Novas Cartas Portuguesas Quotes

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Novas Cartas Portuguesas Novas Cartas Portuguesas by Maria Isabel Barreno
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“Mas o que pode a literatura? Ou antes: o que podem as palavras?”
Maria Isabel Barreno; Maria Teresa Horta; Maria Velho Da Costa, Novas Cartas Portuguesas
“Uma das tarefas dos patrões é a de castigar os empregados e a tarefa dos empregados é a de trabalhar para os patrões a fim de estes ficarem mais ricos e mais patrões. Talvez eu um dia case com um patrão.”
Maria Isabel Barreno, Novas Cartas Portuguesas
“Que interessa aos outros esta ânsia de mundo, esta voragem de terra, esta minha vontade beber o mar (bebê-lo, Madre, pelo fundo), esta vontade enlouquecida, esquecida, de tocar todas as as coisas que erram a fim de as empunhar. De manso morro, Madre, se não afirmo as minhas ânsias, não as confirmo nem as vingo. Ocultas as tenho, mas as tenho, vos confio que as tenho e ocultas as deixo, rasgadas, todavia sempre inteiras no grito a lacerar o travesseiro que mordo assim como os braços.”
Maria Isabel Barreno, Novas Cartas Portuguesas
“De sede fátima devoras a firmeza
e tão fecunda ou dor
tornaste a tua fala
que és teu próprio alimento e teu sustento
na solidão imensa em que
resvalas”
Maria Isabel Barreno, Novas Cartas Portuguesas
“Digo:
E virá quem, apesar de tudo, acuse de reacionária a luta que se irá travar no longo do caminho, extenuante, que terá a mulher portuguesa de percorrer sozinha com suas parcas armas. E virá quem agrida e de todos os lados surgirão gumes e farpas e nas nossas costas cairão nomes como pedras; mas putas ou lésbicas, tanto se nos faz que nos nomeiem, desde que se lute e não se perca.”
Maria Isabel Barreno; Maria Teresa Horta; Maria Velho Da Costa, Novas Cartas Portuguesas
“Ó meu Portugal de machos a enganar impotência, cobridores, garanhões, tão maus amantes, tão apressados na cama, só atentos a mostrar picha.

Mais duras, mais cruéis, mais rigorosas. - De lésbicas por isso nos chamarão: tendo de nós de mulher deles apenas o corpo, não a vontade, o desgosto. Que de homens precisamos mas não destes.”
Maria Isabel Barreno; Maria Teresa Horta; Maria Velho Da Costa, Novas Cartas Portuguesas
“Lhes daremos filhos, sim, mas em gosto gerados e paridos nossos; porém jamais nossas afirmações ou obras: pontes recusamos que o sejam de nossas vontades ou distúrbios.
Me afasto - repito - de tudo o que exige, me prende, ou simplesmente mesmo me pretende a atenção, o riso, a disponibildade. Como disponível de mim ou de mim livre?”
Maria Isabel Barreno; Maria Teresa Horta; Maria Velho Da Costa, Novas Cartas Portuguesas
“Desde o princípio tiveram os homens de se julgar semideuses caídos de sua graça por obra da mulher, e logo depois tiveram que se inventar redimidos através do ventre da nova mãe, essa santa, essa capaz de conhecer Deus no seu ventre e de no seu ventre incarnar o deus salvador, depois chamado o filho do homem - que ironia rebuscada - na sua vida e nos seus actos exemplares”
Maria Isabel Barreno, Novas Cartas Portuguesas
“-Dorme sossegada
minha água lisa
face onde me estou.”
Maria Isabel Barreno, Novas Cartas Portuguesas