All Souls Quotes

Rate this book
Clear rating
All Souls All Souls by Javier Marías
4,836 ratings, 3.65 average rating, 560 reviews
Open Preview
All Souls Quotes Showing 1-24 of 24
“I've been slowly wearing away at my ignorance and, as I said, I've always kept on learning. But that ignorance is still so vast that even today, at seventy, learning this quiet life, I still cherish the hope of being able to embrace everything and experience everything, the unknown and the known, yes, even those things I've known before. There's an intense longing for the known as there is for the unknown because one just can't accept that certain things won't repeat themselves.”
Javier Marías, All Souls
“Everything that happens to us, everything that we say or hear, everything that we see with our own eyes or we articulate with our tongue, everything that enters through our ears, everything we are witness to (and for which we are therefore partially responsible) must find a recipient outside ourselves and we choose that recipient according to what happens, or what we are told or even according to what we ourselves say. Each thing must be told to someone—though not necessarily to the same person—and each thing will undergo a selection process, the way someone out shopping might scrutinize, set aside, and assess presents for the season to come. Everything must be told at least once, although...it must be told when the time is right, or, which comes to the same thing, at the right moment, and sometimes, if you fail to recognize that right moment or deliberately let it pass, there will never again be another.”
Javier Marías, All Souls
“الموت لا ينتزع فقط منا حياتنا ، إنماأيضاً حياة الآخرين”
Javier Marías, All Souls
“أنت أبله إلى درجة أنك تؤمن حتى بإمكانية عدم إصابتك بالبله”
Javier Marías, All Souls
“em cima de uma cama, o único lugar onde os homens se mostram dispostos a relembrar em voz alta as coisas remotas.”
Javier Marías, All Souls
“She came here as a student and ended up teaching here. That doesn’t usually happen. Most of our students manage to get jobs where the real money is, in finance or management, even if the only thing they know about is Góngora and Cervantes. That’s the advantage of studying here, it’s assumed that after enduring our teaching methods and our continual hounding of them, which admittedly lessens with the years, they’re fitted for any task, even if all they can do is scan sonnets and stammer out a few incoherent remarks about Calderón or Montaigne in an oral exam. Only the most ill-equipped for life in the world, like myself, come creeping back wearing these silly gowns.”
Javier Marías, All Souls
“Nuestra misión no es durar mucho, no persistir, no permanecer, porque si duramos un poco más de lo debido entonces se acaba la gracia y empiezan los sufrimientos y vienen tragedias. Tragedias imbéciles, tragedias evitables, tragedias buscadas”.”
Javier Marías, All Souls
“La fidelidad (lo que así se llama para referirse a la constancia y exclusividad con que un determinado sexo penetra o es penetrado por otro igualmente determinado, o se abstiene de ser penetrado o penetrar en otros) es producto de la costumbre principalmente…”.”
Javier Marías, All Souls
“Los amores pasados siempre ofenden a los amantes nuevos, por muy muertos que estén aquéllos. Mucho más que las desafecciones, aunque éstas estén muy presentes y vivas y sean un engorro para lo práctico”.”
Javier Marías, All Souls
“pues es durante la infancia cuando más instalado se está en el mundo, o, por decirlo de manera precisamente infantil, cuando el mundo es más mundo, y el tiempo tiene mayor sustancia, y los muertos aún no se han convertido en la mitad de la vida”.”
Javier Marías, All Souls
“it is during childhood that we feel most comfortable in the world, or to put it in a more precisely infantile way, when the world is most worldlike, when time has more substance and the dead are not yet one half of our lives.”
Javier Marías, All Souls
“E eu experimentei o grande consolo (ou terá sido talvez o enorme prazer) de propor o impossível, aquilo que se sabe de antemão que vai ser declinado: pois são justamente a impossibilidade conhecida e a recusa certa - a resposta negativa que apenas faz esperar quem propõe e toma a palavra primeiro - que nos permitem não termos quaisquer reservas e sermos veementes e mostrarmo-nos mais convictos quando expressamos os nossos desejos, do que se corrêssemos o mais pequeno risco de que fossem satisfeitos.”
Javier Marías, All Souls
“Sempre me pareceu um excesso ingenuidade pensar que alguém- porque nos ama, isto é, porque sozinho decidiu amar-nos transitoriamente e depois no-lo anunciou - se vai comportar connosco de um modo diferente daquele que vemos comportar-se com os outros, como se nós não estivéssemos destinados a ser os outros logo após a solitária decisão e o anúncio do outro, como se na realidade não fôssemos sempre também os outros além de nós.”
Javier Marías, All Souls
“Basta con la facultad de la memoria para que alguien siga siendo el mismo en diferentes tiempos y en diferentes espacios”
Javier Marías, All Souls
“A proximidade do fim de uma privação não se opõe à privação ainda presente se esta se dura há muito ou - pouco importa a sua duração real - se chegou a ser sentida como duradoura e acaso ilimitada; quero dizer que não se opõe com força suficiente para se dar por concluído o que está prestes a terminar mas ainda não terminou, e o que prevalece é o temor de que, por azar - a má sorte, a inversão do previsto -, esse presente acumulado e sofrido possa perpetuar-se: não se sente qualquer alívio, mas mais angústia, e do futuro apenas se desconfia.”
Javier Marías, All Souls
“Quando estamos habituados a uma só boca há muito tempo, as outras bocas parecem incongruentes e apresentam dificuldades: os dentes são demasiado grandes ou demasiado pequenos, os lábios são avaros ou excessivamente abundantes, a língua move-se a destempo ou permanece hirta, como se não fosse músculo mas carne e osso; o odor das zonas mais olorosas (virilhas, sexo, axilas) é desconcertante, como o é a intensidade descompensada do abraço, o tato anestésico das peles, o áspero suor das coxas (que se deve talvez aos escrúpulos), os volumes mal acoplados, as cores desconhecidas que modificam a luz do quarto, o tamanho e a humidade do vazio. As mãos não compreendem a medida diferente de uns peitos que talvez transbordem das próprias mãos ou parecem subtrair-se a estas, ou que se endurecem com um mamilo pouco liso, que quase arranha quando se lambe. O corpo novo não é manuseável (nenhum corpo novo é manuseável), e há sempre uma reserva ou uma interrogação em relação à ordem e à força com que se devem beijar as suas diferentes partes, ou apertá-las, ou mordiscá-las, ou examiná-las com os dedos, ou em relação ao efeito que produzirá no outro ficar-se parado a olhar para elas, interromper o contacto e dedicar-se a vê-las com calma.”
Javier Marías, All Souls
“Quando uma pessoa está sozinha, quando uma pessoa vive sozinha e ainda para mais no estrangeiro, repara demasiado no caixote do lixo, porque pode chegar a ser a única coisa com a qual mantém uma relação constante, ou melhor, uma relação de continuidade. Cada saco de plástico preto, novo, brilhante, liso, por estrear, produz o efeito da limpeza absoluta e da infinita possibilidade. Quando o colocamos no caixote, à noite, é já a inauguração ou a promessa do novo dia: tudo pode acontecer. Esse saco, esse caixote, são por vezes as únicas testemunhas do que acontece durante a jornada de um homem sozinho, e é ali que se vão depositando os restos, os rastos desse homem ao longo do dia, a sua metade descartada, o que decidiu não ser nem tomar para si, o negativo do que comeu, do que bebeu, do que fumou, do que utilizou, do que comprou, do que produziu e do que veio até si. No fim do dia, o saco, o caixote, estão cheios e são confusos, mas ele viu-o crescerem, transformarem-se, formarem-se numa amálgama indiscriminada da qual, no entanto, esse homem não apenas conhece a explicação e a ordem, como a própria e indiscriminada amálgama é a ordem e a explicação do homem. O saco e o caixote são a prova de que esse dia existiu e se foi acumulando e foi ligeiramente diferente do dia anterior e do que se lhe seguirá, embora também seja uniforme e o nexo visível entre ambos. É o único registo, a única constância ou prova do transcorrer desse homem, a única obra que esse homem verdadeiramente levou a cabo. São o fio da vida, e também o seu relógio. De cada vez que uma pessoa se aproxima do caixote e atira algo lá para dentro, volta a ver e a ter contacto com as coisas que atirou nas horas prévias, e é isso que lhe dá um sentido de continuidade. (...) Tudo se vai apertando e concentrando, cobrindo e confundindo, convertendo-se assim no traço percetível - material e sólido - do desenho dos dias da vida de um homem. Fechar e dar um nó no saco e deitá-lo fora significa comprimir e encerrar a jornada, que talvez apenas tenha sido pontuada por essas ações, a ação de deitar fora detritos e cascas, a ação de prescindir, a ação de escolher, a ação de discernir o que é inútil. O resultado do discernimento é essa obra que impõe o seu próprio fim: quando o caixote transborda pode dar-se por concluída, e então, mas só então, o seu conteúdo é desperdício.”
Javier Marías, All Souls
“Não me consigo habituar à ideia de que, dependendo de como correrem as coisas, posso acabar por morrer e que, se isso acontecesse (faço figas), a partir de então deixaria de me aperceber do que continuaria a acontecer aos outros. Como se me tirassem das mãos um livro que estou a ler com uma curiosidade infinita. É inconcebível. Mas se fosse apenas isto não seria grave, o problema é que também já não haveria outros livros, a vida é um códice único.”
Javier Marías, All Souls
“Sempre me pareceu um excesso de ingenuidade pensar que alguém - porque nos ama, isto é, porque sozinho decidiu amar-nos transitoriamente e depois no-lo anunciou - se vai comportar connosco de um modo diferente daquele que vemos comportar-se com os outros, como se nós não estivéssemos destinados a ser os outros logo após a solitária decisão e o anúncio do outro, como se na realidade não fôssemos sempre também os outros além de nós.”
Javier Marías, All Souls
“Mesmo que aquele que fala não seja o mesmo que lá esteve. Parece, mas não é o mesmo. Se a mim próprio me chamo eu ou se utilizo um nome que me tem acompanhado desde que nasci e pelo qual alguns me hão-de lembrar ou se conto coisas que coincidem com coisas que outros me atribuíram ou se chamo minha casa à casa que antes e depois foi ocupada por outros, mas que habitei durante dois anos, é só porque prefiro falar na primeira pessoa, não porque acredite que a faculdade da memória é suficiente para continuar a ser o mesmo em diferentes tempos e em diferentes espaços. Aquele que aqui conta o que viu e o que lhe aconteceu não é aquele que o viu e a quem aconteceu, nem o seu prolongamento nem a sua sombra nem o seu herdeiro nem o seu usurpador.”
Javier Marías, All Souls
“Cromer-Blake has always introduced Dayanand, the Indian doctor, as a great friend which, of course, equips him -- indeed is the ideal qualification -- to become the most bitter of enemies.”
Javier Marías, All Souls
“[...] - nimelt et eavesdropping, salaja pealtkuulamine, mitte ainult ei ole mõlemas linnas [Cambridge ja Oxford] laialdaselt harrastatud tegevus, vaid oli, on ja jääb parimaks (ehkki algeliseks) vajalike teadmiste kogumise mooduseks, kui ei taheta muutuda autsaideriks, kes midagi ei tea ja kel pole midagi jagada.”
Javier Marías, All Souls
“Kui tahes surnud vana armastus ka ei oleks, uusi armsamaid haavab see ikka.”
Javier Marías, All Souls
“Me mõistame end alati hukka selle pärast, mida ütleme, mitte selle pärast, mida teeme. Selle pärast, mida ütleme või mida ütleme end tegevat, mitte selle pärast, mida ütlevad teised või mida me tõesti teinud oleme.”
Javier Marías, All Souls