A Confissão de Lúcio Quotes
A Confissão de Lúcio
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A Confissão de Lúcio Quotes
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“-Ouve esta música? É a expressão da minha vida: uma partitura admirável, estragada por um horrível, por um infame executante...”
― A Confissão de Lúcio
― A Confissão de Lúcio
“Desde criança que, pensando em certas situações possíveis numa existência, eu, antecipadamente, me vejo ou não vejo nelas. Por exemplo: uma coisa onde nunca me vi foi na vida - e diga-me se na realidade nos encontramos nela?”
― A Confissão de Lúcio
― A Confissão de Lúcio
“I was a mass of doubts now. I believed in nothing, not even in my own obsession. I walked through the ruins of life, even fearing, in my more lucid moments, that I might go mad.”
― A Confissão de Lúcio
― A Confissão de Lúcio
“Esquecer é não ter sido.”
― A Confissão de Lúcio
― A Confissão de Lúcio
“Porque, no fundo, eu amo muito a vida. Sou todo de incoerências. Vivo desolado, abatido, parado de energia, e admiro a vida, entanto como nunca ninguém a admirou!”
― A Confissão de Lúcio
― A Confissão de Lúcio
“Porque, no fundo, eu amo muito a vida. Sou todo de incoerências. Vivo desolado, abatido, parado de energia, e admiro a vida, entanto como
nunca ninguém a admirou!”
― A Confissão de Lúcio
nunca ninguém a admirou!”
― A Confissão de Lúcio
“Por exemplo o
horror dos arcos — de alguns arcos triunfais e, sobretudo, de alguns velhos
arcos de ruas. Não propriamente dos arcos — antes do espaço aéreo que eles
enquadram. E lembro-me de haver experimentado uma sensação misteriosa
de pavor, ao descobrir no fim de uma rua solitária de não sei que capital um
pequeno arco ou, melhor, uma porta aberta sobre o infinito Digo bem —
sobre o infinito. Com efeito a rua subia e para lá do monumento começava,
sem dúvida, a descer De modo que, de longe, só se via horizonte através desse
arco.”
― A Confissão de Lúcio
horror dos arcos — de alguns arcos triunfais e, sobretudo, de alguns velhos
arcos de ruas. Não propriamente dos arcos — antes do espaço aéreo que eles
enquadram. E lembro-me de haver experimentado uma sensação misteriosa
de pavor, ao descobrir no fim de uma rua solitária de não sei que capital um
pequeno arco ou, melhor, uma porta aberta sobre o infinito Digo bem —
sobre o infinito. Com efeito a rua subia e para lá do monumento começava,
sem dúvida, a descer De modo que, de longe, só se via horizonte através desse
arco.”
― A Confissão de Lúcio
“Dentro da vida prática também nunca me figurei. Até hoje, aos vinte e sete
anos, não consegui ainda ganhar dinheiro pelo meu trabalho. Felizmente não
preciso… E nem mesmo cheguei a entrar nunca na vida, na simples Vida com
V grande — na vida social, se prefere. É curioso: sou um isolado que conhece
meio mundo, um desclassificado que não tem uma dúvida, uma nódoa — que
todos consideram, e que entretanto em parte alguma é admitido… Está certo.
Com efeito, nunca me vi "admitido” em parte alguma. Nos próprios meios
onde me tenho embrenhado, não sei por que senti me sempre um estranho…”
― A Confissão de Lúcio
anos, não consegui ainda ganhar dinheiro pelo meu trabalho. Felizmente não
preciso… E nem mesmo cheguei a entrar nunca na vida, na simples Vida com
V grande — na vida social, se prefere. É curioso: sou um isolado que conhece
meio mundo, um desclassificado que não tem uma dúvida, uma nódoa — que
todos consideram, e que entretanto em parte alguma é admitido… Está certo.
Com efeito, nunca me vi "admitido” em parte alguma. Nos próprios meios
onde me tenho embrenhado, não sei por que senti me sempre um estranho…”
― A Confissão de Lúcio
“— Ah! meu caro Lúcio, acredite me! Nada me encanta já; tudo me
aborrece, me nauseia. Os meus próprios raros entusiasmos, se me lembro
deles, logo se me esvaem — pois, ao medi-los, encontro os tão mesquinhos,
tão de pacotilha… Quer saber? Outrora, à noite, no meu leito, antes de
dormir, eu punha-me a divagar. E era feliz por momentos, entressonhando a
glória, o amor, os êxtases… Mas hoje já não sei com que sonhos me
robustecer. Acastelei os maiores… eles próprios me fartaram: são sempre os
mesmos — e é impossível achar outros… Depois, não me saciam apenas as
coisas que possuo — aborrecem-me também as que não tenho, porque, na
vida como nos sonhos, são sempre as mesmas. De resto, se às vezes posso
sofrer por não possuir certas coisas que ainda não conheço inteiramente, a
verdade é que, descendo-me melhor, logo averiguo isto: Meu Deus, se as
tivera, ainda maior seria a minha dor, o meu tédio. De forma que gastar tempo
é hoje o único fim da minha existência deserta. Se viajo, se escrevo — se vivo,
numa palavra, creia-me: é só para consumir instantes. Mas dentro em pouco
— já o pressinto — isto mesmo me saciará. E que fazer então? Não sei… não
sei… Ah! que amargura infinita…”
― A Confissão de Lúcio
aborrece, me nauseia. Os meus próprios raros entusiasmos, se me lembro
deles, logo se me esvaem — pois, ao medi-los, encontro os tão mesquinhos,
tão de pacotilha… Quer saber? Outrora, à noite, no meu leito, antes de
dormir, eu punha-me a divagar. E era feliz por momentos, entressonhando a
glória, o amor, os êxtases… Mas hoje já não sei com que sonhos me
robustecer. Acastelei os maiores… eles próprios me fartaram: são sempre os
mesmos — e é impossível achar outros… Depois, não me saciam apenas as
coisas que possuo — aborrecem-me também as que não tenho, porque, na
vida como nos sonhos, são sempre as mesmas. De resto, se às vezes posso
sofrer por não possuir certas coisas que ainda não conheço inteiramente, a
verdade é que, descendo-me melhor, logo averiguo isto: Meu Deus, se as
tivera, ainda maior seria a minha dor, o meu tédio. De forma que gastar tempo
é hoje o único fim da minha existência deserta. Se viajo, se escrevo — se vivo,
numa palavra, creia-me: é só para consumir instantes. Mas dentro em pouco
— já o pressinto — isto mesmo me saciará. E que fazer então? Não sei… não
sei… Ah! que amargura infinita…”
― A Confissão de Lúcio
