Só Ler Não Basta discussion
Discussões de 2013
>
A história de uma serva / The handmaid's Tale: Discussão dos cap. 13 a 25
date
newest »

message 1:
by
Telma_Txr
(new)
Sep 19, 2013 01:39AM

reply
|
flag
Desenvolvimentos muito interessantes nestes capítulos. De certa forma a fuga de Moira é uma fonte de esperança para ela própria acreditar que um dia pode também ela fugir.
A cena do nascimento foi de loucos. Continuo sem perceber para que servem as Wifes (As Mulheres, ou Esposas). Tenho a teoria que as Martas se chamam assim como piada à Martha Stewart, autêntica fada do lar americana.
Foi gira e interessante esta reviravolta do Comandante, o facto de ele mostrar que se sente tão sozinho e perdido nesta nova sociedade como ela. Pergunto-me até onde é que isto irá desenvolver.
A cena do nascimento foi de loucos. Continuo sem perceber para que servem as Wifes (As Mulheres, ou Esposas). Tenho a teoria que as Martas se chamam assim como piada à Martha Stewart, autêntica fada do lar americana.
Foi gira e interessante esta reviravolta do Comandante, o facto de ele mostrar que se sente tão sozinho e perdido nesta nova sociedade como ela. Pergunto-me até onde é que isto irá desenvolver.
Então, esta parte foi, definitivamente, mais intensa, especialmente a cena do parto. Parece quase um ritual onde todas as mulheres estão envolvidas, onde não é só uma a dar à luz, mas todas as mulheres. É naquele ritual, naquele momento, que é depositada toda a esperança de uma nova vida, que parece rara naquele mundo.
Estou a adorar a escrita de Atwood e a adorar os pequenos simbolismos que ela vai implantando no texto. Aquela descrição do jardim é altamente simbólica e achei magnífica. Além disso, foi interessante a inesperada interacção com o Comandante. Penso que esta sociedade está tão desprovida de sentimentos, de emoções, que um simples jogo de Scrabble, um beijo de boa noite ou a leitura de uma revista feminina, se tornam pequenos tesouros. Estou curiosa para ver o que vai sair daqui.
As Martas são mais uma referência bíblica. Marta era irmã de Lázaro e na Bíblia é descrita como alguém que está sempre ocupada a servir. Por isso, penso que estas mulheres que servem estão nesta categoria das "Marthas" por serem mulheres activas e as únicas que se ocupam das lides domésticas das casas onde estão.
Estou a adorar a escrita de Atwood e a adorar os pequenos simbolismos que ela vai implantando no texto. Aquela descrição do jardim é altamente simbólica e achei magnífica. Além disso, foi interessante a inesperada interacção com o Comandante. Penso que esta sociedade está tão desprovida de sentimentos, de emoções, que um simples jogo de Scrabble, um beijo de boa noite ou a leitura de uma revista feminina, se tornam pequenos tesouros. Estou curiosa para ver o que vai sair daqui.
As Martas são mais uma referência bíblica. Marta era irmã de Lázaro e na Bíblia é descrita como alguém que está sempre ocupada a servir. Por isso, penso que estas mulheres que servem estão nesta categoria das "Marthas" por serem mulheres activas e as únicas que se ocupam das lides domésticas das casas onde estão.
Telma wrote: "Tenho a teoria que as Martas se chamam assim como piada à Martha Stewart, autêntica fada do lar americana."
Também pensei isso mas depois com a importância da Bíblia nesta nova sociedade percebi que era o que a Diana diz.
Não pude participar tão activamente como desejava, mas deixo algumas notas que apesar de tudo tirei durante a leitura das diversas divisões, para além das inúmeras passagens que sublinhei no Kindle e copiei para o meu caderninho! E são muitas, mesmo. Frases tão belas e tão bem conseguidas pá!
Mas dizia, nesta parte achei interessante como existe um certo distanciamento entre a mente e o corpo da personagem, como é quase uma experiência fora do corpo. O sexo é como que desumanizado, até parece que nenhum tem prazer. É um dever, tanto dela como do Comandante e tal como era o dever das mulheres nobres, em casamentos arranjados e por conveniência, como a Rainha Vitória elucida a filha com o "close your eyes and think of England". Acaba por ser algo assustador de tão real que pode ser, há uma verdadeira hipótese de tal acontecer mesmo na nossa sociedade.
Assusta também a ideia de que a mudança na sociedade foi feita para proteger as mulheres e como os líderes, ou pelo menos quem está bem posicionado nesta sociedade teocrática, acredite em tal coisa. É assustador também como se apegam às mais pequenas coisas e se esforcem por criar qualquer tipo de relação. Não é só o sexo que é desumanizado, mesmo o convívio social é pouco ou nenhum, não parece ser uma sociedade de humanos, é quase máquinas que tem de executar as suas funções.
"How easy it is to invent a humanity for anyone at all. What an available temptation."
Mas a natureza humana acaba por emergir e comportamentos, digamos, desviantes começam a surgir. Na verdade começam a repetir-se a história, alguns dos problemas da sociedade anterior que tentaram corrigir, como a traição.
Também pensei isso mas depois com a importância da Bíblia nesta nova sociedade percebi que era o que a Diana diz.
Não pude participar tão activamente como desejava, mas deixo algumas notas que apesar de tudo tirei durante a leitura das diversas divisões, para além das inúmeras passagens que sublinhei no Kindle e copiei para o meu caderninho! E são muitas, mesmo. Frases tão belas e tão bem conseguidas pá!
Mas dizia, nesta parte achei interessante como existe um certo distanciamento entre a mente e o corpo da personagem, como é quase uma experiência fora do corpo. O sexo é como que desumanizado, até parece que nenhum tem prazer. É um dever, tanto dela como do Comandante e tal como era o dever das mulheres nobres, em casamentos arranjados e por conveniência, como a Rainha Vitória elucida a filha com o "close your eyes and think of England". Acaba por ser algo assustador de tão real que pode ser, há uma verdadeira hipótese de tal acontecer mesmo na nossa sociedade.
Assusta também a ideia de que a mudança na sociedade foi feita para proteger as mulheres e como os líderes, ou pelo menos quem está bem posicionado nesta sociedade teocrática, acredite em tal coisa. É assustador também como se apegam às mais pequenas coisas e se esforcem por criar qualquer tipo de relação. Não é só o sexo que é desumanizado, mesmo o convívio social é pouco ou nenhum, não parece ser uma sociedade de humanos, é quase máquinas que tem de executar as suas funções.
"How easy it is to invent a humanity for anyone at all. What an available temptation."
Mas a natureza humana acaba por emergir e comportamentos, digamos, desviantes começam a surgir. Na verdade começam a repetir-se a história, alguns dos problemas da sociedade anterior que tentaram corrigir, como a traição.