ti clamo, e não te acendes, nem regressas, e me queimas.”
― Lunário
“Ninguém dava notícias e ele também não as tinha para dar. Nada lhe acontecia que merecesse perder tempo a contar. Os dias iam passando, iguais e monótonos, e dificilmente se distinguiam uns dos outros.”
― Lunário
― Lunário
“Apodreço sob a máscara que tão pacientemente inventei e usei para fazer frente ao mundo. E a máscara, sem que eu desse por isso colou-se-me, ensanguentou-se, já não conseguia arranca-la. Passou a ser o meu verdadeiro rosto, e o meu rosto tanto tempo escondido debaixo dela, passou a ser a máscara.”
― Lunário
― Lunário
“Quase nunca estive morto, excepto nalgumas fotografias: o sorriso que nelas se imobilizou já não existe. E as fotografias são, quase de certeza, acidentes na biografia do fotógrafo – revelam muito mais sobre o fotógrafo do que sobre aquilo que fotografou. E não pintamos, nem escrevemos ou fotografamos para nos salvar, ou então é só por isso que o fazemos. De qualquer maneira, sabemos que se não o fizermos estamos mais rapidamente perdidos, e é tudo... Mas por outro lado, deparar com a precariedade da vida, e com a inquietante perenidade dos vestígios que nos sobrevirão, torna-se muito doloroso.”
― Lunário
― Lunário
“Começo finalmente a ausentar-me. Hoje, por exemplo, olhei-me ao espelho e vi que muito pouco resta de mim, daquela que conheci e que tinha um nome. Onde terei começado a esquecer-me?”
― Lunário
― Lunário
“E näo temos quase nada... morrer, sossegadamente, para lá do abismo que a própria ideia da morte nos provoca - foi o que fiz...”
― Lunário
― Lunário
“Afinal, o que ficou atrás de mim não é mais que um rastro de corpos e de acontecimentos mortos, todos mortos, e eu com eles. Está tudo longe e morto. Inacessível.”
― Lunário
― Lunário
“Talvez não seja tarde ainda para começarmos a regressar um ao outro. (...) Os espelhos ainda nos devolvem a candura do que somos, mas também anunciam a cinza que sepultara os corpos, algures, num esquecimento e numa dor obscura de nós próprios. Temos de aprender a subjugar o destino à nossa vontade. Ainda é possível mergulhar nos espelhos e roubar-lhes os vestígios felizes de nossos rostos. Ainda é possível apagar as dolorosas manchas da memória e recuperarmos o rosto da alegria que nos pertenceu. É esse o nosso rosto, mesmo que seja morto. (...) Regressa e oferece-te à preguiça triste de quem continua aqui, vivo, sorvendo a espiral da sua própria ausência. Regressa, peço-te, mesmo antes de partires.”
― Lunário
― Lunário
“Vejo a noite de nossos corpos separados, e longe um do outro não existiremos, ou existiremos precariamente. (...) Talvez não seja tarde ainda para começarmos a regressar um ao outro (...) e de novo sentir o turbilhão de alegria que nos despertava a meio da noite para o amor.”
― Lunário
― Lunário
“... E consome cigarros no desejo de outros corpos, e a máscara descola-se-lhe do rosto e fica presa às vidracas da imensa janela, e o fugitivo já näo reconhece o seu próprio reflexo”
― Lunário
― Lunário
“E por uma noite da imensa cegueira, quando já morar definitivamente em ti, abandonar-te-ei... à hora dos répteis recolherem o calor nas fissuras do tempo”
― Lunário
― Lunário
“Porque as palavras näo te substituem e estäo cheias de pústulas no coracäo das sílabas”
― Lunário
― Lunário
“Devassar a noite, contigo e com a Alba, antes que a vida nos separe, diluindo-nos no peso acinzentado dos dias e da solidäo.”
― Lunário
― Lunário
“Uma asa sulca a poeira dos vidros. Beno levanta voo com a ave, ve-se a sobrevoar os rostos daqueles que o túmulo da memória guardou. Debica-lhes os ossos, julgando que através da dor que lhes inflige os pode restituir à vida”
― Lunário
― Lunário
“Tudo vem ao chamamento. Penso mar, e o mar enche-me a alma e as mãos. Balbucio cal, e na pele do tempo cresce uma casa onde não viverei, ergue-se uma cidade de melancolia na incerteza dos punhos, e nela nos ferimos.
Digo sol, e quase cega consigo tocar-lhe. Só por ti clamo, e não te acendes, nem regressas, e me queimas.
Fugir. Descer do cimo da minha razão por uma corda de chuva, vestir-me com a humidade verde das plantas, adquirir asas e reaver a memória de um mundo primordial.”
― Lunário
Digo sol, e quase cega consigo tocar-lhe. Só por ti clamo, e não te acendes, nem regressas, e me queimas.
Fugir. Descer do cimo da minha razão por uma corda de chuva, vestir-me com a humidade verde das plantas, adquirir asas e reaver a memória de um mundo primordial.”
― Lunário
