Incidente em Antares Quotes

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Incidente em Antares Incidente em Antares by Erico Verissimo
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“Eu me sentia como um personagem que tinha entrado por engano numa peça, a cujo elenco não pertencia. Eu me movia num palco estranho, sem ter ideia do meu papel, e tudo ao meu redor parecia impreciso, absurdo e relativo…”
Erico Veríssimo , Incidente em Antares
“Os esnobadores de Erico não resistiriam a cinco minutos de verdades gritadas pelos mortos naquela praça de Antares.”
Erico Verissimo, Incidente em Antares
“Romantismo e naturalismo foram e são as duas grandes constantes na história da literatura brasileira. São — e sua síntese sobretudo — os estilos-mentalidades em que é possível dizer o que o brasileiro sente e pensa sobre si mesmo. É com isso que o leitor brasileiro é capaz de se identificar. É para esse brasileiro que Erico Verissimo escreve, e é este o segredo do seu sucesso.”
Erico Verissimo, Incidente em Antares
“Acho que no Brasil devemos ser pessimistas a prazo curto e otimistas a prazo longo.”
Erico Verissimo, Incidente em Antares
“Gosto da vida. É um desafio permanente. Se ela é absurda, sem sentido, então procuremos dar-lhe um sentido. Eu acho que a senha é Amor.”
Erico Verissimo, Incidente em Antares
“Comunista é o pseudônimo que os conservadores, os conformistas e os saudosistas do fascismo inventaram para designar simplisticamente todo o sujeito que clama e luta por justiça social”
Erico Verissimo, Incidente em Antares
“Nossos políticos profissionais, gente pela qual não tenho a menor simpatia, costumam apelar periodicamente ao Exército a fim de tomarem o poder. Os militares os ajudam e depois se encolhem. É possível que desta vez o dragão resolva ficar no poder e devorar não só as esquerdas como os próprios políticos profissionais do centro. As carnes destes na minha opinião estão podres... mas o dragão deve ter um estômago de aço...”
Erico Verissimo, Incidente em Antares
“Que tal Brasília? — Uma bosta. Não sei por que escolheram aquele lugar pra essa tal de Novacap. Decerto muita gente andou ganhando dinheiro por baixo do poncho na transação. Não vi nada que justificasse a escolha. Naquelas paragens só existem arbustos minguados, nenhuma árvore de mérito. Terra porosa. É como se Brasília tivesse sido construída em cima dum cupim. E sabem duma coisa? Naquele deserto nem passarinho tem!”
Erico Verissimo, Incidente em Antares
“Todos morrem. Os ricos e os pobres, os inteligentes e os estúpidos.”
Erico Verissimo, Incidente em Antares
“Parece que é assim que o Brasil inteiro está reagindo. Somos todos uns sentimentais, Tibé. Um povo como o nosso adora as meias soluções, as compressas d’água quente. Nada é sério mesmo neste país.”
Erico Verissimo, Incidente em Antares
“Frio, solerte, sabia jogar com dois fatores importantes na vida: o tempo e as fraquezas humanas.”
Erico Verissimo, Incidente em Antares
“Comunista é o pseudônimo que os conservadores, os conformistas e os saudosismos do fascismo inventaram pra designar simplisticamente todo sujeito que clama e luta por justiça social”
Erico Verissimo, Incidente em Antares
“Os livros escolares, cujo objetivo é ensinar-nos a história da nossa terra e do nosso povo, são em geral escritos num espírito maniqueísta, seguindo as clássicas antíteses - os bons e os maus, os heróis e os covardes, os Santos e os bandidos.

via de regra, não se empregam nesses compêndios as cores intermediárias, pois os seus autores parecem desconhecer a virtude dos matizes e o truísmo de que a História não pode ser escrita em preto e branco”
Erico Verissimo, Incidente em Antares
“E a pantera açaimada fica no seu canto, encolhida mas viva, alerta, esperando a hora da libertação. Se um dia alguém lhe tirar o açaimo ou ela própria arrancá-lo num momento de revolta… que poderá acontecer? Decerto saltará faminta sobre a vida, sairá correndo livre… e o juíz morrerá de susto e vergonha.

Mas não! Os dois filhos do casal mantêm nas mãozinhas a corrente que prende a pantera. E, haja o que houver, ela continuará enrodilhada no seu borralho. Que lástima! Não me conformo com a ideia de que esse magnífico espécime humano tenha de passar o resto da vida fazendo o papel de gata doméstica. Não há justiça na Terra.”
Erico Verissimo, Incidente em Antares
“E a pantera açaimada fica no seu canto, acolhida mas viva, alerta, esperando a hora da libertação. Se um dia alguém lhe tirar o açaimo ou ela própria arrancá-lo num momento de revolta… que poderá acontecer? Decerto saltará faminta sobre a vida, sairá correndo livre… e o juíz morrerá de susto e vergonha.

Mas não! Os dois filhos do casal mantêm nas mãozinhas a corrente que prende a pantera. E, haja o que houver, ela continuará afrodisíaca no seu borralho. Que lástima! Não me conformo com a ideia de que esse magnífico espécime humano tenha de passar o resto da vida fazendo o papel de gata doméstica. Não há justiça na Terra.”
Erico Verissimo, Incidente em Antares
“A progressão social repousa essencialmente sobre a morte. Os vivos são sempre e cada vez mais governados pelos mortos.”
Erico Verissimo, Incidente em Antares
“Tudo aquilo lhe era indiferente. É que muito do que nele parecia pura apatia era um pouco ceticismo e um certo horror à teatralidade.”
Erico Verissimo, Incidente em Antares
“- Pois é. (,,,) Somos todos uns sentimentais, Tibé. Um povo como o nosso adora as meias soluções, as compressas d'água quente. Nada é sério mesmo, neste país. Quando alguém (...) adota uma solução final, irremediável, todos perdem a cabeça.”
Érico Veríssimo, Incidente em Antares
“- Bom, espero que o mundo tenha aprendido a lição...
- (...) Não aprendeu. A gente esquece com facilidade. As gerações se sucedem. Cada governo escreve a História de acordo com as suas conveniências. E eu acho, meu caro, que cada um de nós tem nas suas mais remotas cavernas interiores um troglodita adormecido que, submetido a um certo tipo de estímulo, vem rapidamente à tona de nosso ser e se transforma num déspota totalitário capaz de todas as bestialidades. E nunca faltará um falso humanista para inventar uma teoria filosófica com o objetivo de coonestar todas as monstruosidades cometidas pelo ''homem das cavernas''.
- Não sou assim tão pessimista.”
Érico Veríssimo, Incidente em Antares
“- E que mal há nisso, num país em processo de desenvolvimento como o nosso? O Brasil precisa mais de cientistas e técnicos do que de helenistas, latinistas e estetas...
- De acordo, até certo ponto... Mas deixa também um lugarzinho na tua Sociedade Nova para os humanistas. A Filosofia não é tão inútil como parece. E o homem necessita de música, de poesia e - que diabo! - precisa também aprender a usar bem o lazer que um dia a ciência, ajudada pela técnica, lhe há de proporcionar. Em suma, a técnica nos fornece os meios. O humanismo nos orienta quanto aos fins. E não concebo humanismo sem ciência.”
Érico Veríssimo, Incidente em Antares
“(...)- Sou otimista com relação ao homem. Não penso em Hitler sem me lembrar também de Mozart. Acho que o homem é um animal agressivo, não há dúvida, mas a diferença entre ele e o lobo é que a criatura humana pensa, é ao mesmo tempo sujeito e objeto, tem a capacidade de ver o seu lado negativo e deplorá-lo. Não ignora que tem um futuro. Tem também a consciência de sua finitude. É - salvo as aberrações - capaz de compaixão, de contrição e de amor. E a crise do mundo moderno não será principalmente a falta de amor?”
Érico Veríssimo, Incidente em Antares
“Ora, acontece que a maioria de nossa população é acomodatícia, preguiçosa e vai se deixando levar.”
Érico Veríssimo, Incidente em Antares
“Neste romance as personagens e localidades imaginárias aparecem disfarçadas sob nomes fictícios, ao passo que as pessoas e os lugares que na realidade existem ou existiram são designados pelos seus nomes verdadeiros.”
Erico Verissimo, Incidente em Antares