Cemitério de Pianos Quotes
Cemitério de Pianos
by
José Luís Peixoto2,678 ratings, 3.92 average rating, 215 reviews
Cemitério de Pianos Quotes
Showing 1-14 of 14
“O tempo faz com que deixe de haver diferenças entre a verdade e a mentira. Aquilo que aconteceu mistura-se com aquilo que eu quero que tenha acontecido e com aquilo que me contaram que aconteceu. A minha memória não é minha. A minha memória sou eu distorcido pelo tempo e misturado comigo próprio: com o meu medo, com a minha culpa, com o meu arrependimento.”
― Cemitério de Pianos
― Cemitério de Pianos
“reflectido nas pedras do passeio. Lisboa é a nitidez através do ar. Lisboa é a cor manchada dos muros. Lisboa é o musgo novo a nascer sobre o musgo seco. Lisboa é o desenho de fendas, como relâmpagos, a escorrerem pela superfície dos muros. Lisboa é a imperfeição criteriosa. Lisboa é o céu reflectido”
― Cemitério de Pianos
― Cemitério de Pianos
“É possível avançar por ruas durante toda a vida, perder as forças nas pernas, cair de joelhos e morrer, transformar-se lentamente, com a chuva, com os anos, no empedrado da calçada, diluir-se entre as pedras, como pó, como água, desaparecer.”
― Cemitério de Pianos
― Cemitério de Pianos
“Ma, quando andavo ad allenarmi, passavo per le strade correndo e nessuno poteva immaginare il mondo di parole che portavo con me. Correre è stare assolutamente soli. Lo so da sempre: nella solitudine mi è impossibile sfuggire a me stesso. Subito dopo i primi passi intorno a me si innalzano mura nere. inoffensivo, il mondo si allontana. Mentre corro, rimango fermo dentro di me, e aspetto. Sono finalmente alla mia mercé. All'inizio, avevo tredici anni e correvo perché avevo trovato il silenzio di una pace che ritenevo non appartenermi. Non sapevo ancora che era soltanto il riflesso della mia stessa pace. poi, quando la vita si complicò, era troppo tardi per riuscire a fermarsi. Correre faceva parte di me come il mio nome. Fu allora che imparai a correre contro le parole dentro di me, nello stesso modo in cui imparai a correre contro il vento.”
― Cemitério de Pianos
― Cemitério de Pianos
“Știam să-i găsesc buzele și știam să i le sărut. Capetele noastre fugeau unul de celălalt: se căutau. Gurile noastre se sfâșiau una pe alta. Mâinile mele se închideau cu toată forța în palmele ei. Buzele mele alunecau încet pe gâtul ei, deși ce îmi doream de fapt, era să îmi înfig dinții în pielea aceea.”
― Cemitério de Pianos
― Cemitério de Pianos
“A música é que tem as palvras. Quando eu toco um piano, ouvem-se as palavras que estão dentro do piano.”
― Cemitério de Pianos
― Cemitério de Pianos
“Il suono del vento mi attraversa le orecchie come il ruggito dell'universo. Forse è come il rumore che si fa quando si passa dentro al tempo, quando lo si attraversa con tutto il corpo: le braccia e le gambe che attraversano il tempo, il petto che attraversa il tempo e il viso che si porta dentro tutta l'eternità.”
― Cemitério de Pianos
― Cemitério de Pianos
“Não sei do que falámos. O sol entrava pela janela e traçava uma torrente certa de luz que atravessava o ar, que iluminava pó a agitar-se e que se fixava de encontro aos mosaicos. A minha mulher, a temperar a salada, a procurar guardanapos, a correr com o prato de plástico do Simão, atravessava essa torrente de luz, desorientava o movimento do pó e sorria.”
― Cemitério de Pianos
― Cemitério de Pianos
“Corremos pelo passeio de mãos dadas. A minha mão a envolver a mão fina dela: a força dos seus dedos dentro dos meus. Na noite, os nossos corpos a correrem lado a lado. Quando parámos: as nossas respirações, os nossos rostos admirados um com o outro: olhámo-nos como se nos estivéssemos a ver para sempre. Quando os meus lábios se aproximaram devagar dos lábios dela e nos beijámos, havia reflexos de brilho, como pó lançado ao ar, a caírem pela noite que nos cobria.”
― Cemitério de Pianos
― Cemitério de Pianos
“Brațele mele se salvau cuprinzând-o pe ea. Mâinile mele căutau pace pe suprafața netedă a spatelui ei. Buzele noastre știau cum să se găsească. Gurile noastre construiau forme, atâtea detalii, forme pe care nimeni, în toată istoria lumii, nu a reușit să și le imagineze, forme imposibil de imaginat de către oamenii vii cu gânduri omenești obișnuite, forme irepetabil de concrete. Buzele noastre. Limbile noastre simțeau gustul gurilor noastre: saliva caldă, sângele cald. Iar buzele mele se revărsau. Buzele mele se întindeau și acopereau pielea de pe chipul ei. Îi țineam capul, degete prin păr, iar buzele mele se amestecau cu pielea de pe chipul ei.”
― Cemitério de Pianos
― Cemitério de Pianos
“Am alergat pe stradă ținându-ne de mână. Mâna mea învăluind mâna ei subțire: forța degetelor ei într-ale mele. Prin noapte, corpurile noastre alergând alăturate. Când ne-am oprit, respirațiile noastre, chipurile noastre privindu-se mirate, ne-am privit de parcă ne-am fi văzut pentru totdeauna. Când buzele mele s-au apropiat încet de buzele ei și ne-am sărutat, ca o pulbere aruncată în aer cădeau reflexe de strălucire prin noaptea care ne acoperea.”
― Cemitério de Pianos
― Cemitério de Pianos
“Segurava o peso imenso da minha cabeça: mundo: tapava os olhos com as mãos para sofrer dentro da escuridão, dentro de um silêncio que fingia.”
― Cemitério de Pianos
― Cemitério de Pianos
“Come stiamo correndo per le strade di Stoccolma, così corriamo dentro noi stessi. Arrivati alla meta, la distanza e il peso di questa maratona interiore saranno importanti come i chilometri di queste strade e come il calore di questo sole. mentre alzo il piede per fare un passo, l'altro piede si appoggia a terra. Se il mondo si fermasse nel momento in cui, andando avanti, ho un piede sollevato e l'altro poggiato a terra, quel piede solido che mi sostiene potrebbe mettere radici. E quelle radici potrebbero penetrare negli interstizi del terreno tra una pietra e l'altra. Ma io non lascio che il mondo si fermi. Dopo un passo, un altro, e un altro ancora.”
― Cemitério de Pianos
― Cemitério de Pianos
“tureen”
― Cemitério de Pianos
― Cemitério de Pianos
