Island of the Doomed Quotes

“...aspirava a uma paz que só a inocência na solidão pode proporcionar, a paz de um solitário inocente, que não abandonou nem traiu ninguém para estar só, um solitário que se conserva à margem do sangue e do sofrimento, sem que lhe possam ser pedidas contas.”
― Stig Dagerman, Island of the Doomed

“esse querido plano interior; o segredo da felicidade é não termos escrúpulos para connosco e termos o máximo de atenções para com todos os outros; de resto, o próprio tempo disse já adeus a todos os piratas da alma”
― Stig Dagerman, Island of the Doomed

“Os pensamentos que zoam no meu crânio são locatários de uma noite, meia dúzia de pares sem casa num ninho de amor passageiro, o fragor do guindaste da draga virá igualizar tudo, os momentos de deliciosa angústia do meu coração são roubados à sociedade de armadores que me emprega”
― Stig Dagerman, Island of the Doomed

“Para mim, estar inocente significa não se ter nascido ou estar-se morto. Admito isto, estou pronto a reconhecer que há muitas espécies diferentes de culpa: uma culpa mais inocente do que a da maioria, e uma mais carregada, uma que transborda do sentimento da falta e outra que corre apenas gota a gota.”
― Stig Dagerman, Island of the Doomed

“...de vermos qualquer coisa de sólido em vez deste vazio pavoroso neste espaço cuja extensão atroz nunca ousámos imaginar enquanto vivíamos no nosso buraco, porque é como um poço sem fundo; debruçamo-nos cada vez mais, a tal ponto que acabamos por cair, e uma vez caídos, continuamos a cair toda a vida sem termos outra coisa para viver além dessa queda sem fim, até ao dia em que morremos em plena queda sem jamais chegarmos a atingir fundo algum, porque somos aniquilados durante a nossa própria queda e devorados pelo vazio depois de termos desesperadamente tentando dar-lhes sentido esforçando-nos para chegar ao fundo”
― Stig Dagerman, Island of the Doomed

“Por isso, é lícito que lhe seja dito aquilo que disseram, certa ocasião, a alguém: aquele que não teme a vida, também não a amará; aquele que não teme a morte, também não poderá morrer com dignidade; aquele que não teme a si mesmo, também não amará a nenhum outro.”
― Stig Dagerman, Island of the Doomed

“Mas ele é trazido de volta ao colégio, o tempo passa e sara todas as feridas e um professor romântico lhe inculca a noção de que existe algo chamado sublimação, podem-se sublimar os impulsos, pode-se escapar a todas as experiências ruins, vivendo todos os atos no plano interior. Ele conclui o colégio, vai trabalhar num escritório de advocacia, dá aulas de línguas, casa cedo, tem filhos e já não tem a nostalgia do longínquo espaço solitário, porque alguém lhe ensina que a única possibilidade é o normal, a única possibilidade é rir no momento certo e chorar no momento certo e observar todas as convenções e rompê-las apenas no plano interior, o popular plano interior, pois o que se quer é viver feliz e felicidade é não ter escrúpulos consigo mesmo e ser escrupuloso com todos os outros, e além do mais: a própria época já disse adeus a todos os corsários da alma.”
― Stig Dagerman, Island of the Doomed

“Quanto vale aquela vontade de revolta que se recusa a funcionar quando a fome está saciada?”
― Stig Dagerman, Island of the Doomed