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K:”A ciência não seca lágrima, a religião seca, ou pelo menos dá dimensão à dor.” Pág 159

F: O nosso problema não é a falta de Deus. Enfrentamos é a falta de valores humanos, de educação, de conhecimento, de preparo, de solidariedade, tolerância.

F: Na superficialidade não experimentamos o autoconhe-cimento. E é a partir dele que tomamos posse do que somos. Ele nos possibilita identificar limites, possibilida-des, e arregimentar uma espiritualidade comprometida com o amadurecimento humano. Pág 98

F: Na cultura judaica "ser pessoa" consiste em se possuir para se dispor. Não é possível "ser pessoa" apenas em um dos pontos do processo. Quem se tem mas não se dispõe nunca ultrapassa a condição de indivíduo. O "ser pessoa" se firma no ter-se para doar-se. Tenho posse do que sou e me dou.” Pág 86

"O fato de algumas
borboletas durarem 48
horas e algumas tartarugas,
150 anos, não faz com que
uma vida seja melhor do
que a outra.
eu acho, inclusive, que a
beleza da flor natural é ela
morrer. E é o horror da flor
de plástico: nunca morre e,
por isso, nunca vive."
Karnal

F: O desafio é estabelecer um caminho pelo qual possamos experimentar o equilíbrio entre a transcendência e a imanência. Viver com o devido respeito às questões sagradas, mas também com amor às questões humanas. Identificar na experiência humana uma oportunidade de sermos, de fato, religados. Religião, do latim religare, religação entre Deus e os seres humanos. Pág 81

F.: Já experimentei uma fé que justificava todas as minhas inércias. Deus faria tudo por mim. Com o tempo percebi que essa fé me infantilizava. Não, Deus não poderá fazer tudo por mim, porque há uma parte que me cabe. É uma relação de cooperação. Em tudo Ele me antecede, mas não me desobriga de fazer o que preciso. Pág 80

F.: A mim interessa estabelecer vínculos com pessoas que queiram superar o mesquinho que habita em nós, independentemente de terem um credo ou não. O respeito às questões humanas, o amor à verdade, à justiça são o ponto de partida. Isso me interessa. Pág 74

F.: Ao querermos extrair de nós o que temos de melhor, estamos vivendo o mesmo processo. O que nos diferencia? Você o faz munido de seus esforços. Eu o faço munido da graça divina que sustenta os meus esforços.

F.: Em você também há uma busca diária para se tornar um ser humano melhor. Diferentemente de mim, você não reconhece um ser que o antecede, encorajando-o para desobstruir os caminhos que o apartam de sua melhor versão.

“F.: Como sugeria Agostinho de Hipona (Santo Agostinho), creio num Deus que me é mais íntimo do que sou de mim mesmo.” Pág 71