A Obscena Senhora D Quotes

Rate this book
Clear rating
A Obscena Senhora D A Obscena Senhora D by Hilda Hilst
2,166 ratings, 4.05 average rating, 329 reviews
A Obscena Senhora D Quotes Showing 1-21 of 21
“...e o que foi a vida? uma aventura obscena, de tão lúcida”
Hilda Hilst, A Obscena Senhora D
“sabe, Hillé, às vezes penso que fomos pai e filha, mãe e filho, irmão irmã, que houve lutas e nós, e fios de sangue, que eu tinha fome de ti, que eu te matei, que saía de tuas narinas um cheiro de noite dor incesto e violência, que eras velha e moça e menina, que uns guizos em mim se batiam estridentes cada vez que eu te olhava, que havias sido minha desde sempre, barro e vasilha, espelho e amplidão, infinitas vezes nós dois em flashes nítidos rapidíssimos, recortados em ouro, em negro, numa lua esvaída sombra e sépia, nós dois muito claros num parapeito de pedra cor de terra”
Hilda Hilst, A Obscena Senhora D
“(...) tantos livros e nada no meu peito, tantas verdades e nenhuma em mim.”
Hilda Hilst, A Obscena Senhora D
“pra onde vão os trens, meu pai? para mahal, tamí, para camirí, espaços no mapa, e depois o pai ria: também pra lugar algum, meu filho, tu podes ir e ainda que se mova o trem, tu não te moves de ti.”
Hilda Hilst, A Obscena Senhora D
“I wanted to escape, Ehud, my mouth constantly starved for your mouth, life was splendor and marvel, unparalleled glimmer when you touched me, and sinister and hiccuping and nothingness when you were abscent”
Hilda Hilst, A Obscena Senhora D
“o que é paixão? o que é sombra? eu mesmo te pergunto e eu mesmo te respondo: Hillé, paixão é a grossa artéria jorrando volúpia e ilusão, é a boca que pronuncia o mundo, púrpura sobre a tua camada de emoções, escarlate sobre a tua vida, paixão é esse aberto do teu peito, e também seu deserto. E sombra, Hillé, é nosso passo, nossa desesperançada subida.”
Hilda Hilst, A Obscena Senhora D
“Há uns veios fundos e gemidos com o som do UMM? Ehud, sabes como é a palavra Intelecto em russo? É UMM. O M prolongado UMMMMMMMM. a carne é que deveria ter o som do UMM, é assim no teu peito, Senhor, o sentir da carne?”
Hilda Hilst, A Obscena Senhora D
“(...) Ninguém está bem, estamos todos morrendo.
Antes havia ilusões, não havia? Morávamos nas ilusões.
Ehud e se eu costurasse máscaras de seda, ajustadas, elegantes, por exemplo, se eu estivesse serena sairia com a máscara da serenidade, leve, pequenas pinceladas, um meio sorriso, todos os que estivessem serenos usariam a mesma máscara, máscaras de ódio, de não possibilidade, máscara de luto, máscaras do não pacto, não seria preciso perguntar vai bem como vai etc., tudo estaria na cara.”
Hilda Hilst, A Obscena Senhora D
“o que você ouviu: um susto que adquiriu compreensão. isso era Hillé.”
Hilda Hilst, A Obscena Senhora D
“que o homem tenha um cérebro sim, mas que nunca alcance, que sinta amor sim mas nunca fique pleno, que intua sim meu existir mas que jamais conheça a raiz do meu mais ínfimo gesto, que sinta paroxismo de ódio e de pavor a tal ponto que se consuma e assim me liberte, que aos poucos deseje nunca mais procriar e coma o cu do outro, que rasteje faminto de todos os sentidos, que apodreça, homem, que apodreças, e decomposto, corpo vivo de vermes, depois urna de cinza, que os teus pares te esqueçam, que eu me esqueça e focinhe a eternidade à procura de uma melhor ideia, de uma nova desengonçada geometria, mais êxtase para a minha plenitude de matéria, licores e ostras”
Hilda Hilst, A Obscena Senhora D
“- não estou bem, Ehud
- ninguém está bem, estamos todos”
Hilda Hilst, A Obscena Senhora D
“trata de comprender, Hillé, ahora que estoy muriendo
¿comprender qué, Ehud?
nombra las ilusiones, apártate del vértigo
¿eh?
locura es el nombre de tu búsqueda. estragamiento.
escisión.
derelicción.
también señora D, también. cuando yo no esté más, ¿escuchaste? cuando yo no esté más evita el silencio, la sombra, busca el gesto, la caricia, otro, busca otro, y que él conozca tu cuerpo como yo lo conocí, si fuera inhábil y tímido, enséñale, busca tu salvación, empuja el espíritu hacia un largo viaje, aparta el espíritu”
Hilda Hilst, A Obscena Senhora D
“¿me quieres?
claro
pregunto si me amas, Hillé
preguntas preguntas, como si eso de amar fuera simple, como si el pecho supiera de ese adorno, ¿cómo puedo saber si el alma no comprende?
el alma siente
la que siente es la carne”
Hilda Hilst, A Obscena Senhora D
“mientras ella moría, el hombre fornicaba
¿con quién?
con la sirvienta que la cuidaba. ruidos de goce y agonía, duetos, scherzos, moderatos, sonidos de cítara y sable
era un loco
no, un hombre
bueno, entonces un hombre loco
no, un hombre, sólo sexo saludable, uno que no se asusta de la sangre, del olor, que ve la vida y la muerte todo natural, naa tuu raal, todo es muy natural, morir oh morir es parte de la vida, nenita, qué boludez, oooooooohhhhhhhhh”
Hilda Hilst, A Obscena Senhora D
“Sabés, Hillé, vos tenes un olor diferente del mío, tenés olor a leche. Imaginate. Sí tenés. Olete. Papá tiene lindo olor, mamá también. Ellos usan perfume. ¿Por qué? ¿No es bueno que la gente huela a gente? No sé. ¿Por qué se viste la gente? ¿Es feo estar desnudo? Ellos dicen que sí. ¿Por qué? Mirá la oruga, está desnuda, pobre. Ehud, oíme: ¿vos ya viste a Dios? Yo no, Dios me libre. ¿Por qué? Ah, qué sé yo, ni idea. Ehud, oíme: ¿vos también te vas a morir? Yo no. ¿Cómo sabés? Sólo los viejos se mueren. Y vos también vas a ser viejo. Yo no.”
Hilda Hilst, A Obscena Senhora D
“Antes había ilusiones ¿no? Vivíamos de ilusiones. Ehud, y si yo cosiera máscaras de seda, ajustadas, elegantes, por ejemplo si estuviera serena saldría con la máscara de la serenidad, leve, pequeñas pinceladas, una semisonrisa, todos los que estuvieran serenos usarían la misma máscara, máscaras de odio, de no disponibilidad, máscaras de luto, máscaras de no pacto, no sería necesario preguntar estás bien cómo te va etc., todo estaría en la cara”
Hilda Hilst, A Obscena Senhora D
“¿Quién nombra el mundo para mi? Estar aquí, en el existir de la Tierra, nacer, descifrarse, aprender el adecuado lenguaje de los otros, estar bien no estoy bien, Ehud nadie está bien, todos estamos muriendo”
Hilda Hilst, A Obscena Senhora D
“quem foi Hillé se nunca foi um nome?”
Hilda Hilst, A Obscena Senhora D
“Ter sido. E não poder esquecer. Ter sido. E não mais lembrar. Ser. E perder-se. Repeti gestos palavras passos. Cruzei com tantos rostos, alguns toquei, que sentimentos eram Hillé quando cruzava tocava aqueles rostos?”
Hilda Hilst, A Obscena Senhora D
“tu tens vinte agora, eu vinte e cinco, pensa tudo isso não vai voltar, não terás mais vinte nem eu vinte e cinco, teremos cinquenta cinquenta e cinco, e vais ficar triste de teres perdido o tempo com perguntas, pensa como
serás aos sessenta.”
Hilda Hilst, A Obscena Senhora D
“sim, hillé, é isso, um montículo de palha e terra, minúcias, salada de acelga, é bem isso, e o que foi a vida? uma aventura obscena, de tão lúcida.”
Hilda Hilst, A Obscena Senhora D