The Conscience of Words Quotes
The Conscience of Words
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Elias Canetti213 ratings, 4.19 average rating, 22 reviews
The Conscience of Words Quotes
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“Graças a Karl Kraus comecei a compreender que cada indivíduo tem uma configuração lingüística própria, que o distingue de todos os demais. Compreendi que embora os homens falem uns com os outros, não se entendem; que suas palavras são golpes que ricocheteiam nas palavras dos outros; que não existe ilusão maior do que a opinião de que a língua é um meio de comunicação entre seres humanos. Fala-se com a outra pessoa, mas de uma maneira que ela não entende. Continua-se a falar, e ela entende ainda menos. Um grita, o outro grita também: a exclamação, que tem uma vida miserável na gramática, apodera-se da língua. Como bolas, as exclamações saltam para lá e para cá, chocam-se e caem pelo chão. Raramente algo que se diz consegue infiltrar-se nos outros; e, quando isso afinal acontece, é entendido às avessas.”
― The Conscience of Words
― The Conscience of Words
“Contudo, o sentimento em relação às terras distantes permanece, e o interesse por elas jamais arrefece. Assim, o homem cavouca, insaciável, em épocas passadas e em culturas desconhecidas. A rigidez da própria existência aumenta, e essas épocas e culturas oferecem o instrumento inesgotável para a transformação.”
― The Conscience of Words
― The Conscience of Words
“E, então, o tempo, o tempo verdadeiramente físico, não se orienta pelo relógio; ele é antes, e no mais das vezes, uma função da atmosfera na qual transcorre. É, portanto, extraordinariamente difícil determinar, mesmo aproximadamente, quando um se juntou de fato à companhia dos outros, quando o outro se levantou e quando o terceiro realmente partiu.”
― The Conscience of Words
― The Conscience of Words
“Há muitos anos que me ocupo dessa tradução: a esfera privada na qual, todavia, ainda não me instalei confortavelmente, e onde tudo deve caminhar com conscienciosidade e responsabilidade, é a língua alemã.”
― The Conscience of Words
― The Conscience of Words
“A existência pacífica na maioria das sociedades humanas possui um curso enganoso, procurando encobrir perigos e fissuras. O desaparecimento constante de pessoas de seu meio - pessoas que aqui e ali, subitamente, não se encontram mais entre os vivos - é entendido e explicado de tal forma que é como se elas não tivessem sumido de todo. Dirigimo-nos a elas, em procedimento tranquilizadores de caráter singular, como se ainda pudessem ter parte na sociedade. Em muitos casos, acreditava-se realmente na permanência delas em algum lugar, e sua inveja dos vivos era temida, pois podia acarretar perigosas conseqüências para estes.”
― The Conscience of Words
― The Conscience of Words
“Ninguém, em si, eleva-se acima de seu tempo. Os sublimes não estão, absolutamente, entre nós - podem estar na Grécia antiga ou entre alguns bárbaros. Muita cegueira advém de se estar tão distante, mas o direito de fechar-se aos próprios sentidos não pode ser negado a ninguém. Seja-lhes concedido isso.”
― The Conscience of Words
― The Conscience of Words
“O espanto certamente foi, no passado, aquele espelho, de que tanto nos agrada falar, que trazia os fenômenos para uma superfície mais lisa e tranqüila. Hoje, esse espelho está despedaçado, e os estilhaços do espanto tornaram-se pequenos. Porém, mesmo no mais minúsculo estilhaço, já não se reflete apenas um fenômeno isolado: impiedosamente, este arrasta consigo o seu reverso - o que quer que você veja, e por menos que veja, transcende a si próprio a partir do momento em que é visto.”
― The Conscience of Words
― The Conscience of Words
“Literality in satire is the condemnation by quotation.”
― The Conscience of Words
― The Conscience of Words
“... qualquer pessoa encontra, encarnadas nessa vida, as convicções que lhe são mais importantes lado a lado com aquelas que mais profundamente abomina.”
― A consciência das palavras
― A consciência das palavras
“É parte desse aprendizado, sobretudo, que estejamos nós próprios impregnados por um modelo, ao qual nos apegamos em todas as circunstâncias, do qual não duvidamos, ao qual não renunciamos, que gostaríamos de alcançar e, no entanto, jamais alcançamos totalmente. Mesmo se o tivéssemos alcançado, jamais nos seria permitido admitir que o fizemos, pois com isso o modelo alcançado perde sua força. Ele só nutre àquele que se vê distante dele. A tentativa de superar essa distância, a tentativa de, por assim dizer, acossar o modelo, deve ser efetuada renovadamente, mas jamais obter êxito. E, enquanto não o obtiver, enquanto a tensão da distância se conservar, o salto em direção ao modelo poderá sempre ser tentado de novo. Importantes são essas tentativas aparentemente vãs — aparentemente, pois é no decorrer delas que acumulamos uma experiência, uma capacidade, uma qualidade após a outra.”
― A consciência das palavras
― A consciência das palavras
