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Brosen era uma pequena aldeia situada no continente Viridis, o continente mais a sul do planeta também conhecido pelas enormes florestas que cobriam as suas terras. Esta pequena povoação era sustentada pelos seus vastos campos agrícolas, assim como pelos recursos que a floresta lhe disponibilizava. A sua população conseguia facilmente pagar as taxas ao Império, sendo a felicidade um sentimento normal por estas bandas. Esta aldeia, apesar de pequena, ainda conseguia usufruir de alguns recursos, como a electricidade, a água filtrada. Era muito raro uma vila ou cidade que não fosse de propriedade imperial possuir estes recursos. Mas graças à trabalhadora população de Brosen esta conseguia mantê-los.
Nesta aldeia vivia um rapaz chamado Lance. Este jovem de 15 anos era muito famoso em Brosen, pois para além de ser um rapaz cheio de energia e muito habilidoso ele estava sempre disposto a ajudar os outros. Lance, apesar de não ser muito alto e de ser relativamente magro de estatura, seus índices de velocidade, de agilidade e de força superavam os de muitos adultos musculados, e concediam-lhe um dom para a caça, actividade que este praticava com frequência, ajudando a população na recolha de alimento.
Numa manhã húmida de primavera, Lance despertou calmamente, enquanto ouvia o som das gotas do orvalho caírem das folhas das árvores sobre o seu tecto. Ao abrir os seus olhos, a sua vista focava o rosto da sua mãe. Uma senhora jovem, com um rosto límpido e uns grandes olhos verdes, que com longos cabelos castanhos e ondulados a tornavam uma vista agradável ao olhar de qualquer pessoa.
- Bom dia, filhinho! – disse ela com a sua voz suave. – Vejo que hoje não é preciso acordar-te aos abanões.
O jovem esfregou a cara, respondendo:
- Bom dia… - disse, abraçando a mãe por uns segundos enquanto bocejava.
- Lava a cara e anda para baixo. O pequeno-almoço está na mesa. – disse ela, enquanto deixava o quarto.
- Ok… Já desço… - respondeu o jovem, enquanto ouvia os passos da sua mãe a descer as escadas.
Lance levantou lentamente, esticando cada musculo do seu corpo ainda amolecido. Dirigiu-se à sua casa de banho privada onde passou a cara por água, ajeitou o seu cabelo negro e seguiu para o andar de baixo, onde a sua mãe já se encontrava barrando uma fatia de pão com manteiga.
- Hoje estou mais cansado do que o habitual… - disse o jovem, estranhando a falta de energia.
- Tens de ver se acalmas um pouco. Eu sei que gostas de ajudar as pessoas, de caçar e do resto… Mas o descanso também é muito importante. – respondeu a mãe, oferecendo-lhe a uma fatia de pão.
- Sim, talvez hoje fique por casa. .
Após o pequeno almoço o jovem voltou para o quarto onde se deitou a ler um livro sobre caça. Ele ficava fascinado a aprender diferentes métodos e manhas para apanhar os diversos tipos de animais selvagens.
O sol quente daquele dia fazia com que a pele de Seth escorresse pingas de suor, enquanto este procurava caçar alguma coisa grande, de forma a testar o seu novo equipamento – dois revólveres com os seus canos bastante abertos. Estas armas eram verdadeiros instrumentos de caça, pois as suas balas grandes e pontiagudas associadas à enorme potência do revólver eram capazes de perfurar um elefante desde a cabeça até à sua parte traseira.
Seth passeava então pela floresta que envolvia Brosen procurando a besta ideal as abater.
Havia vários tipos de animais ferozes naquela floresta que lhe dariam grande crédito se este aparecesse com uma. Por exemplo, os leopardos, os ursos, os leões, entre outras bestas perigosas. Tanto que o trabalho de caçador não era uma tarefa para qualquer um, pois eram necessários bons instintos de caça, assim como altos reflexos para o caso de se ser atacado por uma destas bestas.
Seth caminhava lentamente e bastante atento a quaisquer sons que indicassem a presença de algum animal. Observava lentamente a cada passo silencioso que dava, procurando também não chamar a atenção, pois na caça o elemento surpresa é a regra mais básica de todas.
O jovem suava da sua testa da sua testa despida, pois a temperatura estava bastante quente e dentro da floresta ainda mais, pois dentro dela criava-se como um efeito de estufa, devido às altas árvores que eram penetradas por finos raios solares.
Passados uns minutos de caminho, Seth sentiu finalmente uma presença, aliás, duas. Escondeu-se atrás de um pequeno arbusto e espreitou lenta e silenciosamente, por cima das ervas. A cerca de 10 metros do jovem encontravam-se dois grandes corpos animalescos, que fizeram com que o jovem se voltasse a esconder. Nervoso. Ainda não tinha percebido o que eram aquelas enormes criaturas. Então, após um profundo suspiro relaxante decidiu voltar a espreitar por cima do arbusto. E fê-lo lentamente, para que não fosse detectado.
Os animais eram enormes. Quadrupedes. Tinham um pelo curto quase dourado, rasgado por grossas riscas de cor escura. Eram facilmente confundíveis com tigres, se não fosse pelo seu tamanho quase três vezes superior e pelos grandes e afiados dentes que lhes sobressaiam pela boca.
“Tigres dentes de sabre!” pensou Seth, nervoso, mas também ansioso por caçar um animal que impunha tamanho respeito.
O jovem preparou então os seus revólveres, apontando um a cada tigre.
Lance ressonava levemente, depois de estar a dormir por umas horas. O seu livro encontrava-se sobre o seu corpo algo desajeitado. O jovem estava, de facto mais cansado que o habitual, pois dormir durante a tarde não era habitual para ele. A vida que levava era bastante dura, pois para além da caça Lance adorava receber um sorriso de agradecimento por uma ajuda prestada por ele. E passava então grande parte dos seus dias a dar suporte a pessoas necessitadas, a ajudar em construções e reparações entre outras actividades naquela vila pacata.
O jovem sonhava agora com uma linda rapariga de cabelos loiros, pele lisa e algo clara. Com grandes olhos azuis que se sobressaiam naquele rosto belo. O seu corpo era como o de uma princesa. Elegante. Perfeito.
Era uma jovem rapariga de Brosen chamada Lisa.
Lance sonhava com ela esperando-o de braços abertos e com um enorme sorriso na cara. E Lance queria sentir os seus lábios aparentemente suaves e finos.
O que despertou Lance do seu profundo sono e lhe arrancou aquele “óptimo” sonho que quase parecia realidade foi um enorme estrondo vindo de longe. O som de uma ou mais armas a serem disparadas tinha acabado não só com o seu descanso, mas também com aquele sonho pelo qual ele ficou realmente desiludido por não ter sido realidade.
No entanto, Lance apercebeu-se que algo grave poderia estar a acontecer e, após pegar a sua katana, uma espada oriental com uma beleza – que lhe havia sido oferecida por um comerciante ambulante em troca do conserto da sua mota – correu para fora de casa em direcção ao som.
Ver o jovem correr pelas ruas daquela forma era algo vulgar para os habitantes de Brosen, que apesar de repararem no rapaz limitavam-se a cumprimentá-lo, acenando, apesar de não receberem resposta.
Lance chegou então à floresta, atravessando os finos raios de sol que penetravam as altas e robustas árvores. Caminhava lentamente de forma a não fazer muito barulho, para que não fosse detectado. Após alguns minutos de caminho, avistou algo, ou alguém. Escondeu-se atrás de um grosso tronco, espreitando silenciosamente. No meio de duas figuras animalescas deitadas no chão estava um jovem, parecendo analisar se estas estavam vivas. O rapaz era ligeiramente mais alto do que Lance. Tinha o cabelo avermelhado, espetado, segurado por uma fita de cor negra, que o separava da sua testa. Usava um colete de pele castanho por cima de uma t-shirt esverdeada. Vestia também uns calções negros e umas botas castanhas.
Lance apercebeu-se então de quem se tratava o rapaz. Era Seth. O seu melhor amigo e rival de caça. Posicionava-se no meio de dois tigres gigantes com dentes afiados que lhes saíam da boca. Animais chamados de tigres dentes de sabre.
Seth tinha acabado de confirmar a morte das suas presas. Levantou-se então sorrindo.
- Consegui!!! Muhahaha! Agora o Lance não vai ter qualquer hipótese de me ultrapassar. – disse Seth, saltando pulos de felicidade.
Enquanto se preparava para amarrar as bestas, de forma a arrastá-las até à vila, Seth notou uma figura a aproximar-se. O seu cabelo era preto e algo despenteado. Vestia uma t-shirt escura e umas calças de ganga azul.
- Lance? Que fazes aqui? – perguntou Seth ao reconhecer o seu amigo.
- Ouvi dois tiros e vim ver se estava tudo bem. Mas já reparei que sim. – respondeu Lance, sorrindo e coçando a nuca algo embaraçado.
- Sim, está tudo óptimo! Já viste estes dois animais que cacei? – perguntou Seth, apontando para os tigres dentes de sabre.
- Já reparei! Muito bem caçado!
- Agora toda a vila vai reconhecer que sou melhor que tu! – disse Seth, entusiasmado.
- Ahaha! Então já vi que na minha próxima caça tenho de caçar um animal maior. – respondeu Lance, satisfeito por ter um novo desafio pela frente.
- Vá admite a derrota! Todos sabemos que eu sou melhor que tu! – gozou Seth, colocando a sua mão no ombro do companheiro.
- Hahaha! Chegas a ter piada!
Ambos os jovens passaram uns momentos na conversa, em que maior parte do tempo consistia em bocas de gozo lançadas um ao outro, como era habitual.

O primeiro capítulo está muito descritivo o que pode tanto ser algo bom como não, de resto gostei da história e pegaste bem neste tema. Agora é só continuares :)

Sim, o primeiro capítulo está bastante decritivo... No entanto é este o meu objectivo, pois este serve apenas para explicar o que se passou antes do tempo da acção. É uma pequena introdução à situação do planeta. Mas realmente, desenvolvê-lo um pouco mais seria uma boa ideia, visto que este ficou relativamente pequeno...
Em relação aos nomes repetidos, sim eu sei que às vezes distraio-me e começo a repetir muito os nomes e as palavras.
Em breve postarei mais :) Cumprimentos e mais uma vez obrigado!
Capítulo I – Ikarus Imperium
As necessidades de um ser humano estão divididas em 3 categorias: as básicas, que incluem tudo o que é necessário para a sobrevivência; as secundárias, que após a sua satisfação uma pessoa pode considerar que está confortável; e as terciárias, que é tudo o que vai para além do simples conforto, considerando-se assim um luxo.
A necessidade de melhorar as condições de vida do povo foi muitas vezes utilizada como desculpa para a guerra. “Temos de lutar pela sobrevivência do novo povo” era uma frase muito ouvida saída das bocas dos políticos corruptos de várias cidades, quando tudo o que eles queriam era aumentar o seu poder de forma a esmagar os países vizinhos mais fracos. A população não tinha condições e continuava sem condições por muitas promessas que fossem feitas, por muitas guerras que fossem ganhas, a população não via um pingo de esperança, pois tudo o que esta via era o seu planeta a ser massacrado pela ganância dos poderosos. As únicas famílias que ainda conseguiam sobreviver eram as famílias dos soldados dos grandes exércitos, pois estes eram razoavelmente remunerados, mas mesmo assim não podiam ter famílias muito grandes devido aos aumentos exorbitantes dos preços da alimentação. A prostituição tornou-se um emprego tão comum como uma empregada de balcão e isto que fazia com que muitas famílias mandassem as filhas desde adolescentes para esta vida de desespero. Enquanto isto, os grandes generais e os imperadores viviam no maior dos luxos, quase que se podia dizer que “nadavam” em ouro, jóias, comida do mais gourmet possível, entre outras luxúrias.
Passados longos anos, enquanto os ricos ficavam cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres, quatro poderosas nações, que tanto cresceram destruindo tudo o que se lhes opunha, decidiram unir o seu poder de forma a criarem um Império que governaria o planeta, através de quatro novas civilizações construídas em quatro continentes separados pelo oceano, governadas cada uma por um dos quatro Imperadores. Estas civilizações dominavam toda a área do continente onde estavam inseridas e eram nelas que habitavam as pessoas directamente ligadas ao Império, assim como os melhores cientistas, investigadores, técnicos de informática, militares, etc. As suas famílias também podiam viver confortavelmente, enquanto as crianças tinham acesso à educação e formação para se poderem tornar úteis às civilizações, cada um à sua maneira. No entanto, qualquer habitante que ousasse desrespeitar o Império ou as suas leis, seria imediatamente abandonado à miséria que era viver fora das civilizações. Em casos mais graves, como atentados e tentativas de homicídio, os seus autores eram condenados à pena de morte, com execução em praça pública.
Cada continente continha várias aldeias e vilas sob o controlo dos Imperadores, onde as suas populações tentavam sobreviver, trabalhando em minas e outros tipos de trabalhos industriais, de forma a conseguirem pagar a Taxa de Existência imposta pelos Imperadores. Caso esta não fosse paga dentro dos limites, estas povoações seriam destruídas sem piedade, sendo os adultos completamente aniquilados, enquanto as crianças eram levadas para as civilizações e eram treinadas desde pequenas para serem soldados do exército que era responsável por manter a ordem, assim como impedir os movimentos rebeldes que surgiam ocasionalmente.
O poder destas civilizações era bastante elevado e os seus generais mais fortes eram conhecidos por possuir poderes sobre-humanos. Foram realizados vários estudos acerca do despertar destes poderes, e concluiu-se que eles estavam associados às grandes capacidades que o cérebro humano possui. Uma pessoa normal utiliza cerca de 10% a 15% das capacidades do cérebro. Um deficiente mental utiliza cerca de 5%. Mas um ser humano que tenha entre 15% e 20%, sendo esta considerada pelos cientistas o nível perfeito de funcionamento do cérebro, associado ao sofrimento de um choque emocional causado de diversas formas, tem 50% de probabilidades de desencadear um poder sobrenatural. No entanto, os outros 50% representam a probabilidade da pessoa morrer de ataque cardíaco devido aos altos níveis de adrenalina. Descoberto isto, os Imperadores começaram a usar as crianças raptadas das aldeias destruídas como cobaias. Elas eram torturadas até desencadearem algum tipo de poder ou morrerem de tanto sofrimento. As que despertavam habilidades eram treinadas para serem futuros generais dos grandes exércitos do Império. E assim os quatro grandes Imperadores tornaram-se intocáveis por qualquer grupo de rebeldes existente, sendo qualquer esperança esmagada na hora em que tentassem invadir as civilizações.