ميتتان لرجل واحد Quotes

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ميتتان لرجل واحد ميتتان لرجل واحد by Jorge Amado
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ميتتان لرجل واحد Quotes Showing 1-17 of 17
“حين يموت الإنسان يحظى آليا باحترام الناس،مهما كانت الحماقات التي ارتكبها في حياته، فالموت يمحو بيد الغياب شوائب الماضي، فتشرق ذكرى الراحل العزيز منزهة عن الخطأ كإشراقة الماس”
Jorge Amado, The Two Deaths of Quincas Wateryell
“سأدفن كما أشتهي في الساعة التي أشتهي يمكنكم ان تحفظوا تابوتكم إذن لميتة جديدة وميت جديد أما أنا فلن أترك أحدا يحبسني في قبر ارضيّ ذليل”
Jorge Amado, The Two Deaths of Quincas Wateryell
“Há quantos anos não tocava em água? Desde aquele dia em que passou a ser chamado Berro D'água.
Não que seja fato memorável ou excitante história. Mas vale a pena contar o caso pois foi a partir desse distante dia que a alcunha de berro d'água incorporou-se definitivamente ao nome de Quincas. Entrara ele na venda de Lopez, simpático espanhol, na parte externa do Mercado. Freguês habitual, conquistara o direito de servir-se sem auxílio do empregado. Sobre o balcão viu uma garrafa, transbordando de límpida cachaça, transparente, perfeita. Encheu um copo, cuspiu para limpar a boca, virou-o de uma vez. E um berro inumano cortou a placidez da manhã no Mercado, abalando o próprio Elevador Lacerda em seus profundos alicerces. O grito de um animal ferido de morte, de um homem traído e desgraçado:
— Águuuuua!
Imundo, asqueroso espanhol de má fama! Corria gente de todos os lados, alguém estava sendo com certeza assassinado, os fregueses da venda riam às gargalhadas. O berro d'água de Quincas logo se espalhou como anedota, do Mercado ao Pelourinho, do largo das Sete Portas ao Dique, da Calçada a Itapoã. Quincas Berro D'água ficou ele sendo desde então, e Quitéria do Olho Arregalado, nos momentos de maior ternura, dizia-lhe Berrito por entre os dentes mordedores.”
Jorge Amado, ميتتان لرجل واحد
“Quando se encontrava, convidado de honra, na popa de um saveiro, ante uma peixada sensacional, as panelas de barro lançando olorosa fumaça, a garrafa de cachaça passando de mão em mão, havia sempre um instante, quando os violões começavam a ser ponteados, em que seus instintos marítimos despertavam. Punha-se de pé, o corpo gingando, dava-lhe a cachaça aquele vacilante equilíbrio dos homens do mar, declarava sua condição de velho marinheiro. Velho marinheiro sem barco e sem mar, desmoralizado em terra, mas não por culpa sua. Porque para o mar nascera, para içar velas e dominar o leme de saveiros, para domar as ondas em noite de temporal.”
Jorge Amado, The Two Deaths of Quincas Wateryell
“No meio da confusão
Ouviu-se Quincas dizer:
“Me enterro como entender
Na hora que resolver.
Podem guardar seu caixão
Pra melhor ocasião.
Não vou deixar me prender
Em cova rasa no chão.”
E foi impossível saber
O resto de sua oração.”
Jorge Amado, The Two Deaths of Quincas Wateryell
“— Por que pregar susto na gente, Berrito desgraçado? Tu bem sabe que tenho o coração fraco, o médico recomendou que eu não me aborrecesse. Cada ideia tu tem, como posso viver sem tu, homem com parte com o tinhoso? Tou acostumada com tu, com as coisas malucas que tu diz, tua velhice sabida, teu jeito tão sem jeito, teu gosto de bondade. Por que tu me fez isso hoje? — e tomava da cabeça ferida na peleja, beijava-lhe os olhos de malícia.”
Jorge Amado, The Two Deaths of Quincas Wateryell
“Quincas Berro Dágua, divertidíssimo, tentava passar rasteiras no cabo e no negro, estendia a língua para os transeuntes, enfiou a cabeça por uma porta para espiar, malicioso, um casal de namorados, pretendia, a cada passo, estirar-se na rua.”
Jorge Amado, The Two Deaths of Quincas Wateryell
“Pelo jeito, aquela ia ser noite memorável, inesquecível. Quincas Berro Dágua estava num dos seus melhores dias.”
Jorge Amado, The Two Deaths of Quincas Wateryell
“Agora estavam ali em silêncio, de um lado a família de Joaquim Soares da Cunha, filha, genro e irmãos, de outro lado os amigos de Quincas Berro Dágua.”
Jorge Amado, The Two Deaths of Quincas Wateryell
“A morte de Quincas aumentava, onde ia chegando, a consumação de cachaça.”
Jorge Amado, The Two Deaths of Quincas Wateryell
“De novo regressou à infância, era ainda ali que encontrava mais precisa a figura de Joaquim. Por exemplo, quando ela, menina de cinco anos, de cabelos cacheados e choro fácil, tivera aquele febrão alarmante. Joaquim não abandonara o quarto, sentado junto ao leito da pequena enferma, a tomar-lhe as mãos, a dar-lhe os remédios. Era um bom pai e um bom esposo. Com essa última lembrança, Vanda sentiu-se suficientemente comovida e — houvesse mais pessoas no velório — capaz de chorar um pouco, como é a obrigação de uma boa filha.”
Jorge Amado, The Two Deaths of Quincas Wateryell
“Pena que ele estivesse morto e não pudesse ver-se ao espelho, não pudesse constatar a vitória da filha, da digna família ultrajada.”
Jorge Amado, The Two Deaths of Quincas Wateryell
“Me disse que queria ser livre como um passarinho. A verdade é que ele tinha graça.”
Jorge Amado, The Two Deaths of Quincas Wateryell
“Vanda ficou só com o cadáver. Quincas Berro Dágua sorria e o dedo grande do pé direito parecia crescer no buraco da meia.”
Jorge Amado, The Two Deaths of Quincas Wateryell
“Quando um homem morre, ele se reintegra em sua respeitabilidade a mais autêntica, mesmo tendo cometido loucuras em sua vida. A morte apaga, com sua mão de ausência, as manchas do passado e a memória do morto fulge como diamante.”
Jorge Amado, The Two Deaths of Quincas Wateryell
“Assim é o mundo, povoado de céticos e negativistas, amarrados, como bois na canga, à ordem e à lei, aos procedimentos habituais, ao papel selado.”
Jorge Amado, The Two Deaths of Quincas Wateryell
“A morte apaga, com sua mão de ausência, as manchas do passado e a memória do morto fulge como diamante”
Jorge Amado, A morte de Quicas Berro D'agua / A descoberta da America pelos Turcos