Coisas Frágeis Quotes

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Coisas Frágeis (Coisas Frágeis, #1) Coisas Frágeis by Neil Gaiman
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“- Sabíamos que o fim estava próximo, por isso pusemos tudo num poema, para contar ao universo quem éramos, por que estávamos aqui e o que dizíamos, fazíamos, pensávamos, sonhávamos, desejávamos. Embrulhamos nossos sonhos em palavras e moldamos as palavras para que vivessem para sempre, inesquecíveis. Depois, enviamos o poema como um padrão de fluxo, para aguardar no coração de uma estrela, emitindo sua mensagem em pulsos, erupções e chiados por todo o espectro eletromagnético, até que, em mundos a mil sistemas solares dali, o padrão fosse decodificado e lido, e se tornasse um poema de novo.
- E aí o que aconteceu?
Ela me olhou com seus olhos verdes, e foi como se ela estivesse me olhando através de sua meia máscara de Antígona, mas como se aqueles olhos verde-claros fossem apenas uma parte diferente, mais profunda, da máscara.
- É impossível ouvir um poema sem que ele mude você - observou ela. - Eles o ouviram, e o poema os colonizou, tomou posse deles, e os habitou. Os ritmos do poema passaram a fazer parte do modo de pensar deles. Suas imagens transformaram para sempre as metáforas deles. Seus versos, seu modo de ver, suas aspirações se tornaram a vida deles. Depois de uma geração, as crianças já nasciam sabendo o poema, e logo, porque essas coisas são assim, já não nasciam mais crianças. Não havia necessidade delas, não mais. Só havia um poema feito carne que andava e proliferava por toda a vastidão do conhecido.”
Neil Gaiman, Coisas Frágeis
“- Você é um poema? - repeti.
Ela mordeu o lábio inferior:
- Se você quiser. Sou um poema, ou um padrão, ou uma raça cujo mundo foi tragado pelo mar.”
Neil Gaiman, Coisas Frágeis